O drama das pessoas com maispixbet esporte50 anos que passam a noite na fila e saem sem trabalho do Mutirão do Emprego:pixbet esporte
"Disseram que aqui teria 6 mil empregos, peguei a senha 283 e pensei que sairia com um trabalho. Sou massoterapeuta, esteticista e depiladora. Tinha vaga para balconista e caixapixbet esportesupermercado. Eu tenho o perfil, me ofereci, mas minha idade me barrou", afirmou Teixeira.
Assim como ela, nenhuma das maispixbet esportedez pessoas com maispixbet esporte50 anos entrevistadas pela reportagem na fila, que dava voltas no Vale do Anhangabaú, conseguiu sequer agendar uma entrevista até o fim do dia.
A babá afirmou que faz bicos com os vizinhos para conseguir ao menos pagar as contaspixbet esporteágua e luz enquanto não encontra um emprego fixo. Ela conta que só não passa fome porque mora com a filha.
"Ela banca tudopixbet esportecasa. É horrível essa sensação. A cada dia que passa, a gente perde as esperanças e se sente como se não fosse mais útilpixbet esportenada. Mas eu não vou desistir. Vou fazer um curso para ser cuidadorapixbet esporteidosos e tentar um novo rumo", disse, antespixbet esporteentrar no metrô e voltar para casa.
Baixa qualificação
O presidente da central sindical UGT, Ricardo Patah, reconheceu que as pessoas com maispixbet esporte50 anos têm mais dificuldade para conseguir um emprego. Segundo ele, o principal motivo é a faltapixbet esportequalificação - a UGT participou da organização do mutirão.
"O Pãopixbet esporteAçúcar faz contratações da terceira idade. Mas a gente vê que tem muitas pessoas que não se qualificam. Nos últimos dois feirões como este, não preenchemos 40% das vagas por este motivo. Este ano, vamos também dar qualificação para ocupar 80% das ofertaspixbet esporteemprego. Por exemplo, vamos dar cursopixbet esporteExcel para operadoraspixbet esportecaixa sem experiência", afirmou.
Mas mesmo quem tem experiência e qualificação encontra dificuldades.
Desempregada há dois anos, Eliete dos Santos Azevedo,pixbet esporte59 anos, trabalhou durante anos na áreapixbet esporteatendimento ao clientepixbet esporteredes sociais. Ela conta ter sido demitida sob s justificativapixbet esporte"cortespixbet esportecustos por causa da crise" e não conseguiu se reencaixar no mercado desde então.
"A idade pesa. Ontem mesmo entreguei um currículo na Lapa para trabalharpixbet esporteuma loja e disseram que só pegam mocinhas. É muito triste terpixbet esportepassar por um constrangimento desses", conta.
Ela diz que durante o tempo desempregada faz bicos como monitorapixbet esporteescolinhas infantis. Conta, ainda, que a renda do marido garante o sustento da família. Mas que ele ainda sacrifica parte do salário para poder trabalhar.
"A gente morapixbet esporteCaieiras (região metropolitanapixbet esporteSP) e ele trabalhapixbet esporteSão Paulo. Como as empresas não querem pagar vale transporte intermunicipal, ele diz que mora na capital e tira R$ 9,20 por dia do próprio bolso para pagar o ônibus a mais. Eu também coloquei um endereço daqui no currículo para facilitar porque sei que o patrão não quer arcar com esse custo e na nossa cidade o emprego está mais difícil ainda", afirmou.
A fila para entrar no prédio do Sindicato dos Comerciários - onde representantespixbet esporte30 empresas estavam distribuídospixbet esportedez andares - fazia caracóis entre grades, dava voltas no Vale do Anhangabaú e chegava ao largo do Paissandu.
Na fila, era possível ver pessoas com sinaispixbet esportecansaço, fome e sede. Ao entrar no prédio do sindicato, todos ganhavam um lanche e uma caixinhapixbet esporteachocolatado. No local, também eram oferecidas vagaspixbet esporteemprego para pessoas com deficiência e imigrantes. Segundo a UGT, 80% das ofertas eram para as áreas do comércio e serviços, como açougueiro, balconista e assistentepixbet esportetelemarketing.
Um deles é o analistapixbet esportemesapixbet esportecrédito Luis Carlos Duarte,pixbet esporte63 anos. Ele trabalhavapixbet esporteuma loja varejista até outubropixbet esporte2018, quando um sistema automatizado passou a fazer a avaliaçãopixbet esportecrédito dos clientes.
"Agora, estou tentando trabalhar como porteiro, mas eles pedem experiênciapixbet esporte6 meses. Até fiz um curso, mas não adianta. Mercado para quem passa dos 40 é muito mais difícil. O governo também não dá nenhum incentivo para a gente estudar e a gente fica esquecido. Hoje, eu aceito trabalharpixbet esportequalquer área. Quem quer emprego não escolhe", afirmou.
Duarte é divorciado e ainda paga uma pensãopixbet esporteR$ 500 por mês. A situação dele só não é mais grave porque ele mora com a mãe,pixbet esporte81 anos, e não precisa pagar aluguel. Para ele, conseguir um trabalho no feirão épixbet esportechancepixbet esportereconstruirpixbet esportevida. "Fico aqui até conseguir, nem que eu durma na fila", disse.
Não pensavampixbet esportevoltar
De acordo com o economista e consultor Cosmo Donato, da LCA Consultores, a taxapixbet esportedesemprego entre pessoas com maispixbet esporte50 anos no Brasil saltoupixbet esporte2,92%pixbet esportemarçopixbet esporte2012 para 5,38%pixbet esportedezembropixbet esporte2018. Segundo ele, o número é considerado baixo, mas há uma alta taxapixbet esportedesalentados (aqueles que desistirampixbet esporteprocurar um trabalho e saíram das estatísticaspixbet esportedesemprego) que pode elevar esse número futuramente.
"Muitos idosos já tinham deixado o mercadopixbet esportetrabalho há tempos e com a crise estão tentando realocação. Muitos porque precisam recompor renda familiar ou porque a aposentadoria não é mais suficiente. Mas é difícil para eles porque não se qualificaram nesse tempo parado, pois não pensavampixbet esportetrabalhar novamente", disse.
"Aqui! Eu trabalho com cozinha!", grita Neli Aparecida Rodrigues Almeida,pixbet esporte58 anos, ao ver um homem perguntando se alguém procurava emprego na área.
Com curso superior incompletopixbet esportepedagogia, ela conta que está desempregada há três anos. Diz que nesse período já trabalhoupixbet esportemaneira informal como manicure, auxiliarpixbet esportecozinha e até como assistentepixbet esportetelemarketing. Seu desejo é ver novamente a carteirapixbet esportetrabalho assinada.
"É um sonho, mas sei que a idade chega e as portas se fecham. Hoje, dependo do meu marido e dos meus filhos. Se não fosse ele e meus filhos, não conseguiríamos pagar nem o R$ 1 milpixbet esportealuguel", afirmou.
O consultor Cosmo Donato afirmou que a economia do país ainda não reagiu e a alta taxapixbet esportedesemprego atinge todas as idades, mas as pessoas com maispixbet esporte50 anos estão entre as que encontram mais dificuldadespixbet esporteconseguir um emprego.
"O problema é ainda maior nesses cargospixbet esportebaixa qualificação. A concorrência é alta, principalmente com os jovens. E como temos muito mais jovens procurando emprego e eles se sujeitam a aceitar empregos que pagam menos e exigem menor qualificação, os idosos dificilmente conseguem competir", afirmou.
Ele diz que o desemprego entre jovens também gera um efeito cascata que leva idosos a tentarem voltar ao mercadopixbet esportetrabalho para contribuir com a renda familiar e isso aumenta ainda mais o desemprego.
"Isso puxa para o mercadopixbet esportetrabalho pessoas que não estavam mais nele. Você aumenta o númeropixbet esportedesempregados. A grande questão que a gente ressalta é que o desemprego está altopixbet esporteuma maneira geral."
Chance para os mais jovens
Se para quem tinha maispixbet esporte50 anos o dia foipixbet esportedecepção, muitos dos mais jovens saíram com uma expressãopixbet esportealegria do Mutirão do Emprego.
Após maispixbet esportedez horas na fila, o fiscalpixbet esporteprevençãopixbet esporteperdas Julio Cesar Macedo,pixbet esporte32 anos, saiu com uma boa notícia. Na quinta-feira, ele vai fazer uma entrevista para trabalharpixbet esporteum supermercado, nove meses após ter pedido demissãopixbet esporteum emprego na mesma área, no qual ganhava R$ 1.400 por mês.
"Para mim foi ótimo porque eu sempre levo currículo diretamente na loja e não adianta. Agora, quero conseguir esse emprego e buscar qualificação profissional para depois conseguir um salário melhor e não passar mais por isso. Hoje, eu não tenho casa, moro num centropixbet esporteacolhida. Quero morar numa casa e tocar a vida da melhor forma possível".
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