Os 3 momentos que 'esfriaram' euforia do mercado com governo Bolsonaro:moovbet

A confiança dos empresários da área industrial também caiumoovbetabril pela terceira vez seguida,moovbetacordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e ficou no pior nível registradomoovbet2019.

"Quando Bolsonaro foi eleito, o mercado teve expectativa alta sobre uma agenda mais liberal, no sentidomoovbetdestravar a economia, então você teve essa incorporação, mas baques no meio do caminho levaram à reversão dessas expectativas", resume a economista Vivian Almeida, professora do Ibmec.

O resultado oficial do crescimento da economia no primeiro trimestre do ano será divulgadomoovbet30moovbetmaio, mas a prévia do PIB (IBC-Br) indica uma retraçãomoovbet0,68%.

O cenário tem influênciamoovbetquestões externas - como a guerra comercial entre Estados Unidos e China - emoovbetfatores internos. Nesta reportagem, a BBC News Brasil explica,moovbettrês pontos, o que frustrou as expectativas do mercadomoovbetrelação aos primeiros meses do governo Jair Bolsonaro:

1. Reforma da Previdênciamoovbetmarcha lenta

Considerada pelo governo e por especialistas como medida fundamental para ajustar as contas públicas, os pontos centrais da reforma da PrevidênciamoovbetBolsonaro eram um mistério até o início do governo. Durante a campanha presidencial e até o governomoovbettransição, a equipe não divulgou o que faria nessa área, embora defendesse a necessidade da reforma.

O texto que muda as regrasmoovbetaposentadoria para servidores públicos civis e trabalhadores da iniciativa privada foi enviado ao Congressomoovbetfevereiro e só passou pela primeira - e mais simples - etapamoovbetvotaçãomoovbetabril. Agora, estámoovbetavaliação pela comissão especial da Câmara.

Depois disso, o caminho é longo: precisa ser aprovado,moovbetdois turnosmoovbetvotação, tanto na Câmara quanto no Senado. Como altera a Constituição, precisamoovbet308 votos dos 513 deputados e do apoiomoovbet49 dos 81 senadores.

Bolsonaro chegou a protagonizarmoovbetmarço uma trocamoovbetrecados pública com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na qual insistia na teclamoovbetque a responsabilidade pelo tema estava nas mãos do Congresso. O assunto chegou a ofuscar a agendamoovbetBolsonaro no Chile - primeiro país que ele visitou na América do Sul.

A postura do presidentemoovbetrelação ao tema parecia transmitir a mensagemmoovbetque ele não havia abraçado a reforma. Semanas depois, no entanto, Bolsonaro passou a fazer um esforço maiormoovbetdefender o texto durante entrevistas a canaismoovbettelevisão no Brasil.

A economista-chefe da Fecomércio do Rio Grande do Sul, Patrícia Palermo, afirma que a aprovação da reforma da Previdência é a principal condição para incentivar investimentosmoovbetmédio e longo prazo no país.

"O que eu estou ouvindomoovbetmuitos empresários do comércio é que,moovbetcerta forma, houve uma frustraçãomoovbetrelação ao que muitos pensavam que iria acontecer. Definitivamente, o ritmo da agenda econômica está sendo mais devagar do que se esperava", completou.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a usar a expressão "fundo do poço" pra descrever a atual situação da economia brasileira e defender a necessidademoovbetaprovação da nova Previdência.

"Independente do mercado querer que as coisas aconteçam rapidamente, a nossa realidade é que nós estamos no fundo do poço. Então, não adianta achar que nós vamos crescer por fora, que vamos crescer 3%. Não é a nossa realidade. A nossa realidade é o seguinte: estamos lá no fundo. Agora está nas mãos da Casa (Câmara) nos tirar do fundo do poço, com esse equacionamento fiscal", disse Guedes.

Vivian Almeida diz que a eventual dificuldade na relação do novo governo com o Congresso pode não ter sido levadamoovbetconsideração antes do início do mandato, quando o mercado estava mais animado com a economiamoovbet2019.

"Talvez o que tenha sido subestimado é também a questão política. A reforma da Previdência menos célere do que se gostaria e a sinalizaçãomoovbetreforma mais desidratada impacta as expectativas."

O secretáriomoovbetpolítica econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse à BBC News Brasil que o mercado "apostava muitomoovbetum remendo e nãomoovbetuma ampla mudança na Previdência".

"O que talvez alguns analistasmoovbetmercado apostassem é que o governo ia empurrar com a barriga, aprovar uma Previdência com impactos fiscais bem menores, e aí seria muito mais rápido, claro. Talvez isso explique a mudançamoovbetexpectativas", afirmou Sachsida.

2. Comunicação: brigas no Twitter e contradições

O excessomoovbetpolêmicas envolvendo OlavomoovbetCarvalho, "guru ideológico do atual governo", e os militares também tem atrapalhado a imagem do governo e passado a sensaçãomoovbetque falta "foco".

"O governo se envolve muitomoovbetquestões que são secundárias, como as discussões no Twitter e brigas palacianas. O focomoovbettoda ação deveria estarmoovbetquestões primordiais, como ações efetivas para a economia andar,moovbetespecial, a Reforma da Previdência", disse Patrícia Palermo.

Depoismoovbetdiversas trocas públicasmoovbetmensagens ofensivasmoovbetOlavo e militares, até o presidente da República se manifestou sobre as brigas.

No Twitter, depois da crise dominar o noticiário e as redes sociais, Bolsonaro divulgou uma mensagem na qual disse esperar que esses desentendimentos sejam "página virada por ambas as partes".

Questionado sobre os impactos dessas brigas públicas para a confiança do mercado no governo, Sachsida, que foi alunomoovbetOlavo, disse que não vê problemas e que é "natural" haver esse tipomoovbetdiscussãomoovbetqualquer partido.

"É natural que leve tempo para que as coisas se acomodem. Existem discussões no Twitter, no Facebook, mas se for olhar por aí, no PSDB tem discussões tão grandes quanto. No PT tem discussões tão grandes quanto. É natural que tambémmoovbetuma coalizãomoovbetcentro-direita tenha pessoas que reclamem aqui, reclamem ali."

Outro problema na comunicação do atual governo está nas contradiçõesmoovbetmembros da equipe, o que transmite uma mensagemmoovbetpouco alinhamento.

Em abril, por exemplo, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, disse ao jornal FolhamoovbetS.Paulo que o governo incluiria igrejas na cobrançamoovbetum novo tributo que acabaria com a contribuição previdenciária sobre a folhamoovbetpagamento.

Logo depois, Bolsonaro divulgou um vídeo no Twitter no qual disse que foi "surpreendido" pela declaraçãomoovbetCintra e afirmou que nenhum imposto será criadomoovbetseu governo, "em especial contra as igrejas".

3. Intervenção do governo

Bolsonaro foi eleito com a defesamoovbetuma agenda liberal para a economia, com promessamoovbetreduzir os gastos do governo federal e diminuir a interferência do Estado no mercado.

Durante a campanha, quando era perguntado sobre assuntos relacionados a economia, Bolsonaro sempre respondia que quem trataria do tema seria Paulo Guedes, que chamoumoovbet"meu Posto Ipiranga". E o mercado financeiro dava fortes sinaismoovbetque aprovava o nomemoovbetGuedes para conduzir a política econômica.

Os primeiros meses do governo, contudo, colocarammoovbetdúvida os limites dessa "postura liberal" no Palácio do Planalto. A situação mais marcante foi a intervençãomoovbetBolsonaro no preço do diesel, definido pela Petrobras. Em abril, ele determinou a suspensãomoovbetum reajuste previsto pela estatal.

No dia seguinte à intervençãomoovbetBolsonaro, as ações da empresa caíram 8%. A perda,moovbetvalormoovbetmercado, representou R$ 32,4 bilhões.

"O episódio da intervenção na definição do preço do diesel foi muito mal recebido pelo mercado", disse Patrícia Palermo. "E isso pôde ser verificado na queda do preço das ações da Petrobras. A interferência foi interpretada como uma ação política, impedindo que as forçasmoovbetmercado agissem na definição do preço do diesel. Esse tipomoovbetinterferência, característica do governo Dilma, gerou perdas bilionárias à Petrobras", disse .

Para Sachsida, do Ministério da Economia, a atitude do presidente "foi mal interpretada" e que ele não considera o ocorrido uma intervenção.

"A Petrobras, parcela significante dela, pertence à União. O que o presidente perguntou foi por que estava aumentando o preço. Tão logo foi explicado, seguiu o jogo, normal. Não teve intervenção. Eu acho que a comunicação nossa falhou. A Petrobras tem toda liberdademoovbetreajustar o preço."

O reajuste suspenso pela Petrobras após o pedidomoovbetBolsonaro eramoovbet5,7%. Na semana seguinte, a estatal promoveu uma altamoovbetR$ 0,10 por litro do diesel comercializado nas refinarias, valor que correspondeu a um aumentomoovbet4,8% no preço médio do produto.

Mesmo com a dificuldade do governomoovbetnegociar uma aprovação rápida da Previdência, Patrícia Palermo diz que o mercado segue com confiança na equipemoovbetPaulo Guedes. Segundo ela, o governo tem "enorme dependência" da figura do ministro como fiador da política econômica.

"Se o ministro Paulo Guedes desembarcar do governo, a perdamoovbetconfiança, especialmente entre o empresariado, deverá ser muito significativa."

A bolsa chegou a bater recorde depoismoovbetfalamoovbetGuedes sobre a PrevidênciamoovbetDavos, na Suíça, no começo do ano. O governo também comemorou,moovbetmarço, o resultado do leilãomoovbet12 aeroportos regionais, que arrecadou R$ 2,377 bilhõesmoovbetoutorga, que serão pagos à União na assinatura dos contratos. Foram leiloados três blocos, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Na ocasião, Bolsonaro escreveu no Twitter: "A conquista demonstra a confiabilidade que o Brasil começa a resgatar no mundo todo depois um longo períodomoovbetdestruição e rebaixamentomoovbetnossa economia."

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