Guerra na Ucrânia: as mães que vão até a Rússia resgatar seus filhos:copa do nordeste apostas

Tetyana Kraynyuk e seu filho Sasha
Legenda da foto, Filhocopa do nordeste apostasTetyana Kraynyuk, Sasha, foi uma das 13 crianças levadas pelas tropas russascopa do nordeste apostassua escolacopa do nordeste apostassetembro passado

Conduzidos a um ônibus aos gritoscopa do nordeste apostas"rápido!", eles desapareceram por semanas sem deixar vestígios.

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Quando as crianças, todas com necessidades especiais, finalmente foram autorizadas a ligar para casa, estavamcopa do nordeste apostasum distante território ocupado pela Rússia.

Para recuperá-las, seus pais foram forçados a fazer viagens extenuantescopa do nordeste apostasmilharescopa do nordeste apostasquilômetros até o país que declarou guerra contra eles.

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Fim do Que História!

Apenas oito das crianças retornaram a Perevalsk até agora, e Artem foi um dos últimos, resgatado porcopa do nordeste apostasmãe no último mês.

Quando falei com a diretora da escola por telefone, ela disse não ter visto nenhum problemacopa do nordeste apostasvestir as crianças ucranianas com o uniformecopa do nordeste apostasum exército invasor.

"E daí?", Tatyana Semyonova retrucou. "O que posso fazer? O que isso tem a ver comigo?"

Eu respondi que o Z representava a guerra contra o próprio país das crianças. "E daí?", a diretora perguntou novamente.

"Que tipocopa do nordeste apostaspergunta é essa? Ninguém forçou eles."

Ao entrar no site da Escola Especial Perevalsk, encontrei a fotografiacopa do nordeste apostasArtemcopa do nordeste apostasuma apresentação. Foi tiradacopa do nordeste apostasfevereirocopa do nordeste apostas2023, um ano após a invasão da Ucrânia pela Rússia,copa do nordeste apostasuma aula para marcar o Dia dos Defensores da Pátria.

A aula foi dedicada a aprender "gratidão e respeito" pelos soldados russos.

Tentei questionar a diretora um pouco mais, mas a ligação telefônica caiu abruptamente.

O criminosocopa do nordeste apostasguerra procurado

Crianças ucranianas usando uniforme russo

Crédito, PEREVALSK SPECIAL SCHOOL

Legenda da foto, Crianças ucranianas foram retiradascopa do nordeste apostassuas casas, vestidas com uniformes militares russos e ensinadas um currículo russo

Para a Ucrânia, a história da Escola Especialcopa do nordeste apostasKupyansk é mais uma prova para classificar Vladimir Putin como suspeitocopa do nordeste apostascrimescopa do nordeste apostasguerra.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandadocopa do nordeste apostasprisão contra o presidente da Rússiacopa do nordeste apostasmarço, acusando ele e a Comissária Presidencial para os Direitos das Crianças, Maria Lvova-Belova,copa do nordeste apostasdeportação ilegalcopa do nordeste apostascrianças ucranianas.

A Rússia insiste que seus motivos são puramente humanitários, evacuando crianças para protegê-las do perigo. Altos funcionários desprezam a acusação do TPI, ameaçando até mesmo prisões retaliatórias contra os representantes do tribunal.

O TPI não tornou públicos os detalhes do caso e nem a Ucrânia, mas autoridadescopa do nordeste apostasKiev afirmam que maiscopa do nordeste apostas19 mil crianças foram retiradascopa do nordeste apostasáreas ocupadas desde a invasãocopa do nordeste apostasgrande escala. Entende-se que muitos vieramcopa do nordeste apostasorfanatos e colégios internos.

Investigamos vários casos, incluindocopa do nordeste apostasoutra escola especialcopa do nordeste apostasOleshki, no sul da Ucrânia, e descobrimos que todas as vezes as autoridades russas fizeram o mínimo ou nenhum esforço para localizar os pais dos alunos.

As crianças ucranianas eram frequentemente informadascopa do nordeste apostasque não havia nadacopa do nordeste apostasseu país para onde voltar e eram submetidas,copa do nordeste apostasvários graus, a uma educação russa "patriótica".

Os detalhes e as nuances variam, pois há tanto caos na guerra quanto más intenções.

Mas há também uma ideologia clara e predominante: a Rússia, liderada por Vladimir Putin, declara abertamente que tudo nas áreas ocupadas da Ucrânia é seu, incluindo as crianças.

A históriacopa do nordeste apostasSasha

copa do nordeste apostas Kupyansk, nordeste da Ucrânia

Sashacopa do nordeste apostasentrevista à repórter da BBC
Legenda da foto, Sasha (à direita) disse à BBC que era muito angustiante falar sobre a separaçãocopa do nordeste apostassua mãe

Sasha é um garoto alto e tímido com uma longa franja que ele gostacopa do nordeste apostasalisar, como muitos outros adolescentescopa do nordeste apostassua idade.

A separação forçada da família seria perturbadora para qualquer criança. Para alguém vulnerável, como Sasha, foi uma experiência ainda mais traumática.

Sua mãe, Tetyana Kraynyuk, me disse que ele ainda está retraído, meses depoiscopa do nordeste apostaster voltado para casa. O garotocopa do nordeste apostas15 anos também desenvolveu cabelos grisalhoscopa do nordeste apostastanto estresse.

Eles agora vivem na cidadecopa do nordeste apostasDinklage, no oeste da Alemanha, como refugiados. Depois da escola, Sasha passa a maior parte do dia deitado na cama, jogando no telefone.

Mas ele se lembra muito claramente do momentocopa do nordeste apostasque os soldados russos o levaram embora.

"Para ser honesto, foi assustador", Sasha admitecopa do nordeste apostasvoz baixa, esfregando as mãos para frente e para trás nas coxas. "Eu não sabia para onde eles iriam nos levar."

Quando pergunto sobre a saudade da mãe, ele faz uma longa pausa, diz que é muito angustiante relembrar o tema e pergunta se pode mudarcopa do nordeste apostasassunto.

Antes da guerra, Sasha frequentava a Escola Especial Kupyansk, no nordeste da Ucrânia. Ele passava a semana no local, voltando para casa nos finscopa do nordeste apostassemana.

Mas quando a Rússia invadiu o paíscopa do nordeste apostasfevereirocopa do nordeste apostas2022, grande parte da regiãocopa do nordeste apostasKharkiv foi ocupada e Tetyana decidiu manter o filhocopa do nordeste apostascasa por segurança.

Por voltacopa do nordeste apostassetembro, quando começa o ano escolar na Europa, Moscou passou a insistir que todas as crianças voltassem à escola, agora com um currículo russo.

Uma campanha similar foi organizadacopa do nordeste apostastodas as áreas ocupadas, muitas vezes usando professores da Rússia para substituir os locais, que se recusaram a colaborar.

Tetyana estava relutantecopa do nordeste apostasmandar Sashacopa do nordeste apostasvolta, mas o adolescente parecia entediado depoiscopa do nordeste apostassete meses emcopa do nordeste apostasaldeia. Então,copa do nordeste apostas3copa do nordeste apostassetembro, ela o deixoucopa do nordeste apostasKupyansk.

Dias depois, as forças ucranianas lançaram uma operação relâmpago para retomar a região.

"Ouvimos o barulho a quilômetroscopa do nordeste apostasdistância. Os estrondos. Depois os helicópteros e os disparos. Foi um barulho terrível. Então vi os tanques e a bandeira ucraniana", lembra Tetyana sobre a contra-ofensiva.

Incapazcopa do nordeste apostasentrarcopa do nordeste apostascontato com o filho, ela estava desesperada. "Quando chegamos à escola, só restava o zelador. Ele disse que as crianças haviam sido levadas e ninguém sabia para onde", diz Tetyana.

Tetyana
Legenda da foto, Tetyana passou semanas sem saber o que havia acontecido com seu filho

Um professor viu o que aconteceu naquele dia, quando até 10 soldados russos fortemente armados "invadiram" a escola.

"Eles não se importaramcopa do nordeste apostaspegar nenhum documento ou entrarcopa do nordeste apostascontato com os pais", relatou Mykola Sezonov, quando nos encontramoscopa do nordeste apostasKiev. "Eles apenas enfiaram as criançascopa do nordeste apostasum ônibus com alguns refugiados e foram embora."

Apresentei a ele a defesa da Rússia nesses casos: que o país estava afastando as crianças do perigo.

"Vivi sob a ocupação russa e sei a diferença entre o que eles dizem e o que eu vejo pela janela", foi a resposta do professor.

Por seis semanas, não houve notícias das crianças.

"Eu chorava todos os dias, ligava para a linha direta e dizia que havia perdido meu filho e escrevia para a polícia. Tentamos encontrá-lo por meiocopa do nordeste apostasvoluntários", diz Tetyana.

Passou-se um mês inteiro antes que um amigo visse um vídeo nas redes sociais, datado do iníciocopa do nordeste apostassetembrocopa do nordeste apostas2022. Ele informava que 13 crianças da Escola Especial Kupyansk haviam sido transferidas para o leste, para uma instalação semelhantecopa do nordeste apostasSvatove, ainda sob controle russo.

Quinze dias depois disso, o telefonecopa do nordeste apostasTetyana tocou com uma mensagem: Sasha estavacopa do nordeste apostasuma escola especialcopa do nordeste apostasPerevalsk ecopa do nordeste apostasmãe poderia ligar para falar com ele.

"Ele ficou felizcopa do nordeste apostasme ouvir, é claro. Mas chorou muito", lembra Tetyana sobre o momentocopa do nordeste apostasque conversaram. "Eles disseram a ele que nossa casa havia sido destruída e ele estava com medocopa do nordeste apostasque nós também tivéssemos ido embora."

A comunicação com áreascopa do nordeste apostascombate intenso não é fácil, mas as criançascopa do nordeste apostasKupyansk passaram por três instituições antes que alguém tentasse entrarcopa do nordeste apostascontato com algum parente.

"Ninguém fez nada. Apenascopa do nordeste apostasPerevalsk, e mesmo assim não imediatamente. Acho que eles fizeram issocopa do nordeste apostaspropósito", diz Tetyana.

Mas a luta não acabou aí.

Ela ainda precisava ir buscar Sasha pessoalmente, mas a rota direta até o local cruzava a linhacopa do nordeste apostasfrente da guerra.

Em vez disso, Tetyana viajou pela Polônia e pelo Báltico antescopa do nordeste apostascruzar a pé para a Rússia, onde o Serviçocopa do nordeste apostasSegurança da FSB (órgãocopa do nordeste apostassegurança do Estado) a interrogou sobre os movimentos das tropas ucranianas.

Ela não tinha nada para contar.

"Estava escuro, havia postoscopa do nordeste apostascontrole, homens com balaclavas e armas. Fiquei tão assustada que tomei comprimidos para me acalmar", lembra Tetyana sobre o resto da viagem ao leste da Ucrânia ocupada.

Ela tinha outro motivo para estar com medo. A essa altura, a Rússia estava abertamente tirando criançascopa do nordeste apostaslarescopa do nordeste apostasidososcopa do nordeste apostasáreas ocupadas e colocando-as para viver com famílias russas.

Crianças ucranianas vestindo uniformes militares da Rússia

Crédito, PEREVALSK SPECIAL SCHOOL

Legenda da foto, A Rússia mudou suas leis para facilitar a adoçãocopa do nordeste apostascrianças ucranianas

O canal no Telegram da Comissária Presidencial para os Direitos das Crianças está repletocopa do nordeste apostasvídeoscopa do nordeste apostasque ela aparece escoltando gruposcopa do nordeste apostascrianças ucranianas através da fronteira, onde jovens perplexos são recebidos por pais adotivos russos com presentes e abraços enquanto são filmados.

Enviamos dois pedidoscopa do nordeste apostasentrevista para Maria Lvova-Belova e não obtivemos resposta. Mas a mensagemcopa do nordeste apostastodas as suas postagens é clara: a Rússia é o mocinho na situação que ainda se recusa a chamar o que está ocorrendo na Ucrâniacopa do nordeste apostasguerra. A Rússia afirma estar salvando crianças ucranianas.

Na épocacopa do nordeste apostasque Sasha desapareceucopa do nordeste apostasKupyansk, Vladimir Putin já havia alterado a lei para tornar mais fácil para as crianças ucranianas obterem a cidadania russa e serem adotadas.

No finalcopa do nordeste apostassetembro, ele anunciou a anexaçãocopa do nordeste apostasquatro regiões da Ucrânia, incluindo Luhansk, onde Sasha estava localizado.

Em público e online, Maria Lvova-Belova referiu-se repetidas vezes às crianças daquelas regiões como "nossas". Ela adotou um adolescentecopa do nordeste apostasMariupol, postando fotos com o novo passaporte russo dele.

"Eu temia que, se eles levassem Sasha para a Rússia, eu nunca o encontraria. Eu tinha medocopa do nordeste apostasque ele fosse colocadocopa do nordeste apostasuma família adotiva, simplesmente", Tetyana me conta.

"O que nossos filhos têm a ver com isso? Por que eles fizeram isso conosco? Talvez seja apenas para nos causar dor, como com todo o resto."

Quando ela finalmente chegou a Perevalsk, depoiscopa do nordeste apostasexaustivos cinco dias na estrada, Tetyana abraçou seu filho com força. Sasha não disse uma palavra. Ele apenas choravacopa do nordeste apostasfelicidade.

A históriacopa do nordeste apostasDanylo

copa do nordeste apostas Kherson, sul da Ucrânia

Alla Yatsenyuk
Legenda da foto, A BBC acompanhou Alla Yatsenyuk e um grupocopa do nordeste apostasoutras mães enquanto elas se dirigiam à Rússia para salvar seus filhos

Durante seis meses, Alla Yatsenyuk viveu com a sensaçãocopa do nordeste apostasque uma partecopa do nordeste apostassi mesma estava faltando.

Quando ela enviou seu filhocopa do nordeste apostas13 anos para um acampamento na Crimeia, ela pensou que Danylo iria passar duas semanas perto do mar. Era para ser uma pausa do estresse da guerra: outras criançascopa do nordeste apostasKherson tinham visitado o acampamento e voltaram, então Alla não estava preocupada.

Além disso, a cidade deles estava ocupada desde o início da invasão e,copa do nordeste apostasoutubrocopa do nordeste apostas2022, ela começou a pensar que a Rússia controlaria Kherson para sempre, embora ela não desejasse isso.

Mas dias depoiscopa do nordeste apostasAlla deixar Danylo no acampamento, os funcionários responsáveis por ele anunciaram que as crianças não voltariam. Os russos começaram a se retirarcopa do nordeste apostasKherson. Se os pais das crianças os quisessemcopa do nordeste apostasvolta, eles deveriam vir buscá-los.

Alla implorou à administração regional, mas foi informadacopa do nordeste apostasque só devolveriam as crianças "quando Kherson voltasse a ser russa".

Ela ligou para o Ministério Público na Crimeia, mas eles insistiram que ela mesma deveria ir buscar Danylo.

E assim, durante semanas, Alla continuou prometendo ao filho que iria buscá-lo, mesmo sem saber exatamente como.

A distânciacopa do nordeste apostasKherson a Yevpatoria é curta, mas a rota direta foi fechada pelos militares russos e o caminho mais longo por Zaporizhzhia era muito perigoso. "Havia menoscopa do nordeste apostas5%copa do nordeste apostaschancecopa do nordeste apostaschegar lá e voltar com segurança", disse Alla.

Ela também precisaria juntar cercacopa do nordeste apostasUS$ 1,5 mil (R$ 7,5 mil) para pagar um motorista, bem como tirar seu primeiro passaporte e toda a papelada que os russos exigem para provar seu vínculo com o filho.

Alla já estava começando a se desesperar quando Danylo disse que os funcionárioscopa do nordeste apostasseu acampamento estavam ameaçando colocar as crianças sob custódiacopa do nordeste apostasoutras famílias se os pais não se apressassem.

"As crianças estão nos ligandocopa do nordeste apostaspânico, dizendo que não querem acabarcopa do nordeste apostasoutras casas", conta Alla. "E a Rússia é enorme! Como iríamos encontrá-los?"

Nós nos conhecemos quando ela finalmente partiucopa do nordeste apostasum vagãocopa do nordeste apostastrem cheiocopa do nordeste apostasoutras mães e avós na jornada mais angustiantecopa do nordeste apostassuas vidas.

As mulheres estavam sendo ajudadas por um grupo chamado Salve a Ucrânia, que interveio quando se descobriu que centenascopa do nordeste apostascrianças ucranianas poderiam estar presas.

Algumas delas pertenciam a famílias disfuncionais ou menos abastadas, que tiveram dificuldade para acertar a logística e financiar a viagem. Outros pais estavam hesitantescopa do nordeste apostaslevar os filhoscopa do nordeste apostasvolta para as suas cidades, atacadas constantemente pelos russos.

Mas Alla não podia esperar mais.

"Ainda tenho essa preocupação persistentecopa do nordeste apostasque algo vai dar errado. Não vai passar até que eu tenha meu filho ao meu lado. Só então poderei respirar novamente."

Maiscopa do nordeste apostasuma semana depois, Alla foi uma das últimas mães a cruzar a fronteiracopa do nordeste apostasBelarus,copa do nordeste apostasvolta para a Ucrânia arrastando uma mala e com Danylo ao seu lado, sorrindo.

Danylo
Legenda da foto, Danylo (centro) ao cruzar a fronteira da Bielorrússia para a Ucrânia depoiscopa do nordeste apostasmeses longecopa do nordeste apostascasa

Houve momentoscopa do nordeste apostasque ela pensou que não conseguiria.

A organização Salve a Ucrânia instruiu que as mulheres desligassem seus telefones quando entrassem na Rússia, então os detalhescopa do nordeste apostassua jornada traumática só foram conhecidos pelos demais familiares e amigos quando ela retornou.

"Eles nos mantiveram como gado, separadoscopa do nordeste apostasqualquer outra pessoa. Catorze horas sem água, sem comida, nada", descreveu Alla sobre períodocopa do nordeste apostasque ficou detida pelo serviçocopa do nordeste apostassegurança FSB da Rússiacopa do nordeste apostasum aeroportocopa do nordeste apostasMoscou.

"Eles continuaram nos perguntando que equipamento militar tínhamos visto, verificaram nossos telefones um milhãocopa do nordeste apostasvezes e perguntaram sobre todos os nossos parentes."

As mulheres continuaram a viagemcopa do nordeste apostas24 horas para o sul até a Crimeia. Ao se aproximarem, pararam para descansar e Olha Kutova,copa do nordeste apostas64 anos, deu alguns passos, desmaiou e morreu na beira da estrada. Após dias apertadacopa do nordeste apostasum micro-ônibus,copa do nordeste apostasestadocopa do nordeste apostasestresse, seu coração havia parado.

Agora a Salve a Ucrânia está tentando devolver as cinzascopa do nordeste apostasOlha para a Ucrânia, assim comocopa do nordeste apostasneta.

Eventualmente, Alla chegou ao acampamento.

"No momentocopa do nordeste apostasque vi meu filho correndocopa do nordeste apostasminha direçãocopa do nordeste apostaslágrimas, compensou tudo o que passamos", Alla descreveu sobre seu reencontro com Danylo.

O filho dela me disse que foi "simplesmente brilhante!"

A Salve a Ucrânia conseguiu resgatar 31 crianças naquele dia e várias confirmaram que a equipe do acampamento havia ameaçado colocá-las para adoção, o que as assustou.

Eles falaram sobre serem levadoscopa do nordeste apostasexcursões no início e serem razoavelmente alimentados e vestidos. Mascopa do nordeste apostasterritório controlado pela Rússia, eles foram tratados e ensinados como russos. Quando os inspetores vinhamcopa do nordeste apostasMoscou, os ucranianos tinham que se alinhar ao lado da bandeira russa e cantar o hino russo.

Em outubro, a administração que controla Kherson postou um vídeo no Telegramcopa do nordeste apostasum desses momentos. O hino da Rússia ressoa nos alto-falantes e a bandeira tricolor é hasteada.

Mas, olhando um pouco maiscopa do nordeste apostasperto, fica claro que nenhum dos lábios das crianças está se movendo.

O operador da câmeracopa do nordeste apostasrepente percebe que uma garota está com as mãos sobre os ouvidos para bloquear o som e desvia rapidamente a imagem.

A volta para casa

Algumas semanas após seu retorno, entreicopa do nordeste apostascontato com Allacopa do nordeste apostasKherson por telefone.

"Finalmente tudo acabou, assim que chegamos aqui", ela me diz alegremente.

Danylo e a mãe Allacopa do nordeste apostasum ônibus
Legenda da foto, Danylo finalmente se reencontrou comcopa do nordeste apostasmãe Alla

Alla admite que, no início, sentiu entre a população local um ressentimentocopa do nordeste apostasrelação às mães que enviaram seus filhos a acampamentoscopa do nordeste apostasverão, vistas como "colaboradoras" por mandar as crianças para instalações administradas pelos russos. Mas Alla sente que esse sentimento desapareceu.

Na própria família, Danylo voltou a brigar com o irmão caçula e a estudar online,copa do nordeste apostasucraniano. Mas sem internetcopa do nordeste apostascasa, ela tem que correr para o centro da cidadecopa do nordeste apostasbuscacopa do nordeste apostasWi-Fi para baixar os trabalhos escolares. E isso é arriscado.

Desde que os russos foram forçados a recuar, abandonando Kherson, eles vêm se vingando da cidade do outro lado do rio.

"Eles estão bombardeandocopa do nordeste apostasmanhã à noite", confirma Alla, embora diga quecopa do nordeste apostascasa está relativamente longe das posições russas. Eles não têm planoscopa do nordeste apostaspartir.

Danylo ainda participacopa do nordeste apostasum grupocopa do nordeste apostasmensagens com as outras crianças do acampamento e a maioria que ficou já foi resgatada. Mas ele diz que cinco foram transferidos para um orfanatocopa do nordeste apostasalgum lugar da Rússia.

Alla me enviou uma fotografia do quarto das crianças, com fileirascopa do nordeste apostascamascopa do nordeste apostassolteiro, um tapete barato e uma planta. Não está claro para onde as crianças deixadas para trás serão enviadascopa do nordeste apostasseguida.

As crianças desaparecidas

Na zona rural da Alemanha, Sasha teve tempocopa do nordeste apostasse adaptar à vida e a outra nova escola, mas Tetyana está achando a adaptação um pouco mais difícil.

Em seu apartamento, ela explica que seu filho mais velho ainda está na Ucrânia esperando ser convocado para lutar a qualquer momento. Tetyana não quer nada alémcopa do nordeste apostasir para casa e para o marido, mas Kupyansk está sob fogo pesado novamente.

No finalcopa do nordeste apostasabril, mísseis russos destruíram o museucopa do nordeste apostashistória local, matando duas mulheres. Antes disso, a velha escolacopa do nordeste apostasSasha na cidade foi seriamente danificada quando mísseis caíram nas proximidades.

Oito meses após ele e as outras crianças serem levadoscopa do nordeste apostaslá, cinco ainda permanecemcopa do nordeste apostasterritório controlado pela Rússia. Tatyana Semyonova, a diretora da escola onde foram parar, confirmou a informação.

Sarah Rainsford usando telefone
Legenda da foto, Repórter da BBC Sarah Rainsford conseguiu falar com diretora da escola por telefone

Fiquei surpresa por ela ter concordadocopa do nordeste apostasfalar, mas o número russo que usei deve tê-la confundido. Assim como minhas perguntas.

A diretora alegou que ninguém havia entradocopa do nordeste apostascontato sobre as cinco crianças, o que sabemos não ser verdade, e insistiu que ela os liberaria "imediatamente" assim que seus responsáveis legais viessem buscá-los.

Mas isso é improvável: várias fontes me dizem que as crianças são tratadas como "órfãos sociais", cujos pais ainda estão vivos, mas não podem cuidar deles.

Quando perguntei por que a Rússia poderia levar crianças sem permissão da Ucrânia, mas exigir uma papelada para devolvê-las, Tatyana Semyonova foi curta na resposta.

"O que isso tem a ver comigo? Eu não os trouxe aqui."

No site da escola que ela comandacopa do nordeste apostasPerevalsk, Sasha identificou mais duas das crianças desaparecidascopa do nordeste apostasKupyansk entre as fotos disponíveis: Sofiya e Mikita,copa do nordeste apostas12 anos, estão fantasiadas e enfileiradoscopa do nordeste apostashomenagem ao Exército russo.

Pergunto à mãecopa do nordeste apostasSasha o que ela acha do mandadocopa do nordeste apostasprisão emitido para o presidente da Rússia.

"Não apenas Putin, mas todo o seu pessoal — todos os comandantes — deveriam ser julgados pelo que fizeram com as crianças", responde Tetyana Kraynyuk, sem hesitar.

"Que direito eles tinham [de levar as crianças]? Como esperavam que fôssemos recuperá-las? Eles simplesmente não se importam."

Produçãocopa do nordeste apostasMariana Matveichuk

Fotoscopa do nordeste apostasMatthew Goddard e Sarah Rainsford

- Este texto foi publicadocopa do nordeste apostashttp://vesser.net/articles/clwdlwg917vo