Como capital europeia se preparou e passou incólume por piores enchentes na regiãosaque pixbet gratis5 séculos:saque pixbet gratis

Homem passando ao ladosaque pixbet gratistempestade na Europa

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Viena passou pela tempestade Boris com danos relativamente leves, graças ao seu sistemasaque pixbet gratisdefesa contra enchentes

"Ao todo, o engenhoso sistemasaque pixbet gratisgestãosaque pixbet gratisenchentes [da cidade] resistiu ao volumesaque pixbet gratiságua", concluiu outro jornalista local.

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De fato, as grandes cheias ocorridas anteriormente indicam que as diversas estratégiassaque pixbet gratisproteção adotadas por Viena – e pela Áustria como um todo – demonstraramsaque pixbet gratiseficácia, oferecendo lições fundamentais para outros lugares que enfrentam cada vez mais as condições climáticas extremas.

"A Áustria realmente investiu na gestão das cheias ao longo das últimas décadas,saque pixbet gratisparte porque tivemos duas grandes enchentes,saque pixbet gratis2002 e 2013", explica o hidrólogo Günter Blöschl, diretor do Centrosaque pixbet gratisSistemassaque pixbet gratisRecursos Aquáticos da Universidadesaque pixbet gratisTecnologiasaque pixbet gratisViena. Ele ajudou a desenvolver a estratégiasaque pixbet gratisgestãosaque pixbet gratisriscossaque pixbet gratisenchentes da Áustria.

Blöschl destaca que o sistemasaque pixbet gratisdefesa contra enchentessaque pixbet gratisViena, desenvolvido décadas atrás, é fundamental para a proteção da cidade.

"O sistemasaque pixbet gratisdefesa contra enchentessaque pixbet gratisViena é projetado para lidar com um volumesaque pixbet gratischeiassaque pixbet gratis14 mil metros cúbicos por segundo", ele conta. "É o equivalente a uma enchente que acontece a cada 5 mil anos."

A última vezsaque pixbet gratisque ocorreu uma enchente deste tamanho foisaque pixbet gratis1501, segundo ele.

Durante as cheias deste mês, cercasaque pixbet gratis10 mil metros cúbicos por segundo fluíram pelos cursos d'águasaque pixbet gratisViena, "significativamente abaixo da capacidadesaque pixbet gratis14 mil metros cúbicos do sistema", explica Blöschl. "Sem este sistema, teria havido enchentes generalizadas."

Mulher caminhandosaque pixbet gratisárea alagada

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Legenda da foto, Em apenas cinco dias, a tempestade Boris trouxe para algumas partes da Áustria cinco vezes mais chuva do que a médiasaque pixbet gratistodo o mêssaque pixbet gratissetembro
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Em apenas cinco dias, a tempestade Boris trouxe para algumas partes da Áustria cinco vezes mais chuva do que a médiasaque pixbet gratistodo o mêssaque pixbet gratissetembro.

Dois dos alicerces deste sistemasaque pixbet gratisdefesa contra enchentes são uma ilha artificial, a ilha Danúbio, e um canalsaque pixbet gratiscontrolesaque pixbet gratischeias chamado Novo Danúbio. Ambos foram construídos nos anos 1970,saque pixbet gratisresposta a uma enchente poderosa ocorridasaque pixbet gratis1954, que superou as defesas existentes na época.

O Novo Danúbio é normalmente fechado por barragens, criando uma espéciesaque pixbet gratislago.

"As barragens são abertas antes da chegada da enchente e, por três ou quatro dias, o canal recebe o fluxosaque pixbet gratiságua", liberando o principal riosaque pixbet gratisViena, o Danúbio, explica Blöschl.

O sistema passou por um grave testesaque pixbet gratis2013, quando a bacia superior do Danúbio sofreu uma das maiores cheias dos últimos dois séculos.

A descarga do fluxo do Danúbiosaque pixbet gratisViena atingiu cercasaque pixbet gratis11 mil metros cúbicos por segundo, mas o sistemasaque pixbet gratisdefesa contra enchentes da cidade evitou danos importantes, segundo um relatório da prefeitura da capital.

"Não houve uma única residência ameaçadasaque pixbet gratisViena,saque pixbet gratiscomparação com 400 mil casassaque pixbet gratistoda a Áustria", segundo o relatório.

Mas isso não significa que o sistema retenha totalmente as grandes cheias.

Durante a enchentesaque pixbet gratismeadossaque pixbet gratissetembro, o Wienfluss – um pequeno rio da cidade – transbordou, inundando os trilhossaque pixbet gratisuma linhasaque pixbet gratismetrô. Com isso, foi preciso interromper o transporte público da capital.

A Áustria como um todo também ampliou suas defesas. O país investe cercasaque pixbet gratis60 milhõessaque pixbet gratiseuros (cercasaque pixbet gratisR$ 370 milhões) por anosaque pixbet gratismedidassaque pixbet gratisproteção contra enchentes. O resultado foi uma redução das devastações causadas pela água, segundo as estimativas oficiais.

A estratégiasaque pixbet gratisproteção inclui perfurações regulares para medidassaque pixbet gratisemergência como paredes móveis, construídas para reter grandes volumessaque pixbet gratiságua, e um sistema mais preciso e sofisticadosaque pixbet gratisprevisão do tempo.

Segundo uma avaliação oficial, a grande enchentesaque pixbet gratis2002 causou prejuízossaque pixbet gratis3 bilhõessaque pixbet gratiseuros (cercasaque pixbet gratisR$ 18,5 bilhões)saque pixbet gratistoda a Áustria.

Já a enchentesaque pixbet gratis2013, apesar das suas grandes proporções, causou danos muito menores. Os prejuízos foram estimadossaque pixbet gratiscercasaque pixbet gratis866 milhõessaque pixbet gratiseuros (cercasaque pixbet gratisR$ 5,3 bilhões), graças às medidassaque pixbet gratisproteção contra cheias.

Os dados também confirmam a precisão das previsões do tempo. Depois da enchentesaque pixbet gratismeadossaque pixbet gratissetembro, o serviço meteorológico da Áustria concluiu que o nível realsaque pixbet gratischuvas verificado estavasaque pixbet gratisacordo com a quantidade esperada.

Observando as medições do impacto da enchente no último fimsaque pixbet gratissemana, "verificamos que valeu a pena", segundo Blöschl. "Os danos evitados são muito mais altos que o investimento na proteção contra as cheias. É uma históriasaque pixbet gratissucesso."

Bombeiros e voluntários empilham sacossaque pixbet gratisareia como formasaque pixbet gratisdefesa contra a tempestade Boris no nordeste da Áustria

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Legenda da foto, Bombeiros e voluntários empilham sacossaque pixbet gratisareia como formasaque pixbet gratisdefesa contra a tempestade Boris no nordeste da Áustria

Gerenciar os imensos volumessaque pixbet gratiságua durante uma enchente tão grande é especialmente difícil porque, agora, existem menos planíciessaque pixbet gratisinundação, onde a água pode se espalhar com segurança, sem ameaçar seres humanos ou suas propriedades.

As planíciessaque pixbet gratisinundação são definidas como as áreas ao lado dos rios que são naturalmente propensas a inundações. E, no lugar das planícies antes desabitadas, existem agora cidades e fazendas.

Em 1899, Viena sofreu uma enchentesaque pixbet gratisdimensões similares àsaque pixbet gratis2013. Na época, "basicamente, não havia barragens", ele conta. "Mas havia quase 1 mil quilômetros quadradossaque pixbet gratisplaníciessaque pixbet gratisinundação [a montantesaque pixbet gratisViena]."

"Elas retiveram muita água, mas não existem mais. Por isso, com as mesmas chuvas, você consegue muito mais escoamento para o Danúbiosaque pixbet gratisViena."

Com mais água fluindo para a cidade, os rios sobem mais e têm mais probabilidadesaque pixbet gratistransbordar, a menos que sejam contidossaque pixbet gratisalguma forma.

'Efeito dique'

Paradoxalmente, embora as barragens, diques e outras barreiras ajudem a proteger as pessoas retendo a água durante as cheias, elas podem, na verdade, aumentar o risco geralsaque pixbet gratislongo prazo, segundo indicam estudos.

Isso ocorre porque elas podem oferecer às pessoas uma falsa sensaçãosaque pixbet gratissegurança e incentivá-las a se estabelecer perto dos cursos d'água, subestimando o riscosaque pixbet gratisenchentes.

Este fenômeno é conhecido como efeito dique. E, no pior dos casos, ele pode deixar as pessoas despreparadassaque pixbet gratiscasosaque pixbet gratisemergência.

Nos Estados Unidos, por exemplo, um estudo indicou que a construçãosaque pixbet gratisdiques está relacionada a uma aceleraçãosaque pixbet gratis62% da expansão urbana nas planíciessaque pixbet gratisinundação,saque pixbet gratiscomparação com um aumentosaque pixbet gratis29% da área urbana como um todo.

Os autores do estudo alertam que isso destaca a "clara mudança da percepçãosaque pixbet gratisrisco depois da construção dos diques". Mas eles também observam que as regulamentações podem reduzir a pressão sobre as planíciessaque pixbet gratisinundação.

"Viena é um bom exemplo do efeito dique", explica Blöschl.

"Quando uma cidade é protegida pelos diques, por exemplo, as pessoas têm a sensaçãosaque pixbet gratissegurança", prossegue ele. "Com a urbanização, o riscosaque pixbet gratisenchentes aumenta, pois este risco é definido como a probabilidadesaque pixbet gratischeia, multiplicada pelo dano esperado. E, com mais pessoas se mudando para as planíciessaque pixbet gratisinundação, este dano esperado é maior."

Mas Blöschl ressalta que é difícil evitar o estabelecimento das pessoas perto dos rios. As enchentes ocorrem raramente e as margens dos rios e planíciessaque pixbet gratisinundação podem atrair os assentamentos.

De fato, pesquisas indicam que cercasaque pixbet gratis2 bilhõessaque pixbet gratispessoassaque pixbet gratistodo o mundo vivemsaque pixbet gratisplaníciessaque pixbet gratisinundação.

As pesquisas também indicam que, quando o assunto é o riscosaque pixbet gratisenchentes, as pessoas realmente têm memória curta. A consciência do público quanto aos riscos e como reagir às cheias dispara quando existe uma grande enchente, mas cai com relativa rapidezsaque pixbet gratisseguida.

Na Áustria, previsões do tempo precisas e exercíciossaque pixbet gratissimulação ajudaram a salvar vidas durante esta cheia mais recente – não sósaque pixbet gratisViena, mas tambémsaque pixbet gratisoutras partes da Áustria, segundo Blöschl.

"Tivemos exercíciossaque pixbet gratissimulaçãosaque pixbet gratistodos os níveis, para os bombeiros e para os militares", ele conta. "A menos que você prepare [as pessoas] com exercícios práticos, [o sistema] não irá funcionar durante as emergências."

"Minha mensagem é que os exercíciossaque pixbet gratissimulação para a gestãosaque pixbet gratisenchentes são um elemento muito importante."

Os socorristassaque pixbet gratisemergência praticaram como erguer paredes móveis para reter as cheias, por exemplo. "Se aquilo não funcionar como um relógio, você não irá erguê-las a tempo", antes que a água chegue, segundo Blöschl.

"Muita coisa pode sair errado. Pode haver partes faltando e, se houver um vão, mesmo que minúsculo, a água irá atravessar. Por isso, você precisa praticar e eles fizeram. E funcionou."

Blöschl acrescenta que as previsões meteorológicas precisas também ajudaram a decidir onde havia riscosaque pixbet gratisrompimento das barragens e onde as pessoas precisavam ser evacuadas.

Tempestades sobrecarregadas

Trabalhadores limpam os detritos dos trilhossaque pixbet gratismetrô, depois do transbordamento do canal Wienflusssaque pixbet gratisViena, causado pela tempestade Boris

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Legenda da foto, Trabalhadores limpam os detritos dos trilhossaque pixbet gratismetrô, depois do transbordamento do canal Wienflusssaque pixbet gratisViena, causado pela tempestade Boris

Estar preparado é particularmente importante, segundo indicam as pesquisas. Afinal, as mudanças climáticas estão gerando tempestades mais intensas e mais enchentessaque pixbet gratisalgumas regiões da Europa.

Um dos motivos é que o ar mais quente retém mais umidade e energia, o que alimenta tempestades poderosas, como a tempestade Boris. O verãosaque pixbet gratis2024 foi o mais quente já registrado na Europa e no resto do mundo.

"Este evento foi intensificado pelas mudanças climáticas, particularmente pelo aquecimento do mar Mediterrâneo", explica Blöschl.

Ele se refere aos recordessaque pixbet gratistemperatura da superfície do mar Mediterrâneo, verificados no último verão do hemisfério norte. O verão quente e incomum do Mediterrâneo fez com que a tempestade Boris "conseguisse absorver mais água e energia", segundo ele.

Existem outras evidênciassaque pixbet gratisque este aquecimento está sobrecarregando as tempestades.

Um estudo concluiu que uma ondasaque pixbet gratiscalor recorde no mar e as mudanças climáticas causadas pela atividade humana contribuíram substancialmente para o desenvolvimentosaque pixbet gratisuma tempestade extremamente poderosa sobre o mar Mediterrâneo,saque pixbet gratisagostosaque pixbet gratis2022.

"Todos os estudos [baseadossaque pixbet gratissimulações numéricas ou análises estatísticas] parecem confirmar que o aquecimento da superfície dos mares é especialmente responsável por produzir o aumento da intensidade dessas tempestades", afirma Mario Marcello Miglietta, diretorsaque pixbet gratispesquisa do Institutosaque pixbet gratisCiências Atmosféricas e Climáticas (CNR-ISAC, na siglasaque pixbet gratisitaliano)saque pixbet gratisPádua, na Itália. Ele é também um dos autores do estudo.

"Nas condições climáticassaque pixbet gratisalgumas décadas atrás, [estas tempestades] não teriam se formado", segundo ele.

Outro motivo do aumento das cheias no norte da Europa é a mudança generalizada das precipitações globaissaque pixbet gratisdireção ao norte. Blöschl explica que isso se deve às mudançassaque pixbet gratispressão entre o Ártico e o Equador, que estão se aquecendosaque pixbet gratisvelocidades diferentes.

O Ártico está se aquecendo com mais rapidez do que o Equador porque o gelo derretido faz com que a superfície seja menos refletora e absorva mais a luz solar, reforçando o efeito do aquecimento, explica ele.

"Todos os países ao norte dos Alpes – como a Áustria, Alemanha, França, as ilhas britânicas e a costa oeste da Escandinávia – observaram aumento das enchentes ao longo dos últimos 30 anos", afirma Blöschl.

Ele e seus colegas indicam, emsaque pixbet gratispesquisa, que as últimas três décadas estão entre os períodos mais atingidos por enchentes na Europa nos últimos 500 anos.

Bombeirossaque pixbet gratisbarco durante enchente na Europa

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Legenda da foto, Os países europeus ao norte das Alpes observaram aumento das enchentes nos últimos 30 anos

Em 2021, imagens chocantessaque pixbet gratistorrentessaque pixbet gratiságua atravessando cidades do oeste europeu, alimentadas por níveis recordesaque pixbet gratischuvas, mostraram o impacto desses desastres e levantaram questões sobre como devemos nos preparar para eles.

Maissaque pixbet gratis200 pessoas morreram naquelas enchentes, 184 delas na Alemanha. O evento desencadeou um questionamento: será que um país tão rico não poderia ter protegido melhor suas pessoas?

Em 2024, um relatório alemão sobre as lições do desastre recomendou o fornecimentosaque pixbet gratisalertas mais claros com ações específicas a serem tomadas, incluindo mapas e gráficos para ajudar as pessoas a compreender exatamente o que fazer e distribuir os alertassaque pixbet gratismuitas formas diferentes, para atingir o máximosaque pixbet gratispessoas possível.

Este relatório se seguiu a uma pesquisa entre os sobreviventes da zonasaque pixbet gratisdesastre na Alemanha, que revelou que um terço dos participantes não havia recebido nenhum aviso. E, dentre as pessoas que haviam sido alertadas, 85% não esperavam cheias muito graves e quase a metade não sabia o que fazer.

Viena pode ter resistido relativamente bem à última enchente, mas as chuvas causaram estragossaque pixbet gratismuitas partes da Europa central, gerando "uma catástrofesaque pixbet gratisproporções épicas", segundo as palavras do prefeitosaque pixbet gratisuma cidade da Romênia.

Maissaque pixbet gratis20 pessoas morreram e milhares foram evacuadas, incluindo toda a cidadesaque pixbet gratisNysa, na Polônia, com maissaque pixbet gratis40 mil pessoas. Na Áustria, agricultores tiveram suas colheitas destruídas, com prejuízos na casa dos milhõessaque pixbet gratiseuros.

Pesquisas indicam que o compartilhamentosaque pixbet gratislições entre os países é fundamental para ajudar a Europa a se preparar para os extremos climáticos do futuro.

Em 2023, uma equipesaque pixbet gratiscientistas europeus que analisou megaenchentes históricas concluiu que 95,5% delas poderiam ter sido previstas, com basesaque pixbet gratiseventos anterioressaque pixbet gratisoutros lugares comparáveis da Europa.

Os cientistas destacaram que as megaenchentes podem ser rarassaque pixbet gratispaíses específicos, mas elas são mais comuns quando se considera toda a região – e "surpresas locais não são surpreendentessaque pixbet gratisescala continental".

De fato, precipitaçõessaque pixbet gratisníveis recorde e cheias disseminadas passaram a ocorrer regularmente na Europa. Estima-se que umsaque pixbet gratiscada oito cidadãos europeus moresaque pixbet gratisáreas potencialmente vulneráveis a cheias.

Modelos climáticos projetam chuvas maiores e mais fortes no norte da Europa, gerando mais enchentes, e "o prognóstico é que irá continuar desta forma", conclui Blöschl.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Earth.