Após tiros e sob tensão, Lula encerra caravanabetano 2.0Curitiba horas depoisbetano 2.0discursobetano 2.0Bolsonaro na cidade:betano 2.0

Lula na caravana pelo Paraná

Crédito, Ricardo Stuckert

Legenda da foto, Em caravana pelo Paraná, ônibus da caravanabetano 2.0Lula chegou a ser atingido por tiros

Na viagem pela região, que começou pelo Rio Grande do Sul, passou por Santa Catarina e agora se encerra no Paraná, a caravanabetano 2.0Lula recebeu ovadas, pedradas e assistiu a confrontos entre manifestantes anti-Lula e militantes petistas.

Lula subiu ao palco na praça por volta das 20h, e acompanhou os últimos discursos da longa listabetano 2.0correligionários e apoiadores que estavam lá, da ex-presidente Dilma Rousseff e a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, a Manuela D'Ávila e Guilherme Boulos, pré-candidatos a presidência pelo PCdoB e PSOL, respectivamente.

O ex-presidente narrou, um a um, os casosbetano 2.0agressão sofridas ao longo da caravana no sul, como a chegada a Chapecó,betano 2.0Santa Catarina, onde manifestantes "não queriam que a gente entrasse na cidade, depois ameaçaram com rojão, depois ameaçaram ocupar a pista do aeroporto, cercaram o hotel, e não queriam que a gente fosse para a praça."

"Eu não sei quem é essa gente, só sei que não são democratas. Estão mais para fascistas e nazistas do que qualquer coisa. Tudo menos democracia", disse.

Acusou a imprensabetano 2.0ter sido conivente com os ataques ebetano 2.0incitar o ódio com a cobertura difamatória contra ele, que teria incluído "60 horas do Jornal Nacional" e "70 capasbetano 2.0revista" dedicadas a "falar mal" do petista. "Eles não se conformam que quanto mais falam maisbetano 2.0mim, mais eu cresço nas pesquisas", disse enquanto era aplaudido.

Enquanto Lula falava, uma panela solitária era batida veementemente à distância,betano 2.0um dos prédios opostos à praça, com bandeiras do Brasil penduradas da janela. Quando dos mesmos prédios alguém soltou rojões, Lula disse para economizá-los para a festabetano 2.0sua posse no dia 1ºbetano 2.0janeiro - umabetano 2.0diversas falas reforçandobetano 2.0candidaturabetano 2.02018 e a energia "de 30 anos" que ainda teria para ser presidente do Brasil.

Embora a condenaçãobetano 2.0Lulabetano 2.0segunda instância tenha sido confirmada pelo TRF-4 na segunda-feira, o petista disse não acreditar que vai ser preso - "porque para ser preso tem que ter um crime."

"Eu não tenho nada contra a Lava Jato, mas eu tenho contra mentira", disse, chamando a acusaçãobetano 2.0favorecimento no tríplex do Guarujábetano 2.0uma sequênciabetano 2.0mentiras que teria envolvido a imprensa, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o juiz Sergio Moro, que proferiu a primeira sentença que o condenou.

"Eles invadiram minha casa, levantaram meu colchão, abriram meu fogão e não encontraram nada. Aí foram na casa do Geddel (Vieira Lima, ex-ministro que teve maisbetano 2.0R$ 50 milhõesbetano 2.0espécie encontradosbetano 2.0um apartamento no ano passado) e encontraram. Foram na casa do Rodrigo Roucha Loures (ex-assessorbetano 2.0Temer, que recebeu malasbetano 2.0dinheirobetano 2.0Joesley Batista), do Cabral (ex-governador do Rio), foram na Suíça e encontraram", disse. "Eu desafio todo dia a que a provar um crime que eu tenha cometido."

Ao longo do ato, não faltaram críticas à conduta do pré-candidato Jair Bolsonaro. A senadora Gleisi Hoffmann afirmou que não sabia quem tinha dado os tiros contra a caravana, mas que a incitaçãobetano 2.0ódio promovida por Bolsonaro teria levado à ação. A ex-presidente Dilma Rousseff disse que o país entrada uma "grave manifestaçãobetano 2.0fascismo"

"A construção fraudulenta do meu processobetano 2.0impeachment permeou o ódio. E ódio só semeia a violência", afirmou, afirmando que os tiros queriam atingir o ex-presidente Lula, mas "pelas graçasbetano 2.0Deus" não conseguiram.

'Aqui tem ovo'

Mais cedo, nesta quarta-feira, a animosidade contra a presença do petista se expressavabetano 2.0camisetas, pixulecos e cartazes no Aeroporto Internacionalbetano 2.0Curitiba. O ato era para recepcionar o pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) - que disputou as atenções com Lula na capital paranaense antesbetano 2.0seguir caminho para uma agendabetano 2.0Ponta Grossa, no interior do Estado.

Sobre um carrobetano 2.0som com a faixa "Lula ladrão: Em Curitiba só na prisão", Bolsonaro abriu seu discurso fazendo referência aos ovos jogados contra os ônibus e integrantes da caravana:

"Aqui não tem mortadela - aqui tem ovo!", gritou para uma plateiabetano 2.0seguidores, acenando com uma caixabetano 2.0ovosbetano 2.0suas mãos, com a estrela vermelha do PT e um desenhobetano 2.0Lula vestido como presidiário estampado na embalagem.

O encerramento do atobetano 2.0Bolsonaro no aeroporto se deu com uma convocação para que todos os presentesbetano 2.0reunissem na chamada Praça do Homem Nu ebetano 2.0lá partissem juntos para fazer oposição ao ato petista no centrobetano 2.0Curitiba, marcado para as 17h.

"Vamos enfrentar os vermelhos que vão estar na Praça Santos Andrade", disse um locutor no carrobetano 2.0som antesbetano 2.0terminar o evento.

Bolsonaro recebido por fãs no aeroporto
Legenda da foto, "Aqui não tem mortadela - aqui tem ovo!", gritou Bolsonaro no aeroporto

Outros adversários do petista na corrida presidencial repudiaram o ataque contra o pré-candidato. Geraldo Alckmin, do PSDB, que ensaiou uma crítica ao dizer, ainda na terça-feira, que o "PT colhe o que planta", tuitou nesta quarta-feira que "toda formabetano 2.0violência deve ser condenada" e pediu que as autoridades apurem e punam os autores do ataque.

Pedras, tiros e pneu furado

Na noitebetano 2.0terça-feira, a caravana deixou o municípiobetano 2.0Quedas do Iguaçu, no interior do Estado, e se dirigia para Laranjeiras do Sul quando passageiros do ônibus que carregava jornalistas ouviram o que imaginaram ser pedras jogadas contra o veículo. Alguns quilômetros depois, o ônibus foi obrigado a parar porque os pneus começaram a murchar.

Haviam sido atingidos por "miguelitos", objetos pontiagudos colocados nas vias para furar pneusbetano 2.0veículos. Foi então que perceberam as perfurações na lataria do veículo. O ônibus da imprensa fora atingido por dois tiros, e o que carregava convidados da caravana petista, por um disparo. O terceiro veículo, onde estava Lula, não foi atingido.

Marcio Macedo, vice-presidente nacional do PT e coordenador das caravanasbetano 2.0Lula pelo Brasil, afirma que todos ficaram abalados.

"Claro que a gente se assustou. Foram tiros com a intençãobetano 2.0acertar. Poderiam ter atingido o presidente (Lula) ou qualquer umbetano 2.0nós", conta Macedo. "Graças a Deus não houve nenhum incidente mais grave e vamos seguir com o planejamentobetano 2.0encerrar a caravana hojebetano 2.0Curitiba,betano 2.0paz e harmonia."

Na segunda-feira, durante passagem da comitiva por Francisco Beltrão, no Paraná, seguranças do ex-presidente foram acusadosbetano 2.0agredir um repórter do jornal O Globo.

Dois dias antes,betano 2.0Chapecó (SC), o ex-deputado federal petista Paulo Frateschi foi atingido por um objeto durante um confronto entre militantes pró e contra Lula que deixou mutilada partebetano 2.0sua orelha.

Caravanabetano 2.0Lulabetano 2.0Curitiba
Legenda da foto, Concentraçãobetano 2.0manifestantes favoráveis ao ex-presidente Lula na capital paranaense

Pesquisasbetano 2.0opinião apontam Lula como o pré-candidato à Presidência com maior intençãobetano 2.0votos nas eleiçõesbetano 2.02018. Em segundo lugar, está Bolsonaro.

Na segunda-feira, o TRF-4 negou recurso da defesabetano 2.0Lula e confirmou a condenaçãobetano 2.0segunda instância do ex-presidente a 12 anos e um mêsbetano 2.0prisão pelo caso do tríplex do Guarujá. Em tese, assim, o ex-presidente já estaria inelegível pela lei da Ficha Limpa.

Uma eventual prisão do petista depende agorabetano 2.0decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que marcou para o dia 4betano 2.0abril a sessão para julgar o habeas corpus preventivo pedido pela defesa.

A pressão pela decisão dos ministros da Suprema Corte se soma à tensãobetano 2.0Curitiba, berço da Lava Jato, com panfletos distribuídos na rua afirmando que "O Brasil é maior que o STF".

Ato no Paraná

À medida que se aproximava o horário do ato petista, grupos anti-Lula começaram a se deslocarbetano 2.0direção à praça, alguns vistos carregando caixasbetano 2.0ovos.

No início da noite, antes mesmo que o ex-presidente chegasse ao ato, a situação na praça começou a ficar mais tensa. Um grupobetano 2.0manifestantes anti-Lula se aproximou dos militantes petistas e começou a bradar "Lula na cadeia". Eles foram chamadosbetano 2.0fascistas pelos militantes pró-Lula.

Agentes da Tropabetano 2.0Choque e da Cavalaria da PM se colocaram entre os manifestantes para evitar confronto aberto.

Caravanabetano 2.0Lulabetano 2.0Curitiba
Legenda da foto, Climabetano 2.0tensão substituiu atmosfera festiva

Disputabetano 2.0narrativas

Desde terça-feira, a assessoriabetano 2.0imprensa do ex-presidente e os assessores do governo do Paraná disputam versões sobre as condiçõesbetano 2.0segurança da comitiva. A equipebetano 2.0Lula afirmou ter pedido escolta policial ao Estado, o que teria sido negado pelo secretariado do governador Beto Richa (PSDB). Já o governo paranaense nega que tenha sido pedido um reforço na segurança.

"Nós planejamos isso há muito tempo e passamos todo o nosso cronograma para as autoridadesbetano 2.0segurança do Estado. Isso foi previamente combinado. Queremos garantir a segurançabetano 2.0todos que estarão na praça. Queremos que o Estado cumpra o seu dever constitucionalbetano 2.0garantir o direito da sociedadebetano 2.0se manifestar livremente", disse Marcio Macedo.

Em nota, a assessoria do governo do Paraná afirmou que "não houve qualquer pedido formalbetano 2.0escolta da caravana do ex-presidente nem ao próprio ex-presidente, embora ele tenha esta prerrogativa. Tanto é que o paradeiro dele é incerto e não sabido".

Um inquérito da Polícia Civil do Paraná vai apurar o ataque contra a caravana.