Bolsonaro sabia? O que ex-presidente deve explicar à PF sobre suspeitagambeta10 casinofraudegambeta10 casinocartãogambeta10 casinovacina :gambeta10 casino

Para a PF, registros no aplicativo ConecteSus — sistema do Ministério da Saúde que emite o certificadogambeta10 casinovacinação —gambeta10 casinoque a conta associada ao ex-presidente foi acessadagambeta10 casinodentro do Palácio do Planalto por seu ex-ajudantegambeta10 casinoordens para a emissãogambeta10 casinocomprovantes falsos reforçaria a hipótese que Bolsonaro sabia da falsificação.

Se uma eventual participaçãogambeta10 casinoBolsonaro for comprovada, ele poderá responder pelo crimegambeta10 casinoinserçãogambeta10 casinodados falsosgambeta10 casinosistemasgambeta10 casinoinformação, que tem penagambeta10 casinoaté 12 anosgambeta10 casinoprisão e multa.

Outro ponto central que a PF investiga e que deve ser tratado no depoimento é se os certificados falsos foram usados por Bolsonarogambeta10 casinoalguma ocasião. A falsificação do documento para entrar nos Estados Unidos pode configurar crime federal naquele país, com penagambeta10 casinoaté dez anosgambeta10 casinoprisão.

O advogado criminalista Celso Vilardi, professor da Fundação Getúlio Vargas, avalia que há indícios fortes que justificam investigar eventual participaçãogambeta10 casinoBolsonaro.

“Neste momento da investigação, evidentemente que não é possível descartar que ele esteja envolvido nessa trama. Afinal, ele é o principal beneficiário e (segundo a investigação da PF) tudo foi feito dentro do Palácio do Planalto, com seus assessores mais próximos", diz à BBC News Brasil.

O que diz Bolsonaro

É a terceira vezgambeta10 casinomenosgambeta10 casinodois meses que Bolsonaro presta esclarecimentos à PF. Em abril, ele depôs sobre joias recebidas da Arábia Saudita e não declaradas à Receita Federal e sobregambeta10 casinosuposta influência nos ataques antidemocráticosgambeta10 casino8gambeta10 casinojaneiro.

No caso do certificadogambeta10 casinovacinação, o ex-presidente chegou a ser convocado a depor no dia 3gambeta10 casinomaio, quando a PF realizou uma açãogambeta10 casinobusca e apreensão emgambeta10 casinoresidência, mas não quis falar à polícia naquele momento porque, segundogambeta10 casinodefesa, os advogados ainda não tinham tido acesso aos autos.

Questionado por jornalistas ao sairgambeta10 casinosua casagambeta10 casinoBrasília sobre as suspeitasgambeta10 casinoadulteração nos cartõesgambeta10 casinovacina, Bolsonaro disse que "não tem nada disso".

"Havia gente que me pressionava para tomar a vacina, e eu não tomei. Não tomei porque li a bula da Pfizer. Não tem nada disso. Se eu tivesse que entrar (nos EUA) e apresentar o cartão vocês estariam sabendo", disse.

A Constituição Federal garante o direitogambeta10 casinoinvestigados não prestarem depoimento, ao estabelecer que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

A expectativa, porém, é que dessa vez o ex-presidente deve falar à PF para tentar se defender das acusações.

Uma possibilidade é que ele repita que desconheceria a suposta falsificação e atribua qualquer crime a uma iniciativa autônomagambeta10 casinoseus subordinados.

A BBC News Brasil tentou contato com Bernardo Fenelon, um dos advogadosgambeta10 casinoMauro Cid, mas não teve retorno. À CNN Brasil, a defesa do ex-ajudantegambeta10 casinoordens disse que “todas as manifestações defensivas serão feitas nos autos do processo”.

O que diz a Polícia Federal

Para a PF, alguns elementos indicam que Bolsonaro sabia da falsificação.

A investigação mostrou que os certificadosgambeta10 casinovacinação para Bolsonaro foram emitidos quatro vezes entre dezembrogambeta10 casino2022 e março deste ano, por meio do aplicativo ConecteSUS, e que isso foi feitogambeta10 casinoum computadorgambeta10 casinodentro do Palácio do Planalto e do celulargambeta10 casinoMauro Cid.

A apuração apontou ainda que era Cid que administrava o acessogambeta10 casinoBolsonaro ao ConecteSUS, já que a conta do presidente estava associada a um email do ex-ajudantegambeta10 casinoordens.

No relatório apresentado ao STF, a PF avalia que “os elementos informativos colhidos demonstraram coerência lógica e temporal desde a inserção dos dados falsos no sistema SI-PNI até a geração dos certificadosgambeta10 casinovacinação contra a Covid-19”. Para o órgão, isso indica que Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Cid “tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dadosgambeta10 casinovacinação, se quedando inertesgambeta10 casinorelação a tais fatos até o presente momento".

Certificados foram usados?

A PF tenta ainda esclarecer se os certificados falsos que teriam sido emitidos foramgambeta10 casinofato utilizados por Bolsonaro egambeta10 casinofilha.

Pessoas com passaporte diplomático, como era o caso do ex-presidente durante seu mandato presidencial, são liberadasgambeta10 casinocumprir essa exigênciagambeta10 casinoviagens oficiais. Da mesma forma,gambeta10 casinofilha, por ser menorgambeta10 casinoidade, também estaria isenta, segundo as regras americanas.

Em janeiro, Bolsonaro solicitou um vistogambeta10 casinoturista para permanecer nos Estados Unidos. A BBC News Brasil questionou a embaixada americana no Brasil se havia exigênciagambeta10 casinocomprovantegambeta10 casinovacinação quando foi solicitado o visto, mas não obteve retorno esclarecendo a questão.

Alémgambeta10 casinoquestionar Bolsonaro no depoimento, é possível que a PF ou a Procuradoria-Geral da República busque apurar essa informação diretamente com os Estados Unidos.

Segundo o advogado especialistagambeta10 casinocooperação internacional Yuri Sahione, esses órgãos podem solicitar ao Departamentogambeta10 casinoJustiça americano essa informação, já que os dois países assinaramgambeta10 casino2001 um tratado bilateral para colaboraçãogambeta10 casinoinvestigações criminais.

“O governo americano vai analisar se atende ou não o pedido e, se entender que pode atender, vai mandar a informação”, explica Sahione.

Entenda o caso

A PF fez no início do mês uma operação contra Bolsonaro e pessoas do seu entorno, autorizada pelo ministro Alexandregambeta10 casinoMoraes, do Supremo Tribunal Federal. Foram realizadas buscas na casa do ex-presidente, que teve o celular apreendido. A PF cumpriu também seis mandadosgambeta10 casinoprisão.

O grupo é suspeitogambeta10 casinoter inserido dados falsosgambeta10 casinovacinação contra a covid-19 no sistema do Ministério da Saúde para forjar os certificadosgambeta10 casinovacinaçãogambeta10 casinoBolsonaro e dagambeta10 casinofilha;gambeta10 casinoMauro Cid, dagambeta10 casinomulher egambeta10 casinotrês filhas do casal (duas menoresgambeta10 casinoidade); egambeta10 casinomais dois assessores do ex-presidente.

Supostamente, a finalidade das falsificações seria viabilizar a entrada dessas pessoas nos Estados Unidos, país que até 12gambeta10 casinomaio exigia esse documento para entradagambeta10 casinoseu território (salvo exceções, como viagensgambeta10 casinoautoridadesgambeta10 casinomissão oficial).

Segundo a PF, a inserção dos dados falsos foi realizada por meio da Prefeitura na cidadegambeta10 casinoDuquegambeta10 casinoCaxias (RJ). No casogambeta10 casinoBolsonaro, foram colocadas no sistema informaçõesgambeta10 casinoque o ex-presidente teria sido vacinado naquele município com doses da Pfizergambeta10 casino13gambeta10 casinoagosto e 14gambeta10 casinooutubro do ano passado.

No entanto, o relatório da PF diz que não há qualquer comprovação que o presidente tenha estadogambeta10 casinoDuquegambeta10 casinoCaxias no dia 13gambeta10 casinoagosto, quando cumpriu agenda no município do Riogambeta10 casinoJaneiro.

Já no dia 14gambeta10 casinooutubro, Bolsonaro teve agenda curtagambeta10 casinoDuquegambeta10 casinoCaxias, sem registrogambeta10 casinoque tenha sido vacinado nessa data, apontou a investigação.

Também não há evidênciasgambeta10 casinoque a filhagambeta10 casinoBolsonaro estivesse naquele município nas datasgambeta10 casinoque teria sido vacinada (24gambeta10 casinojulho e 13gambeta10 casinoagostogambeta10 casino2022), segundo as informações suspeitas registradas no sistema do Ministério da Saúde.

Além disso, a filhagambeta10 casinoBolsonaro morava na época com seus paisgambeta10 casinoBrasília, aponta a PFgambeta10 casinoum relatório, e, por isso, "não faria sentido" ela ter ido até Duquegambeta10 casinoCaxias para se vacinar.

O delegado do caso, Fábio Shor, destacou ainda como evidênciagambeta10 casinofraude o grande tempo transcorrido entre a suposta vacinaçãogambeta10 casinoBolsonaro egambeta10 casinofilha e o registro da aplicação das doses no sistema, realizadagambeta10 casino21gambeta10 casinodezembro.