Tragédiagame slot freebetBrumadinho: a impressionante fugagame slot freebetcasalgame slot freebetidosos sob 'som assustador'game slot freebetenxurradagame slot freebetlama:game slot freebet

Legenda do vídeo, Geraldo e Vera receberam a BBC News Brasil no quartogame slot freebethotelgame slot freebetque dormem após a tragédia

Um ano antes, Geraldo, morador antigo e experiente da região, havia feito uma previsão para Vera, durante as prosas que costumavam seguir a entrega do almoço: "Se um dia a barragem romper, tudo isso aqui vai embora, não vai sobrar nada".

Vera e o marido, também chamado Geraldo, nunca tinham visto a barragem da Vale, localizada a cercagame slot freebetsete quilômetros dali. Mas o ancião lhes tinha garantido: era muito grande e, se rompesse, iria percorrer todo o vale, destruir todas as casas e matar quem estivesse pela frente.

Área onde ficavam as casas do casal Geraldo e Vera e seus vizinhos. O pequeno pedaçogame slot freebettelhado visto ao fundo é da casa do anciãogame slot freebetnoventa anos, que ficavagame slot freebetuma região alta. Os moradores estimam que a casa do casal está há 10 metros da lama.

Crédito, Cleber Alves Vilaça

Legenda da foto, Área onde ficavam as casas do casal Geraldo e Vera e seus vizinhos; o pequeno pedaçogame slot freebettelhado visto ao fundo é da casa do anciãogame slot freebetnoventa anos, que ficavagame slot freebetuma região alta

Após o gritogame slot freebetalerta do rapaz que veio salvar Geraldo, Vera se virou para avistargame slot freebetcasa ao longe. Estava localizada na mesma colina, mas bem abaixo - portanto, uma área mais propensa à passagem da avalanche e mais insegura. Lá, o marido a aguardava para almoçar e seu irmão tirava um cochilo.

Para chegar até eles e avisar do rompimento da barragem, Vera precisaria fazer o caminho contráriogame slot freebetuma rota fuga:game slot freebetvezgame slot freebetir para um local alto, descer por um caminho que certamente seria atingido.

Nem por um instante ela hesitou: desceu correndo para salvar a família, enfrentando o riscogame slot freebetser tragada pela lama no meio do trajeto.

"Passei debaixogame slot freebetuma cercagame slot freebetarame farpado, corri por uma pinguelagame slot freebetquatro metros (uma pontegame slot freebettábua que atravessa um corpo d'água, com um corrimãogame slot freebetbambu, por onde a população costumava passar devagar e com cuidado para não cair), e corri até chegargame slot freebetcasa. Eu não seigame slot freebetonde veio essa minha força. Meus nervos da perna estão todos doloridos até agora", conta Vera, que se aposentou por invalidez devido a uma trombose e, nos últimos anos, quebrou a perna três vezes.

Entrada da chácara da família, que foi devastada pela tragédia

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Chácaragame slot freebetVera e Geraldo foi levada pela enxurradagame slot freebetlama

A fuga

Vera chegou antes da avalanche. Primeiro, acordou aos berros o irmão, Manuel Souza Araújo,game slot freebet57 anos, que dormia no rancho. Depois, entrou correndogame slot freebetcasa.

"A barragem rompeu!", gritou para o marido, Geraldo do Carmo Vilaça,game slot freebet70 anos. "Ele estava sentado na mesa do almoço me esperando, quieto. Se eu não tivesse ido para lá (avisá-lo), a lama tinha pegado ele", diz.

Depois do avisogame slot freebetVera, "foi o tempogame slot freebetlevantar e fugir. Nós tivemos 3 minutos. Não tinha mais tempo, a avalanche já estava a 100, 50 metros da casa da gente", conta Geraldo. Naquela altura, a lama já havia levado o refeitório e a área administrativa da Vale, e eliminado a Pousada Nova Estância. Agora, se aproximava do bairro Parque da Cachoeira.

Geraldo abriu o portão da garagem e destrancou o carro. Enquanto isso, Vera foi antecipando a fuga, correndo por uma rua íngreme, visando alcançar o topo. Mas a chave do carro se perdeu entre o estofado. "Não dava tempogame slot freebetprocurar. Só restava correr", lembra Geraldo.

Da esquerda para direita, Manuel (que está desaparecido), Valda (filhagame slot freebetVera), a netagame slot freebetVanda, uma amiga da família, Vera e Geraldo,game slot freebetfrente do portão da casa que foi destruída

Crédito, Arquivo Pessoal

Legenda da foto, Da esquerda para direita, Manuel (que está desaparecido), Valda (filhagame slot freebetVera), a netagame slot freebetVanda, uma amiga da família, Vera e Geraldo,game slot freebetfrente do portão da casa que foi destruída

Ele olhou para cima e viu que a mulher ia conseguir se salvar. Mas, no sentido contrário, começou a ouvir o barulho aterrorizador da enxurrada chegando.

"É um som assustador, da lama derrubando árvore grande, quebrando telha, levando casa, carro", conta Geraldo. "É um somgame slot freebetfilmegame slot freebetterror", diz a esposa.

Então, Geraldo percebeu que não dava mais tempogame slot freebetfugir pelo mesmo caminho da mulher - a lama chegaria antes dele alcançar o topo da rua. Em segundos, tomou uma decisão: correr para dentrogame slot freebetuma mata fechada atrásgame slot freebetsua casa, que também terminavagame slot freebetum ponto alto e seguro.

"Corri uma subidagame slot freebetuns 120 metros, sem parar. Eu parecia até um meninogame slot freebet17 anos. Mas eu tenho 70. Acho que é o instintogame slot freebetsobrevivência. Quando cansei, pareigame slot freebetuma árvore para descansar. E fiquei ouvindo a enxurrada. Se ela estivesse chegando, eu precisaria vencer o cansaço e correr mais alto".

Tanto Vera quanto Geraldo ficaram a salvo, cada umgame slot freebetum ponto alto diferente. De onde estavam, viram a enxurrada da barragem levar tudo o que construíram ao longogame slot freebettoda a vida.

A lama engoliu a casa, o carro, o pomar, a horta, as 50 galinhas, os cachorros, os documentos, os álbunsgame slot freebetfotos do tempogame slot freebetjuventude e dos filhos crianças. Em segundos, não restava mais nada. Hoje, tudo está abaixogame slot freebet10 metrosgame slot freebetlama. O vale não existe mais. O terreno foi nivelado pelos rejeitosgame slot freebetminériogame slot freebetferro da Vale.

Embora preocupados um com outro, Vera e Geraldo tinham a sensaçãogame slot freebetque os dois tinham conseguido se salvar. Depois que a lama atravessou o Parque da Cachoeira, ele caminhou até o topo da ladeira onde estava a esposa. Ver o marido vivo foi uma enorme comoção. "Nascemosgame slot freebetnovo. Nós dois nascemosgame slot freebetnovo", diz Vera.

Fotografia da mata por onde fugiu Geraldo

Crédito, Cleber Alves Vilaça

Legenda da foto, Fotografia da mata por onde fugiu Geraldo

Além do casal, os demais vizinhos também se encontraram ali, para verificar se estava faltando alguém. Naquela parte do bairro, são cercagame slot freebet15 casas. Assim como Vera, todos os moradores fugiram alertados por vizinhos, familiares, amigos. Não houve nenhuma sirene, nenhum comunicado, ninguém especializado para ajudar. Todos perderam tudo. O vale virou lama.

Uma pessoa estava faltando: o irmãogame slot freebetVera, Manuel. A expectativa do casal era que ele tivesse fugido por algum outro caminho, assim como Geraldo, e acabasse aparecendo. Mas isso não aconteceu. Seu nome está na listagame slot freebetdesaparecidos - que, na terça (29), tinha 276 pessoas.

Três dias após a tragédia, Vera está perdendo as esperançasgame slot freebetencontrar o irmão vivo. "Se a sirene tivesse tocado, a gente teria muito mais minutos para fugir. A gente podia ter ajudado o Manuel, forçado ele a sair. Mas só deu tempogame slot freebetcorrer. Se ficássemos mais alguns segundos, teríamos morrido os três", diz Geraldo.

"O que mais eu vou sentir falta da minha vida antiga é o Manuel. Os bens materiais não importam. Eu só queria ter podido salvar o meu irmão, assim como eu consegui salvar meu marido. Aí, eu estaria completa, mesmo sem ter mais nada", diz Vera, muito emocionada.

A cadela Nilza,game slot freebetGeraldo e Vanda, foi resgatada pelos Bombeiros cheiagame slot freebetlama e está abrigada por uma família

Crédito, AFP

Legenda da foto, A cadela Nilza,game slot freebetGeraldo e Vanda, foi resgatada pelos Bombeiros cheiagame slot freebetlama e está abrigada por uma família; vivendogame slot freebetum quartogame slot freebethotel, eles não têm como buscá-la

O medo da barragem

Vera e Manuel compraram a chácaragame slot freebet2006, procurando um local tranquilo para se aposentar. Antes, viviamgame slot freebetuma cidade próxima – ele, funcionário da empresagame slot freebetsaneamentogame slot freebetMinas Gerais, ela, empregada doméstica. Queriam ter uma horta, um pomar, criar galinhas.

No início, nem sequer sabiam que, perto dali, havia uma barragemgame slot freebetmineração. Muito menos imaginavam que aquele poderia ser um localgame slot freebetrisco, o trajeto por onde passaria o rejeitogame slot freebetcasogame slot freebetrompimento. Afinal, no Parque da Cachoeira, não havia comunicados, placas, reuniões com moradores para tratar do assunto, planosgame slot freebetevacuaçãogame slot freebetemergência. Havia apenas o vale,game slot freebetonde não se via nenhum pedaço da mina do Córrego do Feijão.

Por isso, nem quando ocorreu a tragédiagame slot freebetMariana,game slot freebet2015, Vera e Geraldo ficaram preocupados. Nem eles, nem a maioria dos vizinhos.

Até que,game slot freebet2018, esse climagame slot freebettranquilidade foi rompido: a Vale começou a instalar torres com sirenes perto do Parque da Cachoeira. "Sirenes para alertagame slot freebetrompimento da barragem, para fuga mesmo", diz Geraldo. Uma delas foi colocada bemgame slot freebetfrente do terreno do casal, do outro lado do vale, a uns 500 metros. Assim, toda vez que saiamgame slot freebetcasa, viam o postegame slot freebetemergência, com uns 12 metrosgame slot freebetaltura.

Lama cobre local onde ficava a casagame slot freebetGeraldo e Vera

Crédito, Vandacélia S. Araújo

Legenda da foto, Imagem registrada na segunda-feira mostra que a lama já começou a endurecer nas extremidades. Porém, no centro, onde ficava a casagame slot freebetGeraldo e Vera, continua mole

Pouco depois da instalação das sirenes, funcionários da mineradora começaram a visitar as casas da região para aplicar um questionário, relata o casal. Anotavam os dadosgame slot freebettodos os moradores e perguntavam: "Se for para sair correndo, há alguém na casa com problemagame slot freebetlocomoção, algum idoso?", lembra Geraldo.

Foi aí que o casal entendeu: a parte baixa do Parque da Cachoeira estava no caminho da barragem. A informação tinha um gosto amargo. O que era para ser uma vida tranquila poderia virar um pesadelo.

Vera, então, foi conversar com o velho Geraldo, o vizinhogame slot freebet90 anos, para saber o que ele achava da situação. A resposta dada,game slot freebetque a barragem era grande e perigosa, fez com que ela não sossegasse nunca mais. Todo dia, pensava no perigo da barragem romper. Seu maior medo era que isso ocorressegame slot freebetnoite, quando todos estivessem dormindo.

"Eu falava para ele: Geraldo, eu não tô mais satisfeita aqui, a gente podia procurar outro lugar para morar. Tudo que eu vou fazer eu lembro dessa barragem. À noite, eu fico sempre pensando", relata Vera.

"A Vera sempre dizia para a gente ir embora. Mas não era fácil sair dali. Você leva uma vida inteira para construirgame slot freebetcasa. Porque a pessoa que tem poucos recursos vai construindo aos poucos. Depoisgame slot freebetanosgame slot freebetconstrução, você chega num ponto que aquilo ali está pronto. Egame slot freebetrepente você tem que deixar tudo porque tem ameaçagame slot freebetuma barragem? Não é fácil", diz Geraldo.

As sirenes e os questionários alarmaram toda a comunidade. Para tentar acalmar os ânimos,game slot freebetmeados do ano passado, foi marcada uma reunião entre a Vale e os moradores do Parque da Cachoeira, no campogame slot freebetfutebol do bairro. A mineradora chegou a montar uma tenda no local e a exibir slidesgame slot freebetum projetor, com informações sobre as barragens, segundo relatos dos moradores.

Adilson Chavez Ramos e Ademir Caricati, presidente e vice-presidente da associaçãogame slot freebetmoradores local, a Acopapa, relatam que os representantes da Vale presentes na reunião tentaram tranquilizar a comunidade: não havia risco nenhumgame slot freebetrompimento. Podiam ficar tranquilos – prova disso seria que as instalações da própria empresa ficavam ali, logo após a barragem.

O vereador Juliano Lopes,game slot freebetBelo Horizonte, estava presente na reunião. Presidente da Comissãogame slot freebetMeio Ambiente da Câmaragame slot freebetVereadores, ele pretendia se eleger, naquele ano, a deputado estadual e contava com o apoio da comunidade. "Teve muito questionamento da população. Mas a Vale falou que estavam preocupadosgame slot freebetexcesso e que não havia necessidade disso, afinal, estava tudo monitorado."

Regiãogame slot freebetBrumadinho atingida pelo rompimentogame slot freebetbarragem da Vale

Crédito, Adriano Machado/Reuters

Legenda da foto, O vizinho dizia para Vera que, se a barragem rompesse, não sobraria nada

Após os episódios das sirenes, do questionários e da reunião, a Vale desapareceu do Parque da Cachoeira, contam Geraldo e Vera. "Depoisgame slot freebettudo aquilo, eu imaginava que iam treinar os moradores, criar um planogame slot freebetfuga, soar as sirenes para a gente ver como que era. Mas a Vale não apareceu mais. Aquela sirene nunca tocou, eu nem sei qual é o som dela", diz ele.

A partir daí, "a única notícia que a gente tinha da Vale era um jornalzinho que passaram a entregargame slot freebetcasa todo mês. Lá, eles publicavam as coisas boas que a Vale vinha fazendo", ironiza.

Se a Vale havia ido embora da região, pensava Geraldo, então, isso devia significar que não havia perigo. "Eu pensei: se tivesse um risco real, iminente, a Vale teria continuado com a prevenção. Como o pessoal desapareceu, não voltou lá mais, imaginei que estava seguro".

Já Vera insistia que deveriam ir embora dali. Falavam tanto sobre o assunto que chegaram a traçar uma rotagame slot freebetfuga imaginária.

"Eu falava: se a barragem estourar, eu subo pela ladeira. Se eu chegar até ali na (casa da) Sandra do Lúcio, eu tô salva. Já o Geraldo dizia: pois, eu não, eu passo aqui por dentro da mata", lembra ela. "E na hora que aconteceu, nós trilhamos exatamente esse caminho. Eu subi pela rua e ele pelo mato".

Geraldo no pomar da casa da família

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Vera e Geraldo se mudaram para a região porque sonhavam, entre outras coisas,game slot freebetter um pomar

A vida que ficou debaixo da lama

Salvar a vida, mas perder tudo. E depois, o que fazer? Geraldo só tinha a bermuda, o chinelo e a camiseta. Vera, a blusa, o shorts, o sapato. Naquela tardegame slot freebetsexta-feira, depois que a barragem rompeu, o casal precisou virar as costas para o local onde haviam vivido por 12 anos e ir embora. Com eles, a angústia: o que aconteceu ao Manuel?

Na primeira noite, dormiram na casagame slot freebetuma das filhas do primeiro casamentogame slot freebetVera. Mas, logo na manhã seguinte, decidiram voltar para o Parque da Cachoeira, atrásgame slot freebetalgum sinal do irmãogame slot freebetVera. Nada.

Outros parentes também se distribuíram por Brumadinho, procurando por notícias dele. Sem sucesso. Vera não se conforma: se tivesse tocado a sirene, o irmão poderia estar entre eles.

"Eu acho que a Vale não estava preocupada com as pessoas. Acho que estava preocupadagame slot freebetatender a legislação. Tem que por sirene? Então colocaram a sirene. Se houvesse realmente uma preocupação com as pessoas, teriam dado sequência ao trabalho (de preparação para uma evacuação). E avisado as pessoas a tempo delas fugirem", diz Geraldo.

Para ele, a Vale também falhou na proteção dos funcionários. "Como pode colocar o refeitório na parte debaixo da barragem? Onde já se viu isso?", continua. O refeitório e a área administrativa da mineradora foram os primeiros a serem atingidos pelos rejeitos da barragem que se rompeu. Por ser horáriogame slot freebetalmoço, estavam cheios. A maior parte das vítimas estava ali.

"Daqui para frente, o mais importante é que (as empresas) sejam obrigadas a ter uma nova postura, para evitar novos desastres. Minas Gerais é um Estadogame slot freebetmineração. Segundo se informa, tem dezenasgame slot freebetbarragensgame slot freebetrejeitos. Se não mudar a postura, vai acontecer novamente", diz Geraldo.

No retorno ao bairro no sábadogame slot freebetmanhã, Geraldo também quis refazer o trajeto da fuga junto com um dos filhos. "Esse aqui é o lugar por onde meu pai correu para fugir da enchentegame slot freebetrejeito. É um morro, fica no fundogame slot freebetonde ele morava. É uma mata fechada. A sorte dele foi que ele conhecia mais ou menos o caminho", narrou Cléber, o filho,game slot freebetum vídeo gravado por celular.

No fim do trajeto, avistaram o local onde ficava a chácara. "Não existe mais casa, foi soterrada. Não tem nenhum vestígio. É um margame slot freebetlama, simplesmente. Pelo cálculo que fizemos, deve estar a 10 metrosgame slot freebetprofundidade", fala Geraldo.

Entre tantas tristezas, uma pequena alegria: no caminho para retornar ao Parque da Cachoeira, Vera e Geraldo encontraram Nilza, uma das cinco cadelas do casal. Havia sido resgatada pelos bombeiros, completamente cheiagame slot freebetlama, e abrigada por uma família no bairro.

"Ela ficou muito felizgame slot freebetme ver. E eu,game slot freebetver ela!", exclama Vera, com um enorme sorriso. "É uma sobrevivente!". "Fiquem tranquilos, eu cuido dela. Vocês buscam quando puderem", disse a dona da casa. Nilza teria que esperar. Por enquanto, era preciso reorganizar a vida.

Aindagame slot freebetBrumadinho, a família Vilaça foi a um prédio da Vale e informou que havia perdido tudo. Logo, passou a receber atendimento da mineradora. "É preciso elogiar o que funciona: fomos muito bem atendidos pela Vale depois do que aconteceu. Estão nos dando toda a atenção", confessa Geraldo.

Diantegame slot freebetum novo casogame slot freebetdesabrigados pela lama, a mineradora os encaminhou para um hotel. Porém, nãogame slot freebetBrumadinho ou nas cidades vizinhas, masgame slot freebetBelo Horizonte, a maisgame slot freebet50 quilômetrosgame slot freebetdistância. Assim, seus filhos precisam se deslocar até a capital mineira para visitá-los.

É a primeira vez que Vera e Geraldo ficamgame slot freebetum hotel. A tranca da porta, toda moderna, incomoda: "A gente é caipira, não sabe direito como funciona essas coisas", diz Vera, dando risada.

Em vez da tranquilidade do vale, os novos hóspedes agora convivem com o barulhogame slot freebetautomóveis até tarde da noite, já que a hospedagem ficagame slot freebetuma larga avenida no bairro da Gameleira. A paisagem é árida, sem verde.

Regiãogame slot freebetBrumadinho atingida pelo rompimentogame slot freebetbarragem da Vale

Crédito, Pedro Vilela/Getty images

Legenda da foto, A lama arrasou a regiãogame slot freebetBrumadinho

Os novos vizinhos são os mesmos do Parque da Cachoeira. Praticamente todo o segundo andar do hotel está preenchido por famílias que tiveram as casas destruídas. Em outros andares, também há mais famílias atingidas pelo rompimento da barragem. Mas os hóspedes têm dificuldade para visitar quem estágame slot freebetoutro piso, pois o elevador precisa ser ativado com um cartão que só dá acesso ao próprio andar.

Os quartos são pequenos, mas confortáveis. "O hotel é ótimo, não tem nada que reclamar. O problema é a ficha cair", diz Geraldo.

"Nossa vida eragame slot freebetuma chácaragame slot freebetdois mil metros quadrados, com uma sériegame slot freebetatividades. Agora, é só um apartamentozinho nesse hotel. A gente está aqui aguardando o que vai acontecer". Cuidar do pomar, da horta, das flores, das galinhas, colher ovos, fazer comida mineira no fogão a lenha, entregar almoço na casa do velho Geraldo, nada disso fará mais parte da rotina.

"A cabeça não está boa. O meu irmão continua desaparecido. Então a gente fica sem dormir", fala Vera. Na madrugadagame slot freebetsábado, às 2h, quando estavam pegando no sono, tocou o telefone no quarto: "chegou doação, venham receber", dizia a voz do outro lado da linha. Ao chegarem ao lobby do hotel, a doação que restava era uma embalagem com garrafasgame slot freebetáguagame slot freebetmeio litro.

Outras doações chegaramgame slot freebethorários mais adequados. A felicidadegame slot freebetVera e Geraldo foi ter conseguido paresgame slot freebettênis. Eles pretendemgame slot freebetbreve começar a caminhargame slot freebetvolta do hotel. "Não dá para ficar aqui o tempo todo".

Do futuro, ainda não sabem nada. "Agora, todos os esforços tem que sergame slot freebetBrumadinho. A gente fica esperando aqui", fala Geraldo.

E depois? "A gente espera um local para morar e a mobília da casa, já que perdemos tudo. E eu acredito que é só isso, porque o valor emocional do que a gente perdeu nunca vai ser recuperado", diz Geraldo.

"Mas, pelo menos, a gente vai poder sair desse quarto. Ter um lugar com um pouco maisgame slot freebetliberdade. E levar a Nilza", fala Vera. "O problema é que já estamos velhos. Não sei se vai dar tempogame slot freebetrecuperar o que perdemos."

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