Nós atualizamos nossa Políticabetsul lotinhaPrivacidade e Cookies
Nós fizemos importantes modificações nos termosbetsul lotinhanossa Políticabetsul lotinhaPrivacidade e Cookies e gostaríamos que soubesse o que elas significam para você e para os dados pessoais que você nos forneceu.
Não posso mudarbetsul lotinhaopinião só para conquistar eleitoresbetsul lotinhaLula, diz Marina Silva:betsul lotinha
Apesar dos bons números que apresenta nas pesquisas, a julgar pelos recursos, Marina terá pela frente a campanha mais difícil entre suas três tentativasbetsul lotinhachegar ao Planalto. Sebetsul lotinha2010 obteve quase um minuto e meiobetsul lotinhaTV e,betsul lotinha2014, contava com dois minutos e 20 segundosbetsul lotinhapropaganda televisiva, agora terá meros 8 segundos para falar diariamente ao eleitor.
Pelas negociaçõesbetsul lotinhacoligaçãobetsul lotinhacurso, a ex-senadora pelo Acre terá que contar apenas com a estrutura dabetsul lotinharecém-criada Rede. O PSB, partido pelo qual ela concorreu no último pleito, faz acenosbetsul lotinhadireção a seu oponente Ciro Gomes (PDT). "Se hoje o PSB tem um entendimentobetsul lotinhaque não quer caminhar conosco, eu respeito a decisão deles", diz Marina.
Sobre afirmações recentes do ex-presidente Fernando Henrique Cardosobetsul lotinhaque seu nome não pode ser descartado como opção para o centro político, Marina diz que ele "não encontra eco dentro da estrutura do PSDB" e aproveita para alfinetar tucanos e petistas, acusados por elabetsul lotinhanão fazer autocrítica. Mas garante que não terá "preconceito" com lideranças partidárias se vencer a disputa e compara seu futuro esforçobetsul lotinhacompor uma base governista no Congresso ao da chanceler alemã Angela Merkel, que levou seis meses para obter uma coalizão no Parlamentobetsul lotinha2018.
Auxiliada por dois economistasbetsul lotinhainspiração liberal - André Lara Resende e Eduardo Giannetti - ela afirma que não privatizará nem a Petrobras, nem os bancos públicos. Promete rever a reforma trabalhista e alterar os parâmetros do tetobetsul lotinhagastos aprovado por Michel Temer.
A reforma da Previdência sairia no começobetsul lotinhaseu governo, defende. Em entrevista à BBC News Brasil, diz ser contra a legalização do aborto e a descriminalização das drogas. E favorável à intervenção do Exército na segurança pública do Riobetsul lotinhaJaneiro. "Desconheço qualquer um que defenda que o Rio deveria ficar entregue àbetsul lotinhaprópria sorte".
Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
betsul lotinha BBC News Brasil - Em 2017, seu assessor econômico, Eduardo Giannetti, disse que a senhora "precisa decidir se é uma líderbetsul lotinhamovimento ou é uma candidata a chefe do Executivo". Como vê essa crítica?
betsul lotinha Marina Silva - Primeiro, eu não entendi como uma crítica, entendi como um elogio, porque quando ele faloubetsul lotinhaser líderbetsul lotinhamovimento ele fez referência a duas grandes figuras que me são muito caras, que é o (indiano pacifista Mahatma) Gandhi e o (líder negro americano) Martin Luther King, então eu entendi como um elogio, porque essas figuras para mim estão no topo da montanha.
E eu acho que esse é um momentobetsul lotinhaque a política está passando por uma profunda crise e uma profunda transformação no mundo, ainda que não seja tão perceptível assim. Cada vez mais você vai ter que pensar a política como parte da própria dinâmica social, onde você pode intercalar o papelbetsul lotinhauma liderança política e obetsul lotinhauma liderança social.
betsul lotinha BBC News Brasil - Não há uma contradição entre uma coisa e outra?
betsul lotinha Marina - No meu entendimento não. Eu não quero confinar a minha militância e o meu ativismo socioambiental para poder ser política. Não tenho que confinar meu compromisso com a luta pela educação, pelos direitos humanos, pela causa indígena, para poder ser política.
Eu posso tratar dos temasbetsul lotinhainteresse do conjunto da sociedade brasileira e eles não são incompatíveis. Aliás, ter essa integração com a sociedade é o desafio do século 21.
betsul lotinha BBC News Brasil - Do pontobetsul lotinhavista prático, pensandobetsul lotinhacomo o Congresso tem funcionado, imaginando que para que ele funcionebetsul lotinhaoutra forma seria preciso uma reforma política, a ser aprovada pelo mesmo Congresso, como a senhora imagina governar tendo uma bancada que hoje ébetsul lotinhadois deputados?
betsul lotinha Marina - Os governos que têm 200, 300, 400 deputados estão governando? A Dilma tinha maisbetsul lotinha300 deputados e não governou. O Temer tem praticamente a mesma coisa e quem é que disse que ele está governando o Brasil?
Não é a quantidadebetsul lotinhadeputados do partido, é a quantidadebetsul lotinhadeputados do Congresso que têm compromisso com o país para resolver os graves problemas que estamos enfrentando na saúde, na educação, na segurança pública que está um caos com o aumento exacerbado da violência,betsul lotinhavários Estados forabetsul lotinhacontrole, como resolver o problemabetsul lotinhaum país que até ontem tinha pleno emprego e agora temos quase 25 milhõesbetsul lotinhapessoas vivendobetsul lotinhasituaçãobetsul lotinhapenúria.
Quem tiver compromisso com um programa para tirar o país dessa situação difícil, com certeza, a partir do compromisso firmado entre essas pessoas do Parlamento e o governo, nós faremos completamente diferente. A Angela Merkel, na Alemanha, ficou quase seis meses tentando montarbetsul lotinhabasebetsul lotinhaapoio. E ela fez isso com um contratobetsul lotinhagoverno, não foi distribuindo diretoriasbetsul lotinhaempresas estatais ou oferecendo qualquer tipobetsul lotinhavantagens ilícitas para os partidos, as lideranças políticas ou as empresas.
A Itália, que entrou tambémbetsul lotinhauma situação difícil entra a Liga (Norte, populistasbetsul lotinhaextrema-direita) e o Movimento Cinco estrelas (partido antiestablishment), ficaram também negociando quase cinco meses e vão agora fazer um contratobetsul lotinhagoverno.
Nós temos que sair do velho e degradado presidencialismobetsul lotinhacoalizão, com basebetsul lotinhaatitudes fisiológicas, para o presidencialismobetsul lotinhaproposição, onde a maioria do Congresso e a composição do governo se dá pelo compromisso com o programa. E o programa será legitimado e chancelado pela sociedade e é preciso que o Brasil tenha que entender que estamos no fundo do poço e não podemos ir para um poço sem fundo.
Se ganhar, eu não terei preconceito com lideranças políticas, pessoas corretas do pontobetsul lotinhavista ético, competentes do pontobetsul lotinhavista técnico e com capacidade políticabetsul lotinhamediarbetsul lotinhaforma legítima os interesses, não terei nenhum problema com pessoasbetsul lotinhapartidos, nem todas as pessoasbetsul lotinhapartidos são corruptas.
betsul lotinha BBC News Brasil - Se eleita, a senhora imagina ter um períodobetsul lotinhanegociação com o Congresso, para que esse Congresso compre suas ideias e passe a implementá-las como parte do seu projeto?
betsul lotinha Marina - No Brasil nós já temos uma experiência e esse período não precisa ser tão longo. O governo Itamar Franco, quando assumiu, foi algo semelhante, pessoasbetsul lotinhadiferentes partidos ajudaram o Brasil a fazer uma transição. E quem for eleito agora, se tiver a pretensãobetsul lotinhamais um projetobetsul lotinhapoderbetsul lotinha20 anos como fez o PT, como fez o PSDB, está muito enganado, nós só vamos aprofundar essa polarização, que poderá levar o país a uma cisão.
Por isso que eu sou contra a reeleição. Se ganhar, teremos apenas quatro anosbetsul lotinhamandato para fazer essa transição para uma nova basebetsul lotinhaprioridades para o Brasil do século 21. Com isso, tenho certeza que vamos ter os melhores quadros da sociedade, da academia, dos empresários e dos partidos para compor essa maioria no Congresso.
betsul lotinha BBC News Brasil - É um compromisso da senhora não se candidatar à reeleição?
betsul lotinha Marina - Eu sou contra a reeleição desde abetsul lotinhaorigem e estou cada vez mais convictabetsul lotinhaque na reforma política teremos que acabar com a reeleição. A reeleição criou um grave problema: as pessoas não fazem o que é necessário para o país, para a sociedade, as pessoas fazem o que é necessário para se reeleger.
Se, para isso, tiverem que roubar, elas acabaram roubando, e a Lava Jato está dizendo isso. Então minha proposta vai ser: fim da reeleição ampliando para cinco anosbetsul lotinhamandato do presidente, do governador, do prefeito a partirbetsul lotinha2022. Eu terei apenas quatro anos porque não se pode mudar as regras do jogo durante o jogo.
betsul lotinha BBC News Brasil - Que outras propostas constam dabetsul lotinhareforma política?
betsul lotinha Marina - O voto distrital misto, acho que vai fortalecer o processo político criando mais vínculo e mais proximidade (do parlamentar) com a sociedade. Aprovar as candidaturas independentes, para quebrar o monopólio dos partidos.
Na Itália, eu conhecibetsul lotinha1996 a ideia da lista cívica, mas isso acontecebetsul lotinhavários países do mundo,betsul lotinhaque é possível sair candidato sem ser por partido. Os partidos têm hoje o monopólio da política e dentro deles já não se discutem propostas, projetobetsul lotinhapaís, só se discute projetobetsul lotinhapoder.
Dentro dos partidos não há mais mobilidade política, as lideranças, ou são as mesmas, ou as que conseguem entrarbetsul lotinhaalgum espaço, com alguma possibilidadebetsul lotinhadisputa, são aqueles que vêm pelas mãos dos supostos donos dos partidos.
Se você tiver a possibilidadebetsul lotinharecrutar representantes políticos da sociedadebetsul lotinhauma forma direta, você cria uma concorrência idônea com os partidos e talvez isso os ajude na mobilidade interna para a renovação dos seus quadros.
betsul lotinha BBC News Brasil - O ex-presidente Fernando Henrique tem falado sobre alguns desses problemas e tem tentado viabilizar uma candidaturabetsul lotinhacentro. Chegou a dizer que o nome da senhora deveria ser levadobetsul lotinhaconta. Como estão as conversas com o ex-presidente? Hábetsul lotinhacurso uma negociação com o PSDB, a senhora aceitaria o apoio deles?
betsul lotinha Marina - Não hábetsul lotinhacurso nenhuma negociação, não tenho conversado com o presidente Fernando Henrique. Ele tem manifestado preocupações com a crise política e do sistema político, algo que é compartilhado pelo conjunto da sociedade brasileira. E eu, desde 2010, venho levantando a necessidadebetsul lotinhaum novo alinhamento político no Brasil, mas obviamente que esse novo alinhamento não é para que as forças com potencialbetsul lotinhamudança sejam assimiladas ou fagocitadas pelos grandes partidos da polarização.
Acho que a contribuição do PT e do PSDB foi genuína e muito importante, um com o Plano Real e o outro com programas sociais que tiraram milhões da pobreza. Como esses partidos se perderam na lógica do poder pelo poder, até mesmo o que havíamos conquistado, acabamos perdendo,betsul lotinhaum processo profundobetsul lotinhaestagnação, cujo pior resultado foi esse que veio à tona com a Lava Jato, (a descoberta) da corrupção sistêmica.
Por isso que, agora, é preciso que novas forças tenham espaço para dar abetsul lotinhacontribuição. É preciso que se pense a mudança, não pelas mãos daqueles que criaram os problemas e pelas práticas dos que criaram os problemas. Eu entendo que mesmo dentro desses partidos estagnados podem surgir nomes questionando, só tem que ter o cuidado para que não se ache que se pode colocar vinho novobetsul lotinhaodre velho.
betsul lotinha BBC News Brasil - Esse é um recado da senhora para o PSDB?
betsul lotinha Marina - Esse é um recado para mim mesma, um recado para que os que querem verdadeiras mudanças inclusive desses partidos. Para que a gente não esteja colocando vinho novobetsul lotinhaodre velho é preciso que se faça uma profunda autocrítica, coisa que eu não vejo na maioria desses partidos.
Acho que o presidente Fernando Henrique tem muito mais liberdade para fazer essas reflexões, até por ser sociólogo, e é positivo que o faça, mas ele não encontra eco na estrutura do PSDB. Assim como pessoas que eu sei que fazem críticas no PT não encontram eco, porque o PT também não faz autocrítica.
betsul lotinha BBC News Brasil - Pensando aindabetsul lotinhacoligações,betsul lotinha2014 a senhora esteve com o PSB (vice na chapabetsul lotinhaEduardo Campos, que acabou mortobetsul lotinhaum acidente aéreo durante a campanha). Não seria natural que agora eles estivessem com a senhora? Por que essa aliança aparentemente não vai se dar?
betsul lotinha Marina - Eu, quando fui apoiar o Eduardo Campos, o fiz por uma compreensão política naquele momentobetsul lotinhaque o Brasil precisavabetsul lotinhamudança e diante da articulação política para que eu não pudesse disputar, para impedir o registro da Rede, diante daquela situação, eu tomei a decisão. Mesmo estando com 24% das intençõesbetsul lotinhavoto e ele tendo menosbetsul lotinha10%, eu decidi apoiar.
Mas aquilo foi um gesto da minha parte, da parte da Rede. Eu não fiz contando com uma contrapartida no futuro. E se hoje o PSB tem um entendimentobetsul lotinhaque não quer caminhar conosco, eu respeito a decisão deles. É uma eleiçãobetsul lotinhadois turnos.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora se identifica com o PSB ainda hoje?
betsul lotinha Marina - É claro. O fatobetsul lotinhaos dirigentes do PSB terem uma atitudebetsul lotinhaque nesse momento eles querem buscar outras alternativas não anula a avaliação que eu tinhabetsul lotinhamuitos aspectosbetsul lotinha2014.
betsul lotinha BBC News Brasil - Alguns colaboradores (como Luiz Eduardo Soares) a deixaram nos últimos 4 anos com críticasbetsul lotinhaque a Rede sofrebetsul lotinhaindefinição política, um "vaziobetsul lotinhaposicionamentos políticos". Hoje, seus principais oponentes, descontado o ex-presidente Lula, são Bolsonaro e Ciro Gomes, ambos com posturas assertivas e rigorosas. Como a senhora vai atingir os eleitores que estão buscando posicionamentos mais firmes?
betsul lotinha Marina - Eu discordobetsul lotinhaque as pessoas que saíram foi porque não tivesse posicionamento e porque não sou uma pessoa rigorosa. Acho que as pessoas saíram por não concordar com esses posicionamentos. Em relação ao impeachment, quando cheguei a um convencimento, me posicionei que deveria sim ter impeachment. Quem é que não se posicionou sobre corrupção?
Me posiciono o tempo todo a favor da Lava Jato, quem se posicionou para que investigado não entrebetsul lotinhalinha sucessória? Quem se posicionou pela cassação da chapa Dilma-Temer? Quem se posicionou contra a leibetsul lotinhaabusobetsul lotinhaautoridade? Quem se posicionoubetsul lotinharelação a não dar anistia ao caixa dois? Todos esses posicionamentos foram meus. As pessoas podem discordar dele, mas (dizer) que não me posicionei, eu discordo.
betsul lotinha BBC News Brasil - Como vai se comportarbetsul lotinharelação a Bolsonaro e Ciro?
betsul lotinha Marina - Eu não posso caricaturar os meus adversários, é legítimo que eles tenham abetsul lotinhapostura. As pessoas vão analisar, alémbetsul lotinhapropostas, trajetóriasbetsul lotinhavida, estilosbetsul lotinhagoverno, é isso que vai definir.
Não vou mobilizar pessoas para ser contra o Ciro e o Bolsonaro. Não vou ter uma atitudebetsul lotinhadesconstruçãobetsul lotinhaninguém. Quando eu discordo do Bolsonaro, eu discordobetsul lotinhaque mais violência resolve o problemabetsul lotinhasegurança pública, discordobetsul lotinhaque distribuindo armas para as pessoas nós vamos dar mais segurança para cada família.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora tem tomado posicionamentos que a afastaram do espectro da esquerda da política brasileira. O apoio ao Aéciobetsul lotinha2014, o apoio ao impeachment, essas posições que a senhora acababetsul lotinhalistar, etc. Nesse momento, existem 30%betsul lotinhaintençõesbetsul lotinhavoto depositadasbetsul lotinhaLula, um candidato que não deve estar nas urnas. Esses eleitores ficarão órfãos e vão buscar outros candidatos. Como a senhora vai conseguir atraí-los tendo feito esses movimentos políticosbetsul lotinha2014 pra cá?
betsul lotinha Marina - Somos uma força que não se prende a rótulos centro, esquerda, direita, até porque isso já não diz mais muita coisa. O que é serbetsul lotinhaesquerda? É ser contra o Lava Jato? É se unir com o Sarney, se unir com o Collor, se unir com o Renan (Calheiros), com o Romero Jucá, com o Maluf? Isso já não diz mais nada.
Desde 2010, nós estamos buscando um novo caminho. E obviamente que vou tratar todos os cidadãos com respeito, e precisamos dialogar com todos eles. Mas eu não posso mudarbetsul lotinhaopiniãobetsul lotinhaforma oportunista só para conquistar os votos daqueles que manifestem a intençãobetsul lotinhavotar nesse ou naquele candidato.
Eu quero convencer as pessoas a partir das ideias que temos, e elas entendendo que o Brasil precisabetsul lotinhaalguém que tenha a capacidadebetsul lotinhaunir os brasileiros e que os grupos que se colocam nos polos só vão aprofundar cada vez mais a disputa entre si.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora tem falado muito da Lava Jato com entusiasmo, e a senhora foi ministra da gestão Lula por sete anos, fundou o PT junto a ele. Hoje o presidente Lula está preso, condenado por corrupção. A senhora, enquanto esteve ao lado dele, nunca notou ou suspeitoubetsul lotinhacorrupção? A senhora realmente acredita que o presidente Lula seja corrupto como diz a Lava Jato?
betsul lotinha Marina - Os autos foram devidamente trabalhados, com todo rigor que é necessário para um julgamento dessa magnitude. Os advogados do presidente Lula com certeza são muito bem pagos e competentes, todas as instâncias foram acionadas para assegurar a ele o mais amplo direitobetsul lotinhadefesa.
O que eu não posso é, independente das relações históricasbetsul lotinhaamizade, do que quer que seja que eu tenha com as pessoas, achar que a Justiça deve se adaptar às pessoas. Não se pode ter uma justiça com dois pesos e duas medidas, uma para os aliados e outra para os adversários.
Se erros foram cometidos, a melhor formabetsul lotinharespeitar essas pessoas é que seja reparado o erro cometido. Justiça não é vingança, é reparação. Ninguém me vê tripudiando nem do Lula, nem do Aécio, nem do Cunha, nem do Delcídio,betsul lotinhaninguém. Quando alguém é interditado pela Justiça, ele está entregue ao Estado, não é civilizado ficar fazendo políticabetsul lotinhacimabetsul lotinhaquem já está pagando e cumprindo abetsul lotinhapena.
betsul lotinha BBC News Brasil - O PT diz que o Lula foi perseguido. A senhora não acredita nisso?
betsul lotinha Marina - Eu às vezes me pergunto se tudo o que a Lava Jato trouxebetsul lotinharelação ao Partido dos Trabalhadores, se fossebetsul lotinharelação a outro partido, qual seria o posicionamento? Foi inclusive muito estranho quando o Supremo decidiu afastar Aécio Neves e o Partido dos Trabalhadores fez uma carta contra o afastamento do Aécio Neves.
Seria por uma convicção no méritobetsul lotinhaque houve uma injustiça contra Aécio Neves ou seria por uma semelhançabetsul lotinhasituação oubetsul lotinhacumplicidade? É uma pergunta que precisa ser feita.
betsul lotinha BBC News Brasil - Seus adversários fizeram uma sériebetsul lotinhapropagandasbetsul lotinha2014 que diziam que a senhora "tiraria comida da mesa do brasileiro" ou que não teria mais décimo terceiro salário. E a senhora não respondeu, o que pode ter lhe custado a vaga no segundo turno. Por que a senhora não respondeu a essas propagandas? Se arrepende?
betsul lotinha Marina - Eu respondi da forma que achei mais correta. O que as pessoas queriam? Que eu respondesse caluniando a Dilma? Eu só poderia responder dizendo que não era verdade.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora não mudaria nadabetsul lotinharelação ao que fezbetsul lotinha2014, então?
betsul lotinha Marina - É que eu acho que as pessoas esquecem que a Dilma tinha 12 minutosbetsul lotinhatelevisão e eu tinha 2 minutos e 20 segundos. As pessoas esquecem que a Dilma tinha dinheiro, tanto declarado quanto dinheiro roubado. A eleição foi uma fraude.
Se eu soubesse que o equivalente ao que foi declarado tinha tambémbetsul lotinhadinheirobetsul lotinhacaixa dois, eu teria denunciado. Mas não era uma disputabetsul lotinhabase equânime, eu disputava legitimamente e outros, fraudulentamente.
É engraçado que as pessoas colocam naquele que foi vitimado a culpa por ter sido a vítima. A culpabetsul lotinhaquem é alvejadobetsul lotinhauma calçada ébetsul lotinhaestar caminhando na calçada? Ou ébetsul lotinhaquem atirou? Eu decidi que, se ganhar, vou ganhar ganhando.
A Dilma teve uma aparente vitória e depois foi derrotada por ela mesma, foi derrotada pela corrupção que ela praticou nabetsul lotinhacampanha, com dinheirobetsul lotinhacaixa dois, foi derrotada pelas mentiras que fez, foi derrotada por não ter tido a capacidadebetsul lotinhacolocar o país acima do seu projetobetsul lotinhapoder.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora mencionou as dificuldades dabetsul lotinhacampanhabetsul lotinha2014, e naquele momento a senhora contava com alguma estrutura partidária, com o PSB, bastante maior do que a Rede...
betsul lotinha Marina - Com certeza é mais difícil, naquela época eram dois minutos e 20 segundosbetsul lotinhaTV, agora serão apenas 8 segundos uma vez por dia. Isso foi uma decisão política dos partidos, para que a sociedade não ousasse mudarbetsul lotinhaverdade.
betsul lotinha BBC News Brasil - Nas últimas duas campanhas, a senhora optou por dizer que recorreria a plebiscitobetsul lotinhatemas como descriminalização do aborto ou das drogas, e defendeu plebiscito. André Lara Resende, que a assessora, afirmou quebetsul lotinhaseu governo não vai se apelar para plebiscitos e referendos, "que democracia plebiscitária é muito perigosa". A senhora mudoubetsul lotinhaposição, então? Vai se posicionar mais claramente sobre o que pensabetsul lotinharelação a esses temas?
betsul lotinha Marina - Meus posicionamentosbetsul lotinharelação a esses pontos são claríssimos. Eu sou contra o aborto. E, até agora, tenho manifestado com clareza que sou contra a liberação das drogas. E o que temos que fazer é o debate.
Não seibetsul lotinhaque contexto o André falou isso, mas eu defendo o plebiscito, continuo defendendo. Tanto para a questão das drogas quanto para a questão do aborto. Nos vários países, esses assuntos são tratados assim. Até porque quando se tratabetsul lotinhaassuntos tão polêmicos e que envolvem questões tão amplasbetsul lotinhanatureza ética,betsul lotinhanatureza moral,betsul lotinhanatureza filosófica ebetsul lotinhasaúde, é preciso que se saiba que 513 deputados não podem substituir a sociedade, e eu continuo defendendo que se faça o debatebetsul lotinhaformabetsul lotinhaplebiscito.
Isso está previsto na nossa Constituição. Concordo que plebiscito não pode ser banalizado, mas está previsto para assuntos que devem passar por um processo amplobetsul lotinhadiscussão. Não é rotulação: os que são contra não podem ficar rotulando os que são a favor e os que são a favor não podem ficar dizendo que são dogmáticos, conservadores, atrasados, os que têm posicionamento contra.
betsul lotinha BBC News Brasil - A despeito dabetsul lotinhaposição pessoal, a senhora sancionaria um projetobetsul lotinhaleibetsul lotinhaaborto que fosse aprovado pelo Congresso?
betsul lotinha Marina - O aborto já é previsto na legislação brasileira.
betsul lotinha BBC News Brasil - Sim, mas para casos restritos. A Argentina acababetsul lotinhaaprovar na Câmara um projeto que legaliza o aborto até a décima quarta semana...
betsul lotinha Marina - (interrompendo) Por isso que eu defendo o plebiscito. O plebiscito é a vontade soberana da sociedade.
betsul lotinha BBC News Brasil - Com aprovação apenas do Congresso, não?
betsul lotinha Marina - Eu defendo o plebiscito porque eu acho que 200 milhõesbetsul lotinhabrasileiros são mais representativos para algumas situações do que apenas 513 deputados. Essa é minha posição, defendo o plebiscito.
betsul lotinha BBC News Brasil - Por outro lado, temos uma bancada evangélica cada vez maior que tem trazido pautasbetsul lotinhacunho religioso para o Estado brasileiro. Há projetosbetsul lotinhalei que tornariam o ensino religioso obrigatório ou projetos como Escola Sem Partido. Qual é abetsul lotinhaopinião?
betsul lotinha Marina - O ensino religioso já é previsto nas escolas, como uma disciplina opcional. As escolas confessionais dão o ensino religioso, eu mesma estudeibetsul lotinhauma escola católicabetsul lotinhaque o ensinobetsul lotinhareligião era dado pelas freiras, mas como matéria opcional. Obviamente que sem prejuízo das disciplinas que ensinam cientificamente como foi feita a criação do mundo e assim por diante.
Isso já está resolvido. É possível o ensino religioso, só quebetsul lotinhauma forma ampla, não é fazendo proselitismo para uma religião, é abordando a questãobetsul lotinhauma forma interreligiosa.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora, na condiçãobetsul lotinhaevangélica, teria alguma dificuldadebetsul lotinhaeventualmente barrar pautas da bancada evangélica?
betsul lotinha Marina - Você impor a um Estado laico o ensino da religião, isso não tem base constitucional. Eu acho interessante que as pessoas fazem essa pergunta pra mim, dessa forma, e eu sinto um poucobetsul lotinhapreconceito.
Eu fui católica durante muitos anos e sempre tive as mesmas posiçõesbetsul lotinharelação a essas questões que eu hoje tenho e ninguém nunca me perguntou. Agora, como sou cristã evangélica, as pessoas fazem essas perguntas, fazendo generalizações, como se todos os evangélicos tivessem que ter a mesma postura. O Estado laico foi uma contribuição da Reforma Protestante, foram os cristão evangélicos reformistas que lutaram para que se tivessem escolas que não fossem apenas confessionais, para que se tivesse uma separação do Estado e da religião.
Quem defende a transformação do Estadobetsul lotinhaum Estado teocrático é porque não entende a grande contribuição que foi dada pelos cristãos evangélicos para fazer essa separação. Agora, obviamente temos que reivindicar o direito à liberdade religiosa, porque a liberdadebetsul lotinhaexpressão não é só para expressar os sentimentosbetsul lotinhaquem é contra a religião, é para expressar o pensamento daqueles que são a favor. Isso é a democracia.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora manteria a reforma trabalhista do Temer?
betsul lotinha Marina - Nas basesbetsul lotinhaque foi aprovada, não. Ela precisa ser revista. Tanto precisa que o próprio presidente Temer mandou uma medida provisória revendo vários aspectos que criticamos durante a tramitação.
Como a medida provisória não foi aprovada no Congresso, estamos com uma reforma trabalhista que prejudica apenas os trabalhadores, porque ouviu apenas um lado, e comete atrocidades como uma mulher grávida poder trabalharbetsul lotinhasituaçãobetsul lotinharisco, como uma pessoa ter apenas 30 minutos para fazer as suas refeições, e dificulta o acesso à Justiça porque as custas do processo e os honorários advocatícios serão pagos por quem perder a causa.
Ora, se você tem pessoas pobresbetsul lotinhasituaçãobetsul lotinhafragilidade, hoje, elas pensam duas vezes antesbetsul lotinhaentrar na Justiça porque sabem que não têm como pagar as custas e os honorários advocatícios caso venham a perder a causa. Isso está dificultando o acesso à Justiça.
Se está resolvendo um problema, que era a indústriabetsul lotinhaprocessos, se está criando uma indústriabetsul lotinhainjustiçados. Quando se diz que o negociado se sobrepõe ao legislado, eu acho até que é uma forma errada, o que está na lei não pode ser ultrapassado, o que não é obrigatoriedadebetsul lotinhalei, aí sim pode ser negociado entre empregado e empregador, mas não se pode dizer que há uma categoriabetsul lotinhadireitosbetsul lotinhaque a lei não vale, o que vale é o acerto no paralelo, ao arrepio da lei.
betsul lotinha BBC News Brasil - Sobre a reforma da previdência, a senhora reconhece um rombo na previdência? Qual o seu caminho para solucioná-lo?
betsul lotinha Marina - Há necessidade simbetsul lotinhauma reforma da previdência, temos uma gravíssimo problemabetsul lotinhadeficit, mas obviamente que a reforma não pode ser feita da forma como o presidente Temer a apresentou. Inclusive dificultando e prejudicando o debate sobre a previdência, porque ele só escutou um lado mais uma vez e, sem legitimidade e credibilidade, ele seria a última pessoa a ter condiçãobetsul lotinhafazer um debate tão sensível para a sociedade brasileira.
Temos que enfrentar a reforma da previdência porque temos um deficit, vamos perder o bônus demográfico, e há uma mudança na expectativabetsul lotinhavida das pessoas no Brasil. Mas não se pode fazer uma reforma da previdência para dizer que trabalhadores rurais são iguais a trabalhadores urbanos, que para fazer jus à aposentadoria por tempobetsul lotinhaserviço tem que se contribuir durante 25 anosbetsul lotinhaum paísbetsul lotinhaque as pessoas não conseguem carteira assinada às vezes por um ou ano ou dois seguidos.
Não se pode fazer uma reforma da previdência para dizer que para aposentadoria integral precisa contribuir 49 anos. É preciso que se crie uma transição para aqueles que estão próximosbetsul lotinhase aposentar e aqueles que estão entrando no futuro regime.
betsul lotinha BBC News Brasil - A senhora cogitaria um aumento da idade mínima? Diminuição do teto do benefício? Capitalização?
betsul lotinha Marina - Eu acho que nesse momento nenhum dos candidatos está apresentando um projeto integralbetsul lotinhareforma da previdência. Em 2014, quem visitar as minhas diretrizesbetsul lotinhagoverno vai verificar que nós falávamosbetsul lotinhaum regimebetsul lotinhacapitalização. Aliás, fico felizbetsul lotinhater ditobetsul lotinha2010, quando os partidos nem falavambetsul lotinhareformas porque todo mundo quer ganhar voto sem dizer exatamente o que pensa.
Precisamos encarar os problemas dos privilégios, que não foram enfrentados pelo governo Temer, é preciso fazer a reforma com transparência e não imagino que seja preciso muito tempo para fazer esse debate. No começo do governo isso precisa ser feito, mas ouvindo trabalhadores, ouvindo empresários, ouvindo especialistas, ouvindo o próprio governo. É assim que vamos fazer a reforma da previdência.
betsul lotinha BBC News Brasil - Seus assessores falambetsul lotinha"com certeza" privatizar a Eletrobras. O que mais a senhora privatizaria? Petrobras? Bancos públicos?
betsul lotinha Marina - Não são meus assessores, são meus colaboradores. Assessores são pessoas pagas profissionalmente, não é o caso. São meus colaboradores e que tenho a felicidadebetsul lotinhatê-los, porque o André Lara Resende é um dos criadores do plano Real e altamente respeitado e igualmente o Eduardo Giannetti, que colaborou comigo desde 2010.
Eu não tenho uma visão dogmáticabetsul lotinharelação a reformas, mas antecipo que não vamos privatizar nem a Petrobras, nem a Caixa Econômica, nem o Banco do Brasil. Privatizações podem ser feitas, mas qual é o planobetsul lotinhaprivatização? Como diz o próprio Giannetti, você vai privatizar um ativo como a Eletrobras apenas para tapar o rombo do governo. Não se vendem as joias da família para almoçar fora. Qual é o plano?
E outra coisa que precisa ser respondida é: qual é a política energética que vai ser implementada nos próximos 10, 15, 20, 30 anos? Ébetsul lotinhagrandes barragens para destruir a Amazônia? Porque a expertise da Eletrobras é fazer barragem. É também a conduçãobetsul lotinhaenergia. Mas, se for pra ser privatizada, aquele que for comprar esse ativo precisa saber qual é o espaçobetsul lotinhainvestimento que ele tem, porque se o governo vende esse ativo por um preço com a expectativabetsul lotinhaquem o está adquirindobetsul lotinhaque vai fazer grandes barragens e nós não vamos fazer um processobetsul lotinhadiversificação da matriz energética, utilizando apenas aqueles aproveitamentos hídricos que têm viabilidade econômica, social e ambiental e vamos investir pesadobetsul lotinhaenergia solar, eólica ebetsul lotinhabiomassa, então se está vendendo um ativo talvez por um valor que não tem a capacidadebetsul lotinharetorno. Esse debate é que precisa ser feito.
betsul lotinha BBC News Brasil - Sobre ajuste fiscal e teto dos gastos, qual é seu posicionamento?
betsul lotinha Marina - Em 2010, apresentamos uma propostabetsul lotinhalimitar o gasto público à metade do crescimento do PIB. Se o PIB cresceu 4%, a metade pode ser utilizada pelo governo. O Temer só colocou a correção pela inflação, eu estou colocando crescimento real, não é só ajustar o que a inflação comeu.
O país cresceu e o governo conseguiu arrecadar e, então, a metade do que foi arrecadado pode sim ser usado. Completamente diferente (do teto dos gastos do Temer). Como dizem meus colaboradores economistas, não poderemos ter uma visão excessivamente fiscalista e o governo está congelando o país por 20 anos.
betsul lotinha BBC News Brasil - A intervenção federal com as Forças Armadas no Rio foi correta?
betsul lotinha Marina - Não se pode generalizar, mas desconheço qualquer um que defenda que o Riobetsul lotinhaJaneiro deveria ficar entregue àbetsul lotinhaprópria sorte. Vai resolver? Com certeza, não, porque a resolução é estrutural, você tem uma situação eventual, uma contingência e imagino inclusive que os militares não se sentem bem cumprindo esse papelbetsul lotinhasubstituir aquilo que a Constituição delega que seja feita pelos Estados, pela PM e pela Polícia Civil.
Principais notícias
Leia mais
Mais lidas
Conteúdo não disponível