Após críticas e bons resultados, militares prometem investirjogos da betfairformaçãojogos da betfairbase:jogos da betfair

Thiago Braz saltando com vara

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Atletas militares conquistaram a maioria das medalhas brasileiras na Rio 2016

"De jeito nenhum foi uma crítica ao que os militares fazem para o esporte. Não fiz queixa, dei minha opinião pessoal. Hoje fiquei sabendo que existem alguns projetos que fomentam o esporte. É uma alegria saber disso", disse ele.

Legenda do vídeo, Militares querem treinar atletas para 2024

Em entrevista à BBC Brasil, o vice-almirante Paulo Zuccaro, diretorjogos da betfairDesporto Militar do Ministério da Defesa, disse que, alémjogos da betfairincorporar atletas já renomados através do PAAR, as Forças Armadas estão elaborando uma nova estratégia para apoiar a formaçãojogos da betfairatletas que competirão nas duas próximas edições das Olimpíadas e dos Jogos Mundiais Militares e para identificar talentos esportivosjogos da betfairescolas públicas.

"Para o próximo ciclo nós estamos contando com a ajuda das confederações para nos orientarem tecnicamente desde já na identificação das principais promessas das respectivas modalidades", afirmou Zuccaro.

Porém, para 2024 haverá uma dificuldade adicional: muitos dos jovens que competirão nesses jogos não terão idade suficiente para entrar nas Forças Armadas emjogos da betfairfasejogos da betfairpreparação.

Por isso, a ideia é identificar talentos esportivosjogos da betfairescolas públicas atravésjogos da betfairoutro programa: o Forças no Esporte, ou Profesp.

Coronel Emerson Duarte (à esq.) e major Cássio Rippel (à dir), atletas do tiro esportivo
Legenda da foto, Militares querem identificar possíveis talentos dos esportes por meiojogos da betfairprograma com alunosjogos da betfairescolas públicas

Trata-sejogos da betfairum programa social conjunto dos ministérios da Defesa, do Esporte e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, onde 21 mil alunos do ensino público praticam esportes, atividades educacionais e recebem atendimentojogos da betfairsaúde dentro das unidades militares.

"Para o ciclojogos da betfair2024, nós estamos buscando parcerias com universidades e centrosjogos da betfairpesquisa esportiva para aplicaçãojogos da betfairferramentasjogos da betfairrevelaçãojogos da betfairtalentos olímpicosjogos da betfairnosso programajogos da betfairinclusão social por meio do esporte, denominado Forças no Esporte", afirmou Zuccaro.

Outro desafio será lidar com o fatojogos da betfairque, após oito anos nas forças, os militaresjogos da betfairquadro temporário (profissionais formadosjogos da betfairáreas civis que entram nas Forças Armadas para exercer funções específicas) têm que se desligar das suas instituições. Quem entrou para a vida militar no início do programa já se aproxima desse prazo e pode ainda estarjogos da betfairidadejogos da betfairparticiparjogos da betfairmais competições.

A solução estudada, segundo o Ministério da Defesa, é que eles se desliguem e depois voltem a prestar concurso para um novo período nas Forças Armadas. Mas esse processo pode levar até um ano.

Entenda o PAAR

Centrojogos da betfairCapacitação Física do Exército
Legenda da foto, Atletas que aderem a programa têm acesso a instalações esportivas militares

Mas como funciona o programa que trouxe nove medalhas para o Brasil na Rio 2016 até agora?

Os ministérios da Defesa e do Esporte se basearam na experiência internacional para criar seu Programajogos da betfairAtletasjogos da betfairAlto Rendimento. Ele foi inspiradojogos da betfairexperiências semelhantesjogos da betfairpaíses como Itália, Rússia, China e Alemanha.

O programa foi iniciadojogos da betfair2008 com o objetivojogos da betfairtornar o Brasil mais competitivo para a 5º edição dos Jogos Mundiais Militares, que ocorreram no Riojogos da betfairJaneirojogos da betfair2011.

O Exército e a Marinha abriram concursos para incorporar às forças atletas civis que já tinham bom desempenhojogos da betfaircompetições reconhecidas (mais tarde a Aeronáutica entrou no programa também).

Os esportistas selecionados se tornam sargentos temporários dessas forças e recebem treinamento básico militar. Também passam a ganhar um soldo mensal (cercajogos da betfairR$ 3,2 mil atualmente), recebem equipamentos esportivos e podem treinar nas instalações das Forças Armadas ─ entre elas o Centrojogos da betfairCapacitação Física do Exército, na Urca, no Riojogos da betfairJaneiro, que possui instalações especializadasjogos da betfairmodalidades como atletismo, lutas e esportes coletivos.

Além disso, eles passam a ter acesso a acompanhamento médico, psicológico, fisioterapeutas e outros profissionais relacionados fornecidos pelas Forças Armadas e pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

Victor Penalber treinajogos da betfairdojo do Exército
Legenda da foto, Atletas dizem que a experiência militar também influenciaria o comportamento e a disciplina

"Quando eu entrei no Exércitojogos da betfair2009 eu já tinha começado a competir internacionalmente com o judô. A gente tem o dojo (localjogos da betfairtreinamento), o rancho (restaurante sem custos), sessõesjogos da betfairfisioterapia, academia, ou seja, instalações fundamentais na caminhadajogos da betfairum atleta para pensarjogos da betfairuma medalha", disse o judoca Victor Penalber.

"Ter essa estrutura por trás foi fundamental para eu ter mais tranquilidade e pensar só no tatame", disse.

Alguns atletas dizem que a experiência militar também influenciaria o comportamento e a disciplina.

"O sentimentojogos da betfaircumprimentojogos da betfairdever que o Exército passa para todos os atletas no momento que eles entram pode ser refletido no esporte como num campojogos da betfairbatalha. É o momentojogos da betfairque a pessoa, independente do estresse, do fragor da batalha, tem que representar muito bem o nosso Brasil", disse o major Cássio Rippel, que representou o país no tiro esportivo na Rio 2016.

Faltajogos da betfairpatrocínio

Mas o PAAR foi adotado por muitos atletas fundalmentalmente por questões econômicas. Boa parte deles não tinha patrocínio ou capacidade financeira para se dedicar exclusivamente ao esporte.

O resultado inicial do programa foi que o Brasil ficoujogos da betfairprimeiro lugar nos Jogos Mundiais Militaresjogos da betfair2011, realizados no Riojogos da betfairJaneiro. Quatro anos depois, nos Jogos Mundiais Militares da Coreia, o Brasil ficoujogos da betfairsegundo lugar (perdendo apenas para a Rússia).

Os resultados fizeram o programa continuar e se focar tambémjogos da betfaircompetições civis, como os Jogos Panamericanos do Canadá, a Olimpíadajogos da betfairLondres e do Rio, alémjogos da betfairtorneios mundiaisjogos da betfairvárias modalidades.

jogos da betfair Como foi o resultadojogos da betfairLondres 2012? Quantos atletas militares ganharam medalhas?

Segundo Zuccaro, o objetivo do PAAR é contribuir com esportes que não atraem tanto dinheiro e visibilidade como o futebol, o tênis e o basquete.

O programa abrange 34 modalidades, sendo 26 delas olímpicas e cinco exclusivamente militares, como o paraquedismo e o pentatlo naval. Ao todo são 670 atletas beneficiados (594 deles civis incorporados por terem bons índices esportivos e 76 militaresjogos da betfaircarreira).

Mas o focojogos da betfairatenção estájogos da betfairalgumas modalidades. Elas são: lutas, atletismo, natação, tiro e vela.

O Ministério da Defesa considera o programa relativamente barato, se comparado aos resultados que propicia,jogos da betfairacordo com o vice-almirante. Ele custa cercajogos da betfairR$ 18 milhões por ano ao Ministério da Defesa ─ sendo R$ 15 milhões para o pagamentojogos da betfairsoldos e R$ 3 milhões para a comprajogos da betfairequipamentos esportivos e financiamentojogos da betfairviagens para torneios internacionais.

Propaganda?

O fato da maioria dos atletas militares baterem continência no pódio após receberem suas medalhas vem levantando polêmica entre os críticos do programa.

Muitos atletas militares dizem que se sentem parte das forças e querem honrá-las.

Já para o professor Márcio Antonio Scalercio, da PUC-Rio e da Universidade Cândido Mendes, as forças incorporam os atletas profissionais como "uma estratégiajogos da betfairmarketing" e atrás dos mesmos benefícios que levam empresas a patrociná-los: "ganhar um olhar positivo da sociedade".

Felipe Wu bate continência ao ouvir hino brasileiro

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O fato da maioria dos atletas militares baterem continência no pódio após receberem suas medalhas vem levantando polêmica entre críticos do programa.

"As Forças Armadas brasileiras já desfrutamjogos da betfairum elevado conceito no seio da sociedade e não dependemjogos da betfaircampanhas específicasjogos da betfairmarketing para melhorá-lo", avalia Zuccaro.

Segundo ele, além dos objetivosjogos da betfairmelhorar o desempenho nos Jogos Mundiais Militares e ajudar o Brasil a se tornar uma potência esportiva, o programa tem outros objetivos diretos. Um deles é que as instalações e equipamentos esportivos adquiridos sejam usados para a melhoria da capacitação física dos outros combatentes.

O vice-almirante também disse que o programa ajuda a acumular conhecimentos nas ciências do esporte, entre eles medicina, biomecânica, nutrição e fisioterapia.

"Estamos nesta jornada há muito tempo, com planejamento e objetivos muito claros. Estamos, agora, colhendo os primeiros frutos da dedicação e do profissionalismojogos da betfairtodas as pessoas (envolvidas)", disse.

Colaborou Fernando Duarte, enviado da BBC Brasil ao Riojogos da betfairJaneiro