‘Faço doutorado e vivocasinos online playtechdoação’: atrasocasinos online playtechbolsas faz cientistas passarem necessidadecasinos online playtechMG:casinos online playtech
A acadêmica começou a receber o auxílio da Fapemigcasinos online playtech2016, quando iniciou o doutoradocasinos online playtechpsicologia na UFMG. Ela e outros estudantescasinos online playtechuniversidades públicascasinos online playtechMinas contam histórias semelhantes: até meadoscasinos online playtech2016, as bolsascasinos online playtechiniciação científica, mestrado e doutorado eram pagascasinos online playtechdia.
Então elas começaram a chegar poucos dias após o prazo - a data oficialcasinos online playtechpagamento chegou a ser postergada para evitar atrasos. A partircasinos online playtechoutubro do ano passado, a situação piorou: as bolsas passaram a atrasar por maiscasinos online playtechum mês.
Ascasinos online playtechjaneirocasinos online playtech2018 só foram pagascasinos online playtechmeadoscasinos online playtechmarço e os auxílioscasinos online playtechfevereiro ainda não caíram. Após o contato da reportagem, na sexta-feira, a Fapemig afirmou que a verba começará a ser paga nos próximos dias.
Essas bolsas são do tipo "dedicação exclusiva". Para consegui-la, o estudante assina um contrato se comprometendo a não ter outra atividade remunerada que não seja a pesquisa - ele deve dedicar 40 horas por semanas à academia.
Caso descumpra e consiga um trabalho, por exemplo, o bolsista perde automaticamente o benefício e pode tercasinos online playtechdevolver toda a verba que recebeu, por meiocasinos online playtechprocesso. Ele também precisa publicar artigos acadêmicoscasinos online playtechrevistas científicas e participarcasinos online playtechcongressos.
Letícia é um desses casos. Não pode trabalhar até terminar seu doutorado. O problema é que a bolsa tem atrasado cada vez mais - ela paroucasinos online playtechcomprar os livroscasinos online playtechque precisa. "Sou uma pessoa pobre. Tenhocasinos online playtechcomprar comida, pagar aluguel, comprar os livros. Como vou fazer isso se a bolsa não é paga?", diz ela, que se mudou para Belo Horizonte para trilhar carreira acadêmica.
Sem o pagamento, as contas se acumularam e o cheque especial passou a cobrar os juros.
Em fevereiro, quando viu seu armário vazio e a conta bancária negativa, ela pediu ajuda a colegas. Pesquisadorescasinos online playtechoutras universidades arrecadaram dinheiro e alimentos para ajudá-la . "A Fapemig diz que você não pode trabalhar, que precisa se dedicar, escrever artigos. Mas não te paga a bolsa. Eles são muito rígidoscasinos online playtechtudo, menoscasinos online playtechpagar o nosso dinheiro", conta.
'Tinha o sonhocasinos online playtechser cientista'
Também doutoranda na UFMG, a bióloga Angélica Samer,casinos online playtech26 anos, estuda a incidênciacasinos online playtechdengue e zikacasinos online playtechMinas Gerais, mas não consegue ir à universidade por faltacasinos online playtechdinheiro - também desistiu das aulascasinos online playtechinglês e do planocasinos online playtechsaúde. Os constantes atrasos da bolsa desanimaram a estudante.
"Sempre tive o sonhocasinos online playtechser uma cientista: fiz graduação, mestrado e, agora, doutorado. Mas o que faço agora? Estou perdida. Me sinto qualificada para trabalhar, mas não posso por causa da bolsa", diz.
Ela cita o cientista britânico Stephen Hawking, que morreu na semana passada. "As pessoas ficaram comovidas com a morte dele. Infelizmente, elas não sabem das dificuldades que os pesquisadores brasileiros passam para produzir ciência."
Renata (nome fictício), doutorandacasinos online playtechagronomia na Universidade Federalcasinos online playtechUberlândia (UFU), tem sentimento parecido. "Não desisto porque quero muito terminar, mas me sinto completamente desestimulada. Eu poderia ganhar muito mais atuando no mercado", diz ela.
A agrônoma conta que, durantecasinos online playtechpesquisacasinos online playtechcampo, acabou sem dinheiro para coletar o material que precisava para finalizar seu estudo. Ela também evita se deslocar à universidade, a 23 kmcasinos online playtechsua casa. "É humilhante você estar no doutorado e tercasinos online playtechpedir dinheiro acasinos online playtechmãe para comprar produtos básicoscasinos online playtechhigiene", conta Renata,casinos online playtech30 anos. Ela tem uma filhacasinos online playtechum ano e quatro meses.
Estudantecasinos online playtechgeografia, Gustavo também tem dificuldades para se manter no campus da UFUcasinos online playtechItuiutaba, no interiorcasinos online playtechMinas, cidade para onde ele se mudou por causa da graduação. Ele recebe uma bolsacasinos online playtechR$ 400 para realizar uma pesquisacasinos online playtechiniciação científica - usa parte do dinheiro para pagar o aluguel.
"Sonhocasinos online playtechfazer mestrado e doutorado, mas já na graduação enfrento essas dificuldades. É muito frustrante. Quando eu me formar, talvez eu vá trabalhar no mercado", diz.
Crise financeira
A Fapemig é mantida pelo Estadocasinos online playtechMinas Gerais, hoje governado pelo petista Fernando Pimentel. A fundação foi criada há 32 anos para apoiar "projetoscasinos online playtechnatureza científica, tecnológica ecasinos online playtechinovação considerados estratégicos para o desenvolvimento do Estado", diz a descriçãocasinos online playtechseu site.
Segundo a fundação, as bolsascasinos online playtechiniciação científica, mestrado e doutorado custaram R$ 58,6 milhões aos cofres públicoscasinos online playtech2017, apesar dos atrasos. O orçamento total do órgão foicasinos online playtechR$ 295 milhões.
A instituição diz quecasinos online playtechverba é passada pelo governo estadual, que "estácasinos online playtechcrise financeira."
"A Fapemig tem como prioridade mantercasinos online playtechdia o pagamento das bolsas concedidas pela Fundação. A direção da Fapemig tem efetuado diversas ações junto ao tesouro estadual, fonte dos recursos para pagamento das bolsas, a fimcasinos online playtechassegurar esse pagamento", afirmou a instituição,casinos online playtechnota.
Membro Associação Nacionalcasinos online playtechPós-Graduandos, Laís Moreira faz uma crítica à forma como os governos estaduais e federal tratam a produção científica no Brasil. Ela aponta, por exemplo, o fatocasinos online playtecho presidente Michel Temer (PMDB) ter fundido o antigo Ministério da Ciência e Tecnologia com ocasinos online playtechComunicações,casinos online playtech2016, e, no ano seguinte, anunciado um cortecasinos online playtechverbas na pasta.
"A desvalorização da pós-graduação ocorre no Brasil inteiro. Nossa luta não é corporativista, a bolsa não é um salário. Não existe saída para a crise por meiocasinos online playtechdesenvolvimento econômico e inovação sem passar pela pós-graduação ", diz Laís.