3 anosnovibet series 4pandemianovibet series 4covid-19: o que esperar da doença daquinovibet series 4diante no Brasil:novibet series 4

Pessoas com máscaras andandonovibet series 4rua

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Legenda da foto, Nos últimos meses, as políticasnovibet series 4prevenção coletivas viraram sugestões e orientações individuais

Com o desenvolvimentonovibet series 4vacinas, testes e remédiosnovibet series 4tempo recorde, o coronavírus deixounovibet series 4representar uma ameaça mortal para a maioria das pessoas — apesarnovibet series 4ainda ser um problema grave e preocupante para os grupos mais vulneráveis, como idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.

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E o próprio Brasil é um exemplo dessa mudançanovibet series 4cenário: a taxanovibet series 4mortalidade, que chegou a 201 por 100 mil habitantesnovibet series 42021, caiu para 36 no ano passado e, neste primeiro trimestrenovibet series 42023, encontra-senovibet series 4três, segundo o painel do Conselho Nacionalnovibet series 4Secretários da Saúde (Conass).

Nesse período, a letalidade caiunovibet series 42,9% para 0,7%.

Mas como chegamos até aqui? E o que esperar da covid-19 para os próximos anos? A BBC News Brasil ouviu pesquisadores para entender as perspectivas futuras desta doença e o que precisa ser feito para diminuir ainda mais o impacto dela na sociedade.

Casos, hospitalizações e mortes: alívio nos números, mas acompanhamento é primordial

Até o momento, 2021 foi o pior ano da pandemia no Brasil. No auge, o país chegou a registrar um totalnovibet series 421 mil mortes por covidnovibet series 4uma única semana.

Desde então, as estatísticas nunca mais chegaram a patamares tão elevados — apesar do crescimentonovibet series 4internações e mortes registrado no inícionovibet series 42022, relacionado ao espalhamento da variante ômicron.

Se os dados continuarem na tendência atual, o país deve fechar o anonovibet series 42023 com menos da metade das mortes que foram notificadasnovibet series 42022 — que, pornovibet series 4vez, já havia registrado 84% menos óbitosnovibet series 4comparação com 2021.

Cemitério com vala comum

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Legenda da foto, O Brasil chegou a ter 21 mil mortes por covid-19novibet series 4uma única semananovibet series 4abrilnovibet series 42021
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O alívio no cenário epidemiológico, inclusive, levou a mudanças importantes na forma como as estatísticas são apresentadas.

Recentemente, o Ministério da Saúde e o próprio Conass deixaramnovibet series 4publicar boletins diários sobre os números da pandemia e passaram a divulgar relatórios semanais.

O estatístico Leonardo Bastos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), vê a mudança com bons olhos.

"Os boletins diários são por vezes um tanto ruidosos, já que eles podem trazer dados incompletosnovibet series 4acordo com o dia e a disponibilidadenovibet series 4profissionais para atualizar os sistemas", avalia.

"Quando os dados estão consolidados por semana, fica mais fácil fazer as análises e entender as tendênciasnovibet series 4casos, hospitalizações e mortes", complementa.

Mesmo diante desse maior espaçamento das estatísticas, o especialista entende que é vital manter ativa a vigilância sobre o coronavírus — assim como ocorre para vários outros patógenos, como os causadoresnovibet series 4gripe ou dengue.

"Nossos sistemas são bons para detectar os casos mais gravesnovibet series 4infecções respiratórias, que exigem hospitalizações. Mas precisamos desenvolver recursos capazesnovibet series 4flagrar os quadros mais leves, que sinalizam o inícionovibet series 4uma potencial nova onda", diz Bastos, que também integra o Observatório Covid-19 BR.

O pesquisador ainda destaca uma última tendência que deve se confirmar nos próximos anos: a sazonalidade do coronavírus, ou os períodos do anonovibet series 4que o númeronovibet series 4infecções e óbitos tende a subir.

"Os três primeiros anos da pandemia foram um tanto conturbados. Mas com a situação relativamente mais controlada, será possível observar esse comportamento sazonal do patógeno", acredita Bastos.

"Assim como acontece com outros vírus respiratórios, a tendência é que os casosnovibet series 4covid aumentem nos períodos mais frios do ano, conforme nos aproximamos do inverno. Porém, isso é algo que ainda precisa ser confirmado", completa.

Vacinação: doses atualizadas para alguns, reforço urgente para os demais

Entre os especialistas, não há dúvidasnovibet series 4que o momento mais favorável da pandemia que vivemos agora está relacionado a dois fatores principais: a vacinação e o grande númeronovibet series 4infectados pelo coronavírus.

Esses dois eventos permitiram criar um bom nívelnovibet series 4imunidade — com isso, mesmo que o vírus consiga invadir o organismo, as célulasnovibet series 4defesa são capazesnovibet series 4conter o problema antes que ele se transformenovibet series 4algo mais sério na maioria das vezes.

Segundo os dados compilados pelo portal CoronavirusBra1, maisnovibet series 4183 milhõesnovibet series 4brasileiros (ou 86% da população) tomaram pelo menos uma dose do imunizante que protege contra o coronavírus.

O problema está na continuidade da campanha. Apenas 175 milhões (82% do total) completaram o esquema inicialnovibet series 4duas doses.

Para piorar, só 125 milhões (59%) voltaram aos postosnovibet series 4saúde para tomar o reforço (ou a terceira dose), tão necessário para diminuir o risconovibet series 4pegar a variante ômicron.

"É natural que, com o passar do tempo, a proteção conferida pela vacina diminua. Por isso, é essencial estar com o esquemanovibet series 4doses atualizado para garantir uma boa imunidade", explica a pediatra Isabella Ballalai, da Sociedade Brasileiranovibet series 4Imunizações (SBIm).

A médica conta que as dosesnovibet series 4reforço funcionam como uma espécienovibet series 4"lembrete", para fazer com que o sistema imunológico siga com uma boa capacidadenovibet series 4combater o coronavirus.

Profissionaisnovibet series 4saúde com vacinas na mão

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Legenda da foto, Apenas 59% dos brasileiros tomaram a dosenovibet series 4reforço, essencial para resguardar contra a variante ômicron

Diante desse cenárionovibet series 4baixas coberturas, o Ministério da Saúde lançou recentemente uma nova campanha para melhorar as estatísticas da vacinação contra a covid.

E há dois objetivos principais nesse esforço. Primeiro, garantir que toda a população atualize a cadernetanovibet series 4vacinação e tome a segunda, a terceira ou a quarta dose atrasadas. Nesses casos, são aplicadas as vacinas monovalentes, usadas desde o início da campanha.

A segunda parte da iniciativa envolve os imunizantes bivalentes, que trazem uma proteção ampliada contra as variantes mais recentes do coronavírus, como a ômicron.

Por ora, essas doses atualizadas estão disponíveis apenas para grupos mais vulneráveis, como idosos, indivíduos que moramnovibet series 4instituiçõesnovibet series 4longa permanência, pacientes com o sistema imunológico comprometido, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, gestantes, puérperas (mulheres que tiveram um filho nos últimos 45 dias), trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência, população privadanovibet series 4liberdade e funcionários do sistema prisional.

"A vacina bivalente é uma conquista muito grande e mostra que somos capazesnovibet series 4atualizar a formulação dos imunizantesnovibet series 4acordo com o surgimento das novas variantes", considera Ballalai.

Ainda que a chegada das vacinas bivalentes sinalize o primeiro passo sobre o futuro das campanhasnovibet series 4imunização contra a covid, a estratégia para os próximos anos ainda não está clara.

Não se sabe, por exemplo, se todos — ou alguns gruposnovibet series 4específico — precisarão tomar um reforço a cada ano, ou se a proteção conferida pelas doses disponíveis hoje será suficiente por um tempo extra.

Só a observação da realidade e as pesquisas que estãonovibet series 4andamento poderão determinar a periodicidade das campanhas — e quem será contemplado nelas.

"A tendência é que tenhamos uma vacinação anual, ou eventualmente até duas vezes ao ano, para alguns públicos. Mas isso é algo que ainda precisa ser definido", completa Ballalai.

Prevenção: a transição do esforço coletivo para a iniciativa individual

Outro fenômeno que marcou os meses mais recentes da pandemia foi a mudança nas políticas públicas que tentam conter as cadeiasnovibet series 4transmissão do coronavírus.

Num períodonovibet series 4que as vacinas ou os remédios não estavam disponíveis e a taxanovibet series 4mortalidade permanecianovibet series 4alta, a única alternativanovibet series 4governos e instituiçõesnovibet series 4saúde era determinar o lockdown e pedir que as pessoas permanecessemnovibet series 4casa.

As máscaras, obrigatórias a todosnovibet series 4qualquer local público, eram uma maneiranovibet series 4se proteger — ou diminuir o risconovibet series 4espalhamento do patógeno pelos indivíduos que estavam infectados.

Com o passar do tempo, a realidade se modificou. "Foi a partir daí que as recomendaçõesnovibet series 4prevenção deixaramnovibet series 4ser coletivas para ganharem um aspecto mais individualizado", comenta a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, professora do Departamentonovibet series 4Medicina Tropical da Universidade Federalnovibet series 4Pernambuco.

Isso, claro, tem a ver com o tópico anterior: a criaçãonovibet series 4um bom nívelnovibet series 4imunidade por meio da vacinação (e do númeronovibet series 4indivíduos infectados) permitiu com que as exigências da lei fossem substituídas por sugestões e orientaçõesnovibet series 4saúde pública.

Duas mulheresnovibet series 4máscara interagem atravésnovibet series 4um vidro

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Legenda da foto, Nos piores momentos da pandemia, o lockdown era a única saída para enfrentar a subidanovibet series 4casos, hospitalizações e mortes

Atualmente, o Centronovibet series 4Controle e Prevençãonovibet series 4Doenças (CDC) dos Estados Unidos preconiza que a prevenção da covid-19 deva estarnovibet series 4acordo com o nívelnovibet series 4transmissão do coronavírusnovibet series 4cada região e o risco individualnovibet series 4desenvolver as formas mais graves da doença.

O órgão até disponibiliza gratuitamente um arquivonovibet series 4inglês e espanhol para o "planejamento pessoal da covid-19", que cada um pode preencher com informaçõesnovibet series 4acordo com as necessidades próprias.

Nesse mesmo manual, o primeiro passo das estratégias preventivas é "conversar com o profissionalnovibet series 4saúde para saber se você tem um alto risconovibet series 4ficar gravemente doente".

A partir dessa informação, é possível desenvolver as ações necessárias para cada caso. Um indivíduo com alto risco pode, por exemplo, sempre usar máscarasnovibet series 4locais fechados e cheiosnovibet series 4gente, ou suspeitar dos sintomas assim que aparecerem. A partir daí, ele pode buscar um serviçonovibet series 4saúde, fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento — o que diminui o risconovibet series 4hospitalização e morte.

Além desses cuidados individualizados, as entidades nacionais e internacionaisnovibet series 4saúde seguem recomendando outras medidas básicas, como lavar as mãos com regularidade, ventilar bem os ambientes fechados e preferir reuniõesnovibet series 4lugares abertos.

Esses cuidados, aliás, não protegem apenas contra o causador da covid-19, mas também são efetivas contra vários outros patógenos que provocam infecções, como o influenza e o vírus sincicial respiratório.

"Alémnovibet series 4manter as regras básicasnovibet series 4higiene e etiqueta respiratória, é importante que as pessoas continuem a observar os sintomas típicos da doença [febre, coriza, tosse, espirros, dor no corpo…] e busquem o diagnóstico", acrescenta Hinrichsen.

"Se o exame confirmar a covid, vale evitar o contato com outros indivíduos e fazer o isolamento para não transmitir os vírus adiante", complementa.

Variantes: na fronteira entre a calmaria e a vigilância

Nos últimos três anos, o coronavírus passou por uma sérienovibet series 4mudanças emnovibet series 4estrutura.

Essas mutações genéticas, que aumentaram o potencial do patógenonovibet series 4se transmitir ou driblar a imunidade, levaram ao surgimento das variantesnovibet series 4preocupação (VOC, na siglanovibet series 4inglês).

Até o momento, cinco linhagens do agente infeccioso foram classificadas como VOC: a alfa, a beta, a gama, a delta e a ômicron.

Cada uma delas provocou uma nova ondanovibet series 4casos, hospitalizações e mortesnovibet series 4alguns países ou no mundo inteiro.

A gama, por exemplo, surgiu no Estado do Amazonas e foi co-responsável por um dos piores momentos da pandemia registrados até o momento no Brasil e na América do Sul (embora não tenha sido tão impactantenovibet series 4outras partes do globo).

Ilustração do coronavírus

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Legenda da foto, A ômicron foi a última linhagem do coronavírus a ser classificada como uma 'variantenovibet series 4preocupação'

A última versão do vírus a ser classificada como VOC foi a ômicron,novibet series 4novembronovibet series 42021.

De lá para cá, nenhuma outra linhagem causou uma preocupação tão grande na comunidade científica.

Mas isso não quer dizer que a ômicron tenha permanecido intocada nesses últimos tempos.

"Quase todas as variantes que circulam desde o finalnovibet series 42021 são descendentes da linhagem B.1.1.529, a ômicron ancestral", explica o virologista Anderson Brito, pesquisador do Instituto Todos Pela Saúde.

"No Brasil, tivemos surtos causados pela ômicron BA.1 no inícionovibet series 42022. Em maio do ano passado, vimos uma nova subida das infecções causada por BA.2, BA.4 e BA.5", exemplifica.

"Em outubro, passamos por surtos da BQ.1, que descende da BA.5. E agora enfrentamos a XBB, uma variante derivada da BA.2", completa.

Essa sopanovibet series 4letras e números reforça um aspecto importante: o estudo e a vigilância das mutações que aparecem no coronavírus é essencial para detectar linhagens perigosas antes que elas se espalhem demais.

"Investimentosnovibet series 4pessoal, treinamento, equipamentos e principalmente na coordenação das ações são essenciais para que o Brasil seja capaznovibet series 4realizar uma vigilância genômica ampla, representativa enovibet series 4tempo oportuno, não só das variantes do coronavírus, como tambémnovibet series 4vários patógenos, como os vírusnovibet series 4dengue, zika e outros que geram grandes impactos à saúde pública, mas são negligenciados", diz Brito.

Mas será que existe o risconovibet series 4novas VOCs aparecerem daquinovibet series 4diante?

"Quanto mais o vírus infecta seus hospedeiros, mais chances ele temnovibet series 4adquirir novas mutações vantajosas para a disseminação dele", responde o virologista.

"Em populações com imunidade, seja por vacinas ou infecções prévias, o coronavírus tem enfrentado barreiras para se disseminar. Com isso, devido ao seu podernovibet series 4adaptação via mutações, ele só tem conseguido se manternovibet series 4circulação sob a formanovibet series 4variantes com maior transmissibilidade e/ou maior capacidadenovibet series 4evadir partenovibet series 4nossas defesas imune", continua.

E a melhor ferramenta para evitar um cenário pessimista,novibet series 4que novas VOCs provocam ondasnovibet series 4casos e mortes por covid, está, mais uma vez, na vacinação.

"As vacinas representam uma vitória contra o coronavírus, e dificilmente viveremos cenários tristes como onovibet series 4abril e maionovibet series 42021, quando a variante gama ceifou milharesnovibet series 4vidas todos os dias no Brasil", conclui o pesquisador.

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