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O que pensam brasileiroscasa de apostas 7kriscocasa de apostas 7kdeportação que apoiam Trump: 'Acho que ele fará uma boa limpa':casa de apostas 7k
"De noite, quando eu deito na cama, com a tornozeleira pesando na perna, tenho que fazer um esforço muito grande para dormir e poder trabalhar no dia seguinte. O que a gente sente é medo, né?!", afirma Rafael.
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"No caso da Soraia, se a gente for deportado, é questãocasa de apostas 7kvida ou morte", explica ele, que trabalha como pintor "e o que mais aparecer", e costuma tirar diáriascasa de apostas 7kUS$ 180 a US$ 200 (entre R$ 1.090 e R$ R 1.210, pelo câmbio atual).
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Enquanto o processo migratório da família se arrastava na Justiça, Soraia, que vinha trabalhando como faxineira, começou a desenvolver estranhos sintomas. Primeiro, surgiram erupções purulentas e dolorosas na pele. Depois, intensa fraqueza muscular que, com o passar das semanas, tornaram impossível engolir alimentos sólidos.
Ela emagreceu 17 quilos, perdeu os cabelos e quase já não andava mais quando os médicos fecharam o diagnóstico: uma doença autoimune rara e grave, que destrói o sistema imunológico, as articulações e os músculos.
Atualmente, Soraia dependecasa de apostas 7kinfusões intravenosas quinzenaiscasa de apostas 7kum coquetelcasa de apostas 7kdrogas para sobreviver. Seu tratamento numa clínica na Flórida é registrado como pesquisa científica e ainda não foi aprovado pela agência reguladoracasa de apostas 7kmedicamentos dos EUA, o FDA. Nada parecido existiria no Brasil, segundo a equipecasa de apostas 7ksaúde que cuidacasa de apostas 7kSoraia.
Em uma carta timbrada e assinada, a qual a BBC News Brasil teve acesso, o médico responsável pelo tratamentocasa de apostas 7kSoraia atesta às autoridades americanas que ela "está sob meus cuidados devido a uma doença muscular imunológica grave que requer tratamento rápido e crônico e sem o qual a paciente pode ser gravemente afetada e levada à morte".
Nada disso, porém, funcionou até agora para assegurar a permanência da família no país.
No meio do relato dramáticocasa de apostas 7kseu cotidiano, Rafael surpreende a própria mulher ao ser questionado pela BBC News Brasil sobre as eleições presidenciais americanas. "Se eu pudesse votar, eu teria votado no Trump", ele responde, sem pestanejar.
"Uma boa limpa"
Parece um contrassenso, já que Trump se elegeu prometendo realizar as maiores deportaçõescasa de apostas 7kindocumentados da história dos EUA. A meta seria expulsar um milhãocasa de apostas 7kestrangeiros sem documentos por ano, segundo informou o vice-presidente eleito J.D.Vance ainda ao longo da campanha. É mais do que o dobro do máximocasa de apostas 7kdeportações já feita em um único ano nas últimas sete décadas.
O discurso anti-imigração se tornou uma marca da candidatura Trump que, no primeiro mandato, já havia iniciado a construçãocasa de apostas 7kum muro na fronteira com o México para tentar barrar o fluxo migratóriocasa de apostas 7kpessoas como Rafael e Soraia.
Agora, durante a campanha, o republicano afirmou que o país tinha sido inundado por criminosos e egressoscasa de apostas 7khospícios e chegou a acusar imigrantes haitianoscasa de apostas 7kcomerem animaiscasa de apostas 7kestimaçãocasa de apostas 7kamericanos — o que jamais foi comprovado.
Durante umcasa de apostas 7kseus maiores comícios, no Madison Square Gardencasa de apostas 7kNova York, um apoiador que discursava antes do candidato subir ao palco chegou a chamar Porto Ricocasa de apostas 7k"ilha flutuantecasa de apostas 7klixo". Quando assumiu o microfone, Trump não o contradissesse e prometeu:
"No primeiro dia [de governo], lançarei o maior programacasa de apostas 7kdeportação da história americana para nos libertar dos criminosos. Vou resgatar todas as cidades que foram invadidas e dominadas, colocaremos esses criminosos cruéis e sedentoscasa de apostas 7ksangue na prisão, e os expulsaremos do nosso país o mais rápido possível."
Com esse tipocasa de apostas 7kretórica, seria possível imaginar que latinoscasa de apostas 7kmodo geral, e brasileiros particularmente, tenderiam a recusar a candidatura Trump. Não foi necessariamente o que aconteceu.
Segundo análise do jornal americano The New York Times a partir dos resultados da eleiçãocasa de apostas 7k86 condados do paíscasa de apostas 7kmaioria hispânica, o republicano avançou 13 pontos percentuais entre os latinoscasa de apostas 7k2024casa de apostas 7krelação a 2020.
Uma pesquisa eleitoral feitacasa de apostas 7koutubro pela revista EXAME e o Instituto Ideia com pouco maiscasa de apostas 7k800 brasileiros aptos a votar no país mostrou que 60% deles diziam preferir a democrata Kamala Harris enquanto 35% afirmavam apoiar Donald Trump.
"Eu acho que ele vai fazer uma boa limpa aqui, sim, mandar muita gente embora, os criminosos. Mas eu não tenho nenhuma ocorrência policial nem aqui, nem no Brasil, por isso acredito que vão me deixar ficar", argumenta Rafael, para explicarcasa de apostas 7kpreferência política.
Evangélico, ele diz que não deseja mal a ninguém, mas se queixa que há migrantes demais como ele, o que tem aumentado a competição por vagascasa de apostas 7kemprego. Atualmente, Rafael tem trabalhado apenas três dias por semana.
A doençacasa de apostas 7kSoraia a impediucasa de apostas 7ktrabalhar e a família hoje depende apenas do soldocasa de apostas 7kRafael para sobreviver e pagar a dívida com o coiote — da qual apenas metade foi quitada.
Ainda assim, Rafael se orgulhacasa de apostas 7kdizer que não recorreu a programas assistenciais para alimentar a família, embora possivelmente eles tivessem direito ao suporte do Estado nos piores momentos financeiros que enfrentaram.
"Os empresários brasileiros, todo mundo diz que a economia aqui com Trump era muito melhor, a gasolina mais barata. A gente aqui passa apertado, mas passa. Quando eles [autoridades] forem ver, verão que não pegamos nada do Estado, não demos gasto nenhum. A gente quer sobreviver com o nosso trabalho, eu quero é trabalhar. Não tem por que mandarem a gente embora", conclui Rafael.
Quem são os brasileiroscasa de apostas 7krisco?
A opiniãocasa de apostas 7kRafael, ao mesmo tempo um alvo potencial e um entusiastacasa de apostas 7kTrump, não surpreende quem convive na comunidade brasileira.
"Apoiador do Trump é o que mais tem, seja entre quem tem documento, seja entre quem não tem", disse à BBC News Brasil Leandro Alves, da Insuperável FM, uma rádio digitalcasa de apostas 7kportuguêscasa de apostas 7kFramingham, Massachussets, que conta com ao menos 60 mil ouvintes fixos mensais, boa parte deles brasileiros.
"Eu mesmo cheguei a perder anunciante brasileiro na minha rádio quando me posicionei contra o Trump pelo que ele faz com os migrantes. Mas o que eu posso fazer, eu sou radialistacasa de apostas 7kuma rádio pró-migrante, vou defender quem quer mandar o migrante embora?", seguiu o radialista.
Há duas décadas nos EUA, Alves se lembra do períodocasa de apostas 7kque eram comuns as blitzes do serviçocasa de apostas 7kmigração, montadas para surpreender e deter imigrantes indocumentados, algo que deixoucasa de apostas 7kser realidade nos últimos anos.
"Infelizmente eu já me vejo tendo que voltar a prestar esse serviçocasa de apostas 7kavisar às pessoas na rádio onde o ICE está fazendo operação, para o pessoal evitar. Vai se criando um climacasa de apostas 7kque aqueles que não gostam dos migrantes se sentem à vontade para afrontar", diz Alves.
Estima-se que haja hoje um contingentecasa de apostas 7k11 milhõescasa de apostas 7kpessoas vivendo irregularmente nos EUA — sete milhões deles, latinos. Rafael e Soraia são partecasa de apostas 7kum grupocasa de apostas 7kao menos 230 mil brasileiros nesta mesma condição, segundo dadoscasa de apostas 7k2022 do Institutocasa de apostas 7kPesquisa Pew Research.
"A população não autorizada brasileira cresceu muito rapidamente. Nos últimos sete ou oito anos, ela dobrou, enquanto que a população totalcasa de apostas 7kmigrantes não autorizados se manteve estável nesse mesmo período", afirmou à BBC News Brasil o demógrafo Jeff Passel, responsável pelo estudo do Pew Research sobre brasileiros, que usa os dados do Censo dos EUAcasa de apostas 7ksuas estimativas.
Os especialistas alertam que os números são provavelmente subestimados, até porque migrantes indocumentados tendem a evitar responder pesquisas. Os dados também divergem, por questões metodológicas,casa de apostas 7kuma estimativa feita pelo Itamaraty, com basecasa de apostas 7kdadoscasa de apostas 7k2022casa de apostas 7katendimentos consulares, que indicou haver 1,9 milhãocasa de apostas 7kbrasileiros vivendo nos EUA. O governo brasileiro, no entanto, não sabe dizer quantos destes cidadãos estão irregulares no país.
Durante alguns meses na gestão Biden (2021-2025), os brasileiros chegaram a figurar na lista das nacionalidades mais encontradas por agentescasa de apostas 7kmigração na fronteira,casa de apostas 7kmeio à histórica crise que levou milhões a entrarem nos EUA pela via e que, segundo os analistas, contribuiu para que os democratas tivessem uma derrota eleitoral completa para os republicanos este ano.
Segundo Passel, um terço dos imigrantes brasileiros nos EUA hoje estãocasa de apostas 7ksituação irregular, o que torna a comunidade brasileira mais vulnerável do que as demais,casa de apostas 7kmédia, já que o percentualcasa de apostas 7kindocumentados para outras nacionalidades giracasa de apostas 7ktornocasa de apostas 7k23%.
Assim como Rafael e Soraia, metade dos brasileiros indocumentados chegaram nos EUA há cinco anos ou menos. Trata-secasa de apostas 7kuma migração bem mais recente que acasa de apostas 7kmexicanos indocumentados,casa de apostas 7kmédia, há 22 anos nos Estados Unidos.
Entre os brasileiros irregulares, 17% são crianças, como o filhocasa de apostas 7kRafael e Soraia, o dobro da média das demais nacionalidades — o que indica que os brasileiros indocumentados costumam estarcasa de apostas 7kfamília, e não como adultos sozinhos.
Quanto ao trabalho, dois terços dos brasileiros migrantes não autorizados estão ocupados, segundo o Pew Research. Eles são desproporcionalmente importantes no setorcasa de apostas 7kconstrução: 25% trabalhamcasa de apostas 7kalguma função nesta área, como Rafael, que é pintor.
Em média, nas demais nacionalidades, o setorcasa de apostas 7kconstrução emprega 18%casa de apostas 7kseus indocumentados. Outros 25% estãocasa de apostas 7kserviços como limpeza doméstica, zeladoria e jardinagem.
"Agora você vai voltar para o seu país"
Levou menoscasa de apostas 7k24 horas para que a vitóriacasa de apostas 7kDonald Trump à presidência dos EUA mostrasse efeitos práticos na vidacasa de apostas 7kAlice*,casa de apostas 7k35 anos. Brasileira, ela mora há maiscasa de apostas 7kdez anos na região metropolitanacasa de apostas 7kBoston,casa de apostas 7kMassachusetts. Na tarde daquela quarta-feira, 6/11, Alice foi buscar a filhacasa de apostas 7k9 anos na escola pública do bairro, comocasa de apostas 7kcostume.
"Ela entrou no carro e me contou na hora: 'Mamãe, o coleguinha me disse que agora que o Trump ganhou, você vai ter que voltar para o seu país'''. Aquilo me revoltou. Ele é uma criança, não pensou nisso sozinho, tenho certeza que ele ouve isso dos adultoscasa de apostas 7kcasa", diz.
A filhacasa de apostas 7kAlice nasceu nos EUA e tem dupla nacionalidade, americana e brasileira. Mas Alice e seu marido são imigrantes indocumentados. Ambos chegaram pela fronteira do Méxicocasa de apostas 7kfevereirocasa de apostas 7k2014 e seguem até hoje sem autorização legal pra viver no país.
A faltacasa de apostas 7kdocumentos não os impediucasa de apostas 7kcomprar a casa própria, dois apartamentoscasa de apostas 7kMassachusetts e nove lotescasa de apostas 7kNova York.
Com o trabalhocasa de apostas 7klimpeza doméstica, ela tem uma rendacasa de apostas 7kUS$ 7 mil (R$ 42 mil) por mês. Somada com o rendimento do marido, que tem uma construtora e emprega cercacasa de apostas 7kdez pessoas, o rendimento da família giracasa de apostas 7ktornocasa de apostas 7kUS$ 20 mil (R$ 120 mil) mensais.
"Acompanhei muitocasa de apostas 7kperto essa eleição e não podia acreditar quando ele venceu. Agora, sinceramente, estamoscasa de apostas 7kcompassocasa de apostas 7kespera, fazendo tudo certinho, evitando qualquer batida policial, mas já não tenho mais coragemcasa de apostas 7kinvestir aqui. Acabocasa de apostas 7kcomprar um consórcio para uma casa no Brasil", diz Alice.
No caso dela, além da própria deportação, há uma segunda ameaça. Grávidacasa de apostas 7kquase seis meses, Alice terácasa de apostas 7ksegunda filhacasa de apostas 7kabril e teme que até lá Trump consiga cumprir outracasa de apostas 7ksuas promessas: mudar a lei para que filhoscasa de apostas 7kmigrantes irregulares não mais recebam a cidadania americana ao nascercasa de apostas 7kterritório dos EUA.
O presidente eleito americano chegou a dizer que faria isso no primeiro diacasa de apostas 7kgoverno, mas a mudança exigirá uma alteração da Constituição do país, o que pode demorar. "Eu torço para que não dê tempocasa de apostas 7kele mudar até minha filha nascer", afirma Alice.
Ela se dizcasa de apostas 7kdireita, é contra a legalização do aborto e a favor da reduçãocasa de apostas 7kimpostos, bandeiras associadas a Trump. Apesar disso, as posições anti-imigração do republicano pesaram mais ao definir suas preferências políticas.
O mesmo não foi verdade para a sogracasa de apostas 7kAlice, que também chegou nos EUA depoiscasa de apostas 7kcruzar a fronteira e há alguns anos teve seu pedidocasa de apostas 7kasilo negado. Agora, ela pode ter uma ordemcasa de apostas 7kdeportação expedida a qualquer momento. Mesmo estando "com a corda no pescoço", como define Alice, a sogra apoiou abertamente Donald Trump.
"Ela diz que ele não vai conseguir mandar tanta gente embora, mas eu digo que eles são masoquistas, torcendo para quem quer ver você pelas costas e pagando pra ver", conta Alice.
Depoiscasa de apostas 7keleito, Trump já afirmou que pretende declarar Estadocasa de apostas 7kEmergência Nacional para usar o Exército na procura pelos deportáveis. Ainda assim, parte dos migrantes entrevistados pela BBC News Brasil avaliam que não correm risco específico e seguem apoiando o republicano.
Em parte, Alice acredita que a chave para entender o comportamento deles está na religião. Há muitos evangélicos na comunidade brasileira, que receberam com alegria a reversão da decisão da Suprema Corte dos EUA que garantia o aborto legalcasa de apostas 7ktodo o país.
A mudança do entendimentocasa de apostas 7kmaiscasa de apostas 7kcinco décadas só foi possível graças à supermaioria conservadora que Trump conseguiu instalar na mais alta corte judicial do país durante seu primeiro mandato.
"Eu também sou a favorcasa de apostas 7kdefender a vida do feto, mas e a vida do migrante, adulto, que está aqui lutando pra sobreviver, quem defende?", questiona Alice.
O brasileiro Igor*,casa de apostas 7k37 anos, também se ressente das duras palavrascasa de apostas 7kTrump contra os migrantes. "Se eu pudesse pedir algo, queria que ele diferenciasse mais, porque fica parecendo que todo migrante é bandido e não é verdade", afirma o atual moradorcasa de apostas 7kUtah.
Ex-missionário mórmon, Igor é um entusiastacasa de apostas 7kTrump e chegou ao paíscasa de apostas 7k2019, acompanhado da mulher Olívia. Ambos tinham um vistocasa de apostas 7kturismo, mas não deixaram o país após os seis mesescasa de apostas 7kprazo. O filho do casal já nasceu nos EUA e a família tem prosperado, ele com seu trabalhocasa de apostas 7kjardinagem e publicidade online, e ela como designercasa de apostas 7kunhas.
Igor procura não demonstrar muita preocupação quanto à possibilidadecasa de apostas 7kdeportação. "Em cinco anos aqui, eu só tomei duas multascasa de apostas 7ktrânsito. A migração só vai atráscasa de apostas 7kquem faz coisa errada, nãocasa de apostas 7kgente que contribui para o país, que paga os impostos. Por que viriam atráscasa de apostas 7kmim? Não estou aqui pra explorar, estou aqui pra produzir", argumenta.
"Agora tem gente que eu mesmo quero que deporte, esses imigrantes venezuelanos, gente do crime organizado, eu sou contra o pessoal vir aqui e bagunçar, torço pra que o Trump deporte mesmo até porque eles mancham a nossa imagem", prossegue.
Igor menciona um caso que se tornou um dos carros-chefe da campanha republicana para associar migração e criminalidade: o chocante assassinato da americana Laken Riley, da Geórgia,casa de apostas 7kfevereiro, por José Ibarra, um indocumentado venezuelano que já havia cometido outras faltas criminais antes. Há 3 semanas, Ibarra foi condenado à prisão perpétua.
Igor também associa Trump a uma melhora na economia e diz esperar que o republicano "acabe com essas guerras, que não interessam aos americanos, e faça os EUA serem respeitados no mundocasa de apostas 7knovo".
Ao dizer que estão a salvo porque o alvocasa de apostas 7kTrump serão os criminosos, os brasileiros repetem argumentos dos republicanos.
No Congresso dos Estados Unidos, parlamentares trumpistas ligados aos latinos têm expressado preocupaçãocasa de apostas 7kque uma ação muito contundente contra indocumentados possa ferir as comunidades latinas e reduzir a popularidadecasa de apostas 7kTrump e do partido entre este grupo demográfico.
Escolhido como czar da fronteiracasa de apostas 7kTrump, Thomas Homan afirmou que as prisões e deportações começarão por aqueles indocumentados que têm histórico criminal e que, depois, seguirão para aqueles com ordemcasa de apostas 7kdeportação pendente. O problema, dizem os especialistas, é que esses são também os alvos que estão se escondendo, os mais difíceiscasa de apostas 7kencontrar.
"Trump sabe que deportaçãocasa de apostas 7kmassa não vai resolver o problema da fronteira, assim como o muro não resolveu. Mas a deportaçãocasa de apostas 7kmassa é uma propaganda para criar a sensaçãocasa de apostas 7kque ele tem controle sobre o assunto, um apelo midiático", diz Gustavo Dias, sociólogo da Universidade Estadualcasa de apostas 7kMontes Claros (MG), especialistacasa de apostas 7kmigração.
Para Dias, no ímpetocasa de apostas 7kproduzir números altos o quanto antes, há grandes chancescasa de apostas 7k que Trump acabe atingindo inclusive aqueles que o apoiam. "O sistemacasa de apostas 7kmigração não funciona a partir da lógicacasa de apostas 7kméritos individuais ou regrascasa de apostas 7kmoral cristã como as do raciocínio desses migrantes brasileiros. Para o sistema migratório, todos eles são apenas números, é algo impessoal".
Consultado pela BBC News Brasil sobre a possível deportaçãocasa de apostas 7kmassacasa de apostas 7kbrasileiros, o Itamaraty optou por não comentar. A reportagem apurou que até agora o governo brasileiro e a equipe do presidente eleito Donald Trump não conversaram sobre o assunto.
Ao menos três diplomatas brasileiroscasa de apostas 7kalto nível consultados pela BBC News Brasil demonstraram certa preocupação com o assunto — que costuma gerar imagens dramáticas e desgaste político —, mas lembraram que esta é uma prerrogativa do governo americano e que Trump é um líder imprevisível.
Desde seu início, o governo Lula recebeucasa de apostas 7kvolta pouco maiscasa de apostas 7k3 mil brasileiros dos EUA.
Outra preocupação dos profissionais da diplomacia brasileira écasa de apostas 7kque Trump use tarifas sobre produtos brasileiros para pressionar o país no tema migratório. Recentemente, o próprio Trump ameaçou via redes sociais a imposiçãocasa de apostas 7ktaxas a produtos mexicanoscasa de apostas 7krepresália pelo que o republicano vê como pouca cooperação na contençãocasa de apostas 7kmigrantes.
"O tema da imigração ilegal é visivelmente prioritário e Trump parece disposto a usar os instrumentos comerciais para o objetivocasa de apostas 7kcontê-la. Em relação ao México, (ele) já mostrou isso", disse à BBC News Brasil o ex-chanceler Ernesto Araújo, que emcasa de apostas 7katuação no Governo Bolsonaro (2019-2022) manteve estreita relação com a primeira gestão Trump.
Procurada pela BBC News Brasil, a equipecasa de apostas 7kcomunicação do presidente republicano eleito afirmou que não comentaria porque o governo ainda não tomou posse.
A reportagem apurou, porém, que os brasileiros não são considerados um grupocasa de apostas 7kparticular interesse nem um alvo preferencial da políticacasa de apostas 7kdeportação trumpista.
Uma fonte do timecasa de apostas 7ktransiçãocasa de apostas 7kTrump disse à BBC News Brasil que impor tarifas por questão migratória contra o Brasil faria pouco sentido porque os dois países não dividem fronteira terrestre e há pouco o que o governo brasileiro possa fazer para impedir seus cidadãoscasa de apostas 7kirem ao México. Ainda assim, seria cedo demais para descartar qualquer possibilidade.
Apenas a perspectiva do que poderão ser as deportaçõescasa de apostas 7kmassa, no entanto, já lança a brasileira Dinorah,casa de apostas 7k49 anos,casa de apostas 7kum profundo conflito ético.
Ela chegou ao país há cinco anos, com um vistocasa de apostas 7kturista, e nunca mais partiu da Carolina do Norte. Apoiadoracasa de apostas 7kTrump, "já que o Biden destruiu a economia deste país", atualmente ela dependecasa de apostas 7kdoações dos fieis da Igreja Assembleiacasa de apostas 7kDeus para se alimentar e pagar o aluguel.
Dinorah sofre com uma doença autoimune que a impedecasa de apostas 7ktrabalhar e recebe tratamento da Universidade da Carolina do Norte, custeado com dinheiro público.
"Praticamente todo mundo que me ajuda hoje é brasileiro que entrou aqui atravessando a fronteira com o México, e eu sei que isso o Trump não vai aceitar, vai mandá-los embora", diz Dinorah, que tampouco conta com autorização legalcasa de apostas 7kresidência no país, mas acredita que será um alvo menos preferencial por ter chegado ao país portando um visto.
"Tem noite que eu perco o sono pensando nisso, são pessoascasa de apostas 7kboa índole, muito humildes, seria injusto mandá-las sair", diz ela.
"Ao mesmo tempo, elas não estão pagando o imposto direito ou estão custando caro ao Estado, assim como eu, então eu entendo que o Trump queira a gente fora daqui. Não há como me preparar, só espero que o pior não aconteça."
*O nome dos entrevistados foi trocado para proteger suas identidades.
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