O que acontece se a Reforma da Previdência não passar?:fazer aposta online
"O problema é a queda da receita, não o aumento da despesa", diz Amir Khair, consultor na área fiscal e contrário a uma Reforma da Previdência neste momento. Para ele, a recuperação da economia neste e nos próximos anos vai reequilibrar a contabilidade do governo e permitir que o Estado financie a seguridade social.
Independentemente do diagnóstico, sem mudança no regime do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e nas aposentadoriasfazer aposta onlineservidores, que respondem por quase 45% das despesas da União, o governo terá dificuldade para cumprir o tetofazer aposta onlinegastos.
Aprovadafazer aposta onlinedezembrofazer aposta online2016, a emenda do teto mudou a Constituição e criou uma amarra para as despesas, que só podem crescer o equivalente à variação da inflação pelo menos pelos próximos 20 anos.
Em 2018, por exemplo, elas só podem chegar a R$ 1,348 trilhão: o total do ano passado, mais a inflação acumulada nos 12 mesesfazer aposta onlinejulhofazer aposta online2016 a junhofazer aposta online2017. Isso quer dizer que, ainda que entre mais dinheirofazer aposta onlinecaixa que o previsto, ele não pode ser gasto acima daquele limite.
Encontro marcado
Diante da elevação contínua dos gastos públicos, o Instituto Fiscal Independente (IFI) calcula que o teto estouraria jáfazer aposta online2019 ou 2020. "A gente tem uma data marcada para ter essa discussão (da Previdência)", conclui Gabriel Lealfazer aposta onlineBarros, economista da instituição, ligada ao Senado.
A grande maioria das despesas obrigatórias da União são corrigidas anualmente - elas crescem no ritmo do aumento da inflação ou, no caso dos saláriosfazer aposta onlineservidores, por exemplo, quando são negociados reajustes.
A "data marcada" a que o economista do IFI se refere é o momentofazer aposta onlineque o teto for descumprido e que forem acionados os "gatilhos" previstos na lei, que praticamente congelam a estrutura da máquina pública: fica suspensa a concessãofazer aposta onlinequalquer reajuste a servidores, novas contratações, criaçãofazer aposta onlinecargos, realizaçãofazer aposta onlineconcurso público, majoraçãofazer aposta onlinebenefícios e auxílios.
"Os gatilhos são eficazes (para estancar o avanço da despesa), mas podem gerar instabilidade política", avalia Vilma da Conceição Pinto, pesquisadora do Instituto Brasileirofazer aposta onlineEconomia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).
Mas o impasse com o tetofazer aposta onlinegastos vai além da Previdência, ressaltam os economistas.
"Mesmo com a versão mais dura (da reforma), ainda seria difícilfazer aposta onlinecumprir", diz Barros, já que o impacto positivofazer aposta onlineuma eventual mudança seria gradativo.
Em algum momento, o governo vai precisar revisar as demais rubricas, como salários, subsídios e outros benefícios, acrescenta Pinto. "Essa pode ser uma oportunidade para se avaliar melhor o custo-benefício das políticas, para decidir o que vale ou não a pena manter", diz a economista do Ibre.
Como o pagamentofazer aposta onlineaposentadorias e pensões é a principal despesa do governo, entretanto, chegando a quase metade do total,fazer aposta onlinereestruturação é incontornável, avalia Barros.
"Se ela não for feita, as despesas obrigatórias vão empurrar todas as outras", afirma, referindo-se aos chamados gastos discricionários, que são aqueles que o governo tem liberdade para cortar ou alocar onde quiser.
Atualmente, cercafazer aposta online10% dos gastos entram nessa categoria - que inclui, por exemplo, os investimentos. O restante são gastos "com carimbo", para onde o dinheiro da arrecadação tem destino certo.
A atual propostafazer aposta onlinemudança no regime previdenciário prevê estabelecer uma idade mínima para se aposentar (65 anos para homens e 62 para mulheres) e um tempo mínimofazer aposta onlinecontribuição para ter direito ao benefício (15 anos para trabalhadores da iniciativa e 25 para os funcionários públicos).
Além disso, quem se aposentasse com esse tempo mínimo receberia 60% da média salarial - 70% no caso dos servidores. O teto seria alcançado apenas caso se chegasse aos 40 anosfazer aposta onlinecontribuição.
O refrescofazer aposta online2018
Neste ano, além da folga maior do teto, o governo terá ajudafazer aposta onlinedois fatores: a devoluçãofazer aposta onlinecercafazer aposta onlineR$ 130 bilhões do BNDES (Banco Nacionalfazer aposta onlineDesenvolvimento Econômico e Social) ao Tesouro - que vai reduzir a dívida bruta,fazer aposta onlinetrajetória crescente desde 2014 - e a perspectivafazer aposta onlinecrescimento da arrecadação, beneficiada pela retomada cíclica da economia.
O aumento das receitas com impostos, para o economista Amir Khair, vai colocar as finanças públicasfazer aposta onlinevolta ao eixo se acompanhadafazer aposta onlinepolíticasfazer aposta onlineestímulo ao crescimento econômico efazer aposta onlineredução estrutural dos juros - já que o país paga o equivalente a 5% ou 6% do PIBfazer aposta onlinejuros por ano, R$ 400 bilhões sófazer aposta online2017.
A Reforma da Previdência, para ele, não é necessária, ainda que o sistema não se financie apenas com receitas próprias. Emfazer aposta onlineavaliação,fazer aposta onlineum país como o Brasil,fazer aposta onlineque a informalidade é alta e "muita gente é posta para fora do mercadofazer aposta onlinetrabalho precocemente", a Previdência é "o grande programafazer aposta onlineproteção social".
Em 2017, as despesas do INSS superaram as receitasfazer aposta onlineR$ 182,5 bilhões. No regime dos servidores da União, o deficit foifazer aposta onlineR$ 86,4 bilhões.
As aposentadorias e pensões, ele afirma, são parte da seguridade social - que, pela Constituição, são parcialmente financiadas pelo Estado. "A Previdência tem deficit sim, mas a crítica (daqueles que negam que ela seja deficitária)fazer aposta onlineparte tem razão porque a gestão é muito ruim", completa.
Benefício da dúvida
Se Temer ainda tenta se articular no Congresso e conta os votos na esperançafazer aposta onlinepautar a reforma na Câmara, o mercado já há algum tempo não acredita que ela será votada neste ano.
Para Latif, da XP Investimentos, esse é o cenário que está "precificado" - ou seja, a provável derrota do governo não mexeriafazer aposta onlineforma significativa com o dólar e com a trajetória do chamado risco país.
"Os mercados estão dando o benefício da dúvida porque acreditam que o próximo governo vai dar sequência às reformas", comenta.
O rebaixamento da notafazer aposta onlinecrédito do Brasil pela agência Standard & Poor'sfazer aposta online11fazer aposta onlinejaneiro, para Monica Baumgartenfazer aposta onlineBolle, professora da Peterson Institute for International Economics, também já tinha isso na conta.
"A S&P se adiantou, as outras agências estão atrasadas, só esperando bater o martelo da Previdência", avalia. "A reforma já tinha sido completamente diluída, não ia resolver nada. Melhor que seja toda ela feitafazer aposta onlineuma vez."
'Herança maldita'
Ainda que o próximo presidente levante a bandeira da Previdência, contudo, passar uma reforma mais para frente tampouco será fácil.
De um lado, pondera De Bolle, o governo vai assumir diantefazer aposta onlineum Congresso bastante fragmentado - tendência que vem se intensificando nos últimos 20 anos -, pouco disposto a aprovar reformas e ajustes.
"Além disso, vai entrar com uma herança maldita do lado fiscal, já que o governo passou o teto e gastou os tubos para se salvar na Câmara das denúncias. É um nó górdio total."
O graufazer aposta onlineexigência do mercado no início do próximo governo também será maior, acrescenta Latif, e ele deve ser menos condescendente do que tem sido com Temer. "Não vai ter luafazer aposta onlinemel", ela diz.