'Privilégio'zebet s ointmentLula a evangélicos no passado favoreceu 'fundamentalismo', diz líder do Conselhozebet s ointmentIgrejas Cristãs :zebet s ointment
Silas Malafaia, pastor da Assembleiazebet s ointmentDeus Vitóriazebet s ointmentCristo e forte apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), integrou o conselho no primeiro mandatozebet s ointmentLula.
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Mas, segundo a pastora Romi Bencke, que é secretária-geral Conselho Nacionalzebet s ointmentIgrejas Cristãs, o espaço que Lula e depois Dilma Rousseff garantiram a lideranças cristãs conservadoraszebet s ointmentseus primeiros mandatos ajudou a expandir o que chamazebet s ointmentmovimentos religiosos "fundamentalistas" e antidemocráticos.
"O rostozebet s ointmentcristianismo no Brasil está cada vez mais fundamentalista. E esse é o grande debate: como é que a gente vai enfrentar esse fundamentalismo? Não é garantindo presença na participação do Conselhão ouzebet s ointmentoutros espaçoszebet s ointmentgoverno. Isso não vai resolverzebet s ointmentnada", avalia.
O Conselho Nacionalzebet s ointmentIgrejas Cristãs, liderado por Bencke, reúne igejas e organizações católicas e protestantes, como a Associaçãozebet s ointmentBatistas do Brasil e a Confederação dos Bispos do Brasil (CNBB).
Espaço no governo
Bencke cita como exemploszebet s ointment"privilégios" a igrejas evangélicas concessõeszebet s ointmentemissoraszebet s ointmentrádio e TV a grupos neopentecostais, a manutençãozebet s ointmentbenefícios fiscais a igrejas, e o espaço concedido a lideranças neopentecostais nos primeiros governoszebet s ointmentLula e Dilma.
No governo Lula, por exemplo, foi assinada a concessão da Record News, segundo canal aberto ligado ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal. E o presidente fez questãozebet s ointmentcomparecer ao lançamento da emissora,zebet s ointment2007, com a presençazebet s ointmentMacedo e outras lideranças evangélicas.
Já Dilma Rousseff chegou a nomear o bispo Marcelo Crivella, também da Igreja Universal, como seu ministro da Pescazebet s ointment2012.
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"Eu acho que os dois governos Lula anteriores e depois um pedacinho do governo Dilma ofereceram muitas concessões a determinados segmentos do que hoje a gente chamazebet s ointmentevangélicos", diz.
"E isso não tem contribuídozebet s ointmentnada. Por que? Porque só foi aprofundando essa dimensão fundamentalista do cristianismo."
Bencke diz que a facilidade com que grupos religiosos passaram a controlar rádios comerciais e comunitárias nos últimos anos favoreceu a expansãozebet s ointmentum discurso conservador que, depois, encontrou eco no governo Bolsonaro.
"Toda a concessão das rádios comunitárias nos governos Lula e governos anteriores, que acabaram indo parar nas mãoszebet s ointmentgrupos evangélicos, fortaleceu uma cadeiazebet s ointmentcomunicação religiosazebet s ointmentcaráter cristão que não é fundamentada nos direitos humanos e no direito à igualdade entre homens e mulheres."
A pesquisadora Olivia Bandeira, do Laboratóriozebet s ointmentAntropologia da Religião, da Unicamp, diz que,zebet s ointmentfato, o espaço dado a igrejas evangélicas nos governos Lula 1 e 2, e o início do governo Dilma, fortaleceram grupos neopentecostais que, depois, acabaram aderindo ao governozebet s ointmentJair Bolsonaro.
"O governo Lula fez alianças com esses grupos religiosos neopentecostais e essas alianças ajudaram a fortalecer esses grupos, sim", disse Bandeira, que também é coordenadora executiva do coletivozebet s ointmentcomunicação Intervozes.
Mas ela destaca que o processozebet s ointmentcrescimento da influência política dos evangélicos havia começado décadas anteszebet s ointmentLula assumir o poderzebet s ointment2003.
Legislações que favoreceram igrejas já existiam antes do governo Lula, como a lei que prevê isenção fiscal a temploszebet s ointmentqualquer culto.
Além disso, já havia o movimentozebet s ointmentobter concessõeszebet s ointmentrádio e TV por parte dos neopentecostais — A Record TV, por exemplo, foi adquirida pelo Bispo Edir Macedo no final da décadazebet s ointment1980.
"O que o governo Lula e Dilma fizeram foi seguir dando essas concessões aos religiosos. Não tem mudança na legislação específica para favorecer os religiosos, mas tem, sim, um apoio à concessãozebet s ointmenttrocazebet s ointmentuma base aliada. E vários religiosos fizeram parte do governo Lula e Dilma", diz Bandeira.
A BBC News Brasil enviou email à Secretariazebet s ointmentComunicação da Presidência e aguarda retorno.
Desta vez, presença evangélica é menor
Agora, no governo Lula 3, lideranças neopentecostais afirmam que não estão recebendo o mesmo tipozebet s ointmentespaço. E há divergência sobre se essa é a melhor estratégia.
O pastor neopentecostal Paulo Marcelo Schallenberger, que apoiou Lula na eleição passada, diz que a ausênciazebet s ointmentuma estratégiazebet s ointmentcomunicação com o público evangélico pode acabar distanciando ainda mais esse segmento, empurrando-o para o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados.
Ele tem uma visão diferente do da pastora Romi Bencke e critica a ausênciazebet s ointmentlideranças evangélicas no Conselhão.
"A presidente Dilma teve na última eleição dela,zebet s ointment2016, 16 milhõeszebet s ointmentvotos evangélicos. Haddad teve 10 milhõeszebet s ointment2018. O presidente Lula agora teve 7 milhões. E no ano que vem tem eleições municipais", destacou Schallenberger à BBC News Brasil.
"Então, eu penso que, se o PT e a esquerda desejam realmente ter uma participação nesse aglomeradozebet s ointmentbrasileiros e brasileiras, precisa ser feito algo urgentemente."
À BBC News Brasil, a Secretariazebet s ointmentRelações Institucionais da Presidência, que coordena o Conselhão, disse que o processozebet s ointmentescolha dos conselheiros do grupo "levouzebet s ointmentconta a consideraçãozebet s ointmentlideranças dos mais diversos setores da sociedade, com foco na promoção do desenvolvimento econômico, social e sustentável do Brasil."
"Os convites não contemplaram entidadeszebet s ointmentrepresentação religiosazebet s ointmentnenhuma crença – e não apenas evangélicas. Os representantes do colegiado foram convidados por causa da atuaçãozebet s ointmentcada um deleszebet s ointmentcampos distintos, e não pelazebet s ointmentopção religiosa", completou a SRI, na nota enviada à BBC News Brasil.
Durante a campanha eleitoral para a Presidência, Lula sofreu oposiçãozebet s ointmentlíderes evangélicos que nos anos 2000 apoiaram seus governos, incluindo Silas Malafaia da Assembleiazebet s ointmentDeus Vitóriazebet s ointmentCristo e Edir Macedo, da Igreja Universal.
A difusãozebet s ointmentnotícias falsas sobre a possibilidadezebet s ointmentfechamentozebet s ointmentigrejas e perseguições caso o petista fosse eleito foi usada como instrumentozebet s ointmentcampanha por apoiadoreszebet s ointmentBolsonaro.
Lula venceu a eleição por uma margem apertada,zebet s ointmentmenoszebet s ointment2%, e várias lideranças evangélicas esperavam que o governo fosse adotar uma estratégiazebet s ointmentaproximação com setores neopentecostais, o que não ocorreu.
Enquanto isso, pesquisas indicam que a popularidadezebet s ointmentLula entre evangélicos está caindo. Levantamento da Genial/Qaest divulgadozebet s ointmentabril mostrou que 36% dos eleitores aprovam o governo Lula, uma quedazebet s ointmentquatro pontos percentuaiszebet s ointmentrelação à pesquisazebet s ointmentfevereiro, quando a aprovação erazebet s ointment40%.
Entre evangélicos, a avaliação positiva é bem menor: 27% aprovam o governo, enquanto 39% o avaliam negativamente. Neste caso, houve piora ainda mais acentuadazebet s ointmentuma pesquisa para outra. Em fevereiro, 30% dos evangélicos avaliavam o governo negativamente.
"Eu acho que tem que isolar os líderes evangélicos ideológicos, mas tem que haver uma comunicação diretamente com a população evangélica. Primeiro, precisamos combater a desinformação. E, segundo, trazer políticas públicas para essas comunidades", defende o pastor Schallenberger.
"O governo precisazebet s ointmentalguém que falezebet s ointmentseu nome, mas que saiba usar a linguagem evangélica para ir destruindo e desmistificando todos os diálogos que estão sendo feitos sobre aborto e fechamentozebet s ointmentigrejas."
Schallenberger, que foi pastor da Assembleiazebet s ointmentDeus e hoje está na Igreja Batista, chegou a se reunir com Lula na campanha e apresentar um plano para ampliar o contato do presidente com evangélicos.
Na época, foi divulgado que ele faria um podcast com Lula para falar sobre questões importantes ao público cristão. Mas setores do PT foram contra e o projeto acabou não sendo implementado.
"Houve uma paralisação a respeito (de projetos para se comunicar com evangélicos) e agora esse Conselhão (sem integrantes evangélicos). Eu vejo que ainda existem pessoas lá dentro do governo que estão indo contra", avalia.
"Você deixazebet s ointmentfalar com milhõeszebet s ointmenteleitores. Se você fica progressista demais, você não entra no mundo alcançado pelo bolsonarismo. Daqui a quatro anos tem eleição novamente e você pode perder sem o apoio evangélico."
'Fórum adequado para evangélicos não é esse'
Já a pastora Romi Bencke diz que o fórum adequado para ter lideranças religiosas não é Conselhão e a solução também não passa por indicar evangélicos para cargos ou firmar alianças com lideranças neopentecostais.
Para ela, o governo deveria recriar o Conselhozebet s ointmentDiversidade Religiosa, que existia nos primeiros mandatoszebet s ointmentLula e era ligado à Secretariazebet s ointmentDireitos Humanos.
Esse conselho, que foi extinto no governo Bolsonaro, reunia representanteszebet s ointmentdiferentes religiões existentes no Brasil.
"Eu particularmente não vejo problema nenhum (na ausênciazebet s ointmentevangélicos no Conselhão), porque se a gente defende a laicidade do Estado, eu penso que não tem porque priorizar e privilegiar um grupo religioso específico", disse.
"Se você vai por esse critério,zebet s ointmentter que ter participação evangélica, você vai ter que trazer a comunidade Bahai, tem que trazer muçulmano, tem que trazer terreiro, tem que trazer budismo, vai virar um conselheiro religioso, o que não é o objetivo."