G20: a mensagem que Bolsonaro vai levar aos líderes das 20 maiores economias do mundo:qg pix bet
Bolsonaro abre o artigo com uma crítica genérica às gestões anteriores e a promessaqg pix bet"resguardar tradições e valores morais" do Brasil. "Um novo Brasil estaráqg pix betOsaka para participar do G20. Deixamos para trás um períodoqg pix betEstado inchado, ineficiente, corrupto e permissivo com a violência", diz.
"No lugar disso, estamos construindo a sólida fundaçãoqg pix betum governo enxuto, formado por especialistas focadosqg pix betequilibrar as contas públicas, restaurar o império das leis, e resguardar as tradições e valores morais do nosso povo."
No texto, o presidente indica que vai focarqg pix betparticipação no G20qg pix betquatro questões: defesa do livre comércio; reforma da Previdência; combate à corrupção; e defesa da redução do protecionismoqg pix betpaíses ricos na agropecuária.
Para o autor do livro sobre o G20, enquanto o presidente brasileiro deve ser alvoqg pix betcríticas dos demais líderes porqg pix betposturaqg pix betrelação ao meio-ambiente, ele possivelmente será ouvido com atenção nas discussões sobre Previdência, livre comércio e combate à corrupção.
"Será no G20 a verdadeira grande estreiaqg pix betBolsonaro no palco internacional, então, o mundo estará interessadoqg pix betsaber quem ele realmente é", disse Kirton à BBC News Brasil.
"Eles (países do G20) sabem da retórica provocativaqg pix betBolsonaro, num estilo semelhante aoqg pix bet(Donald) Trump. Mas querem saber quais são suas reais posições e ideias agora que ele está à frente do governo. E coincidiuqg pix betalgumas agendas domésticasqg pix betBolsonaro serem tópicosqg pix betdiscussão nesse encontro do G20."
Reforma da Previdência
A reforma da Previdência que o governo tenta aprovar no Congresso Nacional deve ser central nos discursosqg pix betBolsonaro no G20.
"Após anosqg pix betdiscussões mal-sucedidas, apresentamos uma reforma abrangente do nosso sistemaqg pix betseguridade social", afirma o presidente, no artigo.
"A estimativa é cortar maisqg pix betUS$ 250 bilhõesqg pix betgastos nos próximos 10 anos, protegendo os pobres e combatendo privilégios", completa.
Pode parecer um assunto doméstico, mas a propostaqg pix betdiscussão no Brasil éqg pix betinteresse internacional. Isso porque diversos países, principalmente os desenvolvidos, sofrem no momento com o rápido envelhecimentoqg pix betsuas populações e, como consequência, com a perdaqg pix betmão-de-obra.
É o caso das principais nações europeias e do próprio Japão.
Se o Brasil conseguir aprovar uma reforma eficaz, diz o professor Kirton, pode vir a ser visto como modelo nesse setor, ganhando voz internacionalmente. E há interesse por parte dos países ricosqg pix betouvir as propostas e estratégias adotadas pelo governo para que isso aconteça.
Evidentemente, a aprovação do projeto no Congresso brasileiro encontra empecilhos - o texto enviado pelo governo é alvoqg pix betcríticasqg pix betalguns setores e tende a ser esvaziado por alterações no Legislativo, o que produziria uma economia menor do que a prevista para os gastos públicos.
Mas, diante dos líderes do G20, Bolsonaro deve carregar no otimismo ao fazer seu pronunciamento.
"O que ele pode fazer é levar a mensagem do 'seu Brasil' para o G20 dizendo que está adotando ações,qg pix betcasa, para solucionar alguns dos grandes problemas que todos os demais países enfrentam", diz Kirton.
"Ele dirá que a reforma da Previdência vai ajudar a controlar o déficit fiscal e a proteger a população que está envelhecendo. Essa é uma mensagem importante para o Japão, a China e países europeus que estão sofrendo com o envelhecimentoqg pix betsuas populações."
Livre comércio
Segundo o professor Kirton, a reunião do G20 deverá ser palcoqg pix betuma disputa entre a defesa do livre comércio e a defesa da necessidadeqg pix betproteçãoqg pix betsetores econômicos.
Diante da guerra comercial travada entre Estados Unidos e China, a discussão sobre protecionismo x livre mercado será o grande foco do encontro entre os líderes das 20 maiores economias.
Desde março do ano passado, os governosqg pix betDonald Trump eqg pix betXi Jinping travam uma disputa baseadaqg pix betaumentosqg pix bettarifas sobre importaçãoqg pix betprodutos americanos e chineses, e retaliações a empresas dos dois países - práticas que contrariam as regras da livre concorrência defendidas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
No seu artigo, Bolsonaro indica que se juntará às vozes que defendem as regrasqg pix betlivre comércio, embora tenha se aproximado fortemente do governo Trump nos primeiros seis mesesqg pix betgoverno e, internamente, dado sinaisqg pix betque pretende controlar preços da Petrobras.
"Estamos resgatando a vocaçãoqg pix betlivre concorrência do Mercosul e vamos priorizar negociações que já estejamqg pix betestágio avançado, como a negociação com a União Europeia e o Canadá", diz, acrescentando que iniciará negociaçõesqg pix betcomércio com Cingapura, Nova Zelândia e Estados Unidos.
De fato, segundo fontes do governo, há uma reunião bilateral prevista para ocorrerqg pix betOsaka entre Bolsonaro e o primeiro-ministroqg pix betCingapura, Lee Hsien Loong. No entanto, apesarqg pix betdar o tomqg pix betque as negociações com a União Europeia caminham bem, as últimas conversas sobre um acordo fracassaram.
Integrantes do bloco europeu, principalmente a França, disseram que não assinarão um entendimento com países que não compartilham dos valores do Acordoqg pix betParis - uma clara referência à posturaqg pix betceticismo do governo Bolsonaroqg pix betrelação ao aquecimento global e a necessidadeqg pix betpreservar a Floresta Amazônica.
No artigo, Bolsonaro também reforça a intenção do Brasilqg pix betintegrar a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e, ao abordar esse ponto, volta a se dizer comprometido com o livre comércio.
A OCDE é formada por um seleto grupoqg pix betpaíses, a maioria desenvolvidos e com grandes economias. Fazer parte dessa organização funciona como uma espécieqg pix betchancelaqg pix betcredibilidade internacional eqg pix betboas práticas comerciais.
"Com a mesma determinação, desejamos nos juntar à OCDE, sem atraso. Só temos a ganharqg pix betadotar as melhores práticas internacionais e trocas com outros países abertos ao comércio e ao fluxoqg pix betinvestimentos."
Recentemente, o Brasil obteve seu primeiro "ganho" com a aproximação entre Bolsonaro e Trump, quando os EUA se posicionaram formalmente a favor da entrada do Brasil na OCDE.
No entanto, segundo Kirton, para obter o apoioqg pix betpaíses europeus, o governo Bolsonaro terá que se mostrar mais comprometido com o meio-ambiente.
De acordo com o professor canadense, o cancelamento, por Bolsonaro,qg pix betuma reunião regional das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que seria realizadaqg pix betagostoqg pix betSalvador, na Bahia, foi recebido pela comunidade internacional como sinalqg pix betque o Brasil não está comprometido com o combate ao aquecimento global.
"O Brasil quer entrar na OCDE e praticamente todos os países que integram o grupo, com exceção dos Estados Unidos, acreditam numa solução multilateral liderada pela ONU para controlar as mudanças climáticas", destaca Kirton.
"Se o Brasil quer avançar no seu desejoqg pix betfazer parte da OCDE, vai ter que adotar uma posição mais respeitável sobre mudanças climáticas, o que Bolsonaro não tem feito até agora."
Protecionismo na agricultura
Durante o G20, Bolsonaro deverá fazer um pedido específico aos países ricos: que sejam discutidas regras internacionais mais duras para coibir a adoçãoqg pix betmedidas protecionistas na áreaqg pix betagricultura.
Segundo ele, subsídios agrícolas adotados nos últimos anos geraram "empecilhos" para o progressoqg pix betpaísesqg pix betdesenvolvimento.
Não se trataqg pix betuma mensagem nova. O mesmo pleito foi feito com vigor, mas sem grandes resultados, durante os oito anosqg pix betgoverno Luiz Inácio Lula da Silva,qg pix betdiferentes reuniões do G20.
Nos últimos anos, União Europeia e Estados Unidos têm adotado uma sérieqg pix betsubsídios para proteger a produção localqg pix betalimentos contra importaçõesqg pix betcommodities mais baratas vindasqg pix betpaísesqg pix betdesenvolvimento, como o Brasil.
Há anos, o governo brasileiro advoga por regras mais duras contra práticas protecionistas na agricultura e já entrouqg pix betdisputas na OMC contra subsídios concedidos por União Europeia e EUA a produtos agrícolas, como algodão.
"O sistema multilateralqg pix betcomércio precisa ser reformado para cumprir o seu objetivo originalqg pix betabrir mercados e promover o desenvolvimentoqg pix betseus Estados-membros", afirma Bolsonaro.
"Inaceitáveis diferenças entre as regras sobre produtos agropecuários e produtos industriais têm criado persistentes distorções no comércioqg pix betalimentos, prejudicando o progressoqg pix betvários paísesqg pix betdesenvolvimento."
Corrupção
Segundo Kirton, outro tópico relevante do G20 será o combate à corrupção, especialmente a adoçãoqg pix betmedidas internacionais para impedir lavagemqg pix betdinheiro e práticaqg pix betpagamentosqg pix betpropinaqg pix betcontratosqg pix betmultinacionais.
Por causa da Operação Lava Jato, Bolsonaro deve ser um dos líderes com destaque nessa discussão, segundo o professor.
Em seu artigo para o G20, Bolsonaro cita o "pacote anticrime" apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ao Congresso como exemplo do comprometimento do governo no combate à violência e à corrupção.
"Apresentamos um pacote anticrime que ataca a impunidade que induziu por tanto tempo a corrupção e o crime no nosso país", diz.
Segundo o presidente, essa proposta,qg pix betconjunto com uma futura reforma no sistema tributário, tem o objetivoqg pix bet"virar a página da decadência política, econômica e moral que dominou o Brasil".
Não está claro, porém,qg pix betque forma as reportagens do site The Intercept que mostram o atual ministro sugerindo estratégiasqg pix betatuação ao Ministério Público quando ainda era juiz podem ter abalado a imagem da Lava Jato no exterior.
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