Para Moro, investigar FHC ‘melindraria’ apoiador da Lava Jato, segundo site:carballo gremio

Crédito, AFP

Legenda da foto, Em mensagem, Moro teria questionado procurador sobre força das evidências contra FHC

carballo gremio O site jornalístico The Intercept publicou no começo da noite desta terça-feira (18) uma nova reportagem baseadacarballo gremiosupostas conversas do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato no Paraná. Os novos diálogos mostrariam o então juiz federal Sérgio Moro questionando a força dos indícios - e a conveniência política -carballo gremioinvestigações contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O The Intercept começou a publicar reportagens baseadas nas supostas trocascarballo gremiomensagens no domingo (9). Segundo o site, os diálogos mostrariam que Sérgio Moro trabalhoucarballo gremioconjunto com os investigadores -carballo gremioalguns casos, para prejudicar investigados e réus da Lava Jato. Na época das conversas, Moro era o responsável por julgar os casos da operação na 1ª Instância da Justiçacarballo gremioCuritiba (PR), onde a investigação começou.

A BBC News Brasil não conseguiu confirmarcarballo gremiomaneira independente a veracidade das mensagens reproduzidas pelo The Intercept, mas a sériecarballo gremioreportagens tem movimentado autoridades e políticos desde que começou a ser publicada.

As mensagens divulgadas na nova reportagem teriam sido trocadascarballo gremio13carballo gremioabrilcarballo gremio2017, uma quinta-feira. Naquela semana, o ministro do STF Edson Fachin enviou 201 pedidoscarballo gremioinvestigação do MPF sobre políticos para outras instâncias da Justiça - entre eles um relativo a Fernando Henrique, remetido à Justiça Federalcarballo gremioSão Paulo. Os pedidoscarballo gremioinvestigação - chamadoscarballo gremio"petições" - eram derivados da delaçãocarballo gremioexecutivos da empreiteira Odebrecht.

"Tem alguma coisa mesmo seria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco?", diz Moro a Dallagnol por volta das 9h da manhã. "Caixa 2carballo gremio96?", continua Moro. "Em pp (princípio) sim, o que tem é mto fraco", responde Dallagnol. "Não estaria mais do que prescrito?", questiona Moro. "Foi enviado para SP sem se analisar prescrição", responde Dallagnol. "Suponho quecarballo gremiopropósito. Talvez para passar recadocarballo gremioimparcialidade", continua Dallagnol. "Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante", diz Moro.

Crédito, Fernando Frazão / Agência Brasil

Na mesma manhã, enquanto conversava com Moro, Dallagnol mandou mensagens a procuradores da Lava Jatocarballo gremioBrasília. Um deles confirmou que o caso foi mesmo despachado para São Paulo sem uma análise da prescrição - o que Dallagnol depois informa a Moro.

A acusação contra Fernando Henrique Cardoso já era conhecida pelos procuradores desde 2016, quando o empresário Emílio Odebrecht mencionou o ex-presidente emcarballo gremiodelação premiada. O empreiteiro disse ter dado dinheirocarballo gremiocampanha a FHCcarballo gremio1994 e 1998, tantocarballo gremioforma oficial quanto por meio do Caixa 2 - isto é, sem o conhecimento da Justiça Eleitoral. O depoimentocarballo gremioOdebrecht permaneceu sob sigilo até abrilcarballo gremio2017.

Três meses depoiscarballo gremiochegar a São Paulo a investigação foi arquivada, pois o eventual crime, se ocorreu, já estava prescrito.

Lava Jato: 'ataque infundado à imparcialidade da operação'

A força-tarefa da Lava Jatocarballo gremioCuritiba divulgou uma nota na qual contesta a reportagem do Intercept. Os procuradores dizem que não trabalharam no casocarballo gremioFernando Henrique; que nunca deixaramcarballo gremioinvestigar políticoscarballo gremioqualquer partido e que "a veracidade das mensagens não pode ser confirmada".

"A força-tarefa do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) vem a público repudiar o ataque infundado à imparcialidade da operação Lava Jato por meiocarballo gremiopublicação equivocada e sem checagem dos fatos pelo site 'The Intercept Brasil'", começa o texto.

Na nota, os procuradores afirmam que adotou "todas as providências cabíveis" sempre que ficou sabendocarballo gremio"fatos que poderiam relevar indícios concretoscarballo gremiocrimes envolvendo altas autoridades", "independentemente do partido a que pertencessem".

Os procuradores dizem ainda que a petição relativa a Fernando Henrique foi apresentada pela PGR ao STF - e depois encaminhada a São Paulo. Nunca esteve, portanto, sob responsabilidade dos procuradorescarballo gremioCuritiba.

Crédito, Agência Senado

Legenda da foto, FHC (dir.) com Aécio Neves (PSDB)carballo gremio2014: ex-presidente ainda não se pronunciou sobre o vazamento

"A publicação,carballo gremiomodo tendencioso, para criar artificialmente uma realidade inexistente que dê suporte a teses que favoreçam o ex-presidente Lula, deixacarballo gremioreportar a seus leitores o que é fato", diz o texto. Os procuradores mencionam o fato da Lava Jato já ter acusado políticos ligados a 20 partidos diferentes.

Moro: reportagem é 'mero sensacionalismo'

Sérgio Moro divulgou uma nota por meio da assessoriacarballo gremioimprensa do Ministério da Justiça.

O ministro começa dizendo que "não reconhece a autenticidade das supostas mensagens obtidas por meios criminosos, que podem ter sido editadas e manipuladas, e que teriam sido transmitidas há dois ou três anos".

Moro reitera que nunca interferiu no caso envolvendo Fernando Henrique Cardoso, e que sempre se pautou "pela aplicação correta da lei a casoscarballo gremiocorrupção e lavagemcarballo gremiodinheiro".

Por fim, Moro diz que as "conclusões da matéria veiculada pelo site Intercept sequer são autorizadas pelo próprio texto das supostas mensagens, sendo mero sensacionalismo".

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