Como Lula solto pode aumentar polarização, enfraquecer centro e beneficiar Bolsonaro:entrar vaidebet

Lulaentrar vaidebetfotoentrar vaidebetarquivo

Crédito, Ag Brasil

Legenda da foto, Para cientistas políticos, a saídaentrar vaidebetLula da prisão pode também favorecer uma reunificação do bolsonarismo

"Creio que a mobilização dos dois lados, a mesma que foi forte nos últimos dois anos, vai se intensificar. Não será exatamenteentrar vaidebettorno da figuraentrar vaidebetLula, mas as massas já estão mobilizadas, com um espectro bem definido. Esse 'ritual' está pronto para recomeçar", afirma Speck.

"De um lado, as pessoas que protestaram nos primeiros meses do ano contra cortes na educação, por exemplo. Essa ponta será galvanizada caso haja a presençaentrar vaidebetLula", diz. "Do outro lado está a massaentrar vaidebet'indignados', os que protestam contra a corrupção, vestindo verde e amarelo. Esses serão estimulados pela baseentrar vaidebetBolsonaro, que tratará a libertaçãoentrar vaidebetLula como exemploentrar vaidebet'impunidade' e usará o sentimentoentrar vaidebetindignação para chamar protestos."

Em fotoentrar vaidebetmaio, estudantes aparecementrar vaidebetmanifestação contra cortes na educação durante a noite

Crédito, EPA/FERNANDO BIZERRA JR.

Legenda da foto, Em fotoentrar vaidebetmaio, estudantes aparecementrar vaidebetmanifestação contra cortes na educação

Para o cientista político Sergio Fausto, superintendente da Fundação Fernando Henrique Cardoso, a presençaentrar vaidebetLula novamente no cenário eleitoral, a um ano das eleições municipais, tende a reforçar a polarizaçãoentrar vaidebet2018. O mecanismo será novamente o da rejeição, afirma. "Vai funcionar na base do 'Ele, não'. Para um lado ou para o outro, 'ele, não', 'eleentrar vaidebetjeito nenhum'. Os extremos saem fortalecidos, um sabe imediatamente com quem antagonizar."

"Não creioentrar vaidebetgrandes manifestaçõesentrar vaidebetrua, e nem que Lula consiga colocar um grande contingente nas ruas. Mas as palavras dele têm força e, no casoentrar vaidebethaver protestos, será ouvido", diz. "Lula é hoje a única grande liderança do campo da esquerda no país, eentrar vaidebetamplitude não é confinada à esquerda. É um ex-presidente, um líder popular, tem uma capacidade retórica grande. E reforça essa ponta do espectro político. Quase por um reflexo imediato disso, a outra liderança nacional consolidada, Bolsonaro, ganha força também. Ambas as pontas tendem a se radicalizar novamente."

Quem sai perdendo, afirma Fausto, são os movimentosentrar vaidebetcentro, que tendem a submergir. "Nem há ainda um movimentoentrar vaidebetcentro bem constituído, e faltam três anos para a eleição presidencial, quando esse movimento pode aparecer. Mas, nessa lógicaentrar vaidebetdois polos que se reforçam e se ampliam, o espaço do centro se reduz. Especialmente porque ainda não tem lideranças claras."

Reunificação do bolsonarismo

A saídaentrar vaidebetLula da prisãoentrar vaidebetCuritiba, avalia Fausto, favorece também uma reunificação da base bolsonarista, que enfrenta divisões ao longo dos últimos meses. "Embora não apague os problemas do governo Bolsonaro, diante da hipóteseentrar vaidebetum PT mais forte, o efeito 'eu sei o que eu não quero' se reforça novamente."

Homem com rosto pintado com a bandeira do Brasil durante manifestação a favor da operação Lava-Jato e do ministro Sergio Moroentrar vaidebetjunho

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Homem com rosto pintado durante manifestação a favor da operação Lava-Jato e do ministro Sergio Moroentrar vaidebetjunho

O professor da USP Bruno Speck afirma que as falhas na administraçãoentrar vaidebetBolsonaro ficarãoentrar vaidebetsegundo plano. "Vai ajudar a apagar os conflitos desse governo: as denúnciasentrar vaidebetdesvioentrar vaidebetverba do fundo partidário nas campanhas do PSL, por exemplo, e a citação a Bolsonaro nas investigações do assassinatoentrar vaidebetMarielle Franco. A soltura do Lula será um fato que apagará por um bom tempo os outros assuntos."

Já para o cientista político Fernando Limongi, pesquisador sênior do Centro Brasileiroentrar vaidebetAnálise e Planejamento (Cebrap) e professor titular da USP e da Fundação Getúlio Vargas, a saídaentrar vaidebetLula da prisão não será suficiente para manter as atenções afastadas dos atuais problemas do país.

"As repercussões políticas reais serão pequenas. Vai ter muita retórica e muita gente tomando posições. Mas a direita não vai pôr gente na rua, porque está se dividindoentrar vaidebetrelação a Bolsonaro", avalia Limongi. "O PT está muito fraco. O Lula pode falar muito, mas não acho que vá convocar manifestações e coisas do tipo. Vamos ver muita marola, mas a vida continua e o essencial é o governo e suas iniciativas."

Eleições municipaisentrar vaidebet2020

Após deixar a carceragem da Polícia Federalentrar vaidebetCuritiba, dizem alguns dos analistas, o petista testará seu potencialentrar vaidebetatraçãoentrar vaidebetvotos já desde a pré-campanha, nas eleições municipais do ano que vem.

"É sabido que ele tem grande capacidadeentrar vaidebetarticulação. O PT ganhará força depoisentrar vaidebetseu pior desempenhoentrar vaidebeteleições municipais,entrar vaidebet2016. E a presençaentrar vaidebetLula produzirá muita indignação. Ou seja, também segue a lógicaentrar vaidebetcriar um ambiente fértil para polarizar o cenário eleitoral", afirma Sergio Fausto.

"Desde a pré-campanha, ele levantará nomes para as disputas, ajudará a criar alianças nas principais cidades", disse Bruno Speck, do departamentoentrar vaidebetCiência Política da USP. "A eleição presidencial ainda está longe, mas, a saída dele da prisão certamente vai impactar a eleição municipal. E os prefeitos, depois, se tornam cabos eleitorais importantes nas eleições nacionais seguintes, tanto para presidente e governadores como nas eleições proporcionais."

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