Brasil perde maispixbet slotR$ 30 bi por ano por ineficiênciapixbet sloteducação, diz ex-cotado ao MEC:pixbet slot

Universitários,pixbet slotfotopixbet slotarquivo

Crédito, Mylena Gonçalves / UFOP

Legenda da foto, Para especialista, universidades públicas têmpixbet slotpropor 'agendapixbet sloteficiência' e melhorar formaçãopixbet slotprofessores da educação básica; acima, universitáriospixbet slotfotopixbet slotarquivo

Ele contoupixbet slotabril ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que chegou a ser convidado (e a aceitar) ao cargopixbet slotministro da Educação do então presidente eleito Jair Bolsonaropixbet slotnovembro do ano passado, mas seu nome acabou sendo vetado pela bancada evangélica, próxima ao governo.

Na segunda-feira (10/6),pixbet slotSão Paulo, Ramos participou do lançamentopixbet slotum projetopixbet slotalfabetização do Instituto Ayrton Senna, que visa a melhorar os maus índicespixbet slotalfabetização brasileiros e ao mesmo tempo estimular o desenvolvimentopixbet slothabilidades socioemocionais nas crianças.

Em entrevista à BBC News Brasil, o especialista explica como atrasos na alfabetização prejudicam toda a cadeia da educação e defende que as universidades proponham uma agenda para melhorar a formaçãopixbet slotprofessores, um grande gargalo da educação do país. Veja os principais trechos da entrevista:

pixbet slot BBC News Brasil - Qual o diagnóstico que levou vocês (do Instituto Ayrton Senna) a pensarempixbet slotum planopixbet slotalfabetização?

Mozart Neves Ramos

Crédito, RICARDO MATSUKAWA / INSTITUTO AYRTON SENNA

Legenda da foto, Mozart Neves Ramos tem quatro décadaspixbet slotexperiência no setor da educação

pixbet slot Mozart Neves Ramos - É o impacto da não alfabetização das crianças na idade certapixbet slotrelação ao futuropixbet slotqualquer país. Entre as crianças brasileiras que concluem o terceiro ano do ensino fundamental (e algumas já com nove anos), 55pixbet slotcada 100 não sabem ler, contar e escrever adequadamente para essa fase dapixbet slotvida escolar. O que naturalmente pode comprometer seu futuro escolar nas etapas seguintes.

Quando a alfabetização não se realiza na idade certa, os impactos imediatos são crianças que não conseguem progredir nos estudos e tendem a no futuro entrar para os chamados "nem-nem", que não estudam nem trabalham. A ponta do icebergpixbet slottodo o fracasso escolar é a não alfabetização adequada na idade certa.

O que nos preocupa é que precisamos da alfabetização tradicional para resolver esse mau desempenho do Brasil, mas entendemos que o mundo atual e futuro vai exigir outras qualidades (das crianças). O Conselho Nacionalpixbet slotEducação (órgão que auxilia o MEC) percebeu a importância dessa cooperação com o Instituto Ayrton Senna, que faz um trabalho (de estímulo) às competências socioemocionais, como criatividade, pensamento crítico, colaboração, comunicação, inovação.

pixbet slot BBC News Brasil - É preciso um olhar mais individualizado à criança e menos massificado no que diz respeito à alfabetização?

pixbet slot Ramos - Principalmente para uma criançapixbet slotsituação delicada, por exemplo, que já tem 10, 12 anospixbet slotidade e não está plenamente alfabetizada. Ela tem grandes chancespixbet slotabandonar a escola, porque já acumulou um certo fracasso escolar.

A gente precisa melhorar a autoestima e a autoconfiança dela, competências importantes para que possa acreditar nela mesma e saber que é possível superar suas dificuldades e dar seguimento à vida escolar e pessoal com sucesso.

pixbet slot BBC News Brasil - A alfabetização na idade certa é uma das metas do Plano Nacionalpixbet slotEducação (PNE, conjuntopixbet slot20 metas para educação aprovadaspixbet slotleipixbet slot2014, com validade até 2024), que estão muito distantespixbet slotserem cumpridas. Como avalia o plano até agora? Ele está escanteado ou ainda dá para dizer que temos metaspixbet sloteducação para 2024?

pixbet slot Ramos - Lamentavelmente, algumas metas já deveriam ter sido alcançadaspixbet slot2016, por exemplo a universalização (da educação) para criançaspixbet slot4 a 17 anos. As metas não foram alcançadas, epixbet slotquem é essa responsabilidade?

Acho que uma das grandes fragilidades do PNE é a ausênciapixbet slotresponsabilização. Enquanto a gente não tiver clareza do papelpixbet slotcada um dos entes federativospixbet slotrelação ao cumprimento das metas e as consequências atreladas a isso, acho que o plano perde força política.

Bolsonaro com equipepixbet slotgoverno

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro com equipepixbet slotgoverno; Mozart Neves Ramos chegou a ser convidado ao MEC, mas sofreu oposiçãopixbet slotbancada evangélica

Veja, nós falamos hoje (no evento) sobre o exemplo do Ceará (que tem índicespixbet slotalfabetização superiores à media do país),pixbet slotseu regimepixbet slotcolaboração e seu esforçopixbet slotalfabetizar aos sete anospixbet slotidade. Mas tem um ponto que é muito importante: a distribuição (do dinheiro) do ICMS do Ceará (aos municípios) não épixbet slotacordo com o númeropixbet slotcrianças matriculadas (nas escolaspixbet slotcada município), mas com base no númeropixbet slotcrianças alfabetizadas. Isso decorrepixbet slotum sistemapixbet slotavaliação anual, e os prefeitos recebem dinheiropixbet slotacordo com o percentualpixbet slotcrianças alfabetizadas.

pixbet slot BBC News Brasil - Ou seja, vincular a verba ao cumprimentopixbet slotuma meta.

pixbet slot Ramos - Exatamente, dando responsabilidade maior a quem épixbet slotdireito - o prefeito,pixbet slotterpixbet slotfato uma política que alfabetize as crianças. Quando há consequência, o prefeito, o ministro ou o governador olha com outro olhar. Quando não tem consequência, a meta não é minha, não é sua. E não é alcançada. E o PNE vai perdendo prestígio social, político e não é levado a sério como deveria ser, por se tratarpixbet slotuma lei.

pixbet slot BBC News Brasil - Você acha que a questão da responsabilização acaba gerando diversos fracassos?

pixbet slot Ramos - O problema do Brasil não é legislação, e nem é tanto o financiamento, como alguns costumam atribuir. O Brasil praticamente triplicou o (gasto) per capita com alunospixbet slot2000 a 2015 na educação básica - erapixbet slotR$ 2.100 e hoje é R$ 6.300. Mas se a gente olha principalmente para os anos finais (do ensino fundamental) e para o ensino médio, nada aconteceu. Temos um percentual grandepixbet slotcrianças não alfabetizadas. Entendo que a (ausência de) gestão,pixbet slotcumprimentopixbet slotmetas epixbet slotresponsabilização clara torna fragilizada a política pública. Deveria haver consequência e identificação clarapixbet slotquem é o responsável pelo não cumprimentopixbet slotuma meta.

pixbet slot BBC News Brasil - Mesmo a responsabilização individual?

pixbet slot Ramos - A gente não tem uma leipixbet slotresponsabilização, mas vou te dar um exemplo desse meu pensamento. Quando fui reeleito reitor da Universidade Federalpixbet slotPernambuco, fui ao Tribunalpixbet slotContas da União, que julga as contas do reitor, e pedi que eles analisassem as minhas contas não somente pelo aspecto contábil, mas com base nos indicadorespixbet slotdesempenho. Disse que queria profissionalizar minha gestão e gostaria que o TCU avaliasse se estava cumprindo as metas propostas no meu plano anual. Eles mandaram técnicos para a Inglaterra para se qualificarem para avaliar desempenhopixbet slotinstituiçõespixbet slotensino superior.

Gastar dinheiro público corretamente não é mérito, é obrigação. Mas gastar com eficiência, eficácia e efetividade é um grande mérito. E precisamos saber identificar aquele gestor que tem seu mérito nisso, seja no campo estadual, municipal e federal, para separar o joio do trigo.

Estudantepixbet slotJoinville,pixbet slotfotopixbet slotarquivo

Crédito, André Nery/MEC

Legenda da foto, Projetopixbet slotalfabetização defende inclusãopixbet slotcompetências socioemocionais no aprendizado

pixbet slot BBC News Brasil - Vivemos um momentopixbet slotcontingenciamento no MEC,pixbet slotque a priorizaçãopixbet slotgastos estápixbet slotdebate. O que devemos priorizar, e como valorizar a educação básica - plano do atual governo - sem sucatear a universidade pública, alvo do contingenciamento?

pixbet slot Ramos - A prioridade tempixbet slotser educação básica, mas sem criar uma situaçãopixbet slot(impedimento)pixbet slotfuncionamento das universidades, que poderiam melhorarpixbet sloteficiência e ter um maior compromisso com a formaçãopixbet slotprofessores. Bolsa (de estudos), por exemplo, não se contingencia. Isso significa a perda do aluno, que não vai poder esperar melhorar a economia (para voltar a estudar). Ele precisa pagar aluguel, se alimentar. Quando esse tipopixbet slotcontingenciamento chega às bolsaspixbet slotpós-graduação, é grave, porque o futuro do Brasil passapixbet slotpesquisapixbet slotbom nível.

(Mas) te dou um número:pixbet slotcada 100 crianças que começam a primeira série do ensino fundamental, somente a metade chega ao final do terceiro ano do ensino médio. A gente perde 50% das crianças ao longo do percurso, e as que chegam ao final têm índicespixbet slotaprendizagem muito baixos. De cada cem que concluem o ensino médio, só sete aprenderam o que seria esperadopixbet slotmatemática e 28pixbet slotlíngua portuguesa.

No ensino superior, a gente vê a mesma coisa, no público e no particular. Se a gente vê o númeropixbet slotingressantes e concluentes, vê que a produtividade das universidades brasileiras épixbet slot50%. Hoje, entram cercapixbet slot1,8 milhãopixbet slotalunos ano no ensino superior - deveriam sair, portanto, daqui a cinco anos, 1,8 milhão (de formandos). Mas saem 900 mil, 800 mil.

A gente perde, desde a educação básica, por ineficiência, reprovação e abandono algopixbet slottornopixbet slotR$ 27 bilhões por ano. Só a perda por abandono no ensino superior público épixbet slotR$ 5 bilhões por ano; e R$ 6 bilhões por ano no privado.

O que quero dizer com isso é que o Brasil tem uma ineficiência tão grande que a gente perde, só na área pública, R$ 33 a 35 bilhões por ano.

Eu faria algo diferente: chamaria as universidades públicas e pediria a elas uma agendapixbet sloteficiência. 'Vocês podem me propor como melhorar o abandono (escolar) e se comprometer com melhorar a educação básica que passe pela formaçãopixbet slotprofessores, que é muito ruim no Brasil. Me tragam uma formação que faça efeito no chãopixbet slotescola, com basepixbet slotevidências e uma melhoria na própria eficiência do sistema, que também é muito ruim, formando só metadepixbet slotquem entra'.

Mozart Neves Ramospixbet slotfotopixbet slot2011, durante audiência na Câmara

Crédito, Ag Câmara

Legenda da foto, Mozart Neves Ramos (à esq)pixbet slotfotopixbet slot2011, durante audiência na Câmara; especialista diz que programas paralisados na esfera federal podem afetar a já deficiente educação brasileira

pixbet slot BBC News Brasil - Onde estão essas ineficiências, esses gargalos?

pixbet slot Ramos - No ensino superior, são fatores diferentes no público e no privado. Mas o que hápixbet slotcomum entre eles é a baixa qualidade dos alunos que entram na universidade, que chegam com muitos déficitspixbet slotaprendizagem. Os dois primeiros anos (na universidade) sentem muito o impacto desse déficit, principalmentepixbet slotcursos com alto índicepixbet slotmatematicidade, como engenharias, economia, administração.

Mas há outros fatores também, na formapixbet slotingresso. O aluno está no meio dapixbet slotformação juvenil, estão mudando seu corpo,pixbet slotcabeça, seus valores. E às vezes ele faz uma escolha que percebe que não era aquilo que ele queria. Me deparei com muitos alunos assim nos meus 37 anospixbet slotuniversidade federal.

E há as demandas do mercado. Veja alunospixbet slotinformática: com dois anos e meiopixbet slotcurso, eles já têm competências que lhe garantem postos no mercadopixbet slottrabalho, ganhando às vezes mais do que o professor que dá aula para eles. Vi isso na UFPE. O mundo laboral está mudando muito, e às vezes o jovem (desanima em) ficar quatro ou cinco anos estudando; a universidade já não é aquele sonho dourado do passado.

No setor privado, há outro fator: com o desemprego e a economia (ruim) e o Fies (programa federalpixbet slotfinanciamentopixbet slotgastos universitários) com uma grande reduçãopixbet slotcontratos, como o alunopixbet slotbaixa renda vai entrar no ensino superior privado?

Por isso esse setor está olhando muito para o EAD (ensino à distância),pixbet slotque o custo por aluno é menor. É um caminho, e acho que o caminho futuro é o ensino híbrido, com algumas disciplinas online e outras presenciais.

pixbet slot BBC News Brasil - Mas é possível que tenhamos uma precarização ainda maior nesse setor por conta disso? Na formaçãopixbet slotprofessores, por exemplo, fala-se como o EAD é deficitário, desassociado da prática e do chão da escola. E o ministro (da Educação Abraham Weintraub) sinalizou apoio ao ensino superior privado.

pixbet slot Ramos - Sendo franco, estou muito preocupado. Quando era pró-reitor acadêmico, na décadapixbet slot1990, lutei muito pelas licenciaturas (cursos para formaçãopixbet slotprofessores) à noite, porque as diurnas eram ociosas. Boa parte dos interessados já trabalhavam e tinham que estudar à noite.

Alunos da UFPR,pixbet slotfotospixbet slotarquivo

Crédito, Samira Chami Neves/ Sucom/UFPR

Legenda da foto, Universidades herdam as deficiênciapixbet slotensino da educação básica; acima, alunos da UFPRpixbet slotfotopixbet slotarquivo

Qual foi o grande problema: é que se a gente quiser uma formação com residência pedagógica, como fazer com alunos trabalhadores que estudam à noite com menos horaspixbet slottempopixbet slotestudo? E o aluno aprende também com iniciação científica, iniciação à docência, atividades que complementam a formação e fixam o aluno na universidade. O aluno à noite não tem como fazer. É uma preocupação como vamos sair dessa encruzilhada. Não é um problemapixbet slothoras, maspixbet slotcomo qualificar essas horas (da formaçãopixbet slotprofessores), como fazer residência pedagógica.

pixbet slot BBC News Brasil - No momento atual corremos o riscopixbet slotretrocessos na educação, por essa combinaçãopixbet slotcontingenciamento e dificuldadepixbet slotinterlocução (no MEC)?

pixbet slot Ramos - O Brasil vive uma crise econômica grave, e o presidente (Jair Bolsonaro) tem falado abertamente disso. Não sei até que ponto isso tem a ver com a aprovação da reforma da Previdência, como mecanismopixbet slotpressão. Mas o sistema privado passa por um momento complicado por causa do Fies.

Na área pública, já vempixbet slotalgum tempo - e não é desse governo - a redução líquida dos orçamentos (das universidades federais). E o modelopixbet slotgestão ainda é muito arcaico. Se pelo menos as universidades (federais) tivessem mais autonomia, como fazem as universidades paulistas (USP, Unesp, Unicamp), que recebem percentual do ICMS e constroem seus orçamentos. Acho que as universidades vão precisar se reinventar, ter o apoio da sociedade e dos parlamentares no Congresso para sobreviver a esse momento.

pixbet slot BBC News Brasil - Na educação básica, ouvipixbet slotescolas da rede estadual e municipal dificuldadepixbet slotse planejar, livros didáticos que às vezes chegam, às vezes não. Pode haver retrocessos também na educação básica?

pixbet slot Ramos - Sim, porque passados seis mesespixbet slotgoverno tivemos dois ministros; órgãos importantes como o Inep (que realiza o Enem e demais avaliações da educação) já tiveram três técnicos (em seu comando) e ainda não temos a cara da áreapixbet sloteducação do governo Bolsonaro. Qual a política e os fluxos delas, para que efetivamente as redes estaduais e municipais possam (funcionar) com o complementopixbet slotrenda da União? Programas paralisados podem ter um impacto negativo na já baixa qualidade da educaçãopixbet slothoje.

Óbvio que o problema não é só financeiro, mas (precisamos) resolver a questão financeira, que é grave para alguns municípios - embora haja muito problemapixbet slotgestão, desperdício e desviopixbet slotdinheiropixbet slotuma parcela importantepixbet slotmunicípios.

pixbet slot BBC News Brasil - Sobre o Fundeb (fundo federal que financia a maior parte da educação básica pública e que, por lei, deixapixbet slotvaler no ano que vem), como podemos melhorar esse mecanismo?

pixbet slot Ramos - Esperamos que o Fundeb seja renovado, algo que não é tão simples. A gente já está no meio do ano, e (por se tratar de) uma emenda na Constituição precisapixbet slotduas votações sucessivas com quórum qualificado, para renovar ainda neste ano (ou seja, precisa ser aprovadapixbet slotdois turnos no Plenário da Câmara dos Deputados, com ao menos 308 votos). Não é trivial e tem que ser aprovado agora.

Criançaspixbet slotescolapixbet slotJoinville,pixbet slotfotopixbet slotarquivo

Crédito, André Nery/MEC

Legenda da foto, De cada 100 crianças que começam a primeira série do ensino fundamental, somente a metade chega ao final do terceiro ano do ensino médio

Além disso, a gente espera - embora seja difícil, porque o clima econômico não está ajudando - incorporar ao Fundeb parâmetrospixbet slotqualidade, como os do Ceará, para estimular resultados. E mais: aumentar a participação da União, que só coloca 10% (nos recursos do Fundeb). Há um movimento para que chegue a 15%, mas com o atual clima econômico e a agenda do Congresso travada pela Previdência, vai ser preciso ter muita articulação e boa vontade.

pixbet slot BBC News Brasil - Muitas ações do MEC têm sido lastreadas por justificativaspixbet slot"balbúrdia", "doutrinação", "ideologiapixbet slotsalapixbet slotaula". O que você, compixbet slotexperiênciapixbet sloteducação, vêpixbet slotconsistente nisso, ou isso atrapalha a realizaçãopixbet slotpolíticas concretas?

pixbet slot Ramos - Olha, fui reitor por oito anospixbet slotuma grande universidade, a UFPE. O clima na época já era complexo, mas a universidade sempre foi da vanguardapixbet slotuma política mais à esquerda mesmo. Nunca fui filiado a nada, nunca tive participação expressiva no campo político. Sempre fui acadêmico, técnico, mas aprendi a ouvir as pessoas e a entender que a posição diferente da minha poderia me ajudar a ampliar minha visãopixbet slotmundo.

Quando o MEC fica nesse negóciopixbet slot"escola sem partido", "ideologiapixbet slotgênero", "balbúrdiapixbet slotuniversidade", deveria na verdade estar preocupado na internacionalização da universidade,pixbet slotcriar mecanismos para mobilidadepixbet slotestudante, dupla titulação, criar convêniospixbet slotcooperação com universidadespixbet slotrenome para trocaspixbet slotprofessores e alunos, criar plano estratégico com basepixbet slotmetas e resultados.

Se ela (universidade) tem uma visão mais política mas está cumprindo seu papel social, pouco me interessa. Sempre disse que não estou preocupado que as pessoas pensem como eu penso, estou preocupado que façam o que a sociedade espera delas. Se elas fizerem, estarão fazendo para a sociedade, e portanto para mim também. A gente (na UFPE) não ficava preso a uma situaçãopixbet slotque todo mundo tinha que pensar igual para a universidade funcionar.

Dei títulospixbet slotprofessor emérito a pessoas mais à direita porque representavam certo setor da universidade, e também ao professor Paulo Freire, que hoje está sendo tão questionado pelo atual Ministério da Educação. Tive o maior prazer, privilégio e honrapixbet slotdar a Paulo o títulopixbet slotprofessor emérito da UFPE.

A universidade é plural, jovem é rebelde mesmo, e faz parte (ter) a capacidadepixbet slotdialogar com esse jovem, não confrontá-lo. O jovem precisa ter voz e entendimento que essa voz pode ter uma influência positiva na universidade e na sociedade. É preciso ter tolerância e uma agenda mais propositiva e menospixbet slotenfrentamento.

pixbet slot BBC News Brasil - Em entrevista ao programa Roda Viva, dois meses atrás, você comparou o MEC a um transatlântico. Acha que esse transatlântico já achou um rumo, ou está à deriva?

pixbet slot Ramos - Ele ainda é um transatlântico, só que está parado procurando rumo, 'para onde eu vou?'. A própria Secretariapixbet slotEducação Básica,pixbet slotmodo até interessante, convidou o terceiro setor, a Consed (Conselhopixbet slotSecretários Estaduais da Educação) e a Undime (União dos Dirigentes Municipais da Educação) para pensar suas estratégias, mostrando que ainda está pensando 'onde vou colocar minhas fichas'.

Se por um lado isso retrata uma coisa muito positiva,pixbet slotchamar os atores da sociedade para construir juntos - e acho que isso foi uma jogada bem legal do MEC -, isso mostra também uma paralisia. Mostra que ainda não está funcionando. Então, continua sendo um transatlântico, porque tem muitos programas, (abrangendo) coisas que deveriam ser dos Estados e municípios, mas que está parado ou andando muito lentamente.

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