'Há risco altíssimoajuda galerabetbomba atômica ser detonada por erro', diz Nobel da Paz:ajuda galerabet
Ele próprio recebeu o prêmioajuda galerabet2017, com a Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (ICAN, na siglaajuda galerabetinglês), à qual pertence.
Introdução ao América-MG e à Copinha
América-MG é um time tradicional do futebol brasileiro, originário ajuda galerabet Belo Horizonte. Já a Copinha 🎅 é uma competição anual ajuda galerabet juniores que tem como objetivo descobrir e desenvolver novos talentos futebolísticos no Brasil. No artigo 🎅 a seguir, faremos uma análise do time do América-MG e como eles estão se destacando neste importante torneio.
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} inglês são "la la la", 🍇 "na na" e "da da da". Vocales não léxicos na música -
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Fim do Matérias recomendadas
A BBC News Mundo — o serviçoajuda galerabetespanhol da BBC — conversou com Carlos Umaña durante o evento Hay Festival Querétaro, que acontece no México entre 7 e 10ajuda galerabetsetembroajuda galerabet2023.
ajuda galerabet BBC - A invasão da Ucrânia pela Rússia fez renascer o medo da destruiçãoajuda galerabetmassa num mundo cada vez mais conectado e vulnerável. Estamos mais próximos do que nuncaajuda galerabetuma guerra nuclear?
ajuda galerabet Carlos Umaña - Diversos especialistas estãoajuda galerabetacordo com esta análise.
O dado mais famoso seria o Relógio do Apocalipse, do Boletimajuda galerabetCientistas Atômicos. Neste ano, devido a esta guerra, ele está marcando 90 segundos para meia-noite, ou seja, o risco mais alto da história.
Este relógio mede o riscoajuda galerabetuma destruição catastrófica pelas mãos humanas e seus ponteiros variaram ao longo da história. Quanto mais perto da meia-noite, maior o perigo.
Em 1963, com a crise dos mísseisajuda galerabetCuba, ele esteveajuda galerabetsete minutos para meia-noite. Depois,ajuda galerabet1983, ficouajuda galerabetdois minutos. No final da Guerra Fria, faltavam 14 minutos.
ajuda galerabet BBC - Em um momentoajuda galerabetque a retórica e as ameaçasajuda galerabetusoajuda galerabetarmas nucleares pela Rússia fizeram disparar todos os alarmes, o senhor acredita que os líderes estão conscientes das consequênciasajuda galerabetum conflito nuclear?
ajuda galerabet Umaña - Eles estão conscientes, mas este também é um jogo com o qual estão acostumados.
As consequências, sem dúvida, seriam devastadoras para o mundo.
Fala-se, por exemplo,ajuda galerabetuma única detonaçãoajuda galerabetuma arma nuclear como algo tático ou estratégico, como se uma bomba fosse algo pequeno. Mas, na verdade, não existem armas nucleares pequenas.
Se uma arma nuclear táticaajuda galerabetcercaajuda galerabet100 quilotons — que teria a potênciaajuda galerabetcinco ou seis bombasajuda galerabetHiroshima — fosse detonadaajuda galerabetuma cidade grande, ela teria o potencialajuda galerabetaniquilar imediatamente centenasajuda galerabetmilharesajuda galerabetpessoas e deixar muitíssimas outras feridas.
E, quando falamosajuda galerabetferidos, estamos falando da síndrome aguda da radiação, que é a decomposição dos órgãos e dos sistemas vitais, um dos sofrimentos mais dolorosos que qualquer ser vivo pode atravessar.
ajuda galerabet BBC - E se ocorresse maisajuda galerabetuma detonação?
ajuda galerabet Umaña - Se falarmosajuda galerabetuma guerra nuclearajuda galerabetlarga escala, além das dezenasajuda galerabetmilhõesajuda galerabetmortos e feridos, também seria criada uma enorme quantidadeajuda galerabetfuligem e escombros, que subiriam até a estratosfera e bloqueariam a luz solar.
Este bloqueio, porajuda galerabetvez, provocaria escuridão e uma queda drástica e súbita da temperatura,ajuda galerabetmédia,ajuda galerabetcercaajuda galerabet25°C. É o que chamamosajuda galerabetinverno nuclear.
Assim, o que quer que sobrevivesse à devastação e à radiação precisaria também enfrentar o frio extremo e a ausência da luz solar.
ajuda galerabet BBC - Qual o riscoajuda galerabetque isso aconteça?
ajuda galerabet Umaña - Este é o ponto crucial. Atualmente, o riscoajuda galerabetfalhasajuda galerabetinterpretação e errosajuda galerabetcálculo é altíssimo.
Já observamos que, só nos Estados Unidos, ocorreram maisajuda galerabet1.000 acidentes com arsenais nucleares e,ajuda galerabetseis ocasiões publicamente conhecidas, estivemos à beiraajuda galerabetuma guerra nuclearajuda galerabetlarga escala, nãoajuda galerabetépocaajuda galerabetguerra, masajuda galerabettempos, entre aspas,ajuda galerabetpaz.
O que acontece? Dentre as 12,5 mil ogivas dos arsenais nucleares mundiais, existem cercaajuda galerabet2.000ajuda galerabetestadoajuda galerabetalerta máximo, ou seja, elas estão prontas para serem detonadasajuda galerabetum intervaloajuda galerabetcercaajuda galerabet6 a 15 minutos.
Estes sistemas respondem a quem der a ordemajuda galerabetdetoná-los. Eles dependemajuda galerabetsistemasajuda galerabetalerta máximo, que são vulneráveis a ciberataques, erros técnicos e erros humanos. Eles já confundiram coisas banais, como nuvensajuda galerabettempestade, tempestades solares, bandosajuda galerabetgansos ou balões meteorológicos, com ameaças nucleares.
As pessoas que estão por trás desses sistemas precisam interpretar esses alarmes como sendo verdadeiros ou falsos.
Ou seja,ajuda galerabetum contextoajuda galerabetguerra, com ameaças nucleares explícitas e diversas linhas vermelhas já cruzadas, o riscoajuda galerabetum cálculo errado ou interpretação errônea é muito mais alto.
ajuda galerabet BBC - Então, a guerra nuclear mais provável não é intencional, mas acidental?
ajuda galerabet Umaña - Sim, existe um componente acidental certamente muito forte e também há mais um ponto que precisamos considerar.
Quando as pessoas dizem que a guerra nuclear é algo pouco provável, porque nenhum líder seria louco a este ponto, precisamos considerar que estamos lidando com pessoas emocionais e que todas as pessoas pensamajuda galerabetforma diferente dianteajuda galerabetuma crise.
De fato, as simulações elaboradas com os tomadoresajuda galerabetdecisões nesses ambientes acabam por escalar a guerra, já que é o que eles precisam fazer, porque é o que manda o protocolo, ou seja, se sou atacado com armas nucleares, preciso responder ao ataque com armas nucleares e assim sucessivamente.
É a destruição mútua garantida. É melhor que tudo seja destruído e não apenas a mim.
Este é o pensamento atual dos líderes e, no contextoajuda galerabetum acidente, é algo muito perigoso.
ajuda galerabet BBC - A aceitaçãoajuda galerabetuma ordem internacionalajuda galerabetque alguns países contam com armasajuda galerabetdestruiçãoajuda galerabetmassa que são proibidas para os demais é considerada insustentável por muitos especialistas. Qual o grauajuda galerabetinstabilidade desta situação?
ajuda galerabet Umaña - Existe aqui uma contradição porque, nos anos 1960, depois da crise dos mísseisajuda galerabetCuba, foram elaborados dois tratados muito importantes.
Um deles é oajuda galerabetTlatelolco, assinadoajuda galerabet1967 [no México] e que entrouajuda galerabetvigorajuda galerabet1969, que estabeleceu que toda a América Latina e o Caribe formam uma zona livreajuda galerabetarmas nucleares.
O outro é o Tratadoajuda galerabetNão Proliferaçãoajuda galerabetArmas Nucleares, negociadoajuda galerabet1969 e que entrouajuda galerabetvigorajuda galerabet1970. Ele tem três pilares: o desarmamento nuclear, a não proliferação e o uso pacífico da energia nuclear como direito inalienável.
Naquele momento, havia cinco Estados nucleares: Estados Unidos, União Soviética (agora, a Rússia), China, França e Reino Unido. Eles se comprometeram com o desarmamento nuclearajuda galerabetum prazoajuda galerabet25 anos.
Pelo segundo ponto do tratado, os chamados Estados não nucleares comprometeram-se a não adquirir armas nucleares. E o terceiro ponto determinava que todos os países têm o direitoajuda galerabetdesenvolver a energia nuclear.
Obviamente, o desarmamento não ocorreuajuda galerabet1995 e a ideiaajuda galerabetque as armas nucleares são apenas para alguns envia ao restante da comunidade internacional a mensagemajuda galerabetque as armas nucleares são necessárias e representam um privilégio, o que debilita o regimeajuda galerabetnão proliferação.
A não proliferação dependeajuda galerabetprogressos,ajuda galerabetverdadeiros avanços no desarmamento. É algo a que os países nucleares, que agora são nove [àqueles, somaram-se Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte], não estão dispostos a ceder.
ajuda galerabet BBC - Mas, então, como fazer frente à oposição ao TPAN (o Tratado sobre a Proibição das Armas Nucleares), que é o primeiro acordo que promove a proibição universal das armas nucleares para absolutamente todos os países? O sr. acredita que ele atingirá seu objetivo?
ajuda galerabet Umaña - Este tratado traz algoajuda galerabetnovo: é uma proibição universal, que fortalece o sistema multilateral e estigmatiza as armas nucleares.
Precisamos analisar o fenômeno das armas nucleares, quais são as suas causas e o que faz com que os países queiram possuí-las.
Trata-seajuda galerabetobservarajuda galerabetverdadeira face, pois as armas nucleares não são armas práticas. Elas foram feitas para causar destruiçãoajuda galerabetmassa e matar a maior quantidade possívelajuda galerabetcivis,ajuda galerabetforma desumana.
Elas não respeitam fronteiras e é praticamente impossível detonar uma bomba nuclear sem que alguém mais detone outra arma contra o primeiro. Por isso, seu uso seria um ato suicida.
Os países que possuem essas armas estão conscientesajuda galerabetque não podem usá-las. O poder das armas nucleares vem da ameaça do seu uso, do poder simbólico do que representa ser um Estado nuclear. É um símboloajuda galerabetdissuasão.
Este componenteajuda galerabetestigmatização é um fenômeno que já observamos com outras armasajuda galerabetdestruiçãoajuda galerabetmassa, como as armas químicas, biológicas, as minas terrestres e as armasajuda galerabetfragmentação.
Atualmente, nenhum país se vangloriaajuda galerabetser uma potência química, nemajuda galerabetpossuir armas biológicas. Isso porque existem rigorosas normas internacionais e um clima mundialajuda galerabetcondenação moral, que faz com que elas sejam um tabu.
ajuda galerabet BBC - Até que ponto pode ser lento este processoajuda galerabetestigmatização das armas nucleares?
ajuda galerabet Umaña - Dependeajuda galerabetvários fatores e é um pouco difícilajuda galerabetprever. A proibição é uma mudançaajuda galerabetparadigma.
De um lado, as pessoas devem ter consciência das consequências das armas nucleares. Por outro, isso deve gerar pressão e ativismo, tanto das ruas, quantoajuda galerabetnível político e diplomático. E isso exige tempo.
Se tudo correr bem, digamos que,ajuda galerabetcercaajuda galerabet10 anos, poderíamos conseguir a eliminação das armas nucleares, mas é claro que pode ser antes ou depois.
Neste momentoajuda galerabetque estamos à beira do precipício, o mais importante é nos afastarmos um pouco, caminhando até conseguir eliminá-las por completo. Enquanto não conseguirmos, não estaremos livres do vírus: ou acabamos com as armas nucleares, ou elas acabam conosco.
ajuda galerabet BBC - Neste momentoajuda galerabetameaças, onde fica o Manifesto Russell-Einstein, assinadoajuda galerabet1955, que dizia, entre outras coisas: “Apelamos, como seres humanos para seres humanos: lembrem-se daajuda galerabethumanidade e esqueçam o resto”? Será que esquecemos nossa humanidade?
ajuda galerabet Umaña - É complicado, porque não é uma questão da cultura humanaajuda galerabetgeral.
É um sistema que faz prevalecer a rivalidade entre alguns membros, uma rivalidade que os deixa míopes quanto ao progresso real e às necessidades, tanto daajuda galerabetpopulação, quantoajuda galerabettoda a humanidade.
Se alterarmos nosso esquema mental, se pensarmosajuda galerabetutilizar as ferramentasajuda galerabetinterconectividade que temos agora para incentivar o diálogo e a cooperação, podemos chegar a esse diálogo entre seres humanos.
É preciso deixarajuda galerabetpensar nos demais como diferentes e inferiores, sobre os quais precisamos imperar — pensamento que assumiu diversas formas ao longo da história.
Na cultura popular, por exemplo, as armas nucleares são empregadas nos filmes da Marvel para acabar com os alienígenas, que são feios, malvados e querem destruir a humanidade. A única saída é matar a todos.
Nos anos 1940, os alienígenas eram os japoneses. Era uma formaajuda galerabetjustificar o homicídioajuda galerabetmassa cometidoajuda galerabetHiroshima e Nagasaki.
Seu sofrimento não importava porque todos eram cúmplices das decisões daajuda galerabetcúpula militar. Todos mereciam que a bomba atômica caísse sobre eles, porque também eram outros, eram maus, eram diferentes.
O discurso da diferença também é empregado nos regimes totalitários para justificar a guerra e estigmatizar toda uma população, legitimando o ataque militar.
ajuda galerabet BBC - Falando no Japão, o filme ajuda galerabet Oppenheimer ajuda galerabet resgatou a história deste tipoajuda galerabetarmamento. Como o sr. vêajuda galerabetevolução desde a Segunda Guerra Mundial até hoje? O sr. acredita que a humanidade não aprendeu com seus erros?
ajuda galerabet Umaña - É muito interessante, porque é preciso conhecer a história, mas a história verdadeira. Houve muitas evasivas a respeito.
Quando ocorreram os ataques a Hiroshima e Nagasaki, as consequências humanitárias foram ativamente acobertadas, não só pelo governo norte-americano, mas também por parte do Japão.
Os hibakusha — sobreviventes dos ataques nucleares — tinham censuradas suas cartas, fotografias e atéajuda galerabetarte e seus poemas.
Eles não queriam que o mundo soubesse o que as pessoas estavam sofrendo devido à radiação. Queriam celebrar as armas nucleares sem observar o drama humano que elas causaram.
A crise que atravessamos agora se deve exatamente à retórica adotadaajuda galerabettorno das armas nucleares e como muitas pessoas as consideram um mal necessário. Como elas se infiltraram nas doutrinasajuda galerabetsegurança e precisamente por esse mau uso das informações.
Por isso, a primeira coisa que precisamos fazer é informar bem quais são os riscos.
Sim, eu acredito na bondade inerente do ser humano, que é algo que desaprendemos,ajuda galerabetacordo com nosso contexto cultural, e precisamos incentivar.
E deixarajuda galerabetnos submetermos sem questionamento a uma violência sistêmica estrutural patriarcal, a um sistema que governa pela imposição, no qual o mais forte é quem manda.
O erro foi não procurar a cooperação, não buscar o entendimento. Foi acreditar que é preciso sempre haver alguém inferior a nós para podermos abusar ou explorar.
É algo que fazemos com os outros seres humanos e com as demais espécies, ou com a própria natureza.
Precisamos deixarajuda galerabetignorar nossa humanidade, nossos impulsos e destacar a questão da convivência, a questão da paz.