Cúpula militar na mira da PF: o impacto da inédita investigaçãobonus 1xbet sexta feiraenvolvimentobonus 1xbet sexta feiraplanobonus 1xbet sexta feiragolpe:bonus 1xbet sexta feira
Bolsonaro chegou a alegar anteriormente que ficariabonus 1xbet sexta feirasilêncio durante a oitiva e pediu dispensa do compromisso. Mas o pedido foi negado pelo ministro Alexandrebonus 1xbet sexta feiraMoraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que investiga a açãobonus 1xbet sexta feiramilícias digitais durante o governo bolsonarista.
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Além do ex-presidente, outros aliados dele também compareceram à PF, como o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-candidato a vice-presidente; o general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinetebonus 1xbet sexta feiraSegurança Institucional); o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes e o oficial do Exército Ronald Ferreirabonus 1xbet sexta feiraAraújo Junior.
Também prestaram depoimento o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
Documentos divulgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) relativos a diferentes operações da PF como a Tempus Veriatis, deflagradabonus 1xbet sexta feira8bonus 1xbet sexta feirafevereiro, agora apontam que pelo cinco oficiais generais (aqueles que ocupam as mais altas patentes das Forças Armadas) teriam participadobonus 1xbet sexta feiraum plano que incluía, entre outras medidas, a suspensão do resultado das eleições presidenciaisbonus 1xbet sexta feira2022 e até a prisãobonus 1xbet sexta feiraministros do Supremo.
Os cinco oficiais generais na mira da PF são: o ex-ministro do gabinetebonus 1xbet sexta feiraSegurança Institucional, general Augusto Heleno; o ex-ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto; o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira; o general Estevam Teophilo; e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier.
Os cinco são investigados pela PF por crimes como tentativabonus 1xbet sexta feiragolpebonus 1xbet sexta feiraEstado e abolição do Estado democráticobonus 1xbet sexta feiradireito. As penas por esses crimes podem chegar a 12 anosbonus 1xbet sexta feirareclusão.
Segundo relatórios da PF reproduzidosbonus 1xbet sexta feiradecisões do ministro do STF, Alexandrebonus 1xbet sexta feiraMoraes, os oficiais fizeram partebonus 1xbet sexta feiradiferentes núcleos da organização que teria planejado um golpebonus 1xbet sexta feiraEstado e participarambonus 1xbet sexta feirareuniõesbonus 1xbet sexta feiraque foram discutidas medidas a serem adotadasbonus 1xbet sexta feiracasobonus 1xbet sexta feiraderrotabonus 1xbet sexta feiraJair Bolsonaro nas eleiçõesbonus 1xbet sexta feira2022.
Augusto Heleno, segundo a PF, seria integrante do núcleobonus 1xbet sexta feirainteligência paralela do grupo, responsável pela coletabonus 1xbet sexta feirainformações que "pudessem auxiliar a tomadabonus 1xbet sexta feiradecisões do então Presidente da República, Jair Bolsonaro, na consumação do golpebonus 1xbet sexta feiraestado".
Braga Netto, Almir Garnier, Estevam Teophilo e Paulo Sérgio Nogueira fariam parte do núcleobonus 1xbet sexta feira"Oficiaisbonus 1xbet sexta feiraAlta Patente" responsáveis,bonus 1xbet sexta feiraacordo com a PF, por "influenciar e incitar apoio aos demais núcleosbonus 1xbet sexta feiraatuação" da organização.
Procurada pela BBC News Brasil, a defesabonus 1xbet sexta feiraAugusto Heleno disse que havia recebido acesso aos autos das investigações recentemente e não poderia se manifestar. A assessoria do general Braga Netto confirmou o recebimento das perguntas feitas pela reportagem, mas nenhuma resposta foi enviada.
Em setembrobonus 1xbet sexta feira2023, durante audiência da Comissão Parlamentar Mistabonus 1xbet sexta feiraInquérito para apurar os atosbonus 1xbet sexta feira8bonus 1xbet sexta feirajaneiro, Heleno negou ter participadobonus 1xbet sexta feiraqualquer reunião para discutir golpebonus 1xbet sexta feiraEstado.
Em entrevista a jornalistas na quinta-feira (8/02), Braga Netto classificou as suspeitas levantadas pela PF como "perseguição" e "sonho".
"Continua uma perseguiçãobonus 1xbet sexta feiracima do pessoal do Bolsonaro. É tudo uma invenção, um sonho", disse.
A reportagem não conseguiu localizar as assessoriasbonus 1xbet sexta feiraAlmir Garnier, Estevam Teophilo e Paulo Sérgio Nogueira.
A investigação têm chamado a atençãobonus 1xbet sexta feiraespecialistas nas relações entre militares e o mundo político no país ouvidos pela BBC News Brasil.
Eles apontam que o fatobonus 1xbet sexta feirahaver tantos oficiais generais investigados e passíveisbonus 1xbet sexta feirapunição por atos contra a democracia no Brasil é algo inéditobonus 1xbet sexta feiraum país que, segundo eles, seria acostumado a anistiar militaresbonus 1xbet sexta feiraoutras situações similares.
Apesar disso, eles avaliam que os impactos dessa investigação para a relação dos militares com o governo deverão ser reduzidos porque tanto as Forças Armadas quanto o atual governo Lula não desejariam aumentar a tensão e tentam adotar uma estratégia que consistebonus 1xbet sexta feiraisolar os supostos responsáveis pela tentativabonus 1xbet sexta feiragolpebonus 1xbet sexta feiravezbonus 1xbet sexta feiraresponsabilizar a instituição como um todo.
Eles ponderam ainda que a mera investigação não seria capazbonus 1xbet sexta feiramudar o pensamento "intervencionista" que seria corrente entre parte das Forças Armadas. Essa mentalidade, dizem os especialistas, colocariam os militares na condiçãobonus 1xbet sexta feira"tutores" da sociedade brasileira, o que abriria brechas para recorrentes tentativasbonus 1xbet sexta feiraintervenções e rupturas democráticas.
"País sem tradiçãobonus 1xbet sexta feirainvestigar generais"
A pesquisadora Adriana Marques, professora da Universidade Federal do Riobonus 1xbet sexta feiraJaneiro (UFRJ) , é uma das principais referências brasileiras no estudo da atuação dos militares na sociedade brasileira. Segundo ela, a existênciabonus 1xbet sexta feiratantos oficiais generais na mira da PF é um fato inédito.
"Isso é inédito na história do Brasil. Precisamos lembrar que o Brasil não tem tradiçãobonus 1xbet sexta feirainvestigar e punir militares que tentaram desestabilizar a democracia", afirmou a professora à BBC News Brasil.
Um dos exemplos mais recentesbonus 1xbet sexta feiracomo o Brasil lidou com atentados à democracia foi a Leibonus 1xbet sexta feiraAnistia,bonus 1xbet sexta feira1979, que anistiou militares e civis que cometeram crimes ligados à ditadura militar entre 1964 e 1985.
O Brasil foi na contramãobonus 1xbet sexta feirapaíses como a Argentina, que prenderam militares responsáveis pela ditadura que comandou o país entre os anos 1976 e 1983.
O historiador e professor titular da UFRJ Carlos Fico, outro estudioso da atuação dos militares no Brasil, faz uma avaliação semelhante àbonus 1xbet sexta feiraAdriana Marques. Ele pontuou que a investigação tem fatores inéditos, mas pondera que ainda é cedo para dizer se ela tem o potencialbonus 1xbet sexta feiraresultarbonus 1xbet sexta feiraum fato histórico.
"Essa ação no STF é uma investigação com características inéditas, sobretudo porque envolve alguns oficiais generais. No Brasil, a regra geral erabonus 1xbet sexta feiraque oficiais generais nunca eram investigados ou punidos por crimes contra a democracia. Mas como historiador, temos cautela para dizer se isso será ou não algo histórico. Não podemos dizer isso agora", disse o professor à BBC News Brasil.
Para o professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e doutorbonus 1xbet sexta feiraCiência Política Augusto Teixeira, a investigação da PF teria um caráter revelador sobre a atuação dos militares na sociedade brasileira.
"Infelizmente, o caso que operação da PF descortinou traz à tona um histórico problema da nossa República: a atuação políticabonus 1xbet sexta feiramilitares. Se considerarmos que a própria proclamação da República foi, embonus 1xbet sexta feiraessência, um golpe militar contra um governo civil constituído, veremos que a participaçãobonus 1xbet sexta feiramilitares na intentona golpista bolsonarista encontra ecos na história", disse o professor à BBC News Brasil.
Segundo Teixeira, havia a sensaçãobonus 1xbet sexta feiraque a redemocratizaçãobonus 1xbet sexta feira1985 e a criação do Ministério da Defesabonus 1xbet sexta feira1999 haviam sido capazesbonus 1xbet sexta feiraestabelecer o controle civil sobre as Forças Armadas e que os militares tinham se recolhido aos quarteis.
Ele pontuou, no entanto, que desde o início dos anos 2010, teria havido um processo que ele classificou como "politização dos quarteis" marcado pela atuação políticabonus 1xbet sexta feiracomandantes das Forças, especialmente do Exército. Esse fenômeno teria fragilizado o controle civil sobre militares e criado o terreno para a suposta participaçãobonus 1xbet sexta feiraoficiaisbonus 1xbet sexta feiraum planobonus 1xbet sexta feiragolpe.
"Diante desse quadro, não espanta a existênciabonus 1xbet sexta feiratantos militaresbonus 1xbet sexta feiraalta patente investigados, afinal, mais do que militares, eles foram governo", afirmou o professor.
Adriana Marques avaliou que incluir tantos oficiais generais nessa investigação só foi possível por conta da suposta solidez das instituições democráticas do país.
"O regime democrático brasileiro resistiu, na medida do possível, à investida autoritária. A democracia brasileira sofreu vários percalços nas últimas décadas, mas se manteve. O fatobonus 1xbet sexta feiratermos instituições democráticas como um Poder Judiciário independente permitiu termos o respaldo necessário para que essa investigação prosseguisse", afirmou.
"Investigação, sozinha, não mudará mentalidadebonus 1xbet sexta feiramilitares"
A professora Adriana Marques pontuou que existe uma vasta literatura acadêmica que se debruça sobre a chamada "mentalidadebonus 1xbet sexta feiratutela" dos militares brasileiros sobre a sociedade. Ela avalia que somente a investigação conduzida pela PF não teria o poderbonus 1xbet sexta feiramudá-la.
"A investigação, sozinha, não mudará a mentalidade dos militares. Agora, se houver responsabilização dos militares, a gente pode vislumbrar, num futuro, uma mudança nessa mentalidadebonus 1xbet sexta feiratutela. Até agora, conspirar contra a democracia e participarbonus 1xbet sexta feiraplanosbonus 1xbet sexta feiragolpe nunca gerou consequências políticas e jurídicas para os militares", disse a professora.
O historiador Carlos Fico disse que a chamada "mentalidadebonus 1xbet sexta feiratutela" está arraigada nas Forças Armadas brasileiras há vários séculos.
"É algo estrutural. Ao longo da nossa história, houve dezenasbonus 1xbet sexta feiraepisódiosbonus 1xbet sexta feiraintervencionismo militar no Brasil. Essa mentalidade confere aos militares a condiçãobonus 1xbet sexta feiratutores da sociedade brasileira capazes e responsáveis por arbitrar conflitos", disse Fico.
Mais recentemente, completou o professor, essa mentalidade estaria materializada no artigo nº 142 da Constituição Federal.
O texto diz que as Forças Armadas, sob a autoridade do Presidente da República, se destinam à "defesa da Pátria" e "à garantia dos poderes constitucionais". Esse artigo é frequentemente evocado por manifestantes favoráveis a uma intervenção militar como um texto que daria legitimidade à uma ruptura democrática no país.
Segundo ele, essa condição estrutural ganhou ainda mais ênfase na gestão Bolsonaro.
"Durante o governo Bolsonaro, houve uma revitalização dessa mentalidade por uma sériebonus 1xbet sexta feiramotivos. Essa é a razãobonus 1xbet sexta feirahaver tantos oficiais generais envolvidos (nessa investigação). Isso é lamentável", pontuou o professor.
Fico concordou com Adriana Marques e disse que não acredita que a investigação possa, isoladamente, mudar a mentalidadebonus 1xbet sexta feiraparte dos militares brasileiros.
"Seria preciso promover uma mudança no artigo nº 142 para redirecionar as atribuições da Forças Armadas. Mas esse é um movimento sensível e o governo Lula não tem força política para encampar isso agora", disse o professor.
O professor Augusto Teixeira concordou com Adriana Marques e Carlos Fico. Para ele, a investigação não mudará a mentalidadebonus 1xbet sexta feiraparte dos militares.
"Não creio que investigações podem mudar esse ímpeto ou mentalidadebonus 1xbet sexta feiratutela. Existe um entendimentobonus 1xbet sexta feiraque as Forças Armadas são uma burocracia especial,bonus 1xbet sexta feiraEstado ebonus 1xbet sexta feiralonga duração."
Teixeira também avalia que uma das medidas que poderia ter impacto seria a revisão do artigo nº 142 da Constituição Federal. Mas assim como Fico, ele pontuou que parece não haver interesse nisso neste momento.
"A importante revisão do artigo 142 da Constituição parece não ter nem o apoio do governo federal [...] Na prática, o que se percebe é a manutenção da omissão civil sobre esta matéria, tanto no governo quanto no Congresso, somada a uma estratégiabonus 1xbet sexta feiraacomodaçãobonus 1xbet sexta feirainteresses", disse.
Pouco impacto na relação com governo Lula
Carlos Fico e o professor Augusto Teixeira avaliaram que tanto o governo Lula quanto a cúpula das Forças Armadas vêm adotando estratégias para minimizar o impacto das investigações nas relações entre militares e o Palácio do Planalto.
Para Teixeira, o impacto nessa relação será "mínimo".
"Tanto o Ministro da Defesa como os Comandantes das Forças buscarão sustentar o argumentobonus 1xbet sexta feiraque a possível participaçãobonus 1xbet sexta feiramilitaresbonus 1xbet sexta feirapossíveis ilícitos seria uma conduta individual [...] O governo ebonus 1xbet sexta feirabancada buscarão blindar a instituição militar e, possivelmente, o atual comando das Forças, atrelando qualquer desvio a militaresbonus 1xbet sexta feiraparticular e ao ex-presidente e o seu grupo", disse o professor.
Carlos Fico concordou com Teixeira.
"Essa é apenas uma impressão, mas existe, claramente, uma estratégiabonus 1xbet sexta feiraindividualizar a culpa e não condenar toda a instituição. Alguns oficiais poderão ser condenados e as coisas continuam. Isso já está precificado", avalia o professor.
Para Augusto Teixeira, ainda que alguns oficiais possam ser punidos, o tom entre militares e governo deverá ser obonus 1xbet sexta feiraacomodação.
"Em suma, deverá preponderar o modelobonus 1xbet sexta feiraacomodação com uma retirada momentânea das Forças para os quarteis, ou seja, afastados da política", disse o professor.
Adriana Marques adotou um tom mais cauteloso. Segundo ela, será preciso aguardar como o Ministério da Defesa lidará com o avanço das investigações da PF.
"Até agora, a postura do ministro da Defesa (José Múcio Monteiro) erabonus 1xbet sexta feiraconciliar e pacificar as Forças Armadas, mas acho que diante dos fatos graves que vêm sendo revelados, a pasta terá que tomar medidas contra algumas das pessoas investigadas", afirmou a professora.