Como Lula passou as maisall slot10 horas do julgamentoall slotseu habeas corpus no STF:all slot
all slot 11h25 - Cercado por seguranças, Lula chega ao Sindicato dos Metalúrgicosall slotSão Bernardo do Campo -all slotonde decidiu, na última terça, acompanhar a sessão do Supremo Tribunal Federal. Sobe discretamente para o segundo andar, sem cumprimentar a militânciaall slotcercaall slot400 pessoas, que aguardava desde as 10h da manhã no salão principal da entidade, bandeiras vermelhasall slotpunho. O salão foi especialmente decorado com fotos históricasall slotLula para a ocasião. As janelas dos corredores do segundo andar do sindicato, onde Lula vai assistir ao julgamento, foram forrados com tecidos, para esconder os movimentos do petista. Durante a manhã, Lula recebeu antigos líderes sindicais, como Djalma Bom e Expedito Soares, que entregam uma cartaall slotapoio ao ex-presidente. Ele relembrou as greves que participou durante a ditadura militar.
all slot 12h20 - Enquanto Lula conversa a portas fechadas com Luiz Marinho, pré-candidato do PT ao governo paulista, uma banda embala a militância: "Eeeee, ooo, vidaall slotgado, povo marcado, povo feliz." A ex-presidente Dilma Rousseff chega ao sindicato acompanhada do ex-ministro Miguel Rossetto e se junta ao padrinho.
Lideranças do partido insistem no discursoall slotque o PT não trabalharia com a hipóteseall slotprisãoall slotLula. "Temos a confiançaall slotque o Supremo vai ser o guardião da Constituição", diz Marinho, que saiu da sala para cumprimentar militantes no salão. "Eles cometeram um erroall slot2016 (quando autorizaram a prisão após segunda instância). Agora é a chanceall slotcorrigir", diz, enquanto se prepara para tirar uma foto com duas crianças.
"Temos plena convicçãoall slotque o habeas corpus será acatado. Se não for, seguimos com a caravana", diz o ex-ministro Carlos Gabas.
all slot 13h - Um almoço - arroz, feijão e bife - é servido ao ex-presidente Lula eall slotcomitiva - Dilma, Marinho, os governadores Tião Viana e Wellington Dias, alémall slotGabas e Miguel Rossetto. Parte dos militantes almoça no restaurante do sindicato, no último andar, enquanto outra parte - composta, sobretudo, por pequenos agricultores - entoa um batuque sentada no salão.
all slot 13h40 - Pouco antes da sessão começar aliados do ex-presidente dizem que ele está tão tranquilo que encontra tempo para comentar o golall slotCristiano Ronaldo no jogo da Liga dos Campeões, na noiteall slotterça. Sem revelar tensão com o julgamento, Lula teria demonstrado preocupação apenas com o comentário do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, que na noiteall slotterça-feira postou mensagensall slotque dizia ser contrário "à impunidade",all slotato que foi interpretado por políticos e analistas como um constrangimento ao STF.
all slot 14h07- O STF atrasa sete minutos o início da sessão. A presidente Carmén Lúcia inicia o julgamento com um comentárioall slotmenosall slotdois minutos e às 14:10h, o relator Edson Facchin já falava.
Enquanto isso, o grupoall slotaliados e o próprio Lula ainda almoçavam. O ex-prefeito Fernando Haddad e o governadorall slotMinas Gerais Fernando Pimentel tinham se juntado ao grupo um pouco antes. A mulher do presidenciável do PSOL Guilherme Boulos, Natália, também veio acompanhar o julgamento com Lula. Boulos,all slotviagem, não pode comparecer. Da família, está presente o irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá.
all slot 14h30 - A banda que toca músicas nordestinas paraall slotcantar para a transmissão do julgamento.
"Vim para assistir. Dóiall slotver, mas é melhor, né? A gente espera que tenha um bom resultado favorável", diz Antonio Lucivaldo Avelinoall slotLima, 50, metalúrgico da região do ABC. "Vai ser uma injustiça", diz, pessimista. Militantes soltam o coro: "Lula guerreiro, do povo brasileiro". "Assim não dá pra ouvir nada", reclama um ex-metalúrgico que tentava acompanhar o que diziam os ministros.
"A Rosa Weber vai votar a nosso favor", avaliava outro ex-operário, Franciscoall slotAssis do Santos, 69, filiado ao PT desde a fundação. "Se o habeas corpus for negado a gente vai ficar meio desbaratado. Mas não vamos baixar a cabeça".
all slot 15h13 - A lenta leitura dos votos pelos ministros deixa a plateia mais entendiada do que apreensiva. Alguns bocejam. A única reação na primeira hora do julgamento é um muxoxo desaprovador que percorre o salão onde estão os militantes quando Gilmar Mendes critica o PT e o ex-ministro José Dirceu, dizendo que o partido gestou a "violência que está aí." Na última semana, ônibus da caravana do ex-presidente foi atingido por tiros, no Paraná. "Golpista", grita um militante mais exaltado na plateia, apenas para que o grupo volte a mergulhar num torpor na sequência.
Nem mesmo Lula se mantém vidrado na tela. "Ele está acompanhando alguns trechos mais importantes. Afinal quem tem paciência?", comenta um aliado.
all slot 15h57 - Em questãoall slotminutos Gilmar Mendes vaiall slot'golpista' a ovacionado, quando antecipa votoall slotfavor do habeas corpus a Lula. Os militantes pulam e a bateria começa a tocar. "Lula, presente, eterno presidente" gritam os manifestantes, agitando bandeirasall slotdiversos grupos sociais - do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Levante Popular da Juventude e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Quando o julgamento entraall slotintervalo, o grupo abre uma roda no meio do salão pra declamar poesias. "Quando os opressores tiverem falado, hãoall slotfalar os oprimidos", diz um, antesall sloto grupo começar uma encenaçãoall slotum caboall slotguerra do "povo" contra o "poder do capital".
Na sala onde os líderes petistas assistiam a votação, a posiçãoall slotGilmar Mendes contribuiu para avaliaçãoall slotque o julgamento estava indo bem."Lula continuou sereno. Ele disse: não vamos comemorar antes do final. Vamos esperar o final", disse Luiz Marinho, ao circular pelo salão minutos depois.
all slot 16h37 - O julgamento recomeça, com o voto do ministro Alexandreall slotMoraes.
No primeiro andar, filiados do PCO (Partido da Causa Operária) distribuem folhetosall slotque se lê: "Sair às ruas contra a prisãoall slotLula".
O já esperado votoall slotAlexandreall slotMoraes contra o habeas corpus termina sem nenhuma reação dos militantes.
all slot 17h30 - Quando o ministro Luis Roberto Barroso sinaliza que votará contra Lula, a maior parte da plateiaall slotmilitantes está conversando e prestando pouca atenção ao que se passa no Supremo.
Duas amigas discutiam um términoall slotnamoro. "É uma pena, porque você é uma pessoa legal, ele é uma pessoa legal. Pena que não deu certo."
Depois do votoall slotBarroso, Lula desisteall slotassistir ao julgamento. Vai para uma sala onde não há TV e conversa tranquilamente com Dilma, Haddad e outros amigos.
"Ele não parece estar muito interessado nos votos individuais. Quer saber do resultado final", diz um interlocutor do presidente.
Os dois votos -all slotBarroso e Alexandreall slotMoraes-, no entanto, não são surpresa para os petistas . "Já esperávamos. Esses aí não estavam na conta", diz uma liderança do partido.
A esperança entre eles está no votoall slotRosa Weber, cuja postura ainda era uma incógnita nesse momento.
all slot 18h40 - Quando começa o votoall slotRosa Weber - decisivo - Lula segue sem mirar a TV. É o quinto voto -all slotonze - e o ex-presidente está preparado para ficar até tarde no sindicato esperando o final da votação.
No salão, o voto da ministra não está sendo exibido. A militância é reunida no salão e Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, orienta para que ninguém vá embora e garante que já estão providenciando o jantar para os apoiadores.
"Ao final, vamos precisarall slottodos vocês aqui. Quer o resultado seja bom ou ruim pra gente", diz ele, antesall slotligarem novamente o telão.
all slot 19h10 - Durante fala da ministra Rosa Weber, no entanto, parte dos militantes já vai embora.
all slot 19h27 - O votoall slotRosa Weber é contrário ao habeas corpusall slotLula. A militância ouveall slotsilêncio. Há um climaall slotconfusão. As vaias só vêm, esparsas, quando ela diz claramente que acompanha o voto do relator, Fachin. O clima no salão éall slotdesânimo, nãoall slotrevolta. Mais militantes vão embora.
Lula continua conversando com amigosall slotuma salinha sem TV. É avisado por vários petistas - que assistiam na sala ao lado - que o votoall slotRosa Weber foi contrário a ele.
Diante do cenário, chances do ex-presidente agora são mínimas: entre os ministros que ainda devem votar, pelo menos dois - Luiz Fux e Carmén Lúcia - ja deram indíciosall slotqueall slotposição é a favor da prisãoall slotsegunda instância.
all slot 20h20 - Durante a fala do ministro Luiz Fux, contrária ao habeas corpus, uma pizza e uma Coca-Cola são levadas pra o local onde Lula está. O salão onde se concentrava a militância vai se esvaziando - resta menos da metade das pessoas. Um pequeno grupo batuca e gritava alto para atrapalhar os repórteresall slotTV que tentavam entrar ao vivo.
all slot 21h - Amigos próximosall slotLula começam a ir embora - entre eles o ex-presidente do PT Rui Falcão e o dirigente do Instituto Lula Paulo Okamotto. Lula continua no sindicato, mas seus assessores anunciaram que ele não iria se pronunciar - nem dar um oi à já escassa militância, nem falar com jornalistas.
all slot 22h36 - Diante da derrotaall slotsua posição favorável ao habeas corpus do petista, o ministro Marco Aurélio, nono a votar no plenário do STF, acusa a presidente da Corte, Carmén Lúcia,all slotter manobrado a pauta na semana passada, o que acabou resultando na negativa ao pedidoall slotLula.
Enquanto isso,all slotSão Bernardo do Campo, ninguém entra ou sai da sala onde está Lula. No salão do sindicato, cercaall slot50 militantes aguardamall slotsilêncio o fim do julgamento.
all slot 23h30 - Faltando apenas dois votos para o fim do julgamento, fogos comemorando a aparente derrota do HCall slotLula são soltosall slotum prédioall slotapartamentos próximo ao sindicato. Uma motociclista com capacete passa na rua do sindicato gritando "Lula na cadeia".
Lula se dirige à garagem e deixa o sindicatoall slotcarro, sem falar com ninguém. Um aliado resumiu: "Ele estava tranquilo. É obvio que no foro íntimo é possível que ele tenha ficado abalado, mas não demonstrou".