Fissura ou 'desbolsonarização': como CPMI do 8lionel messi 2024janeiro pode afetar relaçãolionel messi 2024militares com governo Lula:lionel messi 2024
A principal suspeita que surgiu após a ação foi alionel messi 2024que militares teriam sido coniventes com os militantes bolsonaristas que acamparamlionel messi 2024frente a quartéislionel messi 2024todo o Brasil logo após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleiçõeslionel messi 20242022 elionel messi 2024onde teriam partido caravanaslionel messi 2024direção a Brasília no dia da invasão.
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E a iminêncialionel messi 2024que militares sejam colocados nessa espécielionel messi 2024"banco dos réus"lionel messi 2024uma CPMI surgelionel messi 2024meio ao já conhecido climalionel messi 2024desconfiança entre a categoria e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
É nesse contexto que militares da reserva, políticos e especialistas ouvidos pela BBC News Brasil avaliam que, a dependerlionel messi 2024como a CPMI for conduzida, ela pode aumentar, ainda mais, a fissura entre os militares e o atual governo.
Segundo eles, essa fissura poderia aumentar caso a bancada governista da CPMI decida "emparedar" as Forças Armadas ao longo dos depoimentos.
Conivência e suspeitas
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Episódios
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As suspeitaslionel messi 2024torno do suposto papel das Forças Armadas oulionel messi 2024algunslionel messi 2024seus integrantes nos episódios que levaram aos atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro começaram ainda no finallionel messi 20242022, logo após a derrotalionel messi 2024Bolsonaro para Lula nas eleições presidenciais.
Nos dias que se seguiram, milhareslionel messi 2024pessoas passaram a acamparlionel messi 2024frente a unidades militareslionel messi 2024diversos estados do Brasil. Um dos maiores acampamentos foi montadolionel messi 2024frente ao Quartel-General do Exército,lionel messi 2024Brasília.
Os acampamentos reuniam militantes bolsonaristas insatisfeitos com o resultado das eleições que alegavam, sem evidência, que o pleito havia sido fraudado. Alguns pediam um golpe militar para impedir que Lula tomasse posse.
Apesar do apelolionel messi 2024lideranças do futuro novo governo para que os acampamentos fossem desmontados, as Forças Armadas não retiraram os manifestantes.
A situação se agravou ao longolionel messi 2024novembro, especialmente depois que manifestantes atearam fogolionel messi 2024ônibus e automóveislionel messi 2024frente à sede da Polícia Federal após a prisãolionel messi 2024um militante bolsonarista suspeitolionel messi 2024fazer ameaças a autoridades.
Os atos aconteceram no dia 12lionel messi 2024novembro, mesmo dialionel messi 2024que Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Apesar dos apelos, o Exército não retirou os manifestantes. Na época, os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha divulgaram uma nota oficial e defenderam o que classificaram como "livre manifestação do pensamento; à liberdadelionel messi 2024reunião, pacificamente; e à liberdadelionel messi 2024locomoção no território nacional".
Em dezembro, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu um homem suspeitolionel messi 2024preparar um atentado a bomba no Aeroporto Internacionallionel messi 2024Brasília. Ele admitiu que obteve o artefato no acampamentolionel messi 2024frente ao Quartel General do Exército.
Os acampamentos só foram desmontados após a invasão das sedes dos Três Poderes.
Outro focolionel messi 2024desconfiança sobre o papel exercido pelos militares no episódio surgiram logo após a invasão.
O Exército abriu duas sindicâncias (investigações internas) para apurar omissão ou participaçãolionel messi 2024militares da ativa nos atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro. Elas foram abertas a pedido do comandante da instituição, o general Tomás Paiva.
O Ministério Público Militar (MPM) encaminhou três inquéritos policial-militares ao Supremo Tribunal Federal (STF) relatando as supostas condutaslionel messi 2024integrantes das Forças Armadas no episódio.
Também houve questionamentos sobre como o Gabinete Segurança Institucional (GSI), vinculado à Presidência da República, não se planejou para impedir as invasões, apesar dos alertas feitos por órgãoslionel messi 2024segurança.
Além disso, imagens do circuito internolionel messi 2024TV do Palácio do Planalto mostraram militares do Gabinetelionel messi 2024Segurança Institucional (GSI) servindo água para os manifestantes que invadiram o prédio e agindolionel messi 2024forma aparentemente cordiallionel messi 2024relação a eles.
As imagens foram centrais para que a CPMI fosse instalada pois também mostraram o então ministro do GSI, o general Gonçalves Dias, circulando pelo prédio sem prender nenhum dos invasores. Dias é considerado, no entanto, um antigo aliadolionel messi 2024Lula.
Em seu depoimento à Polícia Federal, Dias alegou que não prendeu ninguém na ocasião porque tentava gerenciar a crise causada pela invasão. Interlocutores do governo, porém, alegam que apesarlionel messi 2024estar oficialmente sob o comandolionel messi 2024Dias, boa parte dos cargos do GSI eram ocupados por militares nomeados na gestãolionel messi 2024Bolsonaro.
Acirramento e desconfiança
Para o general da reserva do Exército Luiz Eduardo Rocha Paiva, a CPMI dos atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro tem "potencial" para aumentar a desconfiança entre militares e o governo Lula.
Ele afirma que essa desconfiançalionel messi 2024relação ao governo do PT, contudo, já existe e atribui ela à suposta diferençalionel messi 2024valores entre os militares e o partido o presidente Lula.
"Tanto ideologicamente como na questãolionel messi 2024crenças e valores, patriotismo, nacionalismo, liberdade e justiça, existe uma divergência dessas características entre o governo e o militar brasileiro", disse Rocha Paiva, que é autor do prefácio do livro Verdade Sufocada, escrito pelo coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por tortura cometida durante o regime militar.
Rocha Paiva diz que essa desconfiança pode aumentar a depender da forma como a CPMI for conduzida.
"Se prevalecer ali o radicalismo, o revanchismo e a ideologialionel messi 2024um lado só, seja radicallionel messi 2024esquerda oulionel messi 2024direita, pode causar uma fissura não só entre as Forças Armadas e o governo, mas uma fissura política no país", disse.
A pesquisadora Adriana Marques, professora da Universidade Federal do Riolionel messi 2024Janeiro (UFRJ), também avalia que o impacto da CPMI nas relações entre o governo e os militares pode variar.
"Isso pode pode ter zero impacto e pode ter um impacto grande sim, a dependerlionel messi 2024dizer do sentimento que foi mobilizado ali", afirma.
Ela admite, no entanto, que a possibilidadelionel messi 2024que militareslionel messi 2024alta patente sejam interrogados sob os holofoteslionel messi 2024uma CPMI deverá causar desconforto na caserna.
"Se forem militares do ativa, certamente vai gerar uma situação desconfortável. Podemos lembrar, por exemplo, que durante a CPI da Pandemia, havia a expectativalionel messi 2024que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que era general, não fosse fardado prestar depoimento justamente porque isso causaria uma situação incômoda aos militares", diz a professora. Pazuello, ao final, não foi fardado ao seu depoimento.
O professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutorlionel messi 2024Ciência Política Augusto Teixeira também avalia que a CPMI pode aumentar a desconfiança entre governo e militares. Ele pontua que um dos elementos que pode levar a isso seria a imprevisibilidade da dinâmicalionel messi 2024uma comissão como essa.
"Existe, sim, um riscolionel messi 2024que a CPMI dos atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro possam aumentar essa desconfiança. Uma CPMI é algo incontrolável na perspectivalionel messi 2024que a gente sabe como começa, mas não sabe como acaba. Ademais, você tem um colegiadolionel messi 2024atores muito heterogêneos que apesarlionel messi 2024seguirem orientações partidárias, eles também têm suas próprias especificidades", disse o professor.
Teixeira aponta ainda um outro elemento que pode acirrar os ânimos.
"O processolionel messi 2024coletalionel messi 2024provas e novas evidências que surgem podem apontar para problemas relacionados a como as Forças Armadas, institucionalmente, lidaram com os momentos prévios aos atentadoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro, tal como a existêncialionel messi 2024diversos acampamentos diantelionel messi 2024quartéis", disse o professor.
Adriana Marques avalia que esse potenciallionel messi 2024conflito poderá se materializar se,lionel messi 2024alguma forma, a bancada governista tentar,lionel messi 2024alguma forma, responsabilizar as Forças Armadas como instituição pelos atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro.
"Se o processolionel messi 2024responsabilização for individual, não acho que haverá grandes problemas. Mas se tentarem responsabilizar as Forças Armadas como um todo, acho que isso vai criar sérias resistências entre os militares", afirmou.
Rocha Paiva diz que, ainda que tentem, não haveria riscolionel messi 2024"emparedar" os militares que prestem depoimento. Ele defende que os militares não têm responsabilidade sobre o que aconteceu no dia 8lionel messi 2024janeiro.
"No dialionel messi 2024que o militar for chamado a comparecer, acho que quem vai ficar mais preocupado com o que ele vai dizer são os interlocutores que quiserem usar a CPMI para emparedar as Forças Armadas. Como não existe flanco aberto no que elas fizeram nesse período que levou ao 8lionel messi 2024janeiro, não há condiçõeslionel messi 2024emparedar as Forças Armadas", disse o general.
Conciliação e descolamento
Apesarlionel messi 2024reconhecerem que há potencial para que a CPMI aumente a distância entre militares e o governo Lula, os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil acreditam que o ânimo dentro do governo petista élionel messi 2024evitar um confronto direto com as Forças Armadas.
Os sinais teriam sido dados desde o início da formação do governo, com a nomeação, por exemplo, do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O político seria conhecido por ter um perfil conciliador e ter bom trânsito entre os militares.
Além disso, o movimento mais recente teria sido olionel messi 2024manter um militar, no caso o general Marcos Antônio Amaro dos Santos, no comando do GSI,lionel messi 2024substituição a Gonçalves Dias.
A nomeação ocorreu apesar das pressões internas para que o governo promovesse uma total desmilitarização do GSI, especialmente após os atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro.
Adriana Marques diz que, embora considere necessário debater o papel que as Forças Armadas tiveram nos atoslionel messi 20248lionel messi 2024janeiro, ela acredita que o governo não vai se empenhar nisso durante a CPMI.
"Esse não tem sido o caminho do governo. A natureza do Lula é conciliar. Então, ainda que eu ache que seja necessário discutir a participação dos militares nesses atos, acho que isso não vai acontecer", disse.
O professor Augusto Teixeira também concorda que o governo deverá adotar um tom mais moderado durante a CPMI.
"O governo realiza um trabalho forte no sentidolionel messi 2024distensionar as relações com as Forças Armadas e não aumentar essa desconfiança. É por isto que o trato dos parlamentares da bancada governista na CPMI será, obviamente, muito sensível", disse.
A estratégialionel messi 2024evitar o confronto se materializa nas declaraçõeslionel messi 2024parlamentares da base governista.
"Nós não vamos investigar as Forças Armadas enquanto instituição. Não é uma CPMI sobre o Exército, a Marinha ou a Aeronáutica. Se eventualmente houver militares envolvidos nos atos, são eles que serão investigados, não o conjunto", disse à BBC News Brasil o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).
Augusto Teixeira disse que a estratégia que o governo deverá adotar para evitar um confronto aberto com as Forças Armadas é focar no que chamoulionel messi 2024"desbolsonarização" da instituição.
"Acho que o governo vai tomar cuidado para que não haja tensionamento. A orientação daqueles parlamentares palacianos ou envolvidos na base do governo vai se dirigir na questão do bolsonarismo ou da bolsonarização das Forças Armadas e na atuação política dos militares, mas enquanto indivíduos e não como instituição", disse.
Adriana Marques avalia que se essa for,lionel messi 2024fato, a estratégia a ser adotada pelo governo, os militares não deverão se opor.
"Se isso acontecer, acho que vamos ver uma situaçãolionel messi 2024que os militares vão preferir perder alguns aneis a se expor enquanto instituição", afirmou.