Por que há tantos massacresbwin é fiavelpresos no Norte e Nordeste do Brasil?:bwin é fiavel

Pessoas na frente do presídio onde maisbwin é fiavel50 pessoas forma mortas no Pará

Crédito, EPA

Legenda da foto, Maisbwin é fiavel50 pessoas foram mortasbwin é fiavelguerrabwin é fiavelfacções dentrobwin é fiavelpresídio no Pará

Em algum momento da última década, esses dois grupos migraram para o Norte e para o Nordeste, buscando novas oportunidadesbwin é fiavelnegócios. Por algum tempo, eles foram aliados, mas romperam as relaçõesbwin é fiavelmeadosbwin é fiavel2016, iniciando um conflito que se espalhou pelo país.

Imagem aérea do Centrobwin é fiavelRecuperação Regionalbwin é fiavelAltamira

Crédito, Google

Legenda da foto, No Nordeste, a taxabwin é fiavelassassinatos chegou a 48,6 mortes por 100 mil habitantesbwin é fiavel2017, aumentobwin é fiavel64% entre 2007 e 2017

Altamira

Segundo Roberto Magno Reis Netto, doutorandobwin é fiavelsegurança pública pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e pesquisador do Laboratóriobwin é fiavelGeografia da Violência e do Crime, o Comando Classe A surgiubwin é fiavelAltamira recentemente, sob as asas do PCC.

O crescimento econômico e populacionalbwin é fiavelAltamira, estimulado pela construção da usinabwin é fiavelBelo Monte, fomentou a atuação das gangues, diz Reis Netto. Para ele, a ofertabwin é fiavelrios na região também facilita o transportebwin é fiaveldrogas para outros locais.

Os massacres funcionam como estratégia dos grupos criminosos, explica Reis Netto. "Quando a facção está se expandindo, como essabwin é fiavelAltamira, ela costuma usar as mortesbwin é fiavelpresídios para eliminar momentaneamente líderes rivais, mas tambémbwin é fiavelforma simbólica, para mostrar força para os rivais", disse.

A região Norte é divida por várias siglas, mais fortemente entre Família do Norte, Comando Vermelho e PCC, embora esse último tenha perdido força nos últimos anos. Elas disputam as vendasbwin é fiaveldrogas nas cidades, mas também uma rotabwin é fiaveltráfico que vem da Colômbia, Peru e Bolívia.

Jábwin é fiavelEstados do Nordeste, como Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, facções menores também foram criadas, masbwin é fiavelcontraposição aos paulistas.

De acordo com Ítalo lima, do Laboratóriobwin é fiavelEstudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), esses conflitos ocorrem há maisbwin é fiavel20 anos nos presídiosbwin é fiavelSudeste e Sul. A diferença é que o PCC hoje tem o monopólio do tráficobwin é fiaveldrogas e do controle dos presídios, principalmentebwin é fiavelSão Paulo. Além disso, a facção paulista evita chamar a atenção por ações violentas.

"Isso se alastrou para os presídiosbwin é fiaveloutras regiões. As facções mais novas precisam passar o medo e fazer publicidadebwin é fiavelsuas ações por meiobwin é fiavelvídeos. Estamos acompanhando a consequênciabwin é fiavelescolhas feitas há décadas, tratar o encarceramento como negócio", afirmou.

Rebeliãobwin é fiavelAlcaçuz

Crédito, AFP

Legenda da foto, No presídiobwin é fiavelAlcaçuz, na região metropolitanabwin é fiavelNatal, ao menos 26 presos da facção Sindicato do Crime foram mortos por integrantes do PCC

Para o pesquisador, os conflitos nas penitenciárias são um reflexo dos problemas brasileiros. Ele diz que há uma grande preocupação com a segurança enquanto outras áreas ficam esquecidas, como saúde, educação e emprego.

"Precisamos resolver o analfabetismo, problemas na educação, moradia, saneamento básico e garantir renda para projetos. Hoje, o Brasil quer resolver problemas históricos eliminando o outro. É necessário reduzir o desemprego na juventude e a evasão escolar para reduzirbwin é fiavelmaneira estrutural nossos problemas nos presídios", afirmou.

No Pará, comobwin é fiaveloutros Estados, os presídios estão superlotados e precários. Segundo o Infopen, do Departamento Penitenciário Nacional, o Pará tinha uma taxabwin é fiavelocupaçãobwin é fiavelsuas cadeiasbwin é fiavel167%. Em 2016, últimos dados oficiais compilados pelo governo federal, o Pará tinha 14.212 presos para apenas 8.489 vagas. Desse total, 48,3% eram presos provisórios - ou seja, pessoas que ainda não haviam sido julgadas.

A estrutura do próprio presídiobwin é fiavelAltamira, onde ocorreu o massacrebwin é fiavelsegunda-feira, foi classificada como "péssima"bwin é fiavelum relatório do Conselho Nacionalbwin é fiavelJustiça. O juiz que realizou a vistoria apontou que a unidade tem capacidade para 163 presos, mas, no momento do massacre, contava com 343 detentos.

"Os presídios do Pará, como no resto do país, são precárias e superlotadas. Nessas cadeias, presos perigosos ficam misturados com presosbwin é fiavelmenores potencial ofensivo", diz Edson Ramos, professor do programabwin é fiavelpós-graduaçãobwin é fiavelSegurança Pública da Universidade Federal do Pará. "Você coloca dentrobwin é fiaveluma mesma cela um cara que praticou um pequeno furto com grandes líderesbwin é fiavelredes criminosas. Então, esse recrutamento (de novos filiados para as facções) fica muito fácil."

Dados da violência

Os recentes ataques nos presídios foram acompanhados por uma explosãobwin é fiavelhomicídios nas ruas, tanto no Norte como no Nordeste, segundo dados do Atlas da Violência, publicação anual do Institutobwin é fiavelPesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileirobwin é fiavelSegurança Pública.

Vidro perfurado por bala.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O aumento da presençabwin é fiavelfacções criminosas é um dos fatores que explicam a altabwin é fiavelhomicídios no Norte e no Nordeste

No Nordeste, a taxabwin é fiavelassassinatos chegou a 48,6 mortes por 100 mil habitantesbwin é fiavel2017, aumentobwin é fiavel64% entre 2007 e 2017. Já os sete Estados do Norte bateram a marcabwin é fiavel47 por 100 mil, crescimentobwin é fiavel75% no mesmo período.

Como comparação, no Sudeste o índice médiobwin é fiavelhomicídios foibwin é fiavel19 por 100 mil habitantesbwin é fiavel2017, quedabwin é fiavel17%bwin é fiaveldez anos.

O Atlas da Violência resume o cenário. "Nos últimos anos, enquanto houve uma residual diminuição (da taxabwin é fiavelhomicídios) nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, observou-se certa estabilidade do índice na região Sul e crescimento acentuado no Norte e no Nordeste."

Por Estado, os números são ainda mais dramáticos. Enquanto São Paulo registra 10,3 homicídios por 100 mil pessoas - a menor taxa do país -, os nordestinos Rio Grande do Norte e Ceará bateram 62,8 e 60,2, respectivamente. Já o Acre (62,2) e o Pará (54,7) despontam como campeõesbwin é fiavelhomicídios no Norte.

Mas por que essa violência cresceu?

"O boom econômico vivido pela região não foi acompanhado por investimentos no treinamento e fortalecimento das polícias e melhorias no sistema prisional. Cidades até então pequenas e pacatas cresceram muito, mas a infraestrutura policial e social não acompanhou", disse Thadeu Brandão, professorbwin é fiavelsociologia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido,bwin é fiavelentrevista recente à BBC News Brasil.

Presídio onde maisbwin é fiavel50 pessoas foram mortas no Pará

Crédito, EPA

Legenda da foto, Pesquisadora Camila Nunes Dias diz que grande fragmentação é um dos motivosbwin é fiavelguerras no Norte e Nordeste

"Por outro lado, a Justiça não se preocupoubwin é fiavelcombater as grandes redes criminosas. Ficou concentradabwin é fiavelprender pequenos traficantes, que vão para presídiosbwin é fiavelpéssimas condições. Esses 'aviõezinhos', pequenos delinquentes, acabam sendo cooptados pelas facções e se tornam grande delinquentes", afirmou.

Além do crescimento econômico, as regiões também viveram uma mudança demográfica, que,bwin é fiavelparte, pode explicar o aumento dos homicídios. As populaçõesbwin é fiaveladolescentes e jovens do Norte e do Nordeste são proporcionalmente maiores que as do Sul e do Sudeste - e, no geral, grande parte das vítimasbwin é fiavelhomicídio é composta justamente por pessoas dessa faixa etária.

"Muitos desses jovens, moradoresbwin é fiavelbairros pobres, são excluídos do mercado formal do trabalho e da educação superior", diz Roberto Magno Reis Netto, da UFPA. "Quando eles são presos, são colocadosbwin é fiavellocais mais precários ainda, as prisões. Suas opções ficam ainda mais reduzidas. O crime oferece condições melhores. Acho que o crime é uma escolha, mas esse contexto contribui muito para a entrada dessas pessoas."

Fragmentação do crime

Camila Nunes Dias, professora da Universidade Federal do ABC e pesquisadora Núcleobwin é fiavelEstudos da Violência (NEV) da USP, diz que esses conflitos no Norte e Nordeste ocorrem principalmente por conta da fragmentação das facções na região que se dá com a nacionalização dos grandes grupos do Sudeste.

"Quando esses grupos do Sudeste se nacionalizam, isso produz um arranjobwin é fiavelcada lugar, que é marcado pelo surgimentobwin é fiavelgrupos locais. No Norte e Nordeste, eles são muito fragmentados e isso favorece para que eles sejam mais instáveis, o que causa mais riscosbwin é fiavelrebeliões violentas", afirmoubwin é fiavelentrevista à BBC News Brasil.

Ela conta que o PCC surgiu no começo da décadabwin é fiavel1990, envolveu-sebwin é fiavelvários conflitos, principalmente com presos que não aceitavam a presença da facção. Para ela, a hegemonia do grupo se consolidou no início dos anos 2000. Desde então, grupos menores não têm capacidadebwin é fiavelameaçá-los no Estadobwin é fiavelSão Paulo, o que torna a região imune a esse tipobwin é fiavelconflito dentro dos presídios.

"Eles tiveram êxitobwin é fiavelevitar uma fragmentação. Hoje, aqueles que não se encaixam na facção pedem para serem transferidos para presídios conhecidos como 'seguro', com acusadosbwin é fiavelcometer crimes sexuais. Não é possível replicar issobwin é fiaveloutros Estados porque a fragmentação muito grande", diz Nunes Dias.

Por outro lado, a pesquisadora afirma que, mesmo fragmentados, esses grupos criam uma polarização nos Estados do Norte e Nordeste entre PCC e CV - os maiores do país. Segundo ela, isso começoubwin é fiavel2016, quando as gangues nascidas no Riobwin é fiavelJaneiro e São Paulo, que atuavam juntos e conviviam nas mesmas prisões, romperam relações.

"Os grupos menores são geralmente aliadosbwin é fiavelum ou outro. Raramente são neutros. Isso acabou polarizando. É aquele papobwin é fiavel'o inimigo do meu amigo também é meu inimigo'".

raya

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