O desastre natural com maior impacto na economia brasileira: 3 efeitos das inundações do RS no país:1xbet 365
Por conta da tragédia, a MB Associados não pretende revisar o crescimento brasileiro. A consultoria acreditava que o crescimento brasileiro projetado para este ano podia ser1xbet 3652,5% — mas após a tragédia no Rio Grande do Sul ela manteve a projeção1xbet 365crescimento1xbet 3652%.
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O Brasil já enfrentou outras grandes crises que afetaram o crescimento da economia nacional. Em 2001, por exemplo, uma seca contribuiu para uma crise1xbet 365racionamento1xbet 365energia e apagões. A economia nacional, que havia crescido 4,4% no ano anterior, desacelerou para 1,4%. Mas apesar da contribuição da seca, o cerne da crise1xbet 3652001 não foi o clima, mas sim gargalos nas linhas1xbet 365transmissão — que impediam o Brasil1xbet 365distribuir energia pelo país.
A tragédia no Rio Grande do Sul deste ano — que já provocou pelo menos 151 mortes — terá impacto1xbet 365pelo menos três frentes da economia brasileira: no crescimento do PIB deste ano, no setor agrícola e na questão fiscal brasileira.
-2%deve ser o crescimento do Rio Grande do Sul, segundo estimativas
3,5%era quanto a economia gaúcha vinha crescendo antes das inundações
Economistas e estudos consultados para esta reportagem lembram que a dimensão exata do impacto econômico ainda não pode ser quantificada com precisão, porque as chuvas ainda estão1xbet 365andamento e sequer foi feito um levantamento preciso do estrago ainda.
Essa indefinição também tem implicações políticas. Autoridades têm falado1xbet 365diferentes medidas e valores para destinar ao Rio Grande do Sul — mas essa ajuda ainda está sendo discutida e os números estão1xbet 365aberto.
Confira abaixo como as inundações devem afetar a economia brasileira1xbet 3652024.
Impacto no crescimento e na indústria
Uma tonelada1xbet 365cocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
Episódios
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As enchentes afetaram 94,3%1xbet 365toda atividade econômica do Rio Grande do Sul, segundo um levantamento divulgado na segunda-feira (14/5) pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).
"Os locais mais atingidos incluem os principais polos industriais do Rio Grande do Sul, impactando segmentos significativos para a economia do Estado", disse o presidente1xbet 365exercício da Fiergs, Arildo Bennech Oliveira.
Três das maiores regiões afetadas (Região Metropolitana1xbet 365Porto Alegre, Vale dos Sinos e Serra) contribuem com R$ 220 bilhões para a atividade econômica brasileira.
Essas três regiões concentram 23,7 mil indústrias que empregam 433 mil pessoas.
A Região da Serra (de cidades como Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha) é famosa pela produção nos segmentos metalmecânico (veículos, máquinas, produtos1xbet 365metal) e móveis. A Região Metropolitana1xbet 365Porto Alegre também produz metalmecânicos (veículos, autopeças, máquinas), além1xbet 365derivados1xbet 365petróleo e alimentos. A Região do Vale dos Sinos é famosa pela produção1xbet 365calçados.
Mas diversos outros setores da economia também foram afetados, como tabaco e químicos.
Um estudo feito pelo Bradesco prevê que o impacto da crise no Rio Grande do Sul pode reduzir o crescimento do PIB nacional1xbet 3650,2 a 0,3 ponto percentual.
"A título1xbet 365comparação, quando o Estado foi atingido pelo ciclone1xbet 3652008, o crescimento do PIB estadual daquele ano foi1xbet 3652,9%, ante crescimento do Brasil como um todo1xbet 3655,1%."
Um outro levantamento — da Confederação Nacional dos Municípios — calcula1xbet 365mais1xbet 365R$ 8,9 bilhões os prejuízos financeiros das enchentes. Segundo a CMN, R$ 2,4 bilhões desse prejuízo são no setor público, R$ 1,9 bilhão no setor produtivo privado e R$ 4,6 bilhões especificamente nas habitações destruídas.
Impacto agrícola
O Rio Grande do Sul é uma das potências do agro brasileiro — o Estado representa 12,6% do PIB da agricultura nacional.
Como um todo, a agropecuária brasileira será um dos setores da economia mais afetados pelas enchentes, segundo o Bradesco.
"Considerando tais impactos, o PIB agropecuário no Brasil pode recuar 3,5% (nossa estimativa anterior era1xbet 365queda1xbet 3653,0%). As perdas no agronegócio podem ser ampliadas pela logística, que afeta tanto o escoamento da safra bem como impede a chegada1xbet 365insumos. Esse parece ser um problema importante para os setores1xbet 365laticínios e carnes", afirma um relatório do banco.
O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção do arroz do Brasil, 15%1xbet 365carnes (12% da produção1xbet 365frangos e 17% da produção1xbet 365súinos) 15% da soja, 4%1xbet 365milho.
As enchentes provocaram choques1xbet 365alguns preços internacionais — a cotação mundial da soja na bolsa1xbet 365Chicago chegou a subir 2% na semana passada. No Brasil, o preço do arroz já subiu e o governo anunciou a importação do produto para evitar um choque ainda maior. Há temores1xbet 365que os preços1xbet 365carne1xbet 365frango e suína também possam subir1xbet 365breve.
Por sorte, 70% da safra1xbet 365soja e 80% da safra do arroz já haviam sido colhidos. Sobram duas dúvidas agora: quanto do restante da safra foi afetado pelas enchentes e se a quantidade já colhida e armazenada nos silos foi comprometida ou não. O Bradesco avalia que 7,5% da produção1xbet 365arroz e 2,2% da produção1xbet 365soja do Brasil podem estar comprometidos, caso se confirmem os piores cenários.
Vale, da MB Associados, lembra que o agro gaúcho já vinha sofrendo muito nos últimos três anos com os extremos climáticos.
"No Rio Grande do Sul, a questão agrícola nos últimos anos tem colocado o Estado no grau1xbet 365muita insegurança. Foram três anos seguidos1xbet 365La Niña, com secas muito profundas, e quebras1xbet 365safra muito fortes. No ano passado, o Estado estava até comemorando a chegada do El Niño, que traria chuvas. Mas quando se pensou que teríamos um ano normal,1xbet 365repente acontece isso", diz o economista.
Ainda existe a possibilidade1xbet 365um novo fenômeno La Niña este ano, com potencial para provocar novas secas no Rio Grande do Sul.
Impacto fiscal
Outro impacto importante da calamidade do Rio Grande do Sul na economia nacional é na questão fiscal brasileira.
Há anos o Brasil vem tentando equilibrar1xbet 365situação fiscal — ou seja — o governo faz um esforço para conseguir arrecadar mais dinheiro do que gasta, produzindo o que se chama1xbet 365superávit fiscal.
Esse superávit fiscal é usado para reduzir o endividamento público do governo, que é um elemento fundamental da economia1xbet 365qualquer país. Alto endividamento tem potencial para produzir inflação alta, baixo crescimento econômico e desemprego.
No ano passado, o governo Lula lançou o que chamou1xbet 365"arcabouço fiscal" — o conjunto1xbet 365regras para gastar os recursos públicos e fazer investimentos. Esse arcabouço foi fundamental para acalmar os mercados e sinalizar que o Brasil não gastaria dinheiro desenfreadamente.
Mas no mês passado, diante1xbet 365problemas no orçamento, o governo desistiu1xbet 365atingir superávits1xbet 3652025.
Economistas apontam que o Brasil já vivia um momento fiscal delicado antes das enchentes no Rio Grande do Sul.
No entanto, o quadro se agrava bastante agora que o governo federal terá que fornecer uma grande ajuda financeira ao Estado.
Todos defendem uma ajuda financeira grande ao Rio Grande do Sul, mas analisam que haverá um grande impacto nas contas nacionais.
Já foi anunciado, por exemplo, um plano a ser enviado ao Congresso para suspender a cobrança da dívida do Estado do Rio Grande do Sul com a União por três anos.
A regra permitiria a criação1xbet 365um fundo "contábil"1xbet 365R$ 11 bilhões por ano para ajudar na reconstrução da infraestrutura do Estado que foi devastada pelas enchentes, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida também inclui o perdão da cobrança1xbet 365juros sobre a dívida — com impacto1xbet 365R$ 12 bilhões.
O governo federal já havia anunciado na semana passada um pacote1xbet 365medidas que pode chegar a R$ 51 bilhões, que incluía pagamentos antecipados1xbet 365benefícios como Bolsa Família, auxílio-gás, BPC, abono salarial e restituição do Imposto1xbet 365Renda, além1xbet 365algumas renúncias fiscais.
Na quarta-feira, o governo federal anunciou um auxílio-reconstrução no valor1xbet 365R$ 5 mil por família cadastrada, que custará R$ 1,2 bilhão aos cofres.
Alguns dos gastos públicos ficarão1xbet 365fora das regras fiscais do governo, por conta1xbet 365o Rio Grande do Sul estar1xbet 365estado1xbet 365calamidade.
Todas essas medidas são fundamentais para reerguer o Rio Grande do Sul — mas elas têm potencial para agravar a situação fiscal brasileira que já vinha sofrendo antes da crise provocada pelo evento climático.
Sergio Vale, da MB Associados, alerta que ao longo do ano é possível que mais dinheiro seja encaminhado ao Rio Grande do Sul através1xbet 365créditos extraordinários aprovados pelo Congresso — e que isso deve piorar o equilíbrio fiscal brasileiro.
Ele diz que é difícil quantificar exatamente qual será o tamanho do problema fiscal brasileiro, porque ainda não se sabe quanto dinheiro será necessário para reconstrução do Rio Grande do Sul.
"Não está muito claro exatamente o que o governo vai disponibilizar. O cenário fiscal [do Brasil] já está muito distorcido. Então qualquer coisa que acontece piora ainda mais", diz Vale.
Para Caio Megale, economista-chefe da XP, parte da ajuda estará fora do arcabouço fiscal do governo — mas mesmo que seja necessário incluir essas despesas no orçamento, seria possível acomodar os gastos.
"Ninguém sabe direito qual que vai ser o tamanho total do apoio. A gente ouve falar1xbet 365R$ 70 bi, R$ 80 bi, R$ 90 bi ou R$ 100 bi. Não dá para saber ainda, é preciso esperar as águas baixarem. Mas o arcabouço fiscal tem espaço para que essas medidas sejam tomadas", disse Megale1xbet 365um morning call (serviço diário1xbet 365corretoras para seus clientes) desta semana.