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'Fiz cirurgia para ficar mais alta e deu tudo errado':aposta em aberto betano
Seu médico negou consistentemente qualquer negligência e afirma que alguns dos problemas surgiram devido a complicações das quais ela foi avisada, e outros decorreram das próprias ações da paciente.
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Elaine sempre odiouapostaaposta em aberto betanoaberto betanoaltura.
"Aos 12 anos, eu era mais alta do que a maioria das meninas", diz ela. "Aos 14,apostaaposta em aberto betanoaberto betanorepente, eu era mais baixa do que todo mundo. Com o tempo, isso se tornou uma obsessão. Mais alta significa melhor. Mais alta significa mais bonita. Eu apenas sentia que pessoas mais altas tinham mais chances."
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Na idade adulta, a obsessão tornou-se devastadora.
Elaine acredita que tinha dismorfia corporal, uma condiçãoapostaaposta em aberto betanoaberto betanosaúde mentalaposta em aberto betanoque a pessoa vê um defeito emapostaaposta em aberto betanoaberto betanoaparência, não importando como os outros a vejam. O impacto da condição pode ser destrutivo.
Aos 25 anos, Elaine encontrou um artigo sobre uma clínica chinesa onde as pessoas estavam fazendo cirurgia para alongar os ossos das pernas. O artigo continha detalhes assustadores sobre os fixadores externosapostaaposta em aberto betanoaberto betanopernas com aparência medieval e infecções generalizadas.
Parecia um pesadelo, mas deixou Elaine intrigada.
"Eu sei que as pessoas vão questionar a vaidade disso", diz ela. "Mas quando você enfrenta a dismorfia corporal, não há uma explicação racional para o motivoapostaaposta em aberto betanoaberto betanovocê se sentir tão terrivelmente mal."
Depoisapostaaposta em aberto betanoaberto betano16 anos, Elaine descobriu uma clínica privada que oferecia o procedimentoaposta em aberto betanoLondres. Era realizado pelo cirurgião ortopédico Jean-Marc Guichet, um especialistaaposta em aberto betanoalongamentoapostaaposta em aberto betanoaberto betanomembros que havia até criado seu próprio dispositivoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoalongamento — o Guichet Nail (algo como o 'pregoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoGuichet).
"Esse foi realmente um momentoapostaaposta em aberto betanoaberto betano'glória', porque eu poderia fazer o procedimentoaposta em aberto betanoLondres e me recuperaraposta em aberto betanocasa", ela lembra.
"O Dr. Guichet foi claro sobre os tiposapostaaposta em aberto betanoaberto betanocoisas que poderiam dar errado. Lesões nos nervos, coágulos sanguíneos, a possibilidadeapostaaposta em aberto betanoaberto betanoos ossos não se fundirem novamente."
"Mas eu fiz minha pesquisa, estava indo a um médico muito caro e esperava um atendimento médico correspondente. Meu sonho era crescerapostaaposta em aberto betanoaberto betano1,57 m para 1,65 m.”
No dia 25apostaaposta em aberto betanoaberto betanojulho, a um custoapostaaposta em aberto betanoaberto betanocercaapostaaposta em aberto betanoaberto betano50 mil libras (R$ 351 mil), ela se submeteu à cirurgia e deu início a um processo que mudariaapostaaposta em aberto betanoaberto betanovida.
Os procedimentosapostaaposta em aberto betanoaberto betanoalongamento das pernas são relativamente raros, mas disponíveisaposta em aberto betanoclínicas privadas ao redor do mundo. Dependendoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoonde é realizado, o custo pode variarapostaaposta em aberto betanoaberto betanoR$ 105 mil a maisapostaaposta em aberto betanoaberto betanoR$ 1 milhão.
"Acordar [após a cirugia] foi muito empolgante, porque parecia que nada tinha acontecido. Sem dor. Mas 90 minutos depois, começou. Era como se alguém estivesse cozinhando minhas pernas. Como se estivesse sendo assada por dentro. Naquela primeira noite, eu gritei até as 6 da manhã, até adormecer gritando.”
Com esse procedimento, alguma dor é esperada. Durante a operação, os ossos das pernas são quebradosaposta em aberto betanodois e uma hasteapostaaposta em aberto betanoaberto betanometal é colocada dentro.
As hastesapostaaposta em aberto betanoaberto betanometal são gradualmente estendidas para aumentar o comprimento e separar as duas metades do osso. Esse processo tem como objetivo aumentar a altura do paciente. Os ossos quebrados devem gradualmente se unir, preenchendo o espaço entre eles.
A cirurgia é complexa e marca apenas o inícioapostaaposta em aberto betanoaberto betanoum processo longo.
"O processoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoalongamento demora entre dois e três meses, e é necessário ainda o dobro do tempo até você começar a recuperar alguma função razoável", alerta o professor Hamish Simpson, ex-membro do conselho da Associação Britânicaapostaaposta em aberto betanoaberto betanoOrtopedia. "Para a maioria das pessoas, isso vai levar um anoapostaaposta em aberto betanoaberto betanosua vida"
Uma vez que a cirurgia foi concluída, o processoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoalongamentoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoElaine começou. Várias vezes no dia ela passava por um processo desconfortável, girando suas pernas para acionar uma chave-catraca. É isso que faz as hastes se expandirem e as pernas crescerem. Mas, duas semanas depois, ela diz que o desastre aconteceu.
"Estava sentindo muita dor na minha perna esquerda. Então, uma noite, enquanto me mexia na cama, eu escutei o que parecia uma mordida num Kit Kat [chocolate crocante], seguido por uma dor severa."
Elaine passou por uma tomografia, que confirmou seus medos. A haste emapostaaposta em aberto betanoaberto betanoperna esquerda havia quebrado através do seu fêmur — o osso da coxa, o mais forte do corpo humano. Ela estava angustiada, mas diz que foi tranquilizada pelo Dr. Guichet.
"Ele me disse que tudo o que eu precisava fazer agora era não se preocupar. Esperar até que cicatrizasse e, uma vez que curado, começaríamos o processo novamente."
Eles continuariam alongando a perna direitaapostaaposta em aberto betanoaberto betanoElaine, enquanto agendavam outra operação para tratar da perna esquerda — que eventualmente seria alongada na mesma medida que a direita.
Elaine diz que lhe disseram que a operação extra custaria milharesapostaaposta em aberto betanoaberto betanolibras, mas ela estava disposta a pagar se isso significasse que poderia concluir o processo.
Até setembro (dois meses após a cirurgia),apostaaposta em aberto betanoaberto betanoperna direita havia alcançado a metaapostaaposta em aberto betanoaberto betano7 cm. Mas as coisas não estavam totalmente bem. A discrepância entre a perna direita e a esquerda estava causando problemas, curvandoapostaaposta em aberto betanoaberto betanocoluna e a deixando aposta em aberto betanodor constante.
Seis semanas depois, as tomografias da perna direita também mostraram uma falta alarmanteapostaaposta em aberto betanoaberto betanocrescimento ósseo. Seu fêmur era essencialmente dois pedaçosapostaaposta em aberto betanoaberto betanoosso unidos pela hasteapostaaposta em aberto betanoaberto betanometal.
Elaine procurou a ajuda do Dr. Guichet, que agendou outra operaçãoaposta em aberto betanouma clínica onde ele trabalhavaaposta em aberto betanoMilão, na Itália. Em abrilapostaaposta em aberto betanoaberto betano2017, reiniciaram o processoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoalongamento na perna esquerdaapostaaposta em aberto betanoaberto betanoElaine, enquanto também injetavam medula óssea na perna direita — para estimular o crescimento ósseo.
Após a operação, Elaine acordou com mais más notícias.
"O Dr. Guichet me disse que a haste havia quebrado enquanto ele a estava retirando," ela diz. "Ele tinha uma hasteapostaaposta em aberto betanoaberto betanooutro paciente que conseguiu inserir." Ela acrescenta que isso iria custar ainda mais dinheiro.
Três dias depois, mal conseguindo se mover, mas desesperada para voltar para casa, Elaine retornou a Londres. Ela diz que a comunicação com o Dr. Guichet havia se deteriorado e sente que,aposta em aberto betanopouco tempo, o relacionamento médico-paciente havia se rompido.
Elaine não sabia a quem mais recorrer e,aposta em aberto betanojulhoapostaaposta em aberto betanoaberto betano2017, conseguiu se consultar com um cirurgião ortopédico especialista no NHS, o serviço públicoapostaaposta em aberto betanoaberto betanosaúde do Reino Unido.
Ela diz que o especialista lhe disse: "isso não será uma jornada curta".
"Eu precisava me preparar para pelo menos cinco anosapostaaposta em aberto betanoaberto betanotratamento antesapostaaposta em aberto betanoaberto betanome curar completamente", diz ela.
Oito anos após a cirurgia inicial, Elaine afirma que ainda está se recuperandoapostaaposta em aberto betanoaberto betanosuas cicatrizes mentais e físicas. Ela tem uma sérieapostaaposta em aberto betanoaberto betanoproblemasapostaaposta em aberto betanoaberto betanomobilidade e diz que sofreapostaaposta em aberto betanoaberto betanoestresse pós-traumático (PTSD).
"De 2017 a 2020, eu me escondi do mundo. Eu estava solteira, desempregada, sem dinheiro e com deficiência".
Mas recentemente ela começou a ter alguma resolução. Uma batalha legalapostaaposta em aberto betanoaberto betanoquatro anos foi finalmente resolvidaaposta em aberto betanojulho, quando o Dr. Guichet concordouaposta em aberto betanopagar a Elaine uma quantia "substancial" para resolverapostaaposta em aberto betanoaberto betanoreclamação contra ele — sem admitir qualquer responsabilidade.
O advogado do cirurgião negou qualquer negligência por parte do Dr. Guichet, dizendo ao tribunal: "A fratura e a cicatrização óssea retardada foram complicações infelizes e não negligentes das quais a senhora Foo foi avisada antes da cirurgia. A limitada regeneração óssea no lado direito foi agravada pelo uso não informadoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoantidepressivos pela senhora Foo e pelo fatoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoela ter estendido deliberadamente a haste emapostaaposta em aberto betanoaberto betanoperna direita além do comprimento acordado."
Ele também alegou no tribunal que Elaine havia "frequentemente recusado" seguir os conselhosapostaaposta em aberto betanoaberto betanoGuichet e havia negligenciadoapostaaposta em aberto betanoaberto betanoreabilitação e fisioterapia.
Elaine contesta todas essas alegações. Ela afirma que os antidepressivos não estão relacionados às complicações e responsabiliza o médico pelo que aconteceu com ela.
Elaine pensava que estava segura porque estava pagando caro pelo tratamento. Mas ela pagou mais do que apenas um preço financeiro.
"Eu perdi os melhores anos da minha vida. Eu sei que as pessoas gostamapostaaposta em aberto betanoaberto betanoouvir a palavra 'arrependimento '. Se alguém me perguntasse hoje se eu teria feito a cirurgia caso soubesse que iria passar por tudo isso... Eu diria um definitivo 'não, muito obrigada'".
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