Netoroleta greenMário Covas e 'baladeiro': quem é o futuro prefeitoroleta greenSP com saídaroleta greenDoria:roleta green
Agora, enquanto Alckmin mira o Planalto e Doria, o Palácio dos Bandeirantes, Bruno deve assumir a prefeitura no mesmo diaroleta greenque completa 38 anos,roleta green7roleta greenabril. Ele ainda faz mistério sobre eventuais mudanças no secretariado e na conduçãoroleta greendiferentes pautas na prefeitura.
Em meio a ferrenhas disputas no PSDB, o ex-deputado (estadual e federal) é visto como alguém que se preparou desde cedo para a política e como um quadro jovem que pode representar novos caminhos para o partido - ao mesmo temporoleta greenque carrega o nome e o legadoroleta greenumroleta greenseus fundadores mais importantes. É visto também como um políticoroleta greenperfil mais discreto e articulador do que Doria.
Veia política
O currículoroleta greenBruno traz um modelo quase clássico para aqueles que querem seguir a política: é graduadoroleta greenDireito e Economia. Foi deputado estadual por dois mandatos e eleito deputado federalroleta green2014 - o quarto mais votado por São Paulo, com 352,7 mil votos. A partirroleta green2016, renunciou para assumir a vice-prefeitura. Em 2011, foi também secretárioroleta greenMeio Ambiente no governo estadualroleta greenAlckmin.
Na prefeitura, acumulou a cadeiraroleta greenvice com a chefia da poderosa Secretaria das Prefeituras Regionais. Mas ficou na função por menosroleta greenum ano: Doria o substituiu por Cláudio Carvalho, ex-executivo da construtora Cyrela. Bruno foi para o cargoroleta greenSecretário-Chefe da Casa Civil.
Segundo informaçõesroleta greenbastidores, esta transição teria resultadoroleta greenum desgaste entre prefeito e vice. Ambos negam a existênciaroleta greenanimosidades, mas,roleta greenentrevista ao jornal Folharoleta greenSão Paulo, Bruno reconheceu que houve "divergênciasroleta greenentendimentoroleta greenrelação a algumas questões" com Doria.
Ele também não hesitouroleta greenresponder à reportagem seroleta greenprefeitura seria mais parecida com a gestãoroleta greenMário Covas ou João Doria.
"Mario Covas. Em função da convivência com ele, sou um social-democrata que entende que o Estado não deve participarroleta greentudo, mas precisa dar atenção máxima a educação, saúde e segurança. Doria tem uma posição mais liberal, mas tudo é relativo", afirmou ao jornal.
Ligação com a esquerda
De fato, os primeiros passosroleta greenBruno na militância foram dados na ala mais identificada com a esquerda do PSDB, como o grupo "Esquerda Pra Valer", do qual participou por anos. É o que lembra Fernando Guimarães, coordenador do grupo.
"O Bruno teve uma participação bastante ativa no Esquerda pra Valer. Ele sempre teve uma posturaroleta greense colocar como militante, e nunca como neto do governador. Pelo contrário", lembra Guimarães.
Ele diz que a posição do grupo contrária à redução da maioridade penal,roleta greendiscussão no Congressoroleta green2015, acabou fazendo Bruno se afastar - ele era favorável à redução. Mais recentemente, o grupo se posicionou também contra uma pauta ferrenhamente defendida pelo ex-deputado: o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
"Senhor presidente, eu aprendi que diante das adversidades, só há três atitudes possíveis: enfrentar, combater e vencer. E nós vamos vencer essa. Eu vim aqui hoje dar voz a todos os paulistas que, anônimos, foram para as ruas dizer basta. Eu voto sim!", disse Bruno ao votar, como deputado federal, pela abertura do processoroleta greenimpeachmentroleta green2016, fazendo referência a um discurso do avô.
Apesar das dissonâncias, Guimarães diz que não vêroleta greenBruno uma mudança ideológica brusca.
"Eu diria hoje que ele éroleta greencentro-esquerda", apontouroleta greenentrevista à BBC Brasil. "A gente tem uma bancada federal do PSDB muito distante da social-democracia. A ida do Bruno para a Câmara trouxe essas surpresas (mudançasroleta greenposição) muito pela influência do que era essa bancada".
Mas Sâmia Bomfim, vereadoraroleta greenSão Paulo pelo PSOL, questiona a identificaçãoroleta greenMário e Bruno Covas com a esquerda.
"Mário Covas também iniciou projetosroleta greenataque ao funcionalismo eroleta greenprivatizações. Em quais aspectos esse projeto é tão diferenteroleta greenDoria? Essa é a política neoliberal do PSDB", diz Bomfim. "Não temos grandes expectativas quanto a mudanças neste projeto do PSDB com Bruno na prefeitura, mas acredito que ele será mais habilidoso politicamente."
Enquanto isso, Guimarães diz que seu grupo espera uma "guinada" com Bruno na prefeitura, com valores como o diálogo e a justiça social.
"O Bruno vai trazer para a gestão um DNA tucano que o Doria não tem. Ele vem da militância, não do empresariado", diz.
O espólio Covas
Tioroleta greenBruno e filhoroleta greenMário Covas, o vereador por São Paulo Mario Covas Neto acredita, no entanto, que o DNA tucano já se perdeu - ele se desfiliou do partido no inícioroleta greenmarço, justificando a ruptura no fisiologismo e na faltaroleta greenunidade da sigla. Apesarroleta greencriticar ações e posicionamentosroleta greenDoria, Neto diz não ter maiores divergências com o sobrinho.
"Não estamos disputando um espólio. Meu pai tem uma dimensão muito maior do que eu e o Bruno somados", afirmou à BBC Brasil por telefone. "Não discordamosroleta greenquestões conceituais, mas a prática pode ser um pouco diferente roleta green . Em questões partidárias, por exemplo, eu diria que eu fiquei mais ao lado dele do que ele do meu".
Apesar dos caminhos distintos, o vereador diz desejar que o sobrinho faça uma boa prefeitura.
"Não vejo outro caminho para Bruno além da vida pública. Ele canalizou a vida dele para isso", afirma. "Desde muito pequeno, ele ia nos comícios com meu pai. Quando era adolescente, saiuroleta greenSantos para vir para a capital, indo morar no Palácio dos Bandeirantes. Ele viveu na sede do governo".
Hoje, Bruno vive sozinhoroleta greenum flat na Barra Funda. Ele se divorciouroleta green2014 e está solteiro. Em 2017, mudou radicalmenteroleta greenvisual: perdeu maisroleta green15 quilos, deixou a barba crescer e raspou o cabelo. Concilia uma rotinaroleta greendieta rigorosa e frequentes exercícios físicos com programações que lhe deram a famaroleta greenbaladeiro.
"Tenho 37 anos e vivo como uma pessoa dessa idade. Mas, se até agora eu levava uma vidaroleta greensolteiro, a partirroleta green7roleta greenabril vou ser um homem casado com a cidaderoleta greenSão Paulo. Serão vidas distintas", afirmou Bruno à revista Veja São Paulo.
No casamento com a política, talvez a "crise conjugal" mais grave vivida por Bruno aconteceuroleta green2011. Então secretárioroleta greenMeio Ambiente do governo Alckmin, ele disse ter recebido, quando deputado estadual, ofertaroleta greenpropina por um prefeitoroleta greentrocaroleta greenemendas parlamentares favoráveis. Depois, afirmou que a declaração se tratavaroleta greenum exemplo hipotético - mas viveu um períodoroleta greenintenso escrutínio pela declaração.
A "crise" não se aprofundou, e, se tivesse que prever o destino políticoroleta greenBruno, Fernando Guimarães acreditaroleta greenum compromisso com a política para a vida inteira.
"Ele é muito novo. Acredito que, fazendo um bom trabalho na prefeitura, ele poderá consolidar uma marca para buscar o governo do Estado e, mais tarde, a Presidência da República", diz o correligionário do netoroleta greenMário Covas.