'Como encontrei meu pai depois30 anos':
Crédito, Mika Ap Ellis
Ela contou que só depois do seu aniversário18 anos é que começou a pensar seriamenteprocurar o pai.
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A única pista que ela tinha das pessoas que conheciam Omar era que ele provavelmente era um sem-teto que dormia nas ruas.
Suas primeiras tentativasencontrar o pai foram por meioinstituiçõescaridade e agências da subprefeitura local que auxiliam pessoas sem-teto — mas, segundo ela, a ajuda foi limitada devido às regrasproteçãodados.
Crédito, Mika Ap Ellis
"Eu só me deparava com obstáculos à medida que avançava", ela relembra.
Foi enquanto assistia ao noticiárioLondres da BBC, dois anos atrás,novembro, que ela conseguiu uma nova pista.
A reportagem era sobre o trabalhoVerral Paul-Walcott, do bairro londrinoTottenham, que dirige um grupociclistas que distribui alimentos e outros suprimentos para pessoas que dormem nas ruasLondres.
Ap Ellis conta que aproveitou a oportunidade e mandou uma mensagem para ele nas redes sociais para perguntar se ele sabia onde seu pai estava dormindo.
Paul-Walcott respondeupoucos minutos dizendo que sabia onde Omar estava.
Crédito, Mika Ap Ellis
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"Foi absolutamente incrível, eu simplesmente não conseguia acreditar", diz Ap Ellis.
"A partir daí, levei muito tempo para assimilar e tentar entender o que eu queria ao encontrar meu pai."
"Uma coisa é saber onde ele está depois30 anos — você simplesmente não sabe como vai ser", acrescenta.
No momentoque Paul-Walcott recebeu a mensagemAp Ellis, ele conta que foi direto ao local onde sabia que Omar dormia.
"Me aproximei dele e, comocostume, perguntei se ele precisavaalguma ajuda, e ele me falou os itens essenciaisque precisava", recorda.
"Comprei para ele e, quando voltei, disse: 'Tenho uma novidade para você. Há uma pessoa chamada Mika que gostariate ver'. Ele olhou para mim, seus olhos se encheramlágrimas, e disse: 'É minha filha'.”
Omar gravou uma mensagemvoz no telefonePaul-Walcott para reproduzir para a filha, para que ela pudesse ouvir a voz do pai pela primeira veztrês décadas.
A partir daí, Paul-Walcott manteve contato com Omar e, por fim, ajudou o pai e a filha, há tanto tempo afastados, a finalmente se reencontrarem pessoalmente.
"Meu pai já sabia que eu estava a caminho. Ele tinha falado com Verral, e estariaseu lugar habitual,frente ao Five Guys", conta Ap Ellis.
Crédito, Mika Ap Ellis
"Na minha cabeça, ainda estou pensando que acho que ele não vai estar lá. Já se passaram trinta anos, então eu não estava esperando muito."
"Eu estava tão nervosa quando finalmente fui até ele e disse: 'Você é o Omar?', e ele respondeu que sim."
"Eu o abracei, e foi um momento muito surreal, mas não senti como se fosse um estranho, me senticasauma forma estranha. No resto do dia, fomos ao parque, e ficamos conversando por horas e horas sobre todos os tiposcoisas."
Ela descreveu ter encontrado o pai desta forma como um "milagre".
"Se alguém estiver procurando por alguémLondres, especialmente se for um sem-teto, eu dou a Verral uma hora, e ele encontrará a pessoa", diz Ap Ellis.
