Como fuzil AR-15 se tornou popular nos EUA (e nos massacres):
Mas o país não chegou a esse momento por acaso, afirmam especialistas e profissionais da indústriaarmas. Entenda, a seguir, como milhõesamericanos adotaram o AR-15.
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'Sou um entusiastaarmas'
Colion Noir, um dos ativistas negros mais proeminentes da NRA, conta que, na primeira vez que disparou uma arma, ficou apavorado. Mas no segundo tiro, ele diz que se apaixonou pelo poder que sentiu ao "conter uma explosão" na palma da mão.
"Sou um entusiastaarmas", diz.
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Assim como milhõesamericanos, Noir começou a atirar com armas portáteispequeno porte. Mas com o tempo ele se viu gravitandodireção a um novo tipo: o AR-15.
"Se você pensacomprar um carro novo, por algum motivo, você sempre vê esse carrotodos os lugares", diz ele sobre seu crescente amor por armas. "Foi mais ou menos isso que aconteceu."
E talvez seja porque o AR-15 e rifles semelhantes estãofatotodos os lugares nos Estados Unidos. De acordo com algumas estimativas da indústria, há mais20 milhõesfuzis do tipo AR-15propriedade legal nos EUA hoje.
O rifle se tornou uma das armas mais reconhecidas na América. Sua silhueta está estampadacafés, chapéus, bandeiras e adesivos. Alguns legisladores dos EUA orgulhosamente usam broches com a imagem no peito; outros propuseram um projetolei para tornar oficialmente o fuzil a "arma nacional" dos Estados Unidos.
Mas o aumento da popularidade do AR-15 também está inexoravelmente ligado ao aumento dos massacres nos Estados Unidos. A imprensa chamou o rifle"a arma preferida dos atiradores", e o AR-15, ou uma arma semelhante, foi usadopelo menos 100 ataquesque quatro ou mais vítimas foram feridas ou mortas na última década,acordo com dados fornecidos pelo Gun Violence Archive.
Embora pesquisas mostrem que armaspequeno porte estão envolvidas na maioria das mortes por armafogo nos Estados Unidos, fuzis AR-15 foram usados nos massacres das escolasSandy Hook eParkland; do festivalmúsicaLas Vegas; da igrejaSutherland Springs; da boate PulseOrlando; da escola primáriaUvalde; do colégio Covenant School,Nashville — e nesta semana, da agência bancária do Old National Bank,Louisville.
Nada disso passou despercebido por Noir, que disse entender por que alguns americanos passaram a temer o fuzil. Mas, segundo ele, o poderfogo semiautomático que faz os manifestantes antiarmas recuarem é a mesma coisa que atrai uma legião fielproprietáriosAR-15.
"Entendo perfeitamente por que algumas pessoas podem sentir uma certa negatividaderelação a um AR-15", afirma. "Mas os Pais Fundadores usaram seus rifles para defender este país. Nesse sentido, acho que era inevitável que o AR-15 se tornasse o 'rifle da América'."
Mudança na culturaarmas
Não faz muito tempo que a ideiamilhõescivis possuírem um rifleestilo militar era impensável até mesmo para os membros da indústria.
Ryan Busse era um alto executivouma empresaarmasfogo no início dos anos 2000. Naquela época, diz ele, o AR-15s e outras armas "táticas"estilo militar eram relegadas aos fundos das mostras da indústria e acessíveis apenas a policiais e ex-militares.
"O resto da indústria não permitiria que essas coisas fossem exibidas na parte principal,bom gosto e respeitável da exposição", diz ele.
Entre 1994 e 2004, uma lei federal proibiu a fabricação, transferência e possearmasestilo militar para uso civil. Embora o presidente dos EUA, Joe Biden, tenha indicado essa legislação — aprovada quando ele era senador — como uma das razões pelas quais os EUA costumavam ter menos massacres, ela não limitava totalmente a possearmas.
As armas que já eram propriedadealguém não foram afetadas, e algumas formasrifles semiautomáticos ainda eram permitidas no mercado.
Busse afirma que a decisão da indústriaevitar armas táticas foi porque havia um "estigma social"torno delas, e os líderes concordaram que as armasfogo deveriam estar nas mãosmilitares e policiais treinados.
"Nunca tive uma. Para mim, as armas têm um propósito muito claro. São armas táticasguerra, e eu não estava planejando embarcaruma ação ofensiva militar", diz ele.
Mas com o tempo, esse estigma começou a mudar, e uma nova era foi inaugurada com a Guerra ao Terror.
"Acho que o evento realmente crítico que define a cultura das armas hoje, embora as pessoas não o reconheçam, é na verdade o 11setembro", avalia AJ Somerset, ex-soldado e jornalista canadense que passou grande parte da carreira documentando a indústriaarmasfogo.
Os americanos que assistiam ao noticiário na TV viam soldados empunhando M-16s correndo para o campobatalha. O rifle começou a aparecerfilmes, programasTV e videogames sobre a guerra. E os soldados que voltavam para casa frequentemente compravam um AR-15 para ter um modelo civil do rifle que usavamcombate.
Segundo a National Shooting and Sports Foundation, entre 2002 e 2012, a produçãofuzis nos EUA cresceu mais160%.
"É difícil para qualquer cidadão americano argumentar contra algo que tem a bandeira enroladavolta", observa Busse.
Depoismais20 anos na indústria, ele disse que estava farto. E saiu para se tornar consultorlegisladores e organizações que tentam virar o jogo da violência armada na América.
Embora a indústria costumasse valorizar a responsabilidade e tentasse limitar o acesso a armas como o AR-15, segundo ele, esses princípios acabaram "ruindo".
"Minha confiança e ingenuidade também ruíram", acrescenta.
Marketing baseado no medo
Especialistas dizem que a mudança culturaldireção ao AR-15 foi acelerada pela expiração da Proibição FederalArmasAssalto2004 e pela introduçãouma nova lei que dava imunidade à indústriaarmasfogo se as armas fossem usadas ilegalmente.
A "LeiProteção do Comércio LegalArmas" foi a grande prioridade legislativa da NRA durante o governo Bush,acordo com Robert Spitzer, professor da Universidade SUNY Cortland, nos EUA, e autorvários livros sobre o debate a respeito do controlearmas no país.
A lei "fornece imunidade legal para vendedoresarmas, negociantesarmas, fabricantesarmas e aqueles que transportam armas, para protegê-losações judiciais baseadas no dano que suas armas causam", explica.
Depois que a lei foi assinada2005, Busse afirma ter notado uma sensação palpávelalívio — e impunidade — nas salas dos conselhos e nas reuniões do setor.
"Forneceu este escudo", diz ele. "Eu digo que é como se você jogasse um montecocaína e barriscervejauma festa universitária e dissesse: 'Comporte-se!'"
Os fabricantesarmas começaram a comercializar armas e equipamentosestilo militar — como coletes à provabalas e carregadoresmuniçãoalta capacidade — para o público.
Nomespeso da indústria, como a Sturm, Ruger & Co, adicionaram o AR-15 àlinharevólveres e pistolas.
Para alguns, o rifle se tornou um símbolomasculinidade. Em 2012, a fabricante Bushmaster lançou uma campanha publicitária que prometia que os compradores poderiam "considerarcarteirinhahomem renovada" a cada AR-15 comprado.
Enquanto isso, os avanços na tecnologia aprimoraram as capacidades do fuzil para além do M-16 militar, observa Busse, tornando-o mais mortal.
Mesmo que a América não esteja mais travando uma "guerra contra o terror", o medorelação a crimes domésticos e o aumento da polarização política levaram a uma ênfase crescente na autoproteção.
"Na verdade, não pensamos tantoarmas quanto como nos sentimosrelação às armas", disse Somerset, que é jornalista e ex-soldado.
Tudo isso, somado à Segunda Emenda, mostra como chegamos a um lugarque, embora quase dois terços dos americanos digam que estão "insatisfeitos com as leis atuais sobre armas", os legisladores têm dificuldadeaprovar uma nova proibiçãoarmasassalto, mesmo depoismassacres mortais, como osNashville e Kentucky, diz ele.
"Você tem essa mistura estranha que foi criada, não está realmente sob o controleninguém", afirma. "É como se fosse um monstroFrankenstein montado a partirtodas essas peças do personagem americano que está meio que cambaleando descontroladamente."