'Novos brasileiros': os migrantes africanos que estão mudando a caraapostas especiais betanoSão Paulo:apostas especiais betano
apostas especiais betano Habituado a caminhar pelo centroapostas especiais betanoSão Paulo, o fotógrafo Diego Padgurschi viu a região se transformar na última década com a chegadaapostas especiais betanolevasapostas especiais betanoimigrantes apostas especiais betano e refugiados africanos.
Vindosapostas especiais betanoAngola, Nigéria, Senegal, Gana, Guiné-Bissau, Mali, Guiné e República Democrática do Congo, entre outras nações, muitos traziam na bagagem tecidos coloridos e máscaras tradicionais, que passaram a vender nas ruas que há um século fervilhavam com imigrantes italianos, espanhóis, libaneses e japoneses.
Outros abriam restaurantes típicos, mercadinhos e salõesapostas especiais betanobeleza.
Não há dados precisos sobre a presençaapostas especiais betanoafricanosapostas especiais betanoSão Paulo, pois nem todos estão no cadastroapostas especiais betanoestrangeiros da Polícia Federal.
Segundo a corporação, 292.288 estrangeiros se mudaram para a cidade entre 2001 e 2017.
A Secretaria Nacionalapostas especiais betanoJustiça, porapostas especiais betanovez, registrou 161 mil pedidosapostas especiais betanorefúgio no Brasil desde 2010. O ano com mais solicitações foi 2017, com 33.866, das quais ao menos 4.785 foram feitas por africanos.
Igreja evangélica nigeriana
Inspirado nos fotógrafos malineses Seydou Keita, Malick Sidibè e Adama Kouyaté, celebrizados pelos retratosapostas especiais betanopessoas comuns nas ruas do Mali no século passado, Padgurschi montou um estúdio móvel e foi atrásapostas especiais betanodois dos mais numerosos gruposapostas especiais betanoafricanosapostas especiais betanoSão Paulo: nigerianos e senegaleses.
Primeiro, instalou-se num domingo à portaapostas especiais betanouma igreja evangélica nigeriana na avenida Rio Branco, no centro da cidade, montou os equipamentos e ficou à esperaapostas especiais betanoquem quisesse posar.
Depois, repetiu os passos ali perto, na Praça da República, onde todas as segundas-feiras senegaleses se reúnem para uma sessãoapostas especiais betanobatucadas intercaladas por leituras do Alcorão.
Padgurschi diz que, no início, foi recebido com desconfiança. "Muitos perguntavam quanto as fotos custariam. Quando dizia que não queria nada, achavam ainda mais estranho", ele conta à BBC News Brasil.
Após várias visitas, foi ganhando a confiança do grupo. Para deixá-los à vontade, não pedia qualquer informação pessoal dos fotografados.
Deu certo. Ao longoapostas especiais betanoum ano, Padgurschi fez cercaapostas especiais betano3 mil fotosapostas especiais betanoafricanos e seus filhos, vários deles nascidos no Brasil.
Batizadoapostas especiais betano"Novos Brasileiros", o trabalho buscou retratar a comunidadeapostas especiais betanouma maneira pouco habitual.
"Vemos muitas reportagens com tomapostas especiais betanodenúncia mostrando as duras condiçõesapostas especiais betanovida eapostas especiais betanotrabalho que os imigrantes e refugiados enfrentam no País. Já eu tentei retratá-losapostas especiais betanouma forma digna, quis fazer fotos que eles pudessem guardar", explica.
Cada vez que voltava aos locais, Padgurschi levava as imagens impressas e as distribuía aos retratados.
Africanos escravizados no Brasil
Padgurschi lembra que a chegada dos africanos se insere numa longa história que o Brasil mantém com o continente, marcada por um dos aspectos mais sombrios da formação do país - a escravidão negra.
Segundo o The Trans-Atlantic Slave Trade Database, uma iniciativa internacionalapostas especiais betanocatalogaçãoapostas especiais betanodados sobre o tráficoapostas especiais betanopessoas escravizadas, navios portugueses ou brasileiros embarcaram suas vítimasapostas especiais betanoquase 90 portos africanos, fazendo maisapostas especiais betano11,4 mil viagens.
Dessas, 9,2 mil tiveram como destino o Brasil.
Estima-se que 4,9 milhõesapostas especiais betanoafricanos tenham desembarcado no país naquela época. Nenhum outro lugar do mundo recebeu tantos escravizados. Nos Estados Unidos,apostas especiais betanocomparação, foram 389 mil.
Diferentemente dos que chegaram naquele período, Padgurschi diz que os africanos que desembarcam hoje no país não serão forçados a romper os laços com a terra natal.
"Nenhum negro brasileiro tem seu sobrenome africano, mas sim oapostas especiais betanoquem o escravizou. Já os africanos que estão aqui agora poderão repassar seus nomes aos filhos e netos, que saberãoapostas especiais betanoonde vieram seus antepassados."
"Meu trabalho se propõe a fazer um registro dos novos africanos, que vão conseguir manter uma conexão com suas origens muito maior do que os escravos, que tiveram suas histórias apagadas."
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