Consumocopa do mundo 2024 apostaspaíses europeus impulsiona desmatamento no Brasil, diz especialista alemãcopa do mundo 2024 apostasmeio ambiente:copa do mundo 2024 apostas

Queimada na Amazônia

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Segundo alemã Carina Zell-Ziegler, maior demanda por produtos brasileiros, como carne, incentiva derrubada ilegalcopa do mundo 2024 apostasflorestas

Isso porque, diz ela, para elevarcopa do mundo 2024 apostasprodução, fazendeiros acabam expandindo suas propriedades sobre áreascopa do mundo 2024 apostasconservação, primeiro, para o cultivocopa do mundo 2024 apostasgrãos e, posteriormente, para a pecuária.

"Se o apetite por produtos como carne e soja cresce, isso acaba impulsionando o desmatamento", diz ela à BBC News Brasil.

Por outro lado, representantes do agronegócio brasileiro defendem ser possível aumentar a produção sem desmatar.

Segundo Zell-Ziegler, o desmatamento no Brasil, que vinha crescendo, mas registrou um pico neste ano, coincidiu com um aumento das importaçõescopa do mundo 2024 apostascarne brasileira pela União Europeia -copa do mundo 2024 apostas2018, as vendas do produto ao bloco bateram recorde histórico, totalizando US$ 544,3 milhões (R$ 2,3 bilhões). Em relação à soja, o bloco compra menos do que no passado, ressalva a pesquisadora.

"Essa demanda não vem apenas do mercado interno, mas é também externa. Atualmente, a maior parte da carne consumida na União Europeia vem do Brasil. Esse maior apetite leva a uma expansão das fronteiras agrícolas, gerando desmatamento. A conexão é muito clara", acrescenta.

Carina Zell-Ziegler

Crédito, OkoInstitut

Legenda da foto, Zell-Ziegler publicou estudocopa do mundo 2024 apostas2017 mostrando que UE foi maior impulsionadora internacional do desmatamento no Brasil entre 2002 e 2006

União Europeia impulsionando desmatamento

Zell-Ziegler realizou um estudo, publicadocopa do mundo 2024 apostasjulhocopa do mundo 2024 apostas2017 e financiado pela ONG German Watch, que mostrou que a União Europeia foi a maior impulsionadora internacional do desmatamento no Brasil entre 2002 e 2006.

Foi nesse período que o país teve seus piores índicescopa do mundo 2024 apostasdesmatamentocopa do mundo 2024 apostassua história recente.

Na pesquisa, Zell-Ziegler também quantificou as emissõescopa do mundo 2024 apostasCO2 resultantes do desmatamento no Brasil. Segundo o estudo, apenascopa do mundo 2024 apostas2005, 18% dessas emissões, ou 200 milhõescopa do mundo 2024 apostastoneladascopa do mundo 2024 apostasCO2, foram causadas por importações da União Europeia.

Neste sentido, a pesquisadora defende uma mudança nos parâmetros internacionaiscopa do mundo 2024 apostasmediçãocopa do mundo 2024 apostasgasescopa do mundo 2024 apostasefeito estufa que, segundo a imensa maioria da comunidade científica, são os causadores do aquecimento global.

Para Zell-Ziegler, se,copa do mundo 2024 apostasum lado, os países desenvolvidos vêm tomando medidas concretas para zerar suas emissões,copa do mundo 2024 apostasoutro, continuam contribuindo indiretamente para a poluição do meio ambiente, ao comprar cada vez mais produtos causadores do desmatamentocopa do mundo 2024 apostaspaísescopa do mundo 2024 apostasdesenvolvimento.

"A Europa quer zerar suas emissõescopa do mundo 2024 apostasgasescopa do mundo 2024 apostasefeito estufa até 2050. Mas, ao mesmo tempo, continua não só comprando, como vem aumentando as importaçõescopa do mundo 2024 apostasprodutos que estão associados ao aumento do desmatamentocopa do mundo 2024 apostaspaíses menos desenvolvidos", afirma.

"É preciso que os padrõescopa do mundo 2024 apostasconsumo mudem. A Alemanha, por exemplo, não pode continuar com o consumo atualcopa do mundo 2024 apostascarne,copa do mundo 2024 apostasmaiscopa do mundo 2024 apostas1 kg por pessoa por semana. Isso não é sustentável", acrescenta.

Pecuária no Pará

Crédito, AFP

Legenda da foto, Pecuária é um dos principais vilões do desmatamento

Apesarcopa do mundo 2024 apostascriticar esse paradoxo, Zell-Ziegler é críticacopa do mundo 2024 apostasrelação à política ambiental do governocopa do mundo 2024 apostasJair Bolsonaro.

"O problema é que o presidente Jair Bolsonaro já deu declarações que sugerem uma fragilização dos mecanismoscopa do mundo 2024 apostascontrole ambiental. Por exemplo, quando ele demite o diretor do Inpe (Instituto Nacionalcopa do mundo 2024 apostasPesquisas Espaciais), está enviando uma mensagem ruimcopa do mundo 2024 apostasrelação ao meio ambiente", diz ela.

"Além disso, torna mais difícil tanto para consumidores quanto importadores saberem se aqueles produtos que compram ou importam foram realmente produzidoscopa do mundo 2024 apostasacordos com os mais rigorosos critérioscopa do mundo 2024 apostassustentabilidade. Se as regras são relaxadas, como vamos saber com certeza que a carne que compramos não foi produzidacopa do mundo 2024 apostasáreas desmatadas?", questiona.

Um levantamento recente da BBC News Brasil mostrou que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) aplicou um terço a menoscopa do mundo 2024 apostasmultas a infratores ambientaiscopa do mundo 2024 apostas2019 do que no mesmo período do ano passado, segundo dados do próprio órgão.

A queda no númerocopa do mundo 2024 apostasautuações coincide com um aumento dos registroscopa do mundo 2024 apostasdesmatamento ecopa do mundo 2024 apostasincêndios florestaiscopa do mundo 2024 apostas2019. Considerando todos os tiposcopa do mundo 2024 apostasinfração ambientalcopa do mundo 2024 apostastodo o país, o Ibama diminuiucopa do mundo 2024 apostas29,4% as autuações até a sexta-feira, dia 23copa do mundo 2024 apostasagosto, quando comparado com o mesmo períodocopa do mundo 2024 apostas2018.

Segundo servidores, ex-servidores, autoridades e ambientalistas, a queda no númerocopa do mundo 2024 apostasmultas está ligada a sinais emitidos pelo governo federal desde o começo do ano contra supostos excessos na fiscalização e a trocascopa do mundo 2024 apostasprofissionaiscopa do mundo 2024 apostaspostos-chave do Ibama.

Soluções

Zell-Ziegler diz que, além do rigoroso cumprimento da legislação ambiental, a redução do desmatamento no Brasil depende das transferênciascopa do mundo 2024 apostasrecursos dos países mais ricos.

"Talvez o único caminho seja a partircopa do mundo 2024 apostastransferênciascopa do mundo 2024 apostasrecursoscopa do mundo 2024 apostaspaíses mais ricos que querem combater o aquecimento global. A Amazônia é parte do Brasil e entendo que o governo não queira tomar decisões que limitem o desenvolvimento econômico para proteger o meio ambiente. Neste sentido, a ajuda internacional é bem-vinda", diz.

Neste ano, Alemanha e Noruega deixaramcopa do mundo 2024 apostasrepassar o equivalente a cercacopa do mundo 2024 apostasR$ 300 milhões para o Fundo Amazônia, destinado a açõescopa do mundo 2024 apostaspreservação ambiental e combate ao desmatamento. Os dois países são os principais financiadores do fundo, junto com o BNDES (Banco Nacionalcopa do mundo 2024 apostasDesenvolvimento Econômico e Social).

O congelamento dos repasses aconteceu depois que o governo brasileiro extinguiu dois comitês ligados ao fundo sem aviso prévio e após uma sériecopa do mundo 2024 apostascomentários críticos feitos pelo presidente, que afirmou que o Brasil não precisava dos recursos e que os países europeus deviam usar esse dinheiro para reflorestar seus próprios territórios.

Carne

Crédito, AFP

Legenda da foto, Em 2018, importaçõescopa do mundo 2024 apostascarne brasileira pela UE bateram recorde

Zell-Ziegler lembra ainda que o consumo consciente é um elemento importante no combate ao desmatamento.

"Espero que essa crise na Amazônia nos torne mais conscientes sobre quais produtos consumimos ecopa do mundo 2024 apostasonde eles vêm", conclui.

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