Sushibet casa de apostasfeijão e shoyubet casa de apostastucupi: como imigrantes japoneses recriaram pratos típicos na Amazônia:bet casa de apostas

Legenda da foto, A pesquisadora Linda Midori Tsuji Nishikido, da USP, estudou como os imigrantes japoneses adaptarambet casa de apostascolinária à realidade amazônica | Foto: Arquivo Pessoal
Legenda da foto, Os imigrantes japoneses usaram feijãobet casa de apostasmetro para recriar o makizushi, prato típico | Foto: Arquivo Pessoal

Eles consumiam essa fruta ainda verde como refogado, como tsukemono (espéciebet casa de apostaspicles) e como sunomono (espéciebet casa de apostassalada, normalmente feita com pepino e vinagre). Até as raízesbet casa de apostasmamão foram aproveitadas para fazer o kinpira gobo (refogado à basebet casa de apostasbardana - uma erva, cujas raízes são comestíveis, e as folhas, usadasbet casa de apostassaladas).

A banana também passou por uma reinvenção criativa. "Ela bem madura, jábet casa de apostaspontobet casa de apostasputrefação, serviu para fazer a pasta base para tsukemono (conservabet casa de apostasvegetais), dando a essa comida um sabor adocicado natural próprio da banana", conta Linda.

"Com a farinha, guarnição obrigatória para o consumobet casa de apostaspeixe na região amazônica, os imigrantes elaboraram o dango, espéciebet casa de apostasbolinho, como substituto do pão. Com os peixes dos rios, fez-se sashimi, kamaboko (massabet casa de apostaspeixe) e o feijão verde ou feijãobet casa de apostasmetro serviu como recheiobet casa de apostasmakizushi (sushi enrolado)."

Registro da memória

Legenda da foto, Tsukemonobet casa de apostasmamão verde elaborado com base na pastabet casa de apostasbanana madura | Foto: Arquivo Pessoal

Linda conta que umabet casa de apostassuas motivações para realizar a pesquisa estava no fatobet casa de apostasque seus pais e a maioria dos amigos e parentes estavam com idade acima dos 60 anos. "Isso me levou à decisão emergencialbet casa de apostasentrevistar mais imigrantes, a fimbet casa de apostasque os dados guardados na memória fossem investigados e registrados", explica.

"Além disso, ser descendentebet casa de apostasimigrantes - segunda geração (nissei) -, me levou a mergulhar no universo da imigração japonesa no pós-guerra no Amazonas, com o objetivo, dentre outros,bet casa de apostasdeixar um legado para posteridade escritobet casa de apostasportuguês."

Ela diz ainda que a decisãobet casa de apostasescolher os hábitos alimentares como tema da pesquisa repousa no conjuntobet casa de apostasriqueza que eles carregam, sobretudo relacionados aos aspectos sociais e culturais.

"Comer envolve características inerentes à complexidade humana, como prazer, sensações, emoções, afetividades, isto é, se encontra impregnadobet casa de apostaselementos simbólicos como tradição, rito, costumes, comportamentos que caracterizam a culturabet casa de apostasuma etnia."

Legenda da foto, Lembrar da culinária ajudou a imigrantes a contar casos da época, como a adaptação à Amazônia e queimadas | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Linda, o que seu trabalho trazbet casa de apostasnovo é a história da imigração japonesa no Amazonas por meio do olhar interno, ou seja, que tem como fonte primária os próprios imigrantes. "Eles revelaram pormenores, tais como as dificuldades, os desafios, o estranhamento com o novo país, que somente as pessoas que vivenciaram o fenômeno podem relatar", diz a pesquisadora.

Além disso, diz Linda, a temática "hábitos alimentares" faz despertar esse passado que parecia estar esquecido, ativando a memória e evocando uma sequênciabet casa de apostasfatos vividos. Falar sobre assuntos alimentares fez emergir nas lembranças dos imigrantes fatos dos seus momentos iniciais na Amazônia.

Entre eles, Linda cita a construção das primeiras casasbet casa de apostaspalha para a moradia, os obstáculos para se deslocar até a cidadebet casa de apostasManaus, as dificuldades para encontrar ingredientes próprios para a culinária japonesa, os estranhamentos relativos à alimentação dos brasileiros da região.

Diversidade da culinária no Brasil

Legenda da foto, O feijãobet casa de apostasmetro foi usado como recheiobet casa de apostasmakizushi (sushi enrolado) | Foto: Arquivo Pessoal

"Deu para perceber na feiçãobet casa de apostascada entrevistado que as reminiscências do passado, mesmo os momentos difíceis, proporcionavam nostalgia, pois representava um tempobet casa de apostasque tudo era novidade, o espaço, as pessoas, a vida bem diferente ao se comparar com abet casa de apostassua terra natal", conta a pesquisadora.

Para a orientadorabet casa de apostasLinda, professora Leiko Matsubara Morales, do Departamentobet casa de apostasLetras Orientais da USP, o trabalhobet casa de apostassua aluna tem o méritobet casa de apostastrazer uma história desconhecida, saindo do eixo São Paulo-Paraná.

"A pesquisa é importante não apenas porque a temática trata da alimentação, mas porque junto com ela traz a história das cidades ebet casa de apostassuas peculiaridades, somando à áreabet casa de apostasEstudos Japoneses.", diz.

Legenda da foto, Mulheres imigrantes fazem reunião para comer culinária típica | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo Leiko, o trabalho não apenas resgatou algo que estava submerso, mas atribuiu o devido valor cultural, reconhecendo a culinária daquela região como parte da diversidade dos hábitos alimentares do Brasil.

"A criatividadebet casa de apostasque os japoneses lançaram mão nos mostra o quanto eles buscaram uma formabet casa de apostasvencer as adversidades impostas pela natureza, que não é apenas decorrência da diferença física, mas cultural e material", explica.

Leiko diz ainda que, ao levantar os dados, Linda conseguiu salvar várias informações que não se encontrambet casa de apostasnenhum livrobet casa de apostasimigração, pois a maioria foi escrita por aqueles que vivem nas regiões onde a comunidade nikkei é mais densa, como os estadosbet casa de apostasSão Paulo e do Paraná.

"Apesarbet casa de apostaster ido um contingente razoávelbet casa de apostasimigrantes, descendentes e até mesmobet casa de apostasexecutivos japoneses para a Amazônia, devido à riqueza da zona francabet casa de apostasManaus, há poucos trabalhos dessa natureza."