Por que mesmo rejeitado pela população Temer deve conseguir se manter no cargo hoje:betby online casino
Segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, o presidente sobrevivebetby online casinouma misturabetby online casinoforte articulação política no Congresso, ausênciabetby online casinoprotestosbetby online casinomassa nas ruas e apoio da elite econômica satisfeita com o andamentobetby online casinoreformas impopulares.
"A principal diferença é que o Temer tem apoiobetby online casinoquem importa", resume o professorbetby online casinogestãobetby online casinopolíticas públicas da USP Pablo Ortellado.
"Ele não tem apoio popular, mas ainda tem um bom apoio no Congresso, do empresariado, e a oposição não está fazendo esforço nenhumbetby online casinoderrubá-lo", ressalta.
Ortellado tenta explicar a faltabetby online casinograndes protestos nas ruas. De um lado, observa, os movimentos sociaisbetby online casinoesquerda que têm ligação com o PT aderiram à estratégia do partidobetby online casinodeixar o atual governo sangrar até 2018, já que a baixíssima popularidadebetby online casinoTemer deve garantir um espaço privilegiadobetby online casinocampanha para a oposição na próxima eleição.
De outro lado, afirma Ortellado, os movimentos anticorrupção que derrubaram Dilma tampouco estão mobilizadosbetby online casinograndes manifestações para afastar Temer. Esses gruposbetby online casinogeral têm viés econômico liberal que se alinha com a agendabetby online casinoreformas do governo.
Além disso, nota ele, a excessiva polarização da sociedade entre "petralhas" e "coxinhas" dificulta que esquerda e direita se unam no movimento "Fora, Temer", embora as pesquisasbetby online casinoopinião indiquem que essa seja uma pauta comum à grande maioria da sociedade.
"Temer não tem apoio popular. Um movimentobetby online casinoruabetby online casinoconsistência o derrubaria com certeza, mas quem convoca o movimentobetby online casinorua não quer derrubá-lo", diz o professor da USP.
Por parte dos empresários, Ortellado acredita que prevalece uma satisfação com as reformas que Temer tem implementado, como a criaçãobetby online casinoum teto para o aumento dos gastos públicos e as mudanças nas regras trabalhistas - e com as que ainda pretende aprovar, como a da Previdência.
"Realmente, o presidente Temer tem proporcionado medidas para o futuro do país fantásticas. Está mexendobetby online casinomuita coisa que tem que ser feita. Quem sabe o que permite isso ébetby online casinobaixa popularidade, porque é alguém que não está buscando resultados imediatos", afirma o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, ao defender a continuidade do governo.
Para Martins, a trocabetby online casinopresidente traria mais instabilidade para o país. Além disso, o líder empresarial sustenta que a denúncia contra Temer "é muito fraca".
O presidente é acusadobetby online casinoser destinatáriobetby online casinopropina negociada entre o dono da JBS Joesley Batista e o ex-assessorbetby online casinoTemer Rodrigo Rocha Loures, indicado pelo presidente como seu interlocutor para resolver questões da empresa junto a órgãos públicos,betby online casinoconversa gravada pelo empresário.
Loures, porbetby online casinovez, foi gravado depois recebendo uma malabetby online casinoR$ 500 mil, mas a defesabetby online casinoTemer nega que o presidente tenha dado aval a esse pagamento ou fosse se beneficiar dele. Aliados do presidente têm ressaltado também que a PGR não realizou o monitoramento do destino da malabetby online casinoR$ 500 milbetby online casinomodo a provar que ele iria para Temer.
"Quem lê as 64 páginas da denúncia não consegue ser convencido do preço a ser pago (pela trocabetby online casinopresidente). É uma denúncia muito fraca para o trauma que nós estamos vivendo, para ter mais seis meses do Brasil parado", afirma Martins.
Congresso, o apoio mais importante
Se o silêncio das ruas e o apoio dos empresários ajuda Temer a sobreviver, seu maior trunfo está nabetby online casinocapacidadebetby online casinoarticulação no Congresso, observa a professorabetby online casinoCiências Políticas da USP Maria Hermínia Tavares. Ela ressalta que Temer foi três vezes presidente da Câmara dos Deputados.
"Ele conhece profundamente o Congresso e tem uma atenção especial com as parlamentares, que não consiste sóbetby online casinoliberar emenda (recursos para as bases eleitorais dos congressistas), distribuir cargos. Ele também trata bem, coisa que Dilma e (o ex-presidente Fernando) Collor (derrubadobetby online casino1992 por impeachment) nunca fizeram. Temer passa boa parte do tempo conversando com os parlamentares", reforça Tavares.
Para que o STF fique autorizado a analisar a aberturabetby online casinoum processo penal contra Temer, são necessários 342 votos do totalbetby online casino513 deputados. Segundo levantamento do jornal Folhabetby online casinoS.Paulo, por enquanto apenas 194 dizem que votarão a favor do andamento da denúncia.
A votação, entretanto, só poderá ser realizada se houver um quórum mínimobetby online casinodois terços da Casa, ou seja, se 342 deputados tiveram registrado presença. Deputados da oposição chegaram a considerar a possibilidadebetby online casinotentar esvaziar a sessão para que não haja quórum - e, assim, adiar a votação. Mas o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse recentemente estar confiantebetby online casinoque pelo menos 480 deputados estarão presentes.
De onde virão os votos?
A bancada ruralista e o chamado centrão - bloco informal que agrega partidos sem ideologia clara - devem ser cruciais para garantir os votos necessários à vitóriabetby online casinoTemer. Nas últimas semanas, o governo reforçou o vínculo com os dois grupos ao aprovar propostas e liberar emendasbetby online casinofavorbetby online casinoseus membros.
Os ruralistas, que contam 211 integrantes, tiveram uma demanda antiga atendida no último dia 19, quando Temer assinou um parecer que deve paralisar grande parte das demarcaçõesbetby online casinoterras indígenas. Redigido pela Advocacia Geral da União (AGU), o parecer diz que as demarcações só devem ocorrerbetby online casinoáreas que eram ocupadas pelos indígenasbetby online casino1988.
O Ministério Público Federal (MPF) diz que o parecer é um "retrocesso" e rejeita a definiçãobetby online casinoum marco temporal para as demarcações, argumentando que muitos povos foram expulsosbetby online casinosuas terras originais antesbetby online casino1988.
A listabetby online casinoacenos à bancada inclui ainda, entre outras medidas, a aprovação,betby online casinojulho,betby online casinouma Medida Provisória que facilita a regularizaçãobetby online casinoáreas ocupadasbetby online casinocidades e no campo - proposta apelidadabetby online casino"MP da grilagem" por ambientalistas.
Na terça-feira, Temer almoçou com parte da Frente Parlamentar da Agropecuária. O deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da frente, diz que não orientará o voto dos integrantes da bancada, mas "há uma tendênciabetby online casinoque a grande maioria vote contra" a aceitação da denúncia.
Segundo Leitão, as ações do governobetby online casinoprol do agronegócio pesam embetby online casinodecisãobetby online casinovotar a favor do presidente. Agora, a bancada pressiona o governo pela aprovaçãobetby online casinomedidas que flexibilizam o licenciamento ambiental e facilitam a vendabetby online casinoterras a estrangeiros.
O centrão também tem se mostrado fiel ao presidente. O bloco informal agrega partidos sem ideologia clara e que costumam integrar a base governista, entre os quais PTB, PSD, PP, PR, PSC, PRB e PROS.
Para Antônio Augustobetby online casinoQueiroz, diretorbetby online casinodocumentação do Departamento Intersindicalbetby online casinoAssessoria Parlamentar (Diap), partidos do centrão tem com governos uma "relação puramente fisiológica".
"Como todos ou a maioria desses partidos está envolvidabetby online casinoalgum tipobetby online casinodenúncia, proteger o presidentebetby online casinouma punição é uma formabetby online casinogarantir que a punição não se estenda a eles, alémbetby online casinouma oportunidade para sugar alguns recursos e espaços do governo."
Na votação sobre Temer na Comissãobetby online casinoConstituição e Justiça (CCJ) da Câmara, essas siglas substituíram deputados rebeldes e garantiram 100%betby online casinoseus votos ao presidente.
Líder do PSD na Câmara, o deputado Marcos Montes (MG) diz que o partido "fechou questão para não aceitar a denúncia", mas que não haverá punições a deputados que faltarem na votação.
"Achamos que a denúncia é totalmente inconsistente e que não é o momentobetby online casinocriar no mundo político um tumulto que atrapalhe o mundo financeiro."
Criado pelo ministro da Ciência, Gilberto Kassab (SP), o PSD soma 37 deputados.
Líder do PR, partido com 38 cadeiras na Câmara, o deputado José Rocha diz que o partido também orientou seus integrantes a votar contra a denúncia.
"Entendemos que a denúncia foi considerada inepta pela CCJ e vamos seguir a decisão da comissão."
Uma reportagem da BBC Brasil revelou que boa parte dos deputados que votaram a favorbetby online casinoTemer na CCJ foram beneficiados com o empenhobetby online casinoemendas parlamentares para investimentosbetby online casinosuas bases eleitorais.
O governo diz que "não existe relação entre liberaçãobetby online casinoemenda e presença do parlamentar na CCJ".