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Bolsonaro presidente: com vantagem próxima àbetano com loginDilmabetano com login2010, eleito não recebe 'chequebetano com loginbranco', dizem analistas:betano com login
Com um grande númerobetano com loginabstenções, votos brancos e nulos que, somados, chegam a 42 milhões, Bolsonaro viu embetano com logineleição resultado mais apertado do que Fernando Henrique Cardoso e Lulabetano com loginseus dois mandatos. Para os entrevistados,betano com loginsituação estaria mais próxima àbetano com loginDilma, que começou o governobetano com loginuma condição menos confortável.
Vitorioso no primeiro turnobetano com login1994, FHC recebeu 54% dos votos válidos, contra 27%betano com loginLula. Quatro anos depois, o tucano também levou no primeiro turno, com 53% contra 31%betano com loginLula.
No caso do petista,betano com login2002 ele venceu no segundo turno com 61%, contra 38%betano com loginJosé Serra (PSDB). Na eleição seguinte, ganhou no segundo turno com 60%, contra 39%betano com loginGeraldo Alckmin (PSDB).
"Hoje o cenário ébetano com loginum presidente eleito legitimamente, mas que não tem a forçabetano com loginFHC e Lula. Se juntar votos brancos, nulos e abstenções com os do Haddad, Bolsonaro não tem metade dos votos dos brasileiros. Pelas bobagens que falou durante a campanha e por não ter uma votação tão esplendorosa como imaginava, entra cheiobetano com logincontroles. Está mais parecido com Dilma", diz o professorbetano com loginciência política da FGV Fernando Abrucio.
O militar reformado teve 57,7 milhõesbetano com loginvotos - 49% dos votos totais, que incluem os brancos e nulos citados por Abrucio. Neste ano, 31,7 milhõesbetano com logineleitores não foram às urnas.
Os professores explicam que a porcentagembetano com loginvotos e a distância para o segundo colocado representam o prestígiobetano com loginum candidato perante a opinião pública e interferem na forma como ele é visto. Quanto maiorbetano com loginvotação, mais impulso tem como figura política, mais apoio pode reunir no começo do governo e mais difícil é a oposição a ele.
Nestas eleições, a professorabetano com loginciência política da Unicamp Rachel Meneguello considerou a diferença entre os presidenciáveis "razoável".
"Onze pontos percentuais não é ruim. Não define uma larga maioria e dá chance para uma forte oposição se estabelecer."
Para Meneguello,betano com loginum cenáriobetano com loginpolarização como o que vive o país hoje, uma vitória estrondosa, na faixa dos 60% a 80%, representaria um risco para a democracia, porque fortaleceria apenas um lado e aumentaria o desequilíbrio do sistema político.
"Uma votaçãobetano com login70% seria ruim porque você agudiza a polarização. O presidente poderia se colocar no papelbetano com loginliderança personalista máxima. Se tivesse uma votação desse tamanho, poderia exacerbar os poderes do Executivo, o que seria o caminho natural com a maioria esmagadora dos votos."
Um apoio mais amplo, afirma Meneguello, poderia servir como um "chequebetano com loginbranco" ou pelo menos um estímulo para Bolsonaro "fazer o que bem entender".
Com uma diferença menor, haveria mais pressões sobre o chefe do Executivo. Fernando Abrucio, da FGV, diz que a última semana do pleito foi crucial para aumentar essas tensões.
O crescimento rápidobetano com loginFernando Haddad, que recebeu 47 milhõesbetano com loginvotos, e a repercussãobetano com loginuma declaração polêmica do filhobetano com loginBolsonaro sobre o Supremo Tribunal Federal teriam colocado o capitão reformadobetano com loginposição delicada.
No domingo passado, um vídeo replicado nas redes sociais mostrava Eduardo Bolsonaro, deputado eleito por São Paulo, dizendo que para fechar o STF bastava "um soldado e um cabo".
"Bolsonaro já entra no governo com grande pressão. Nesta semana, passou os dias pedindo desculpas pelo que o filho falou. Vai chegar no governo com muita gente preocupada com a forma autoritária como pode agir. Isso vai obrigá-lo a reduzir o tom", diz Abrucio.
O professor vê a exibição da Constituição Federalbetano com login1988 ebetano com loginum livrobetano com loginWinston Churchill, famoso porbetano com loginarticulação como primeiro ministro britânico na Segunda Guerra Mundial, durante os pronunciamentosbetano com loginBolsonaro neste domingo como uma tentativabetano com loginmoderação.
Tais mudançasbetano com logincomportamento seriam necessárias ao assumir o governo, argumenta, para costurar acordos num Congresso polarizado e lidar com liderançasbetano com logincentro ebetano com loginesquerda pelo país.
"Ele vai ter que conversar com mais gente e ouvir mais, porque as palavras vão ter maior peso no governo. Bolsonaro vai precisar aprender com Churchill: ele conversava com todo mundo, tinha parcimônia, brigou dentro do próprio partido, mas continuou falando com todos."
Haddad como oposição
Abrucio também destaca o crescimentobetano com loginHaddad na reta final da disputa. Ele diz que o ex-prefeitobetano com loginSão Paulo conseguiu "ser maior do que o PT" no segundo turno e exerceu um papel mais relevante do que se imaginava para um candidato que entrou na corrida tarde, depois que a candidaturabetano com loginLula foi negada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um mês antes da primeira votação.
"Haddad se apropriou da ideia da democracia. Isso lhe dá um peso grande, é uma das coisas que fazem parte da espada que está suspensa sobre a cabeça do novo presidente. Bolsonaro precisará ter cuidado porque, com qualquer escorregão, a oposição pode dizer 'nós avisamos.'"
Para Rachel Meneguello, o resultado das urnas permite uma oposição forte, porque ela será representativabetano com loginuma grande parte da população. Ele vê na figura moderada do ex-prefeitobetano com loginSão Paulo alguém que pode liderar uma frentebetano com loginesquerda, desde que PT e outras siglas ultrapassem suas diferenças e se unam.
"Haddad se deu bem nesta eleição, com tudo o que carregou nos ombros - o fatobetano com loginLula estar preso, o antipetismo, a herança econômicabetano com loginDilma. Mesmo com tudo isso, teve grande sucesso O PT tem que apostar nele para garantir um processobetano com loginalianças na esquerda."
Em discurso após anúncio dos resultados do pleito, o petista falou da responsabilidadebetano com loginfazer oposição a Bolsonaro: "porque nós temos compromisso com a prosperidade do país, nós que ajudamos a construir a democracia, uma das maiores do mundo no Brasil, temos que ter um compromissobetano com loginmantê-la,betano com loginnão aceitar provocações. Não aceitar ameaças"
Pedro Fassoni, coordenador do Departamentobetano com loginCiências Sociais da PUC-SP, considera Haddad como "o principal líder político da oposição" neste momento. Ele diz que o petista conseguiu unir diversos movimentos sociais e frentesbetano com loginesquerda durante a campanha.
Apesarbetano com loginreconhecer a importância dos milhõesbetano com loginvotos recebidos pelo candidato derrotado, Fassoni argumenta que ainda é cedo para saber quão eficazes serão as forças contrárias ao governo.
Congresso e governos: forçasbetano com loginBolsonaro
Ele menciona a grande bancada que o PSL, partidobetano com loginBolsonaro, conquistou na Câmara - 52 deputados, apenas atrás dos 56 do PT -, além do apoio da frente ruralista (261 parlamentares, incluindo senadores), para dizer que não só o pleito conta: as conquistas do partidobetano com loginBolsonaro no Congresso e nos governos estaduais também trabalham a seu favor.
Depoisbetano com loginuma votação expressivabetano com logindeputados e senadores no primeiro turno, o PSL elegeu três governadores no segundo, alémbetano com loginum apoiadorbetano com loginBolsonaro, João Doria,betano com loginSão Paulo, o maior colégio eleitoral do país.
"Ele tem condiçõesbetano com loginconseguir uma ampla base parlamentar para aprovar projetosbetano com loginseu interesse. Então, mesmo diminuindo a diferença na reta final, opositores vão ter dificuldades por ser minoria no Congresso. Eles vão ter que se opor ao governo também socialmente, fazendo trabalhobetano com loginbase nas fábricas, escolas e universidades, se quiserem barrar algumas propostas", diz Fassoni.
Outra dúvida do professor é o espaço que os opositores terão para se manifestar nos próximos quatro anos. Após falas agressivas do presidente eleito sobre militantesbetano com loginesquerda, Fassoni teme que ações da oposição possam ser reprimidas.
Há uma semana, o capitão reformado disse, por telefone, a manifestantes que se reuniam na Paulista que iria "varrer do mapa os bandidos vermelhos do Brasil".
"Bolsonaro deixou muito claro que tem intençãobetano com loginacabar com a oposição, com o ativismo. Vamos ver até que ponto isso pode se desdobrar."
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