Jair Bolsonaro: os caminhos e as promessas do novo presidente:cassino dando bônus
A escolha
Em 1970, tropas do Exército chegaram ao Vale do Ribeira, no sudoestecassino dando bônusSão Paulo,cassino dando bônusuma missãocassino dando bônuscaça. Estavam à procuracassino dando bônusCarlos Lamarca, que, no ano anterior, desertaracassino dando bônusseu postocassino dando bônuscapitão no Exército para se juntar à luta armada contra a ditadura militar.
Bolsonaro tinha 15 anos quando os soldados apareceramcassino dando bônusEldorado, cidade onde vivia com a família. Lamarca queria estabelecer um centro para treinar guerrilheiros na região. Iniciada com o golpecassino dando bônus1964, a ditadura havia endurecido com o Ato Institucional nº 5,cassino dando bônusdezembrocassino dando bônus1968, institucionalizando a repressão, a vigilância e a censura por parte do Estado – e a luta armada se organizou e se acirrou.
"Ele (o Lamarca) passou por lá, feriu seis soldados, fez o tenente Alberto Mendes Juniorcassino dando bônusrefém e depois o matou a coronhadas, covardemente", relatou Bolsonarocassino dando bônus2017,cassino dando bônusentrevista à revista Piauí.
Com a disputa entre militares e guerrilheiroscassino dando bônusrepente àcassino dando bônusporta, o adolescente escolheu o seu lado – e colaborou com os primeiros. "Eu conhecia tudo daquela mata e passava informações para os soldados sobre as características do lugar", explicou.
Lamarca conseguiu escapar, mas acabou sendo morto um ano depois, no interior da Bahia. Já o jovem Bolsonaro decidiu se juntar aos militares. Aos 18 anos, se inscreveu na Escola Preparatóriacassino dando bônusCadetes do Exército,cassino dando bônusCampinas (SP).
Jair Messias Bolsonaro nasceucassino dando bônus21cassino dando bônusmarçocassino dando bônus1955cassino dando bônusGlicério, no interiorcassino dando bônusSão Paulo, mas foi registradocassino dando bônusCampinas e cresceucassino dando bônusEldorado, para onde os pais se mudaram com os seis filhos quando ele era criança. É o terceiro da famíliacassino dando bônustrês meninos e três meninas. O sobrenome é a versão abrasileirada do nomecassino dando bônusfamília do bisavô, Vittorio Bolzonaro, que saiucassino dando bônus1888 do Vêneto, na Itália, para o portocassino dando bônusSantos.
Em Eldorado, a família Bolsonaro moravacassino dando bônusuma casa simples à margem do rio Ribeira do Iguape. O menino ganhava dinheiro da pesca e da extraçãocassino dando bônuspalmito silvestre e gostavacassino dando bônuscaçar passarinhos com espingardacassino dando bônuschumbinho. Convivia com o apelidocassino dando bônus"palmito" por ser comprido e branquelo. Ajudava o pai, o único dentista da cidade, a fazer dentaduras e próteses, e se aventurava como garimpeiro na cidade, quecassino dando bônus1948 foi batizadacassino dando bônusEldorado por causa do ciclo do ouro.
Hoje, não há quem não conheça os Bolsonaro na cidade. O agricultor aposentado Celso Luiz Leite,cassino dando bônus63 anos, cuja irmã se casou com um dos irmãoscassino dando bônusBolsonaro, diz se lembrar dele como um menino sério, que estudava e pescava. "Ele não eracassino dando bônusfesta. Gostavacassino dando bônuspescaria ecassino dando bônuspraticar esporte".
"O amigo dele, Gilmar, me contou que Jair sempre falava que queria ser presidente do Brasil", diz Celso Luiz Leite.
A família ainda vive na região, donacassino dando bônuscomércioscassino dando bônusmóveis e materialcassino dando bônusconstrução. Atualmente, Eldorado tem 15 mil habitantes e vive sobretudo das plantaçõescassino dando bônusbananas ecassino dando bônusum turismo modesto.
Apoiadores do antigo vizinho ilustre esperam que ele não esqueça suas origens, agora que subiu ao poder. "Estamos animados", diz o engenheiro agrônomo aposentado Antonio Carloscassino dando bônusMelo Cunha,cassino dando bônus64 anos, que conviveu com Bolsonaro na infância, como colegacassino dando bônusturma na escola.
"Só quebrar essa roubalheira já é um ponto importante. Os valores da família também estavam indo por água abaixo. Temos boas expectativas com ele. Acredito que alguma coisa ele vai fazer pela nossa região", espera Cunha.
O capitão
Aos 18 anos, Bolsonaro chegou à Academia Militar das Agulhas Negras (Aman),cassino dando bônusResende (RJ), cidade a três horas do Rio, iniciando o períodocassino dando bônusquatro anoscassino dando bônusestudocassino dando bônusregimecassino dando bônusinternato. A frasecassino dando bônusletras maiúsculas altacassino dando bônusuma das fachadas do campus resume a filosofia ensinada na escola: "CADETE! IDES COMANDAR, APRENDEI A OBEDECER".
O jovem cadete logo se destacou na práticacassino dando bônusesportes, integrando a equipecassino dando bônuspentatlo militar. Então instrutor da Aman, o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira costumava auxiliar na seçãocassino dando bônuseducação física e conheceu o cadete primeiro como atleta. "O apelido dele era Cavalão, porque era grande e muito forte", lembra o general, que mais tarde se aproximoucassino dando bônusBolsonaro e é o chefe do Gabinetecassino dando bônusSegurança Institucionalcassino dando bônusseu novo governo.
Bolsonaro se formou na turmacassino dando bônus1977, continuoucassino dando bônusformação na Escolacassino dando bônusEducação Física do Exército e depois na Brigada Paraquedista, no Riocassino dando bônusJaneiro, onde se estabeleceu.
O deputado e coronel da reserva da PM Alberto Fraga (DEM-DF), que se formou com Bolsonarocassino dando bônusEducação Físicacassino dando bônus1983, disse que ele era um colegacassino dando bônusturma "muito parceiro" e generoso. Fraga e outros tenentes estavam recém-chegados da Polícia Militar. "Ele deu muito apoio para a gente que estava chegando a uma corporação estranha, e ajudou a gente a estudar para provascassino dando bônusmatérias que não tínhamos tido antes", lembra o deputado.
Bolsonaro foi subindocassino dando bônuspatente até se tornar capitão. Mas então fez algo contrário aos pilarescassino dando bônusdisciplina e hierarquia que regem o espírito militar.
Em 1986, publicou um artigo na revista Veja intitulado O salário está baixo. Argumentou que oficiais estavam abandonando a carreira por causa dos salários e que tornava público seu depoimento para que o povo brasileiro soubesse "a verdade sobre o que está ocorrendo", mesmo ciente do riscocassino dando bônusvercassino dando bônus"carreiracassino dando bônusdevoto militar ser seriamente ameaçada". "Não consigo sonhar com as necessidades mínimas que uma pessoa do meu nível cultural e social poderia almejar", escreveu, encerrando: "Brasil acimacassino dando bônustudo".
Sua ousadia foi punida com prisão por 15 dias por "transgressão grave". Segundo o arquivo secreto sobre Bolsonaro elaborado à época pelo regime militar, o Superior Tribunal Militar (STM) julgou que ele havia sido "indiscreto na abordagemcassino dando bônusassuntoscassino dando bônuscaráter oficial, comprometendo a disciplina", ferindo "a ética, gerando climacassino dando bônusinquietação no âmbito da organização militar".
A situação se agravou no ano seguinte, quando reportagens na mesma Veja revelaram que Bolsonaro e outro militar, Flavio Passos, teriam elaborado um plano para colocar bombascassino dando bônusunidades militares do Rio, como formacassino dando bônuspressão pelos aumentos salariais. Bolsonaro negou o plano – e a revista procedeu então a publicar um croqui atribuído ao capitão indicando onde as bombas seriam colocadas, na reportagem "De próprio punho".
O capitão foi submetido a um inquérito pelo Conselhocassino dando bônusJustificação do Exército, que convocou a repórter responsável pela matéria para testemunhar. Segundo a ficha militarcassino dando bônusBolsonaro, no inquérito, a repórter afirmou "ter recebido uma ameaçacassino dando bônusmorte do referido capitão, momentos antescassino dando bônusiniciar seu depoimento".
O conselho o julgou culpado, mas o processo passou ao Superior Tribunal Militar – que decidiu absolver Bolsonaro. O estrago paracassino dando bônuscarreira militar, porém, estava feito, ecassino dando bônusrelação com a imprensa não começara bem.
"Ele perdeu espaço nas Forças Armadas por falácias na imprensa", diz Waldir Luiz Ferraz, que atua a seu lado desde 1988 como seu assessorcassino dando bônusimprensa. "Foi aconselhado a entrar na política, porque já não tinha mais chancescassino dando bônusfazer carreira nas Forças Armadas"
O político
Em 1988, quando o Brasil promulgou a Constituição "cidadã" da era da redemocratização, Bolsonaro se candidatou a seu primeiro cargo eletivo: uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio pelo Partido Democrata Cristão (PDC).
Como lembra Ferraz, eles "ralaram muito" fazendo campanhacassino dando bônusvilas militares, deixando panfletos debaixo das portas das casascassino dando bônusmadrugada e distribuindo santinhos.
A ousadiacassino dando bônuscobrar salários mais "dignos" lhe rendera fama na comunidade militar, e Bolsonaro foi eleito pelo grupo que manteria comocassino dando bônusprincipal base eleitoral. Foi então que passou para a reserva remunerada do Exército, conforme lei que obriga a medida após a diplomaçãocassino dando bônusmilitares para cargo eletivo.
Antescassino dando bônusterminar o primeiro mandato, se candidatou a deputado federal, também pelo PDC. "Ele entrou forte com defesa das Forças Armadas e as bandeiras da segurança pública. Antes da gente entrar, não tinha ninguém que defendia", diz Alberto Fraga (DEM-DF), deputado desde 1999 e líder da chamada bancada da bala no Congresso.
Especulava-se se o amigocassino dando bônuslonga datacassino dando bônusBolsonaro teria um papelcassino dando bônusseu governo. Em setembrocassino dando bônus2018, Fraga foi condenadocassino dando bônusprimeira instância por usar o cargo público para cobrar propinas sobre contratoscassino dando bônustransporte no Distrito Federal, acusação que ele nega.
Fraga o descreve como uma figura brincalhona e popular na Câmara dos Deputados, onde vivia atendendo pedidos para tirar selfies e almoçava sempre no bandejão, exemplocassino dando bônusum estilocassino dando bônusvida sem firulas e pouco afeito a luxos.
Já o deputado federal e professorcassino dando bônusHistória Chico Alencar tem impressão muito diferentecassino dando bônussua atuação parlamentar. Alencar teve trajetórias paralelas a Bolsonaro na política, mas sempre à esquerda, inicialmente no PT e hoje no PSOL.
"Desde o início, ele apareceu como um saudosista da ditadura militar e defensor dos interesses da corporação. Ele sempre foi um pouco monotemático e combatente do que ele chamacassino dando bônussubversivoscassino dando bônusesquerda", diz Alencar.
O Brasil ainda buscava digerir o fim do regime autoritário que terminoucassino dando bônus1985 quando,cassino dando bônusjunhocassino dando bônus1993, Bolsonaro subiu ao pódio da Câmara dos Deputados para proclamar-se "a favor da ditadura militar" e exigir o fechamento do Congresso.
"Nunca resolveremos os problemas sérios deste país com essa democracia irresponsável", afirmou, levando o jornal O Globo a estampar na capa uma charge do cartunista Aroeira retratando-o como um dinossaurocassino dando bônusbotas, e a legenda: "Estupidossauro Bolsonarus: a maior besta que já caminhou sobre a face da terra".
O episódio foi captado pelo jornal americano The New York Times (NYT), que foi entrevistar o polêmico deputado para uma reportagem sobre o "soldado que virou político e quer devolver o Brasil ao regime militar": "Onde quer que eu vá, as pessoas me recebem como um herói nacional", Bolsonaro afirmou ao NYT à época. "As pessoas veem a possibilidadecassino dando bônusa disciplina militar tirar o Brasil da lama", justificou.
"Se havia uma pessoa que eu diria que jamais chegaria a Presidente da República do Brasil, era o Bolsonaro. Era mais fácil o Tiririca chegar lá do que ele", diz Chico Alencar.
"Ele sempre foi muito estrito, sectário. Todo mundo o via como uma figura exótica, rude, autoritária, sempre repetindo as mesmas coisas, e pouco afeita ao debate. Ele defendia a chamada moralidade pública, mas levoucassino dando bônusfamília toda para dentro da política, a começar porcassino dando bônusesposa."
O capitão reformado foi casado duas vezes antescassino dando bônussua união atual à primeira-dama Michelle Bolsonaro. Sua primeira mulher, Rogéria, foi eleita vereadora no Rio pouco depois que ele foi para o Congresso. Sua segunda mulher, Ana Cristina Valle, se candidatou a deputada federalcassino dando bônus2018, mas não se elegeu.
Ana Cristina esteve no centrocassino dando bônusum dos escândalos revelados durante a campanha eleitoral, quando uma reportagem da Folhacassino dando bônusS.Paulo reproduziu telegramas do Itamaraty informando que ela relatara sofrer ameaçascassino dando bônusmorte do ex-marido na épocacassino dando bônusque disputava a guarda do filho deles, Renan, com Bolsonaro. Ela negou as informações.
Os três filhos do casamento com Rogéria seguiram o caminho do pai, transformando o sobrenome Bolsonarocassino dando bônusum clã político. Carlos foi o primeiro, vereador no Rio desde 2001, quando tinha apenas 17 anos. Já Flávio e Eduardo tiveram suas candidaturas impulsionadas pela popularidade do paicassino dando bônus2018: Flávio, deputado estadual no Rio desde 2003, se elegeu para o Senado; e Eduardo, deputado federal por São Paulo desde 2015, se reelegeu com 1,8 milhãocassino dando bônusvotos, um recorde histórico.
"Ele costumava brincar comigo que um dia os Bolsonaros seriam maiores que o PSOL", lembra Alencar. "Acho que umacassino dando bônussuas maiores conquistas foi conseguir consolidar a imagemcassino dando bônusser contra o sistema, mesmo sendo parte integral dele."
O polemista
Ao longocassino dando bônussua trajetória política, Bolsonaro se notabilizou por uma extensa listacassino dando bônusdeclarações polêmicas proferidas como homem público.
Em entrevistas, programascassino dando bônusTV ecassino dando bônusdiscursos no plenário, defendeu a ditadura militar e disse ser favorável à tortura; afirmou se orgulharcassino dando bônusser homofóbico e que preferia ver um filho seu morrer do que aparecer "com um bigodudo por aí"; disse que não pagaria o mesmo salário a homens e mulheres se fosse empresário, "porque elas engravidam"; e declarou que o país seria melhor se a ditadura tivesse matado mais gente, incluindo o então presidente Fernando Henrique Cardoso, que deveria ter sido "fuzilado".
Em alguns dos episódios mais polêmicoscassino dando bônussua trajetória, ele disse à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que ela "não merecia ser estuprada", afirmando que ela o teria chamadocassino dando bônusestuprador; e homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, a quem se referiu como "o terrorcassino dando bônusDilma Rousseff", ao proferir seu votocassino dando bônusfavor do impeachment da ex-presidentecassino dando bônus2016.
Ustra comandou o DOI-Codi, órgãocassino dando bônusrepressão da ditadura onde Dilma e outros 500 presos políticos foram torturados, segundo a Comissão Nacional da Verdade. Écassino dando bônusautoria do coronel Ustra o livro que Bolsonaro cita como seu livrocassino dando bônuscabeceira: A verdade sufocada - A história que a esquerda não quer que o Brasil conheça (Editora Ser, 2006).
Durante a campanha presidencial, a extensa listacassino dando bônusfalas polêmicas foi evocada à exaustão por seus opositores, que a viam como argumentos incontornáveis para estimular o voto contra Bolsonaro.
Afinal, questionavam, como eleger um presidente que havia feito comentários misóginos, homofóbicos e racistas e atacado a democracia e os direitos humanos?
O que para muitos era inaceitável, para outros pareceu secundário ou mesmo contou pontos positivos, transmitindo uma imagemcassino dando bônusfranqueza e dialogando com valorescassino dando bônusuma sociedade conservadora no que se refere a desigualdades históricascassino dando bônusraça, gênero e classe, como observa a socióloga Esther Solano.
"Bolsonaro conseguiu captar um sentimento social que estava aí", afirma ela, professora da Universidade Federalcassino dando bônusSão Paulo (Unifesp) e organizadora do livro O ódio como política - A reinvenção das direitas no Brasil (Boitempo, 2018).
"Quando faz uma piada racista ou homofóbica, sabe que vai gerar polêmica, mas que muita gente no fundo vai aprovar", diz.
Para Solano, a eleiçãocassino dando bônusum presidente com o histórico polêmicocassino dando bônusBolsonaro talvez não tivesse sido possível alguns anos atrás. Mas a entradacassino dando bônuscena do presidente americano Donald Trump inaugurou um novo caminho político, com ênfase no "politicamente incorreto e na polêmica como formacassino dando bônusfazer campanha". "Trump deixa a porta aberta para outros políticos seguirem o seu caminho", diz a socióloga.
As comparações ao estilo incendiário do presidente dos Estados Unidos renderam a Bolsonaro o apelidocassino dando bônus"Trump dos Trópicos". Mas o cientista político Timothy Power está convencidocassino dando bônusque, "diferentementecassino dando bônusTrump", as tiradas polêmicascassino dando bônusBolsonaro são baseadascassino dando bônus"crenças sinceras".
"Trump diz qualquer coisa que quiser como partecassino dando bônussua estratégiacassino dando bônusganhar votos", considera Power, professor da Universidadecassino dando bônusOxford, na Inglaterra, e diretor do Programacassino dando bônusEstudos Brasileiros da instituição britânica.
"Já Bolsonaro realmente acredita nas coisas que ele diz. Ele não acredita que o Brasil teve uma ditadura, ele não acredita que mulheres deveriam estar fazendo trabalhocassino dando bônushomens, ele realmente acredita que coisas como a penacassino dando bônusmorte ou armar a população vão ajudar a reduzir o crime."
Nas fases finais da corrida presidencial, ataques contra mulheres e pessoas LGBT foram vistos como um sinalcassino dando bônusque a retórica agressiva do candidato do PSL poderia avalizar crimescassino dando bônusódio. A equipecassino dando bônuscampanhacassino dando bônusBolsonaro reagiu dizendo que os númeroscassino dando bônusataques registrados estavam dentro das estatísticas históricas do país e que não tinha ocorrido um aumento fora da curva.
Com o mote #EleNão, grupos feministas organizaram uma campanha contra Bolsonaro, levando manifestantes para as ruascassino dando bônusmaiscassino dando bônuscem cidades brasileiras na semana antes do primeiro turno. O que estimulou, por outro lado, atos favoráveis ao então candidatocassino dando bônusvárias delas.
Para seus aliados, Bolsonaro é um "cão que ladra, mas não morde" – ecassino dando bônusimagem é "deturpada", prejudicada "pelo recorte que a mídia dá". "Eu achava que ele falava demais, se excediacassino dando bônusalgumas frases", diz a jornalista Joice Hasselmann, que mudoucassino dando bônusopinião após entrevistá-locassino dando bônus2014 e ver se estabelecer ali uma "empatia imediata".
Foi o começocassino dando bônusuma amizade e parceria política. Hasselmann diz que Bolsonaro a "intimou" a se candidatar pelo PSL. Ela acabou se tornando a deputada federal mais votadacassino dando bônusSão Paulo.
O amigocassino dando bônuslonga data Alberto Fraga diz que as polêmicas "são exagero". "Ele é um grande homem com um coraçãocassino dando bônusmenino. É doce, afável, brincalhão. Bem diferente do que a gente imagina vendo as reportagens", descreve, sempre referindo-se a Bolsonaro pelo primeiro nome. "O Jair não é comunicador. De vezcassino dando bônusquando ele se atropela nas palavras."
"As posições do Bolsonaro sempre foram muito claras. Eu nunca vi ele ser homofóbico. Mas sempre reagiu ao 'kit gay' que queriam impor. Ele falava: 'Você quer queimar rosca, então queima rosca, mas não pode chegar na escola e querer mostrar isso como uma coisa normal'. Essa sempre foi a posição dele", diz Fraga.
Em outubro, no auge da campanha eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu Bolsonarocassino dando bônusdivulgar vídeos associando seu adversário Fernando Haddad (PT) ao "kit gay", apelido dado por opositores a um material contra homofobia que estava sendo elaborado quando Haddad era ministro da Educação. A cartilha, no entanto, nunca chegou a ser enviada a professores ou escolas.
O enfrentamento entre Bolsonaro e Maria do Rosário ocorreucassino dando bônus2003, no Salão Verde da Câmara, quando a deputada reagiu ao escutar uma entrevistacassino dando bônusBolsonaro defendendo a redução da maioridade penal para casoscassino dando bônuscrimes hediondos. Segundo o relato da deputada, ela interveio, afirmando que seu discurso violento poderia acabar promovendo mais violência, como o estupro. Ele reagiu dizendo que ela estava acusando-ocassino dando bônusestuprador:
"Eu sou um estuprador?", esbravejou. "Jamais ia estuprar você porque você não merece." Ela respondeu que lhe daria uma bofetada se ele tentasse algo parecido. "Dá que eu te dou outra!", disse Bolsonaro sete vezes, empurrando a deputada e chamando-acassino dando bônus"vagabunda",cassino dando bônuscena gravadacassino dando bônusvídeos disponíveis na internet.
O deputado Alberto Fraga diz ter presenciado a cena. "Foi ela que o chamoucassino dando bônusestuprador. Foi ela que ameaçou bater nele. Ele falou que ia batercassino dando bônusvolta."
"Ele é que nem cobra. Quando é atacado, ele ataca", diz seu assessor Waldir Luiz Ferraz. "Se nunca for atacado, vai ficar tranquilo a vida inteira."
A deputada rebate a versão e afirma que nunca o chamoucassino dando bônusestuprador e que é atacada até hoje por seguidorescassino dando bônusBolsonaro na internet pelo episódio. "A atitudecassino dando bônusJair Bolsonaro nesse episódio é como a do homem que acusa a mulher a bota e culpa nela. 'Eu agredi porque ela mereceu.' Eu não estou disposta a aceitar isso."
Rosário decidiu processá-lo depois que ele relembrou o episódiocassino dando bônusum discurso no plenário,cassino dando bônus2014, voltando a dizer que ela não merecia ser estuprada. Em entrevista ao jornal Zero Hora, ele ainda acrescentou a justificativacassino dando bônusque a deputada seria "muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria". Bolsonaro foi condenado por danos morais no Superior Tribunalcassino dando bônusJustiça (STJ) e é réucassino dando bônusduas ações criminais no STF pelo mesmo episódio.
O 'outsider' político
Quando Jair Bolsonaro foi eleito para seu sétimo mandato como deputado federal,cassino dando bônus2014, confidenciou ao deputado Alberto Fraga que estava "cansado"cassino dando bônustantos anos no cargo – havia resolvido arriscar voos mais altos.
"Vou tentar a Presidência", disse ao amigo no plenário da Câmara dos Deputados. Ele havia sido reeleito com 464 mil votos no Rio, o recorde no Estado, e o bom resultado o inspirou. "Se eu conseguir 10% dos votos, estou satisfeito", afirmou, segundo o relatocassino dando bônusFraga.
"Ele começou com uma expectativa muito tímida. Todo mundo dizia que ele tinha um teto, que não ia crescer mais. Ele calou a bocacassino dando bônustodo mundo que não acreditou", diz Alberto Fraga
A descrença se baseava emcassino dando bônustrajetória pouco expressiva como deputado do baixo clero no Congresso. Em 27 anos, Bolsonaro transitou por oito partidos e só conseguiu emplacar dois projetoscassino dando bônuslei. Além disso, com suas posições polêmicas, não era visto como um candidato que pudesse obter ampla adesão.
Até que determinada constelaçãocassino dando bônusfatores fez isso mudar, considera o cientista político Timothy Power. "A democracia brasileira abriu uma sériecassino dando bônusportas, e Bolsonaro conseguiu entrar", resume o professor da Universidadecassino dando bônusOxford, um dos primeiros a considerar que Bolsonaro tinha chances reaiscassino dando bônusvencer, jácassino dando bônus2016. Para ele, o capitão reformado demonstrou ter "instintos políticos muito fortes".
"Ele sabia que esse era o ano. Sua basecassino dando bônusapoio era muito estreita, mas ele farejou o sangue na água depois do impeachment", diz Power.
Movimentoscassino dando bônusdireita que começaram a despontar já nos protestoscassino dando bônusjunhocassino dando bônus2013 ganharam força e maior organização, com os protestos exigindo o impeachmentcassino dando bônusDilma Rousseff, realizados entre 2015 e 2016.
Além do impeachment, os fatores que prepararam o terreno para a eleiçãocassino dando bônusBolsonaro incluíram a escalada do crime no Brasil – com 63 mil mortes violentas no paíscassino dando bônus2017 -, a lenta recuperação da recessão econômicacassino dando bônusque o país mergulhou durante o governo Dilma e os escândaloscassino dando bônuscorrupção revelados pela Lava Jato.
"Como a Lava Jato foi muito forte, acabou passando para a população a ideiacassino dando bônusque todo o sistema político era corrupto", diz a socióloga Esther Solano, da Unifesp. Isso prejudicou o desempenhocassino dando bônusoutros candidatoscassino dando bônuscentro-direita, como Geraldo Alckmin (PSDB) e Henrique Meirelles (MDB), que poderiam ter despontado como alternativas a Bolsonaro no voto conservador.
Já Fernando Haddad, que foi oficializado como substitutocassino dando bônusLula menoscassino dando bônusum mês antes do primeiro turno, teve um rápido crescimento nos primeiros dias - mas logo esbarrou na grande rejeição ao PT. Apesarcassino dando bônuster passado para o segundo turno, Haddad não superou Bolsonaro na rodada final.
"O sistema político estava vulnerável a um populista esperto que conseguisse criar uma mensagem antissistema e antipetista eficiente", diz Timothy Power. "Bolsonaro conseguiu agradar a estes dois segmentos."
Bolsonaro assumiu a dianteira da corrida eleitoral após a prisãocassino dando bônusabril do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – até então o primeiro colocado nas pesquisascassino dando bônusopinião –, condenado por corrupção e lavagemcassino dando bônusdinheiro.
Sua candidatura foi impulsionada por promessascassino dando bônustolerância zero com o crime e a corrupção,cassino dando bônuscolocar a economia nos trilhos, governar sem o toma-lá-dá-cácassino dando bônusBrasília,cassino dando bônusenxugar a máquina administrativa - e expurgar o PT do poder.
"Bolsonaro se apresenta como representante da ética e da moralidade, como o herói que vai salvar o Brasil da corrupção. E nessa narrativa o PT é o grande símbolo, tachadocassino dando bônusculpado pela crise econômica e partido mais corrupto do país", descreve Solano.
O candidato apelou ao forte sentimento antipetista com ataques verbais violentos durante a campanha - falando, por exemplo,cassino dando bônus"fuzilar a petralhada",cassino dando bônusum comíciocassino dando bônussetembro, e prometendo que "esses marginais vermelhos serão banidoscassino dando bônusnossa pátria",cassino dando bônusdiscurso ao vivo pelo celular a uma semana do segundo turno.
"Tem que mudar tudo isso que está aí" foi bordãocassino dando bônusuma campanha nada convencional, feita com orçamento reduzido, tempocassino dando bônusTV ínfimo e sem contar com as poderosas máquinas partidárias do PT, PSDB ou MDB.
Bolsonaro explorou o poder das redes sociais para se comunicar diretamente com seus eleitorescassino dando bônusuma linguagem simples e direta - mais uma semelhança com o presidente americano Donald Trump.
Conquistou uma base fielcassino dando bônusseguidores com postagens sem filtro sobre quase tudo, como bastidores da campanha, críticas à imprensa e cenas do dia a dia - como a foto que postou tomando café da manhãcassino dando bônusuma mesa cheiacassino dando bônusmigalhas, vestindo a camisa do Palmeiras e usando leite condensado para passar no pão francês.
"Em um períodocassino dando bônusrejeição a políticos à esquerda e à direita, ele ganhou alguns pontos por transmitir autenticidade e por ter mensagens simples: contra a corrupção, contra o sistema político, contra crime, drogas e facções criminosas. Essas coisas reverberam com o público", diz Power.
Mas as redes sociais - e acimacassino dando bônustudo o aplicativocassino dando bônusmensagens WhatsApp – estiveram nos holofotes durante a corrida presidencial por causa do tsunamicassino dando bônusnotícias falsas espalhando rumores e inverdades sobre candidatos.
Dez dias antes do segundo turno, reportagem do jornal Folhacassino dando bônusS.Paulo denunciou um esquemacassino dando bônusenviocassino dando bônusmassacassino dando bônusmensagens contra Haddad, bancado por um grupocassino dando bônusempresários favoráveis a Bolsonaro.
A prática seria ilegal, pois configuraria doaçãocassino dando bônuscampanha feita por empresas. O PT chegou a pedir cassaçãocassino dando bônussua candidatura por crime eleitoral, o que foi negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaro refutou qualquer irregularidade.
No dia 6cassino dando bônussetembro, Bolsonaro sofreu uma tentativacassino dando bônusassassinato durante comíciocassino dando bônusJuizcassino dando bônusFora, enquanto era erguido sobre os ombroscassino dando bônusapoiadores na Rua Halfeld, a principal via comercial da cidade.
A facada desferida por Adélio Bispocassino dando bônusOliveira perfurou seu intestino, causando uma grave hemorragia que poderia ter lhe custado a vida, e manteve Bolsonaro no hospital por três semanas. "Acabaramcassino dando bônuseleger o presidente", seu filho Flávio Bolsonaro afirmou no Twitter após o ataque.
A um mês do primeiro turno, o atentado impôs mudanças à corrida eleitoral. Bolsonaro deixoucassino dando bônuscomparecer a debates e eventoscassino dando bônuscampanha, ecassino dando bônusrecuperação recebeu cobertura extensa na TV. Até então, a coligação Brasil Acimacassino dando bônusTudo, Deus Acimacassino dando bônusTodos, que o PSL formou com o PRTB, só tinha oito segundoscassino dando bônuscampanha pelo horário eleitoral.
O pastor evangélico e aliado Silas Malafaia, da igreja Assembleiacassino dando bônusDeus Vitóriacassino dando bônusCristo, lembra a visita que lhe fez no hospital, ainda com tubos entrando pelas veias e pelo nariz. Disse-lhe que, depois da facada, seus adversários estavam reclamando que "só dava mídia para Bolsonaro". E estavam "morrendocassino dando bônusinveja":
"Olha que santa facada foi essa aí. Mudou tudo. Só falamcassino dando bônusvocê aí fora", afirma ter dito a Bolsonaro na ocasião. Ele começou a rir, mas então se conteve - os pontos da cirurgia ainda doíam.
Malafaia celebrou o casamentocassino dando bônusBolsonaro e Michelle, que costumava frequentarcassino dando bônusigreja no Rio,cassino dando bônus2013. Jair Bolsonaro é católico, mas,cassino dando bônus2017, foi batizado simbolicamente pelo pastor Everaldo Dias Pereira, presidente do PSC, no rio Jordão,cassino dando bônusIsrael.
A bancada evangélica foi parte do tripé que sustentoucassino dando bônuscandidatura. Ele subiu com o apoio das bancadas "BBB" no Congresso – representando a "bala", os defensores do acesso às armas, "boi", o agronegócio, e "Bíblia", os evangélicos.
Em 28 outubrocassino dando bônus2018, Bolsonaro foi eleito presidente com 55,13% dos votos, contra os 44,87%cassino dando bônusFernando Haddad, do PT. Depois do resultado, Malafaia visitou-o novamente, agora emcassino dando bônuscasa na Barra da Tijuca, no Rio.
"Ele falou para mim: 'Eu sou o Fusca que entrou na corridacassino dando bônusFórmula 1 e ganhou. O improvável do improvável'", relata o pastor. "Ele é muito humilde, tremendamente simples. Não é besta, não é nariz empinado. Sabe das suas limitações."
O presidente
Ao longo das últimas semanas, a população assistiu às primeiras medidascassino dando bônusBolsonaro como presidente eleito, enquanto se reunia com o gabinetecassino dando bônustransição e escolhia seus ministros, anunciando-os, um a um, pelo Twitter.
Bolsonaro reduziu o númerocassino dando bônuspastas das 29 mantidas pelo governo Michel Temer para 22 – inicialmente havia prometido apenas 15, mas os cortes não chegaram a tanto. Ainda assim, é o menor númerocassino dando bônusministérios desde o governo Fernando Collor, quecassino dando bônus1990 começou seu mandato com 12 pastas e tinha 14 ministérios quando sofreu impeachment,cassino dando bônus1992. O númerocassino dando bônusministérios pulou para 28 com Itamar Franco, ficou entre 24 e 26 nos anos FHC, subiu para 34 no primeiro governo Lula e chegou a 39 no segundo governo Dilma Rousseff.
O ministério que Bolsonaro construiu ao seu redor reflete suas raízes militares, a agenda conservadora no âmbito dos costumes, acenos à bancadas evangélicas, da bala e ruralistas e o alinhamento ideológico à direita, com dois nomes indicados pelo filósofo Olavocassino dando bônusCarvalho, um "guru" do pensamento conservador emergente no país.
As "estrelas" do ministériocassino dando bônusBolsonaro são o juiz Sérgio Moro, que deixou o protagonismo à frente das ações da Lava Jatocassino dando bônusCuritiba para se juntar ao governo, e seu outro guru, o economista liberal Paulo Guedes, apelidado pelo presidente eleitocassino dando bônus"Posto Ipiranga" para assuntos econômicos do novo governo, e que foi o fiador da candidatura do PSL junto ao mercado.
Nomes menos conhecidos incluem Damares Alves, escolhida para chefiar o recém-criado Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que passará a controlar também a Fundação Nacional do Índio (Funai); e o novo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que chefiava o departamento responsável pelas relações com os Estados Unidos e Canadá no Itamaraty e mantém um blog com elogios a Bolsonaro e críticas ao PT e à "ideologia globalista" no mundo.
Setecassino dando bônusseus ministros são militares, o que equivale a 35% do primeiro escalão - isso sem contar o próprio presidente e seu vice, o general da reserva Hamilton Mourão. É a maior participação que as Forças Armadas têmcassino dando bônusum governo desde a redemocratização.
Assim que acassino dando bônusvitória no segundo turno foi confirmada, a primeira medidacassino dando bônusBolsonaro foi fazer uma transmissão ao vivo no Facebook. A comunicação direta com seus seguidores nas redes sociais tem sido mantida para além da campanha,cassino dando bônusmais uma semelhança com o estilocassino dando bônusDonald Trump.
Na relação com a grande imprensa, Bolsonaro também parece ter se inspirado na "cartilha"cassino dando bônusTrump, considera o brasilianista Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly e especialistacassino dando bônusAmérica Latina do centrocassino dando bônuspesquisas Council of the Americas,cassino dando bônusWashington.
Ao longo da campanha, ele adotou tom belicoso contra a mídia, disseminando a ideiacassino dando bônusque veículos tradicionais propagam "fake news" e ameaçando cortar verba publicitária federal para veículos críticos.
"Se ele conseguir condicionar o público a duvidarcassino dando bônustudo que lê e escuta na mídia tradicional, e usarcassino dando bônusposição para apresentar acassino dando bônusprópria narrativa - e muitas vezes seus próprios fatos, como o Trump tem feito – isso será uma ferramenta muito poderosa", afirma Winter.
Bolsonaro assume o governo com enormes desafios, como ocassino dando bônusdar fôlego à economia - que deverá ter crescimentocassino dando bônus1,3%cassino dando bônus2018, segundo a última projeção do Banco Central - e reduzir o rombo nas contas públicas, que deve ficarcassino dando bônustornocassino dando bônusR$ 140 bilhões neste ano.
A reforma da Previdência é vista como uma missão primordial, mascassino dando bônusaprovação dependerá da capacidade do governocassino dando bônusconstruir uma maioria no Congresso. E a governabilidade pode ser dificultada pela maneira como Bolsonaro construiu seu ministério, sem distribuir cargoscassino dando bônustrocacassino dando bônusapoio partidário, aponta o cientista político Timothy Power.
"Ele vai ter que encontrar outras formascassino dando bônussatisfazer o Congresso para aprovar as políticas propostas por Paulo Guedes. Por outro lado, as pessoas que escolheu para fazer a interlocução com os parlamentares, como Onyx Lorenzoni (DEM-RS), não são muito influentes", considera o professor da Universidadecassino dando bônusOxford.
O nomecassino dando bônusLorenzoni exemplifica outro desafio do novo presidente: provar que a bandeira anticorrupção não era apenas promessacassino dando bônuscampanha.
Bolsonaro enfrentou as primeiras celeumas neste quesito antes mesmo da posse, ao apontar Lorenzoni como ministro-chefe da Casa Civil apesarcassino dando bônuster sido citado na delação premiada da JBS como receptorcassino dando bônuscaixa dois; e com as suspeitas surgidascassino dando bônusdezembrocassino dando bônustornocassino dando bônusmovimentações bancáriascassino dando bônusum ex-assessorcassino dando bônusFlávio Bolsonaro, o ex-policial militar Fabrício José Carloscassino dando bônusQueiroz, velho amigo do presidente.
Depoiscassino dando bônusfaltar a dois depoimentos convocados pelo Ministério Público do Rio sob a justificativacassino dando bônusproblemascassino dando bônussaúde, Queiroz falou sobre o caso pela primeira vezcassino dando bônus26cassino dando bônusdezembro,cassino dando bônusentrevista ao SBT, afirmando que as transações que levantaram suspeitas -cassino dando bônusR$ 1,2 milhão ao longocassino dando bônusum ano - ocorreram porque ele é "um caracassino dando bônusnegócios" e investiu na compra e revendacassino dando bônusbens.
Ao discursar na noitecassino dando bônussua vitória,cassino dando bônus28cassino dando bônusoutubro, Bolsonaro procurou adotar um tom conciliador, prometendo "defender a Constituição, a democracia e a liberdade", e afirmando que o Brasil é um país "de diversas opiniões, cores e orientações".
O início do governo do capitão reformado inspira confiança a muitos brasileiros, mas gera temor e preocupaçãocassino dando bônusmuitos outros – sobretudocassino dando bônusáreas como a proteção dos direitos humanos, a defesa do meio ambiente ecassino dando bônuspovos indígenas e a liberdadecassino dando bônusimprensa,cassino dando bônusexpressão ecassino dando bônusensino no ambiente escolar e acadêmico.
"Vamos botar um ponto finalcassino dando bônustodos os ativismos do Brasil", declarou Bolsonaro logo após o primeiro turno, levando maiscassino dando bônus4 mil organizações da sociedade civil e movimentos sociais a se pronunciarem contra o que viram como uma ameaça àcassino dando bônusliberdadecassino dando bônusatuação.
Movimentos feministas, negros e LGBT temem ver seus direitos cerceados no governocassino dando bônusum presidente que, durante a campanha, disse que as minorias teriam que "se curvar à maioria" – ou então "desaparecer".
"Campanha é campanha", diz o general Augusto Heleno, chefe do Gabinetecassino dando bônusSegurança Institucional do governo Bolsonaro. "É importante que haja um pensamento positivo diante da situação que o Brasil está vivendo. O país foi colocado à beira do abismo, seja do pontocassino dando bônusvista econômico, político ou social. Precisamos reconstruir o Brasil dentro dos padrões que se imagina para uma das maiores economias do mundo", considera.
"Eu faço votos para que Bolsonaro surpreenda a parcela da população que não votou nele", diz o general Heleno.
*Colaborou Ingrid Fagundez, da BBC News Brasilcassino dando bônusSão Paulo