MDB é tóxico e pode contaminar aliados nas eleições, diz cientista político:novibet jobs

O presidente Michel Temer, reprovado 70% da população, segundo pesquisa Datafolhanovibet jobsabril

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Legenda da foto, Segundo pesquisa Datafolha, governonovibet jobsMichel Temer é reprovado por 70% dos brasileiros

novibet jobs BBC News Brasil - No seu livro recém-lançado, você analisa indicadores eleitorais e sociais para afirmar que as eleições presidenciais no Brasil são previsíveis e reforçam o monopólionovibet jobsPT e PSDB. O senhor acredita que este pode ser o caso do pleito deste ano, mesmo com Lula preso e o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, tãonovibet jobsbaixa?

novibet jobs Alberto Almeida - Um forte indicador são as pesquisas já foram divulgadas e mostram o Lula liderando a corrida presidencial, mesmo preso. As pessoas podem até falar "ah, mas ele não vai ser candidato" - pode ser, mas isso é um sinal da força do PT. E essa liderança se dá graças ao Nordeste do país, o que reforça o padrão que eu demonstro no livro com base nas eleiçõesnovibet jobs2010 e 2014. O que falta é o PT ter um candidato para o lugar do Lula, e nessa hora o Nordeste vai olhar com todo carinho, pensarnovibet jobsprogramas como o Bolsa Família, como a vida deles melhorou nos anos do PT, etc.

Do outro lado, o PSDB, que é o "anti-PT". Pode ser que haja uma exceção neste ano, mas isso só vamos poder afirmar depois que a campanha começar, porque a estrutura do PSDB é muito maior do que anovibet jobsvários partidos, inclusive da sigla do Jair Bolsonaro (pré-candidato pelo PSL).

O fatonovibet jobsas pesquisas mostrarem uma certa dificuldade do PSDB neste ano, não quer dizer que ela vá permanecer. A gente não pode esquecer que na eleição passada, o então candidato Aécio Neves passou a Marina Silva somente na quinta-feira antes da votação que ocorreu no domingo. O mesmo pode vir a acontecer com o Geraldo Alckmin, já que o PSDB tem uma máquina muito fortenovibet jobsSão Paulo.

O cientista Alberto Carlos Almeida

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Legenda da foto, Para o cientista político Alberto Carlos Almeida, quem se aliar ao PMDB pode ser prejudicado nas eleições

novibet jobs BBC News Brasil - Quer dizer que, depoisnovibet jobstodos os escândalosnovibet jobscorrupção e da Lava-Jato, nada mudou na cabeça do eleitor brasileiro?

novibet jobs Almeida - Não é que nada tenha mudado. Quando se fala do eleitor você está falando da procura, da demanda - o eleitor demanda mudança, e isso não énovibet jobshoje. Mas quando falamosnovibet jobspartido, falamos da oferta, e essa oferta no Brasil é "oligopolizada". Os recursosnovibet jobscampanha, recursos financeiros, temponovibet jobstelevisão - tudo está muito concentrado no PT e PSDB, eles são muito fortes. A diferença entre eles e os competidores deles é muito grande.

novibet jobs BBC News Brasil - Com a recessão e os cortesnovibet jobsgastos públicos, muitas pessoas que haviam ascendido experimentaram retrocesso social. Como essa experiência se refletirá no voto?

novibet jobs Almeida - Eu tenho visto issonovibet jobsforma muito direta. Há um apoio muito forte ao votonovibet jobsoposição - e a oposição sendo o PT. Ou seja, na cabeça do eleitor funciona mais ou menos assim: "tiraram o PT e colocaram um governo que não está funcionando, então põe o PTnovibet jobsvolta".

Essa intençãonovibet jobsvoto no Lula mostra um pouco isso, e nas pesquisas você observa que há um favoritismo para o PT. Então, embora a crise tenha afetado figuras do partido, o saldo favorece a sigla nas eleições desse ano, as pesquisas mostram isso inclusive para o segundo turno. Aí, mesmo que você não tenha o Lula, que seja outro candidato, o partido tem uma máquina muito forte, por exemplo: o governo da Bahia,novibet jobsMinas Gerais, que é o maior colégio eleitoral do país. Se somar Minas, Bahia, Maranhão, Piauí, dá um quarto do eleitorado brasileiro, sem contar todos os Estados do Nordeste.

Lula pode ser libertado se o STF aceitar recurso nesta terça

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Legenda da foto, O ex-presidente Lula foi presonovibet jobsabril após condenação no caso do tríplex do Guarujá

Tem um lado bom do Lula não fazendo campanha para ele mesmo - afinal, ele está respondendo a acusações, o nome dele foi envolvidonovibet jobsescândalos, etc. Outro candidato do PT que não seja o Lula, não terá esse lado tão ruim. O Lula tem ativos, sim, mas tem passivos também.

novibet jobs BBC News Brasil - Assim como aconteceunovibet jobsoutros países, qual a chancenovibet jobstermos aqui um candidato ultra conservador com sucesso no pleito, como Jair Bolsonaro? Como ele se inserenovibet jobsmeio ao monopólio PT/PSDB?

novibet jobs Almeida - A diferença é que na Europa, e até nos Estados Unidos, você tem o tema da imigração, que não existe aqui no Brasil. Lá você tem uma ondanovibet jobsimigrantes que são acusadosnovibet jobsocupar vagasnovibet jobstrabalho dos cidadãos dos países para onde vão, e isso vira um tema muito forte das campanhas conservadoras, como anovibet jobsMarine Le Pen na França. Então, o que poderia fortalecer esse discurso aqui no Brasil? O tema da segurança pública?

Duvido um pouco, porque os governadores vão fazer campanhanovibet jobscima desse tema, eles controlam as polícias militar e civil - isso vai fazer o discurso do Bolsonaro parecer um pouco demagogo, porque ele vai falar, prometer o que não poderá cumprir. Tem muita onda para passar debaixo dessa ponte que vão acabar mostrando os pontos fracos do Bolsonaro.

novibet jobs BBC News Brasil - novibet jobs O senhor falou sobre segurança pública, quais devem ser os grandes temas das campanhas deste ano?

novibet jobs Almeida - Tudo o que estiver relacionado ao bem estar social e econômico das pessoas - aumentonovibet jobspodernovibet jobscompra, ter acesso a programas sociais. A palvara que costura tudo é acesso: acesso a bensnovibet jobsconsumo via renda, acesso a serviços, acesso a programas sociais. A campanha deve ser muito focada nisso.

novibet jobs BBC News Brasil - O MDB é sempre um peso importante nas eleições presidenciais, e nas alianças. Qual deve ser o peso do MDB neste ano?

novibet jobs Almeida - O MDB tem um pesonovibet jobsum governo muito mal avaliado. Para onde o partido for e apoiar, ele vai ferirnovibet jobsmorte aquele que estiver junto. Quem encostar no MDB, quem encostar no governo, está morto.

novibet jobs BBC News Brasil - Masnovibet jobsuma eleiçãonovibet jobsque todos os candidatos têm um temponovibet jobstelevisão curto, como os partidos vão disputar a eleição sem o temponovibet jobsTV e a capilaridade do apoio do MDB. Vai dar para ganhar a eleição, ignorando os pesos pesados do MDB?

novibet jobs Almeida - Sobre o temponovibet jobsTV, para se ter uma ideia, o PT terá 30 vezes mais tempo que o Bolsonaro. A Marina Silva tem menos ainda. A assimetria é muito grande. O Alckmin a mesma coisa: o Ciro Gomes tem muito menos tempo. Então isso reforça o peso, mesmo com as alteraçõesnovibet jobscampanha.

Sobre o MDB, as máquinas estaduais no Brasil se dividemnovibet jobsfunção do voto regional, então o MDB do Nordeste já afirmou que vai apoiar o PT, casonovibet jobsAlagoas, e e no Sul a sigla já declarou apoio ao PSDB, como RS e SC.

Na convenção que definirá se o partido vai ou não ter candidato, já que o Henrique Meirelles está se colocando, ali teremos uma definição mais precisanovibet jobscomo eles vão se comportar, inclusivenovibet jobstermosnovibet jobsapoio.

Ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato à presidência nas eleições 2018

Crédito, Edson Lopes Jr/A2 FOTOGRAFIA

Legenda da foto, Para cientista político Alberto Carlos Almeida, o ex-governador Geraldo Alckimin pode ganhar força mais próximo das eleições

Outra coisa: quem o MDB apoiar, perde a eleição. Por exemplo, a escolha do vice do Alckmin, se essa figura for do MDB, ele perde. O MDB é tóxico, inteiramente tóxico, porque o governo é muito mal avaliado.

A imagem do partido é muito ruim, não só do presidente. Seria uma loucura ter o MDB por perto, quem o tiver, perde. As divisões regionais é que regem o apoio das máquinas estaduais do partido, então nas regiões onde o PT é mais votado, a máquina vai para onde o vento sopra, e o mesmo com o PSDB. E por fim, o impacto do temponovibet jobstelevisão ainda não está claro porque vai depender das escolhas que eles farão na convenção.

novibet jobs BBC News Brasil - É possível falarnovibet jobsum realinhamento eleitoral no Brasil? De que forma ele se configura? E algo muda para as eleições do Legislativo?

novibet jobs Almeida - É difícilnovibet jobsdizer. O que já observamos é que essa mudança sobre as doações privadasnovibet jobscampanha vai dificultar a entradanovibet jobsnovos políticos - os que vão entrar serão aqueles que estarão dispostos a gastar uma fortuna pessoal, ou algo desse tipo.

Na minha avaliação,novibet jobscerta forma, isso vai ter um aspecto negativo para a política e já há estudos que detectam que mostram que a cada eleição que passa, os candidatos eleitos tendem a ser os mais ricos, e isso está aumentando a distância social entre os eleitos e não eleitos.

Antigamente, os eleitos eram pouco mais ricos que os não eleitos, agora eles são muito mais ricos do que aqueles que perdem as eleições. Isso gera um gruponovibet jobsparlamentares que são ricos pessoalmente. Essa é a única janelanovibet jobsrenovação hojenovibet jobsdia. O restante vai ter o financiamento público e quem segura a máquina do partido vai ter esse financiamento.

Nas eleiçõesnovibet jobs2018, eleitoresnovibet jobsLula deverão continuar votando no PT, diz Alberto Carlosnovibet jobsAlmeida

Crédito, José Cruz/Agência Brasil

Legenda da foto, Cientista político Alberto Carlos Almeida acredita que eleitores 'órfãos'novibet jobsLula deverão continuar votando no PT

novibet jobs BBC News Brasil - E sobre o perfil do eleitor? No seu livro o senhor defende que o perfil sócio-econômico é determinante para o voto e que houve uma mudança significativa a partir da eleiçãonovibet jobsLulanovibet jobs2006. O peso desse fator deve ser o mesmo neste ano?

novibet jobs Almeida - De alguma maneira, já há uma configuração nessa direção. As pesquisas divulgadas até agora mostram um favoritismo do PT na região Nordeste e do PSDBnovibet jobsSão Paulo. Isso mostra que o peso desse fator não foi alterado.

novibet jobs BBC News Brasil - Podemos esperar alguma mudança no comportamento do eleitor com base na ideologianovibet jobsalguns candidatos, inclusive sobre temas mais sociais, como identidadenovibet jobsgênero, legalização do aborto, entre outros?

novibet jobs Almeida - Eu ficaria surpreso se os candidatos seguissem para esse tiponovibet jobsdiscussão. Os jornalistas vão questioná-los sobre isso, mas eles entendem que a economia é mais importante - a população brasileira é muito carente, o que mobiliza mesmo os votos é o consumo, poder comprar mais. As pessoas estão contraindo gastos até no supermercado, acredito que esses temas serão mais discutidos.

novibet jobs BBC News Brasil - Com Lula preso, muitosnovibet jobsseus eleitores continuam sem candidato. Quem tende a "herdar" esses eleitores? Por quê?

novibet jobs Almeida - Na minha avaliação, esses eleitores devem ficar com PT porque o partido tem uma máquina muito forte. A gente pode até imaginar como vai ser essa dinâmicanovibet jobslançamentonovibet jobsum candidato: eles vão anunciar quem vai ser, o ex-presidente deve enviar uma carta, que será lida, esse nome vai ser entrevistado e ter mídia forte durante algum tempo, a exposição midiática vai ser muito grande - e esse candidato pode crescer.

novibet jobs BBC News Brasil - novibet jobs Os grandes escândalos não arranharam a imagemnovibet jobsPT? E agora do PSDB? O eleitor não está ligando pra isso? Por quê?

novibet jobs Almeida - Arranharam sim, se nao tivessem arranhado, a eleição estaria ganha no primeiro turno. Ainda que se suponha um equilíbrio porque a imagem do PT está arranhada, a ascensão do Bolsonaro também por causa dessa imagem mais prejudicada - não fosse isso, o PT ganharia no primeiro no turno e o PSDB estaria mais à frente nas pesquisas, com muito mais solidez. Então os escândalosnovibet jobscorrupção estão sendo sentidos sim, e eles é que são responsáveis pelo cenário que estamos vendo antes das eleições e da campanhanovibet jobssi.

novibet jobs BBC News Brasil - No livro o senhor analisa indicadores para afirmar que um segundo turno sem PT e PSDB neste ano é possível, mas não provável. Por quê?

novibet jobs Almeida - Por causa das máquinas. Hoje a dificuldade maior é dizer se o PSDB vai. Mas eles têm uma máquina muito forte, um domínio políticonovibet jobscada Estado - agênciasnovibet jobspublicidade, diretoresnovibet jobsentidades estatais,novibet jobshospitais - essa máquina fica ali esperando a eleição, e será ativada na campanha. O PSDB tem essa máquina muito forte principalmentenovibet jobsSão Paulo. E o PT continua tendo uma máquina forte, como eu disse anteriormente. Nesse aspecto, podemos não ter nenhuma novidade.

A oferta é rígida, e limitada. E faz partenovibet jobsuma construção, que leva tempo. PT e PSDB são grandes jogadores.

novibet jobs BBC News Brasil - E olhando para um futuro próximo, há alguém ou alguma sigla que desponte no cenário político capaznovibet jobscompetir com esses dois grandes partidos?

novibet jobs Almeida - Não vejo isso acontecer, e se tratanovibet jobsum processo longo, tem que ser plantado e construído. Se pergarmos o caso do Movimento 5 Estrelas na Itália, eles vêm construindo, isso leva tempo. Não énovibet jobsuma hora para a outra.