Combustíveis fósseis: a humanidade vai conseguir viver sem eles?:entra no pix bet

Legenda do áudio, Na COP28, os países concordaramentra no pix betacabar com aentra no pix betdependência do petróleo eentra no pix betoutros combustíveis fósseis, mas a tarefa não é fácil

No entanto, o acordo parece difícilentra no pix betse concretizar, não só porque não inclui compromissos explícitos para a eliminação ou redução da utilizaçãoentra no pix betcombustíveis fósseis - como exigiram muitos países, grupos da sociedade civil e cientistas -, mas por outros fatores.

No artigo a seguir, Justin Rowlatt, editorentra no pix betclima da BBC, explica o quão viável será para a humanidade mudar as fontes pelas quais obtém a energia com que ilumina, aquece, movimenta e geralmente impulsiona a economia.

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Legenda da foto, Os organizadores da COP28 afirmam que a cúpula foi um sucesso porque um acordo “histórico” foi alcançado, mas nem todos concordam

Uma montanha difícilentra no pix betdescer

Meteorologistas e especialistasentra no pix betclima dizem que a humanidade está prestes a atingir um marco importante.

Nos próximos anos, o “pico”entra no pix betconsumoentra no pix betcombustíveis fósseis será ultrapassado -entra no pix betoutras palavras, o mundo atingirá seu nível máximoentra no pix betutilizaçãoentra no pix betcarvão, petróleo e gás.

Porém, a partir daí, a demanda começará a diminuir.

Esta última é uma conquista relevante e algo que deve ser comemorado com entusiasmo, mas também levanta questões.

Com que rapidez ocorrerá a transição para um novo modeloentra no pix betenergia limpa? Esse novo modelo chegará antesentra no pix bet"queimarmos" o planeta?

A montanhaentra no pix betcombustíveis fósseis sobre a qual a humanidade construiu aentra no pix betcivilização é muito mais alta do que a maioriaentra no pix betnós imagina e, portanto, será difícilentra no pix betdescer.

A Agência Internacionalentra no pix betEnergia (AIE) prevê que a utilização globalentra no pix betcombustíveis fósseis atingirá o seu picoentra no pix bet2025, mesmo que os governos não introduzam novas políticas climáticas.

O Diretor Executivo da AIE, Fatih Birol, chamou issoentra no pix bet“pontoentra no pix betvirada histórico”.

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Legenda da foto, 70% da eletricidade mundial é produzida a partir da queimaentra no pix betpetróleo, gás ou carvão

Que tipoentra no pix betdesafio estamos enfrentando?

O acadêmico e especialista no papel da energia na sociedade Vaclav Smil explicou que a energia não é apenas um componente da economia global, como a inovação, a tecnologia da informação ou o aço: ela é a economia.

“Economia é basicamente converter uma formaentra no pix betenergiaentra no pix betoutra, só isso, certo? Sem energia não há economia”, afirmou.

Smil se mostra profundamente cético sobre a facilidade com que deixaremosentra no pix betusar os combustíveis que estão aquecendo o planeta.

“Somos uma sociedadeentra no pix betcombustíveis fósseis”, disse, sublinhando que estamos falando do consumo anual e 4 bilhõesentra no pix bettoneladasentra no pix betcombustíveis líquidos.

Esses números astronômicos estão quase além da nossa compreensão.

Isso reflete como a energia é centralentra no pix betabsolutamente tudo o que fazemos.

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Legenda da foto, Especialistas alertam que para reduzir as emissões será necessário substituir todos os motores a combustão por motores elétricos
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A espécie humana existe há cercaentra no pix bet300 mil anos e, durante 299 mil desses anos, praticamente todos nós vivemos menos e tínhamos vidas marcadas por trabalho pesado e pobreza.

Porém, tudo começou a mudar por volta do século 19, quando começamos a explorar as enormes reservasentra no pix betcombustíveis fósseis.

A utilização do carvão, do petróleo e do gás desencadeou a revolução industrial e, com ela, o crescimento econômico explosivo.

Os cavalos deram lugar à máquina a vapor, depois ao motorentra no pix betcombustão interna e depois ao motor a reação (ou reator).

E, ao mesmo tempo, a população humana cresceu:entra no pix betalguns milhõesentra no pix betpessoas no final da era glacial, para um bilhão no alvorecer da revolução industrial e agora para maisentra no pix bet8 bilhões.

A produtividade sem precedentes do mundo industrial significa que a maioria dos seres humanos desfrutaentra no pix betuma prosperidade eentra no pix betuma saúde que os nossos avós considerariam surpreendentes.

Nossos ancestrais caçadores-coletores sobreviviam com cercaentra no pix bet10 gigajoulesentra no pix betenergia por ano. Hoje, o americano médio consome 50 vezes mais, estima o professor Smil.

Isto mostra o quanto é alta a montanhaentra no pix betenergia que escalamos.

Um caminho longo a percorrer

Atualmente 80% da energia que utilizamos ainda provémentra no pix betcombustíveis fósseis. Reduzir estes números é o desafio da próxima revolução energética que deveria ter nascido na COP28.

As energias eólica e solar, as duas grandes esperanças para um futuro energético limpo, têm crescido rapidamente. Em 2022, ambas representarão cercaentra no pix bet12% da eletricidade gerada,entra no pix betcomparação com praticamente nada há apenas algumas décadas, segundo dados da AIE.

Mas a maior parte da eletricidade (70% do total) ainda é gerada a partir do carvão, do petróleo e do gás.

E a eletricidade representa apenas um quinto do consumo totalentra no pix betenergia no mundo.

Portanto, a energia eólica e a solar são, na verdade, responsáveis ​​apenas por cercaentra no pix bet2% do fornecimentoentra no pix betenergia mundial.

A razão pela qual estamos atingindo o topo da montanha dos combustíveis fósseis tem mais a ver com a crescente eficiência das centrais elétricas, siderúrgicas, fábricasentra no pix betvidro, navios, aviões e automóveis do que com energias renováveis.

Legenda da foto, Chris Stark, chefe do Comité das Alterações Climáticas do Reino Unido, acredita que o mundo pode mudar o seu modelo energético

Então, a humanidade pode viver sem eles?

Chris Stark, chefe do Comitê das Alterações Climáticas do Reino Unido, é mais otimista do que o professor Smil.

O especialista afirmou que se distanciar dos combustíveis fósseis passará pela eletrificaçãoentra no pix betpraticamente tudo, e os aparelhos elétricos tendem a ser mais eficientes do que os que funcionam com combustíveis fósseis.

“Pense no calor que sai do capô do seu carro. Isso é um desperdícioentra no pix betenergia. Isso não acontece com um veículo elétrico”, explicou.

Outro exemplo é o seguinte: para cada unidadeentra no pix betenergia utilizadaentra no pix betum aquecedor a gás, obtém-se uma unidadeentra no pix betcalor. No entanto,entra no pix betuma bombaentra no pix betcalor elétrica obtém-se três.

Stark afirma que as soluções elétricas reduzem a demandaentra no pix betenergia - o que, porentra no pix betvez, reduz a chamada a montanhaentra no pix betenergia.

Menos caro do que se pensava

A eletricidade renovávelentra no pix betmuitos casos fica mais barata do que a provenienteentra no pix betcombustíveis fósseis, fazendo com que a transição poupe dinheiro, acrescentou Stark.

O britânico garantiu que a transição pode ser realizada sem grandes subsídios estatais.

As energias renováveis, porém, ​​trazem grandes custos iniciais, quando são instalados painéis solares ou turbinas eólicas.

A economia ocorre porque o combustível nesse caso, como sol e vento, são gratuitos.

Estes custos iniciais são um problema para os países mais pobres.

Mas também há progressos nesta área, graças aos esforçosentra no pix betgente como a primeira-ministra do pequeno país caribenho Barbados, Mia Mottley.

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Legenda da foto, Primeira-ministraentra no pix betBarbados apresentou um plano para ajudar os paísesentra no pix betdesenvolvimento na transição para um modeloentra no pix betenergia limpa

A equipe dela diz que, enquanto um investidor que procura dinheiro para instalar um parque solar na Alemanha paga entre quatro e cinco por cento anualmente por um empréstimo,entra no pix betZâmbia, por exemplo, esta porcentagem chega a 20%.

Mottley afirma que existem formasentra no pix betreduzir essas taxasentra no pix betjuros e agora conta com o apoio do novo presidente do Banco Mundial.

Absorver parte do riscoentra no pix betinvestir entra no pix betenergias renováveis ​​nos paísesentra no pix betdesenvolvimento poderia libertar centenasentra no pix betbilhõesentra no pix betdólaresentra no pix betempréstimosentra no pix betbancos e outras organizações comerciais, explicou Mottley.

Então estamos avançando.

A AIE prevê que a participação dos combustíveis fósseis no fornecimento globalentra no pix betenergia, estagnada durante décadasentra no pix betcercaentra no pix bet80%, diminuirá para 73% até 2030.

“A transição para a energia limpa está ocorrendoentra no pix bettodo o mundo e é inevitável."

“Não é uma questãoentra no pix bet'se', é apenas uma questãoentra no pix bet'quando' e quanto mais cedo melhor para todos nós”, disse o diretor executivo da agência, Fatih Birol.

No entanto, lembre-se do tamanho da montanha. Tudo precisa ser eletrificado para todos os habitantes do planeta e precisamos fazê-lo praticamenteentra no pix betuma vez, porque a ciência alerta que nos restam apenas algumas décadas.

Com reportagementra no pix betJustin Rowlatt, editorentra no pix betclima da BBC