A batalha ferrenha entre EUA e China por recurso precioso:apostas e prognosticos

Os dois países estão claramente travando uma corrida armamentista na região da Ásia e do Pacífico, segundo o professor Chris Miller, da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, e autor do livro Chip Wars (“Guerras dos chips”,apostas e prognosticostradução livre). Mas ele acrescenta que existem outros fatores envolvidos nessa corrida.

“[Ela] acontece tanto nas esferas tradicionais, como o númeroapostas e prognosticosnavios ou mísseis produzidos, mas cada vez maisapostas e prognosticostermos da qualidade dos algoritmosapostas e prognosticosInteligência Artificial (IA) que podem ser empregadosapostas e prognosticossistemas militares”, explica ele.

No momento, os Estados Unidos estão vencendo, mas a guerra dos chips declarada contra a China está remodelando a economia global.

Os fabricantesapostas e prognosticoschips

A fabricaçãoapostas e prognosticossemicondutores é complexa, especializada e profundamente integrada.

Um iPhone contém chips projetados nos Estados Unidos, fabricadosapostas e prognosticosTaiwan, no Japão ou na Coreia do Sul e os aparelhos são montados na China. A Índia também está investindo mais nesta indústria e poderá aumentarapostas e prognosticosparticipação no futuro.

Os semicondutores foram inventados nos Estados Unidos, mas, ao longo do tempo, o leste asiático emergiu como centroapostas e prognosticosfabricação,apostas e prognosticosgrande parte devido aos incentivos governamentais, incluindo subsídios.

Isso permitiu que Washington desenvolvesse laços comerciais e alianças estratégicasapostas e prognosticosuma região vulnerável à influência soviética durante a Guerra Fria. E essas alianças são tão úteis hoje quanto eram naquela época, frente à crescente influênciaapostas e prognosticosPequim na região da Ásia e do Pacífico.

A corrida para a fabricaçãoapostas e prognosticosescalaapostas e prognosticoschips melhores e mais eficientes estáapostas e prognosticosandamento – e, quanto menores os chips, melhor. O desafio é: quantos transistores – as minúsculas chaves eletrônicas que podem ligar e desligar uma corrente – você pode encaixar na menor pastilhaapostas e prognosticossilício?

“É o que a indústriaapostas e prognosticossemicondutores chamaapostas e prognosticosleiapostas e prognosticosMoore. Essencialmente, a densidade dos transistores dobra ao longo do tempo. É um objetivo difícilapostas e prognosticosatingir”, segundo Jue Wang, sócia da empresa Bain & Company no Vale do Silício.

“É o que permite que os nossos telefones fiquem mais rápidos, nossos arquivosapostas e prognosticosfotos digitais fiquem maiores, nossos aparelhos domésticos inteligentes fiquem mais inteligentes ao longo do tempo e que o nosso conteúdoapostas e prognosticosredes sociais fique mais rico”, explica ela.

Chegar lá não é fácil, mesmo para os principais fabricantesapostas e prognosticoschips.

Em meadosapostas e prognosticos2022, a Samsung tornou-se a primeira empresa a começar a produçãoapostas e prognosticosescalaapostas e prognosticoschipsapostas e prognosticostrês nanômetros. Depois, seguiu-se a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) – o maior fabricanteapostas e prognosticoschips do mundo e o principal fornecedor da Apple.

Três nanômetros é muito menos do que a espessuraapostas e prognosticosum fioapostas e prognosticoscabelo humano, que variaapostas e prognosticoscercaapostas e prognosticos50 a 100 mil nanômetros.

Esses chips menores, “de ponta”, são mais poderosos, o que significa que podem ser usadosapostas e prognosticosdispositivos mais valiosos, como supercomputadores e IA, a internet das coisas.

O mercado dos chips mais antigos, usados nos aparelhos mais comuns das nossas vidas, como micro-ondas, máquinasapostas e prognosticoslavar e geladeiras, também é lucrativo, masapostas e prognosticosdemanda provavelmente irá diminuir no futuro.

A maior parte dos chips usados no mundo atualmente é fabricadaapostas e prognosticosTaiwan, formando o que o presidente da ilha chamaapostas e prognosticos“escudoapostas e prognosticossilício” –apostas e prognosticosoutras palavras, uma proteção contra a China, que reivindica seu território.

Pequim também fez da produçãoapostas e prognosticoschips uma prioridade nacional, com investimentos agressivosapostas e prognosticossupercomputadores e IA. O país ainda está longeapostas e prognosticosser um líder global, mas vem avançando rapidamente na última década, especialmente nas suas capacidadesapostas e prognosticosprojetar chips, segundo Miller.

“O que você encontra historicamente é que, sempre que países poderosos fazem avançarapostas e prognosticostecnologiaapostas e prognosticoscomputação, eles as aplicamapostas e prognosticossistemas militares eapostas e prognosticosinteligência”, acrescenta ele.

Este ponto eapostas e prognosticosdependênciaapostas e prognosticosTaiwan eapostas e prognosticosoutros países asiáticos para o abastecimento vêm incomodando os Estados Unidos.

Como os EUA estão obstruindo o progresso chinês?

O governo americano do presidente Joe Biden está tentando bloquear o acesso da China à tecnologiaapostas e prognosticosfabricaçãoapostas e prognosticoschips.

Em outubroapostas e prognosticos2022, Washington anunciou extensos controlesapostas e prognosticosexportação, virtualmente impossibilitando que as empresas vendam chips, equipamentoapostas e prognosticosfabricaçãoapostas e prognosticoschips e software que contenham tecnologia americana para a China, independente do local do mundo onde elas estejam localizadas.

O país também proibiu cidadãos americanos e pessoas com residência permanente nos Estados Unidosapostas e prognosticosapoiar o “desenvolvimento ou produção”apostas e prognosticoschipsapostas e prognosticoscertas fábricas chinesas.

Estas medidas atingemapostas e prognosticoscheio a China, que importa tanto o hardware quanto profissionais talentosos que alimentamapostas e prognosticosnascente indústriaapostas e prognosticosfabricaçãoapostas e prognosticoschips.

A empresa holandesa ASML enfrenta a perdaapostas e prognosticoscercaapostas e prognosticosum quarto da receita que costumava ganhar na China. É a única companhia que fabrica as máquinasapostas e prognosticoslitografia mais avançadas – as ferramentas que fabricam os chips “de ponta”.

“Profissionais talentosos são muito importantes nesta área”, afirma Linghao Bao, analista da empresaapostas e prognosticospesquisaapostas e prognosticospolíticas Trivium China.

“Se você observar os executivos das empresas chinesasapostas e prognosticossemicondutores, muitos deles possuem passaportes americanos, foram treinados nos Estados Unidos e têm green cards”, segundo ele. “Por isso, é um problema muito grande para a China.”

Os green cards concedem aos seus portadores residência permanente nos Estados Unidos e o direitoapostas e prognosticostrabalhar no país.

Os Estados Unidos também desejam fabricar mais chips. A Leiapostas e prognosticosCiência e Chips oferece US$ 53 bilhões (cercaapostas e prognosticosR$ 269 bilhões)apostas e prognosticossubsídios e financiamentos para as empresas que fabricarem semicondutores nos Estados Unidos.

As principais companhias já estão aproveitando esta oferta. A TSMC está investindoapostas e prognosticosduas fábricas no valorapostas e prognosticosUS$ 40 bilhões (cercaapostas e prognosticosR$ 203 bilhões) nos Estados Unidos – suas únicas unidades foraapostas e prognosticosTaiwan.

Já a Micron Technology é a maior fabricanteapostas e prognosticoschipsapostas e prognosticosmemória dos Estados Unidos. Esses chips são essenciais para usoapostas e prognosticossupercomputadores, equipamento militar eapostas e prognosticosqualquer outro aparelho que inclua um processador.

A empresa anunciou planosapostas e prognosticosinvestimentoapostas e prognosticosaté US$ 100 bilhões (cercaapostas e prognosticosR$ 508 bilhões) ao longo dos próximos 20 anos,apostas e prognosticosuma fábricaapostas e prognosticoschipsapostas e prognosticoscomputador no Estadoapostas e prognosticosNova York.

“A Lei dos Chips consegue eliminar a diferençaapostas e prognosticoscusto existente entre a produção nos Estados Unidos e na Ásia”, segundo o executivo-chefe da Micron, Sanjay Mehrotra. “A Micron continuará a investir nas nossas fábricas na Ásia. O importante é que haverá um campoapostas e prognosticosjogo niveladoapostas e prognosticostodo o mundo.”

A jogada chinesa

As restrições norte-americanas estão atingindo a China com força.

Relatos indicam que, após as restrições americanas, a Apple arquivou um acordoapostas e prognosticoscompraapostas e prognosticoschipsapostas e prognosticosmemóriaapostas e prognosticosuma das empresas chinesas mais bem sucedidas da áreaapostas e prognosticoschips, a Yangtze Memory Technologies Group (YMTC).

A experiência com a Huawei demonstra como isso provavelmente irá se desenvolver, segundo Bao. Ele destaca que a gigante das comunicações deixouapostas e prognosticosser o segundo maior fabricanteapostas e prognosticossmartphones do mundo (depois da Samsung) e está “essencialmente morta”.

“Foi com esta facilidade que Washington paralisou as atividadesapostas e prognosticosuma empresa chinesa da áreaapostas e prognosticostecnologia”, prossegue Bao. “A China realmente não tem boas opções para reagir. Antes, os Estados Unidos estavam atingindo empresas chinesas individuais. Mas, agora, o alvo expandiu-se para todo o país.”

Será que a China pode tomar alguma medidaapostas e prognosticosresposta? Afinal, abandonar produtos ou serviços ou impor seus próprios controlesapostas e prognosticosexportação pode trazer mais prejuízo do que benefícios, neste momentoapostas e prognosticosforte retração da economia chinesa.

Pequim apresentou queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas uma possível resolução pode levar anos. E os especialistas afirmam que, enquanto isso, a China irá dobrar os investimentos e apoio àapostas e prognosticosindústria domésticaapostas e prognosticosfabricaçãoapostas e prognosticoschips.

“Iremos nos concentrar nas necessidades estratégicas nacionais, juntar forças para conduzir pesquisas científicas e tecnológicas importantes no país e vencer com determinação a batalha nas principais tecnologias”, afirmou o presidente chinês Xi Jinping durante o 20º Congresso do Partido Comunista Chinês,apostas e prognosticosoutubroapostas e prognosticos2022.

O que vemapostas e prognosticosseguida?

No curto prazo, as indústrias precisam enfrentar a retração global causada pela guerra na Ucrânia, pela inflação crescente e pela turbulenta reabertura da economia chinesa.

Pequim irá querer caminhar com cuidado, já queapostas e prognosticoseconomia foi fortemente abalada pela pandemiaapostas e prognosticoscovid-19.

“Ainda haverá muitas idas e vindas entre as empresas americanas, taiwanesas, chinesas eapostas e prognosticosoutros países”, afirma Miller.

“Realmente, é só na tecnologiaapostas e prognosticosponta dos chipsapostas e prognosticoslógica eapostas e prognosticosmemória que veremos esforços coordenados dos Estados Unidos para excluir a China das redesapostas e prognosticosinovação e os esforços da China para estabelecerapostas e prognosticosprópria cadeiaapostas e prognosticosfornecimento livre dos Estados Unidos”, segundo ele.

Miller acrescenta que isso poderá significar um desdobramento parcial do ecossistemaapostas e prognosticosdois – um deles, concentrado na China e o outro, no resto do mundo.

Este desdobramento trará imensas ramificações para a economia global. Ele irá forçar seus participantes a escolher lados, possivelmente bloqueando o acessoapostas e prognosticosmuitos deles ao mercado chinês.