Massacre dos Porongos: a história da chacina dos soldados negros no Rio Grande do Sul:casa de aposta com bônus grátis

Os negros, portanto, não lutavam pelos ideais farroupilhas, mas pela chancecasa de aposta com bônus grátisliberdade. Embora também atuassem como infantes (soldadoscasa de aposta com bônus grátispé), acabaram conhecidos na história como "lanceiros negros".

Estima-se que, no final da guerra, eles representavam até um terço das tropas farroupilhas, ou aproximadamente 10 mil homens. Era praticamente a metade do contingente imperial.

Para responder à crescente participação dos negros, os imperiais decretaramcasa de aposta com bônus grátis1838 a "Lei da Chibata". Ela determinava que todo escravo que fosse preso fazendo parte das forças rebeldes receberiacasa de aposta com bônus grátis200 a 1.000 chibatadas.

A ameaça não arrefeceu o ímpeto dos escravos, que continuaram a engrossar as fileiras rebeldes. Mas, apesar da grande serventia nas batalhas, os negros acabariam se tornando um "problema" para os farroupilhas. Sobretudo quando ficou evidente que aquela seria uma guerra perdida.

A traiçãocasa de aposta com bônus grátisPorongos

Diversos conflitos da Revolução Farroupilha se deram na região da campanha gaúcha, faixa do bioma pampa colada à fronteira com o Uruguai, com seus campos repletoscasa de aposta com bônus grátisserras e coxilhas.

Pois foi no altocasa de aposta com bônus grátisuma delas, conhecida como Cerro dos Porongos, localizado no atual municípiocasa de aposta com bônus grátisPinheiro Machado, que aconteceu um dos ataques mais violentos da guerra dos farrapos.

Há 176 anos, na madrugadacasa de aposta com bônus grátis14casa de aposta com bônus grátisnovembrocasa de aposta com bônus grátis1844, um esquadrãocasa de aposta com bônus grátislanceiros negros acampado no Cerro dos Porongos foi surpreendido e arrasado pelas tropas imperais.

Pouco maiscasa de aposta com bônus grátiscem homens negros foram assassinados. Os que não escaparam para quilombos ou para o Uruguai acabaram enviados à corte, no Riocasa de aposta com bônus grátisJaneiro, onde seguiram escravizados até a Lei Áurea, 43 anos depois.

Há controvérsias sobre o que teria facilitado o Massacre dos Porongos. A maioria das evidências históricas, porém, indica que a chacina é resultado da traição do general David Canabarro, homem forte dos farroupilhas.

À época, reconhecendo a iminente derrota, os rebeldes tentavam negociar uma anistia com o império. O governocasa de aposta com bônus grátisDom Pedro 2º prometeu pensar na proposta. Entre as condições para o induto, constava a devolução dos escravos capturados.

O problema é que a exigência não agradaria muitos dos chefes rebeldes, envergonhados com a renúncia, e tampouco os negros a quem os farroupilhas tinham prometido liberdade.

Para resolver o impasse, Canabarro teria feito um conchavo com os imperiais. "Ele escreveu ao Barãocasa de aposta com bônus grátisCaxias, tramando a data e o local para um ataque ao acampamento dos negros", diz o historiador Jorge Euzébio Assumpção, autorcasa de aposta com bônus grátisPelotas: Escravidão e Charqueadas 1780-1888 (FCM Editora, 2013).

Alémcasa de aposta com bônus grátisfazer um conluio com os imperiais, Canabarro relativizou alertascasa de aposta com bônus grátisaproximação inimiga e desarmou os lanceiros negros na véspera do ataque. O general alegou que a munição velha seria substituída por outra mais nova e, assim, entregou os guerreiros negroscasa de aposta com bônus grátisbandeja aos imperiais.

O general farroupilha nunca deu grandes explicações sobre o ocorrido. Seus defensores dizem que, no momento da investida, o general estava ocupado como uma das vivandeiras (mulheres que acompanham as tropas com a missãocasa de aposta com bônus grátiscozinhar, curar ferimentos e orar pelos moribundos). E que, por essa razão, não teria flagrado a carnificina.

O ataque foi a pácasa de aposta com bônus grátiscal não apenas para os soldados negros como também para a própria Revolução Farroupilha.

"O combatecasa de aposta com bônus grátisPorongos, que mais foi uma matançacasa de aposta com bônus grátisum só lado do que peleja, dispersou a principal força republicana, e manifestou estar morta a rebelião", escreveu Tristãocasa de aposta com bônus grátisAlencar Araripe no livrocasa de aposta com bônus grátismemórias A Guerra Civil no Rio Grande do Sul, publicadocasa de aposta com bônus grátis1881.

O tratadocasa de aposta com bônus grátispaz foi selado quatro meses depois do Massacre dos Porongos,casa de aposta com bônus grátis28casa de aposta com bônus grátisfevereirocasa de aposta com bônus grátis1845, quando Canabarro assinou o acordo confiando na "palavra sagrada" e no "magnânimo coração"casa de aposta com bônus grátisDom Pedro 2º.

Herança maldita

Todos os anos, no Rio Grande do Sul, comemora-se a tradicional Semana Farroupilha, quando o povo gaúcho realiza festejos e acampamentos que celebram e rememoram os ideais, a república e o gritocasa de aposta com bônus grátisguerra ecoadocasa de aposta com bônus grátis20casa de aposta com bônus grátissetembrocasa de aposta com bônus grátis1835.

O Massacre dos Porongos, porém, ainda passa ao largo da maioria das atividades promovidascasa de aposta com bônus grátisCentroscasa de aposta com bônus grátisTradições Gaúchas (CTG) e acampamentos pelo Estado. Para se ter ideia, apenascasa de aposta com bônus grátis2004 foi erguido o Memorial Lanceiros Negroscasa de aposta com bônus grátisPorongos, um pequeno monumentocasa de aposta com bônus grátishomenagem aos guerreiros mortos na emboscada.

"Existe uma clara intenção políticacasa de aposta com bônus grátisnão abordar esse tema nos festejoscasa de aposta com bônus grátissetembro", diz o historiador Jorge Euzébio Assumpção. "Essa sonegação histórica acontece porque os farroupilhas são um símbolocasa de aposta com bônus grátispoder do Rio Grande do Sul , e falar da traição contra os negros é desmitificar o gauchismo."

Só que Porongos não foi, exatamente, a única traição dos farroupilhas contra o povo negro, segundo Juremir Machado da Silva. "Nessa revolução que muitos afirmam ser abolicionista, vários negros foram vendidos no Uruguai para financiar o movimento."

Apesarcasa de aposta com bônus grátisainda desconhecida para muitos brasileiros (e para muitos gaúchos, na verdade), a história do Massacre dos Porongos tem ganhado crescente relevância, sobretudocasa de aposta com bônus grátisrazão das pesquisas históricas e do crescimento do movimento negro.

Para Juremir Machado, a chacina dos lanceiros é apenas um tijolo do racismo estrutural construído ao longo o tempo.

"A traição dos farrapos, a aprovaçãocasa de aposta com bônus grátis1854 da lei que previa a prisãocasa de aposta com bônus grátisquem alfabetizasse negros, a faltacasa de aposta com bônus grátisum planocasa de aposta com bônus grátisinclusão após a abolição: essas e outras situações são heranças que alimentam o desrespeito que ainda coloca o negro, digamos assim, numa posição secundária", diz o jornalista.

"No entanto", ele complementa, "ver o empoderamento dos negros na TV, na literatura ou a massacasa de aposta com bônus grátispessoas nos protestos do João Alberto Freitas (homemcasa de aposta com bônus grátis40 anos que morreu após ser espancado por segurançascasa de aposta com bônus grátisuma unidade do Carrefour,casa de aposta com bônus grátisPorto Alegre) mostra que as coisas estão mudando. Devagar, mas estão mudando."

* Este texto foi publicado originalmentecasa de aposta com bônus grátis13 dezembro 2020 e republicadocasa de aposta com bônus grátis20casa de aposta com bônus grátissetembrocasa de aposta com bônus grátis2024