Eleições 2018: A difícil (mas possível) matemática que poderia levar Bolsonaro a vencer no primeiro turno:wishmaker bonus
Nawishmaker bonusavaliação, vários fatores explicam a recente disparada do candidato nas pesquisas,wishmaker bonusuma composiçãowishmaker bonusvoto antipetista, antifeminista e evangélico.
Já o cientista político Cláudio Couto, professor do Departamentowishmaker bonusGestão Pública Fundação Getúlio Vargaswishmaker bonusSão Paulo (FGV-SP), considera que seria necessário uma confluência muito forte para a eleição presidencial já se definir neste domingo.
"É improvável que Bolsonaro seja eleitowishmaker bonusprimeiro turno. O candidato tem menoswishmaker bonus40%wishmaker bonusvotos válidos. Seria preciso uma transferência massivawishmaker bonusvotos para o Bolsonaro,wishmaker bonustodos os candidatoswishmaker bonuscentro, indecisos, gente que vai anular, tudo para ele. Acho muito difícil isso acontecer", afirma.
1) Crescimento entre indecisos
Os 39%wishmaker bonusvotos válidoswishmaker bonusJair Bolsonaro, segundo o Datafolhawishmaker bonusquinta-feira, são um patamar baixo para o primeiro colocadowishmaker bonusuma disputa presidencial,wishmaker bonuscomparação com as últimas eleições. Em 2014, também nos dias anteriores ao primeiro turno, Dilma Rousseff (PT) tinha 46%wishmaker bonusvotos válidos. Em 2010, Dilma chegava a 50%. Nas vésperaswishmaker bonus2006 e 2002, Luiz Inácio Lula da Silva tinha cercawishmaker bonus48%.
Por outro lado, a intençãowishmaker bonusvotowishmaker bonusBolsonaro apresenta uma tendênciawishmaker bonusalta. Na última sexta-feira, o militar reformado tinha 28% dos votos totais, no Datafolha - o mesmo percentual registrado uma semana antes, o que parecia indicar que ele tinha paradowishmaker bonuscrescer. Mas, na terça-feira, o instituto apontou que o candidato havia voltado a subir, chegando a 32%. Na quinta-feira, estava com 35% -wishmaker bonusválidos, 39%.
Segundo especialistas, Bolsonaro pode ter crescido principalmente entre quem estava indeciso e não declarava voto nas pesquisas anteriores.
"A eleição está muito polarizada. Isso faz com que haja muitos indecisos, até mais tarde do que o normal. Mas, na última hora, as pessoas começam a decidir. A migraçãowishmaker bonusvotos para Bolsonaro, que teria que acontecerwishmaker bonusalgum momento, está ocorrendo agora porque esse é o momento da decisão", diz Couto.
Uma das faixaswishmaker bonusque Bolsonaro mais cresceu nessa última semana foi a das mulheres. Para Couto, isso também pode ser explicado pela migração dos votoswishmaker bonusindecisos, já que historicamente as mulheres são as eleitoras que mais demoram para tomar uma decisão.
Para Rosana Pinheiro-Machado, "muitas mulheres que estavam indecisas estão na última hora repetindo o movimento tradicionalwishmaker bonusseguir votoswishmaker bonuspais e maridos". Bolsonaro tem usado as redes sociais para se colocar como o verdadeiro candidato preocupado com a segurança das mulheres.
O candidato também tem visado aos indecisos no Nordeste e suavizou o discurso antipetista na região. Disse que Lula "tinha tudo para ser um grande presidente", que "lamenta" que ele esteja "nessa situação", mas que "ele está colhendo o que plantou".
Mas a queda no númerowishmaker bonusindecisos pode estar perto do limite. No finalwishmaker bonusagosto, 28% do eleitorado não citava nenhum candidato, segundo o Datafolha. Agora, são apenas 11%.
2) Voto útil antipetistawishmaker bonusBolsonaro
Na reta final para o primeiro turno, os apoiadoreswishmaker bonusBolsonaro intensificaram esforços para conseguir mais votos para o candidato. Em atowishmaker bonusapoio ao militar reformado na Av. Paulista,wishmaker bonusSão Paulo, no último domingo, os manifestantes entoaramwishmaker bonuscoro: "primeiro turno, primeiro turno, primeiro turno".
A aposta principal dos bolsonaristas para conquistar mais votos é o voto útil antipetista, buscando atrair eleitoreswishmaker bonusoutras candidaturaswishmaker bonusoposição ao partidowishmaker bonusLula - principalmentewishmaker bonusGeraldo Alckmin (PSDB), João Amoêdo (Novo), Alvaro Dias (Podemos) e Henrique Meirelles (MDB).
Nesse sentido,wishmaker bonusgruposwishmaker bonusWhatsApp favoráveis a Bolsonaro, circula um áudio com informações falsas, dizendo que as urnas seriam fraudadas no segundo turno, mas não no primeiro. Assim, segundo o raciocínio da mensagem, a única chancewishmaker bonusderrotar o PT estaria na vitóriawishmaker bonusprimeiro turno.
Mas como uma possível transferênciawishmaker bonusvotos para Bolsonaro na reta final poderia alterar o quadro das eleições? A BBC News Brasil fez algumas simulações.
Se até domingo Bolsonaro conseguir obter 1wishmaker bonuscada 10 votoswishmaker bonustodos os demais concorrentes, além do apoiowishmaker bonus1wishmaker bonuscada 10 pessoas que hoje dizem votar branco ou nulo ou estarem indecisas, ele passaria a ter 41% dos votos totais. Mantendo-se o patamarwishmaker bonusvotos brancos e nulos mostrados pelo Datafolha, seriam 47%wishmaker bonusvotos válidos.
Já se a transferênciawishmaker bonusvotoswishmaker bonusAlckmin, Amoêdo, Meirelles e Álvaro for maior,wishmaker bonus3 entre cada 10 votos, Bolsonaro ficaria com 44% dos votos totais - e,wishmaker bonusvotos válidos, estaria muito próximowishmaker bonusvencer no primeiro turno.
Essa migraçãowishmaker bonusvotos já vem ocorrendo nas últimas semanas - o que não está claro é se ainda há espaço para mais mudançaswishmaker bonusgrande magnitude. "Diante da fraquezawishmaker bonusoutros candidatos que se contrapõem ao PT, muitos eleitores já migraram para o Bolsonaro no primeiro turno. Alckmin, por exemplo, é um candidato morto", analisa Pinheiro-Machado.
3) Brancos e nulos favorecem o primeiro colocado
Os votos válidos são todos os votos que são destinados a algum candidato. Ou seja, eles não incluem brancos e nulos.
Vamos usar uma analogia. Imagine uma votaçãowishmaker bonusuma salawishmaker bonusaula com 20 alunos. Desses, 5 resolvem não votarwishmaker bonusninguém e outros 15 escolhem um candidato. Os votos válidos são apenas os votos desses 15. Assim, para vencerwishmaker bonusprimeiro turno, seria necessário ter a maioriawishmaker bonus15 - no caso, 8.
Mas, se nessa mesma votação 10 alunos resolvessem não votarwishmaker bonusninguém, o totalwishmaker bonusvotos válidos passaria a ser os outros 10. Assim, para vencerwishmaker bonusprimeiro turno, bastaria a maioriawishmaker bonus10 - ou seja, 6.
O mesmo ocorre nas eleições. Quanto mais votos brancos e nulos, menos votos válidos. E menor o totalwishmaker bonusvotos que o candidato mais bem posicionado precisa ter para vencer no primeiro turno.
Hoje, o percentualwishmaker bonus35%wishmaker bonusvotos totaiswishmaker bonusBolsonaro só seria suficiente para vencerwishmaker bonusprimeiro turno caso os votos inválidos chegassem a 30%, o que é improvável. Se Bolsonaro subir para 40% dos votos totais, então 20%wishmaker bonusbrancos e nulos poderiam elegê-lo no domingo - o que também é muito difícil.
No último Datafolha, apenas 6% disseram que pretendem anular ou votarwishmaker bonusbranco neste domingo, enquanto 5% ainda não tinham definido o voto. Na somatória, é um patamar próximo aowishmaker bonusbrancos e nulos visto na eleiçãowishmaker bonus2014 - 9,6%.
Resultados passados mostram como um alto patamarwishmaker bonusvotos sem validade pode ser determinante. Em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foi eleito presidentewishmaker bonusprimeiro turno, os votos brancos e nulos alcançaram patamares mais elevados, 18,7%. Isso fez com que os 43,1% dos votos totais recebidos pelo tucano se transformassemwishmaker bonus53,1% dos votos válidos.
Por outro lado,wishmaker bonus2006, Lula, recebeu um percentual maior dos votos totais (44,5%) no enfrentamento contra Alckmin. Porém, como houve menos votos brancos e nulos (8,4%), o petista não obteve a maioria dos válidos (48,6%) e a disputa foi para o segundo turno.
4) Abstençõeswishmaker bonusáreas petistas
As abstenções (númerowishmaker bonuseleitores que não comparecem para votar) também podem afetar o resultado das eleições.
Assim como os votos nulos e brancos, elas reduzem o universo totalwishmaker bonusvotos válidos, explica Lucio Rennó, professor-associado do Institutowishmaker bonusCiência Política da Universidadewishmaker bonusBrasília. Isso acaba diminuindo o número absolutowishmaker bonusvotos necessários para se alcançar a maioria no primeiro turno.
Na eleição à prefeiturawishmaker bonusSão Paulowishmaker bonus2016, por exemplo, João Doria (hoje candidato ao governo do Estado) conquistou 35% dos votos do eleitorado paulistano. Como o númerowishmaker bonusvotos brancos e nulos (quase 17%) e abstenções (22%) foi muito alto, o totalwishmaker bonusvotos válidos foi menor.
Assim, os 35%wishmaker bonusvotos totais viraram 53,2%wishmaker bonusválidos e Doria venceu no primeiro turno. Sua votação (3,085 milhõeswishmaker bonusvotos) foi menos expressiva do que a somawishmaker bonuseleitores que anulou ou se absteve (3,096 milhões).
Há ainda outro fator ocorrido na eleição municipalwishmaker bonus2016 que, caso se repita, poderia favorecer Bolsonaro. Em São Paulo, a abstenção foi maior na periferia, que costumava concentrar votos petistas.
Já no país como um todo, Rennó cruzou os índiceswishmaker bonusabstençãowishmaker bonus2014 e a renda média dos Estados e verificou que o comparecimento costuma ser mais alto conforme aumentam os rendimentos da população.
É justamente entre os segmentoswishmaker bonusmaior renda que Bolsonaro apresenta seu melhor desempenho nas pesquisas. Já com Haddad, do PT, ocorre o inverso. "O PT vai bemwishmaker bonusEstados mais pobres, onde a abstenção pode ser maior. É preciso ficar atento a esse elemento para entender possíveis discrepâncias (entre o resultado da eleição e as pesquisas)", observa Rennó.
Isso dá pistas sobre como a abstenção pode favorecer Bolsonaro este ano. Mas é difícil estimar qual vai ser o percentualwishmaker bonuseleitores que vão deixarwishmaker bonusvotar, já que as pesquisaswishmaker bonusintençãowishmaker bonusvoto não captam esse fenômeno. Segundo Rennó, nem sempre as pessoas admitem, durante a entrevista, a intençãowishmaker bonusnão comparecer às urnas.
Há quatro anos, 27 milhõeswishmaker bonuseleitores se abstiveram (19,4% do total). Já este ano, é possível que o percentual caia devido à expansão do cadastro biométrico para cercawishmaker bonusmetade do país. Nesse sistema, o eleitor é identificado porwishmaker bonusdigital, alémwishmaker bonusdocumento com foto.
Na eleiçãowishmaker bonus2016, as cidades que já estavam com cadastramento biométrico tiveram 12%wishmaker bonusabstenção, contra 19% da média nacional. Uma possível explicação para essa queda é que a atualização do cadastro tenha eliminado casoswishmaker bonuseleitores já falecidos, alémwishmaker bonuster estimulado outros que haviam mudadowishmaker bonuscidade, mas não haviam transferido seu título, a atualizarwishmaker bonussituação.
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