Os argumentoscrash aviator apostaquem vê catástrofe sem Reforma da Previdência - e por que alguns acham exagero:crash aviator aposta

Idosas caminham no Rio

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Legenda da foto, Reforma da Previdência é principal aposta econômica do governo Temer

O caminho para a recessão, segundo o governo

O governo federal vem registrando rombos bilionários nas suas contas desde 2014, um reflexo da perdacrash aviator apostaarrecadação (devido à crise e a cortescrash aviator apostaimpostos nos últimos anos) e do contínuo aumentocrash aviator apostadespesas obrigatórias, como os benefícios da Previdência. Isso tem provocado o cortecrash aviator apostagastoscrash aviator apostaoutras áreas consideradas importantes para o crescimento, como investimentoscrash aviator apostainfraestrutura, e o aumento da dívida pública.

Sem a reforma, as estimativas do governo indicam que esse quadro tende a piorar, já que o envelhecimento da população fará com que os gastos com aposentadoria sigam aumentando.

Na nota técnica "Os custos sociais da não aprovação da Reforma da Previdência", o Ministério do Planejamento calcula que, mantidas as regras atuais, os gastos do INSS com aposentadoria e benefícios para idosos pobres (BPC) representará 58% dos gastos primários (excluindo juros com a dívida) do governo federalcrash aviator aposta2022. Hoje esse percentual estácrash aviator aposta47%.

Rodrigo Maia e Michel Temer

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Legenda da foto, O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (no primeiro plano), e Michel Temer; governo corre para colocar pauta na votação da casa

O resultado, argumenta o Ministério do Planejamento, é que o governo continuará registrando deficitscrash aviator apostasuas contas, sendo obrigado a cortar ainda mais os investimento e a aumentar seu endividamento.

Os dados do Banco Central mostram que a dívida pública líquida, que vinha recuando gradualmente na última década, deu um salto nos últimos anos, passandocrash aviator aposta33% do PIBcrash aviator apostaoutubrocrash aviator aposta2015 para 50,7% do PIB no mesmo mês deste ano.

Segundo o ministério, a perspectivacrash aviator apostacontinuidade da expansão do endividamento caso a reforma seja rejeitada aumentará a desconfiançacrash aviator apostarelação à capacidadecrash aviator apostapagamento do governo, que terá então que elevar os juros para continuar se financiando. Além disso, esse cenário provocaria uma saídacrash aviator apostainvestidores do mercado financeiro brasileiro, forçando uma alta do dólar ante o real.

"Taxacrash aviator apostajuros maiores e depreciação cambial resultamcrash aviator apostauma fórmula já conhecida pelos brasileiros: deterioração da atividade econômica e inflação elevada. Neste cenário, a melhora do desemprego assistida nos últimos meses pode ser revertida", afirma o documento.

A nota técnica mostra também que, sem a reforma, o governo não conseguirá cumprir a regra do teto do gasto público, inserida na Constituição no ano passado e que prevê que as despesas não podem crescer acima da inflação por vinte anos.

Cenário do governo é realista ou 'terrorista'?

Economistas ouvidos pela BBC Brasil se dividem sobre as previsões do governo. Para o coordenadorcrash aviator apostaPrevidência do Ipea, Rogério Nagamine, é difícil precisar qual é o potencialcrash aviator apostaimpacto da não aprovação da reforma, mas ele acredita que isso "realmente comprometeria uma recuperação mais fortecrash aviator aposta2018".

Nacrash aviator apostaleitura, a dívida pública hoje estácrash aviator apostacrescimento "explosivo" e, se não houver percepçãocrash aviator apostaque isso vai ser contido, os juros deverão subir. Já se a reforma for implementada, os efeitos seriam positivos, pois a queda dos juros reduziria os gastos do governo com a dívida pública, liberando recursos para outras despesas.

"Não acho que existe exagero (no discurso do governo)", afirma.

Bolsacrash aviator apostavalorescrash aviator apostaSão Paulo

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Legenda da foto, Alertas feitos pelo governo sobre previdência são reais ou exagero? Economistas se dividem sobre a questão

A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, tem visão semelhante. Ela acredita que a rejeição das mudanças na Previdência deixará o país "mais vulnerável a acidentescrash aviator apostapercurso".

"Hoje a gente tem um rombo enorme, uma dívida que só cresce, mas os investidores dão o benefício da dúvida (ao governo) porque acham que uma hora vem a Reforma da Previdência. O fiscal (contas públicas) organizado é alicerce do crescimento. Se você não sabe para onde vai o fiscal, não sabe para onde vai o câmbio, os juros", ressalta Latif.

Caso a reforma não passe agora, diz ela, inevitavelmente terá que ser feita no próximo governo. "Aí a gente começa a navegarcrash aviator apostaáguas mais perigosas, porque qualquer titubear dos candidatos (à Presidência na eleiçãocrash aviator aposta2018) pode gerar o medocrash aviator apostanão ter aprovaçãocrash aviator apostareforma (nem no próximo governo)", diz.

Já opositores da medida e mesmo alguns que a defendem consideram que as previsões catastróficas do governo para a economia são "terrorismo".

Segundo a economista Esther Dweck, professora da Universidade Federal do Riocrash aviator apostaJaneiro (UFRJ), a proposta inicial do governo para a Previdência tenderia, na verdade, a impactar negativamente a economia.

A versão original da reforma criava regras mais restritivas para a aposentadoria do trabalhador rural e aumentavacrash aviator aposta15 para 25 anos a exigênciacrash aviator apostatempo mínimocrash aviator apostacontribuição para permitir a aposentadoria. Essas medidas foram muito criticadas por afetar os mais pobres - como elescrash aviator apostageral sofrem com maior rotatividade e informalidade no mercadocrash aviator apostatrabalho, tendo maior dificuldadecrash aviator apostaatingir um tempo maiorcrash aviator apostacontribuição.

Na tentativacrash aviator apostaaprovar outras medidas, como a fixaçãocrash aviator apostauma idade mínima para aposentadoria, o governo recuou dessas duas propostas.

"Os beneficiários mais pobres usam toda acrash aviator apostarenda para consumo. A Previdência gera uma renda independente do que está acontecendo no mercadocrash aviator apostatrabalho e ajuda no momentocrash aviator apostacrise", argumenta Dweck.

A professora também questiona a visãocrash aviator apostaque a medida reduzirá o endividamento público, aumentará a confiança e gerará mais investimentos. Ela argumenta que,crash aviator apostamomentocrash aviator apostacrise, é natural o aumento da dívida públicacrash aviator apostarelação ao PIB, já que há uma queda da arrecadação e um encolhimento da própria economia.

Torrescrash aviator apostaeletricidadecrash aviator apostaBrasília

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Legenda da foto, Rombos bilionários do governo têm provocado cortecrash aviator apostagastoscrash aviator apostaáreas consideradas importantes para o crescimento econômico, como a infraestrutura

Segundo ela, o governo acaba alimentando a piora desse quadro ao cortar gastos, pois isso significa menos dinheiro circulando e menos investimentoscrash aviator apostainfraestrutura.

Nesse sentido, Dweck defende que,crash aviator apostamomentoscrash aviator apostacrise, o governo deveria não cortar gastos, mas aumentá-los.

"Cortar gastos na crise é ajuste fiscal autodestrutivo", resume.

Rumos da economia dependemcrash aviator aposta2018

A economista Monicacrash aviator apostaBolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics,crash aviator apostaWashington (EUA), também considera que o potencial da políticacrash aviator apostaausteridade (cortescrash aviator apostagastos) sobre o crescimento vem sendo superestimado por alguns economistas.

Ela acredita que a Reforma da Previdência é essencial para o equilíbrio das contas públicas no longo prazo, mas defende que o melhor é que ela seja feita depoiscrash aviator aposta2018, por um governo eleito com essa proposta.

Nacrash aviator apostavisão, os rumos da economia dependem muito mais do resultado da eleição do que da aprovaçãocrash aviator apostauma reforma agora.

"O fator determinante (para o crescimento) é a política, não é a Reforma da Previdência. Esse cenáriocrash aviator apostaque o mundo acaba se a Reforma da Previdência não passar agora acho extremamente exagerado, bem terrorista", diz.

Para Bolle, o governo Temer, desgastado por denúnciascrash aviator apostacorrupção, hoje não tem legitimidade para levar adiante uma ampla reforma e acaba dando mais força para os opositores da proposta. "É um governocrash aviator apostaque ninguém acredita, pelas razões óbvias que a gente sabe", afirma.