O que é a meningite meningocócica:pix betnacional

pix betnacional A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Ela pode ser causada por diversos agentes infecciosos (bactérias, vírus ou fungos).

A meningocócica é uma meningite bacteriana e, junto com a pneumocócica, é considerada uma das formas mais graves e preocupantes da doença.

Dados do Ministério da Saúde mostram que,pix betnacional2018, foram registradas 1.072 ocorrênciaspix betnacionaldoença meningocócica no Brasil e 218 mortes. Em 2017, no mesmo período, foram 1.138 e 266, respectivamente.

Em relação à meningite pneumocócica, foram 1.030 ocorrências e 321 mortespix betnacional2017, e 934 e 282pix betnacional2018. As meningites causadas por outras bactérias somaram 2.687 notificações e 339 óbitospix betnacional2017, e 2.568 e 316pix betnacional2018.

No caso da viral, o governo registrou 7.924 casos e 107 mortespix betnacional2017. No ano passado, foram 7.873 e 93. Já meningites com outras causas contabilizaram 796 ocorrências e 169 óbitospix betnacional2017, e 624 e 122pix betnacional2018.

O ministério dissepix betnacionalnota que, no Brasil, "a meningite é considerada uma doença endêmica, deste modo, casos são esperados ao longopix betnacionaltodo o ano, com a ocorrênciapix betnacionalsurtos e epidemias ocasionais".

O órgão complementou que a incidência da meningite bacteriana é mais comum no período outono-inverno, e da viral, na primavera e no verão.

A seguir, conheça melhor cada um dos tipos da doença.

Meningite bacteriana

Trata-se da forma mais grave da enfermidade, e são várias as bactérias que podem provocá-la, como Neisseria meningitidis (ou meningococo), Streptococcus pneumoniae (ou pneumococo), Haemophilus influenzae, Mycobacterium tuberculosis, Streptococcus sp. (especialmente os do Grupo B), Listeria monocytogenes, Escherichia coli e Treponema pallidum.

É importante destacar que a incidênciapix betnacionalcada uma depende da faixa etária. O Ministério da Saúde alerta que os recém-nascidos são atingidos por Streptococcus do grupo B, Streptococcus pneumoniae, Listeria monocytogenes e Escherichia coli; bebês e crianças, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae e Streptococcus do grupo B; adolescentes e adultos jovens, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae, e idosos, Streptococcus pneumoniae, Neisseria meningitidis, Haemophilus influenzae, Streptococcus do grupo B e Listeria monocytogene.

Seus sintomas incluem febre alta, dorpix betnacionalcabeça e rigidez do pescoço ou da nuca. Também é normal o paciente ter mal estar, náusea, vômito, fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e confusão mental. Conforme o quadro se desenvolve, acrescentam-se à lista convulsão, delírio, tremor e coma.

Dentre as meningites bacterianas mais preocupantes, pontua o infectologista Jean Gorinchteyn, do Instituto Emilio Ribas,pix betnacionalSão Paulo, estão a meningocócica, justamente a que acometeu o netopix betnacionalLula, e a pneumocócica.

A primeira ocorre quando a bactéria cai na corrente sanguínea e promove a liberaçãopix betnacionalfatores inflamatórios. Isso faz os vasos dilatarem, tendo como consequências quedapix betnacionalpressão arterial e taquicardia, podendo levar a pessoa à morte.

"Ela é bastante temida por conta da rápida evolução, alta letalidade, possibilidadepix betnacionaldeixar sequelas (cegueira, surdez e amputaçãopix betnacionalmembros são algumas) e potencialpix betnacionalsurtos e epidemias", diz o médico. Além dos sinais já descritos, é normal causar manchas arroxeadas e dores pelo corpo, calafrio, diarreia, fadiga e mãos e pés frios.

No caso da pneumocócica, o agente causador é transportado pelo sangue até ao cérebro, onde gera uma forte reação inflamatória. Os sintomas são basicamente os mesmos das demais meningites, porém, há riscopix betnacionalimportantes consequências neurológicas, tais como dificuldades para andar e falar.

A transmissão da meningite bacteriana se dápix betnacionalpessoa para pessoa por meio das vias respiratórias, ou, seja,pix betnacionalgotículas e secreções que saem do nariz e da garganta quando os infectados tossem ou espirram. Outras bactérias, como Listeria monocytogenes e Escherichia coli, se espalham pelos alimentos contaminados.

Meningite viral

Os agentes causadores são Enterovírus não-pólio (Coxsackie e Echovírus), vírus do grupo herpes (herpes simples, varicela-zoster, Epstein-Barr e citomegalovírus), arbovírus (dengue, zika, chykungunya, febre amarela e febre do Nilo Ocidental), vírus do sarampo e da caxumba e adenovírus.

Os sintomas são semelhantes aos da meningite bacteriana, só que mais brandos. Eles incluem febre, dorpix betnacionalcabeça, rigidez no pescoço ou na nuca, náusea, vômito, perdapix betnacionalapetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar do sono, letargia (faltapix betnacionalenergia) e fotofobia.

Este tipo tem várias formaspix betnacionaltransmissão, a depender do vírus. Quando se trata do enterovírus, a contaminação é fecal-oral - se dá por meio do contato próximo com uma pessoa doente, ao tocar objetos e superfícies que contenham o microorganismo e atravéspix betnacionalágua ou alimentos crus infectados. Os arbovírus são transportados pela picadapix betnacionalmosquitos infectados.

Meningite fúngica

Causam a doença os fungos Cryptococcus neoforman, Cryptococcus Gatti, Candida albicans, Candida tropicalis, Histoplasma capsulatum, Paracoccidioides brasiliensis e Aspergillus fumigatu.

Os sinais são basicamente os mesmos das demais: febre alta, dorpix betnacionalcabeça intensa, rigidez no pescoço/nuca, náusea, vômito, confusão mental e sensibilidade à luz.

Nesta forma da patologia, a transmissão ocorre por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaçospix betnacionalfungos), que entram nos pulmões e chegam até as meninges. Alguns fungos também encontram-sepix betnacionalsolos ou ambientes contaminados com excrementospix betnacionalpássaros, como pombos, e morcegos.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico das meningites é feito por meiopix betnacionalexamespix betnacionalsangue e líquido cerebroespinhal (líquor). São eles que determinarão o tipo da doença e, com isso, a conduta que será adotada pelos médicos.

No caso das bacterianas, o tratamento é feito com antibióticos, associados ou não a corticóides,pix betnacional7 a 14 dias. A internação normalmente é necessária.

Nas virais, dependendo do agente, é preciso ministrar antivirais e corticóides por cercapix betnacionaluma semana. Em geral, as pessoas são internadas e monitoradas quanto aos sinaispix betnacionalmaior gravidade.

Por fim, nas meningites fúngicas, a prescrição épix betnacionalantifúngicos por 4 a 12 semanas, também escolhidos com base no microorganismo identificado no corpo do paciente.

Prevenção

Demetrius Montenegro, do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), da Universidadepix betnacionalPernambuco (UPE), diz que para alguns dos agentes infecciosos causadores da meningite existem vacinas.

"Elas são oferecidas para crianças e adolescentes o ano todo na rede públicapix betnacionalsaúde. Adultos que tenham alguma doença crônica, como diabetes e cardiopatias, ou estejam fazendo tratamento contra câncer também devem recebê-las", indica.

As disponíveis no calendáriopix betnacionalvacinação do Programa Nacionalpix betnacionalImunização (PNI) são: meningocócica conjugada sorogrupo C, pneumocócica 10-valente (conjugada), pentavalente e BCG.

As vacinas ACWY, contra quatro tipospix betnacionalmeningite, e a vacina contra a meningocócica do grupo B estão disponíveis apenas na rede particular.

Além desta proteção, o médico recomenda evitar passar muito tempopix betnacionalambientes fechados e cheiospix betnacionalpessoas; manter, sempre que possível, a casa e o localpix betnacionaltrabalho bem ventilados, inclusive no inverno, e cuidar da higiene pessoal.

*Colaborou Renata Turbiani,pix betnacionalSão Paulo para a BBC News Brasil.

pix betnacional ATUALIZAÇÃO (às 19hpix betnacional2/4/2019): Uma versão anterior desta reportagem informava que Arthur Lula da Silva, neto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, morreupix betnacionalmeningite meningocócica, como havia sido divulgado inicialmente,pix betnacional1ºpix betnacionalmarço, pelo Hospital Bartira, no qual ele foi atendido. Mas a informação foi corrigidapix betnacional2pix betnacionalabril pela Prefeiturapix betnacionalSanto André, segundo a qual exames descartaram que esta tenha sido a causa da mortepix betnacionalArthur. Leia a seguir o comunicado feito pela prefeitura na íntegra:

"Conforme amplamente noticiado, no dia 1°/03/2019 recebemos por volta das 14h20 a notificaçãopix betnacionalnº 5968951, informando que o paciente A.A.L.S,pix betnacional7 anospix betnacionalidade, deu entrada no Hospital Bartira às 7h14 do dia 1°/03 com cefaleia, febre, mialgia, exantema, cianose, náuseas e dores abdominais. Evoluiu com confusão mental e o paciente veio a óbito por volta das 12h. O Hospital informou na notificação que o motivo do óbito foi meningococcemia (meningite). Apesar da notificação, o resultado do examepix betnacionallíquor realizado no mesmo dia pelo próprio Hospital Bartira, acusou bacterioscopia negativa.

Em face dessa constatação, na mesma data, a Secretariapix betnacionalSaúdepix betnacionalSanto André, por meio do Departamentopix betnacionalVigilância à Saúde, encaminhou as amostraspix betnacionalsangue e líquor coletadas no Hospital para análise e confirmação do Instituto Adolfo Lutz, que normalmente emite os resultados no prazopix betnacional15 a 30 dias. Alémpix betnacionalencaminhamento das amostras, realizamos esquema profilático dos comunicantes (pessoas com contato íntimo por maispix betnacionalquatro horas diárias com o paciente nos últimos sete dias). Devido ao fato do paciente estudarpix betnacionalSão Bernardo do Campo, a Vigilância Epidemiológica do referido município foi comunicada para que as medidaspix betnacionalprofilaxia cabíveis fossem tomadas na escola, o que devidamente ocorreu.

As investigações foram finalizadas pela Secretariapix betnacionalSaúdepix betnacionalSanto André, por intermédio do Departamentopix betnacionalVigilância à Saúde, e segundo os resultados dos exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz, foram descartadas: meningite, meningite meningocócica e meningococcemia.

Todos os procedimentospix betnacionalproteção e profilaxia dos comunicantes foram realizados seguindo os protocolos do Ministério da Saúde. Informações adicionais relacionadas ao caso dependempix betnacionalautorização expressa da família da criança."

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