Os principais pontostensão que Joe Biden e Xi Jinping devem debateraguardado encontro:

Xi Jinping e Joe Bidenpéfrente a bandeiras, com sorrisos contidos

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Os presidentes Xi Jinping e Joe Biden se encontraram pela última vez na cúpula do G20novembro2022

No ano passado, houve também uma visita da então presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan — o que levou a China a interromper a comunicação com os militares americanos.

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Biden está “determinado” a restaurar esses canais, dizem autoridades americanas, mas a China parece “relutante”fazê-lo.

“Esta não é a relaçãocinco ou dez anos atrás. Não estamos falandouma longa listaresultados”, disse uma fonte do governo americano.

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“Os objetivos aqui [do encontro] são realmente gerenciar a competição e prevenir o lado negativo do risco –conflito, e garantir que os canaiscomunicação estejam abertos”.

A reunião bilateral Biden-Xi acontecerá durante a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que acontece na cidade americanaSan Francisco11 a 17novembro. Antes, eles haviam se encontradonovembro do ano passado, na cúpula do G20.

É provável que Taiwan esteja no topo da listaassuntos que a China terá interessediscutir. O país reivindica soberania sobre a ilha autogovernada, que deverá realizar eleições no início do próximo ano.

Xi poderá pedir garantias adicionaisque os EUA não apoiam a independênciaTaiwan. Enquanto isso, Biden deverá ressaltar as preocupações americanas sobre as atividades militaresPequimtornoTaiwan,acordo com um alto funcionário do governo.

Haverá também discussões sobre as restrições dos EUA às exportaçõestecnologia para a China e as reivindicações territoriaisPequim nos mares do Sul da China e do Leste da China.

Para além destas divergências fundamentais sobre comércio e concorrência, o pedido mais urgenteBiden será que a China contenha o Irã — utilizando a influência que Pequim tem para alertar contra a escalada da violência no Oriente Médioreação à guerra Israel-Hamas.

Os analistas prevêem que a cúpula poderá trazer conquistas modestas para a relação bilateral — talvez a restauração das comunicações militares e a restrição do fluxofentanil fabricado na China.

Mas nenhum dos lados espera quaisquer avanços que possam repaginar o relacionamento: trata-segeri-lo e estabilizá-lo.

Fumaça e restobalão no céu azul

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Balão abatido na costa americana; assunto abalou a relação China e EUA esse ano

Os chineses culpam Washington pela deterioração das relações.

Xi deixou isso claromarço, quando acusou os EUA"cercar, conter e suprimir a China", lembra Jude Blanchett, do CentroEstudos Estratégicos e Internacionais.

E embora o embaixador da China nos EUA, Xie Feng, tenha recentemente exaltado medidas positivas que podem melhorar os laços, ele também sublinhou a importância das garantias.

Pequim quer se certificar “que os EUA não buscam mudar o sistema da China, não procuram uma nova Guerra Fria, não apoiam a independênciaTaiwan e não têm intençãoprocurar a dissociação da China”, disse ele no FórumHong Kong sobre as relações EUA-China.

O governo Biden diz que está a tentando se contrapor ao comportamento agressivo chinês que desrespeitaria as normas internacionais.

Mas a Casa Branca tem trabalhado arduamente para aliviar as tensões após a crise dos balões. Três membros do gabinete foram enviados para Pequim desde junho, incluindo o secretárioEstado, Antony Blinken.

Blinken havia cancelado abruptamente uma visita planejadafevereiro, dizendo que a decisão da Chinasobrevoar os EUA com o balão era "inaceitável e irresponsável".

Mas quando a viagem finalmente foi realizada, ele teve o que descreveu como “uma conversa substancial” com Xi. O encontro na cúpulaagora é resultado desta diplomacia.

Autoridades americanas dizem que os seus diplomatas têm citado a importância do restabelecimento do diálogo militar"quase todas as conversas" com os chineses, mas ainda sem sucesso.

O incidente do balão espião “aparece com frequência” quando se discute o bloqueio das comunicações, disse uma autoridade.

Vários meioscomunicação dos EUA relataram que, apósreunião com Biden, Xi participaráum jantar privado com executivos americanosSan Francisco.

Por US$ 40 mil (R$ 196 mil), os convidados podem sentar-se à mesa com o presidente chinês, segundo o jornal New York Times. Os ingressos custam a partirUS$ 2 mil (R$ 9,8 mil) por pessoa.

Um porta-voz do Comitê NacionalRelações EUA-China, um dos organizadores do jantar, disse à BBC que há um evento planejado com uma autoridade chinesa “extremamente sênior”, embora não tenha confirmado se era Xi.

Antes da reunião Xi-Biden, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, também manteve conversas sobre a cooperação econômica entre os dois países com o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng.

Na véspera do encontro, o jornal estatal chinês Global Times escreveu um editorial que atribuía a Biden a responsabilidade“superar e eliminar perturbações” entre a China e os EUA.

“Há uma força obscuraWashington que está minando as relações EUA-China, e quanto mais crítico o momento, mais ativos eles se tornam”, disse o editorial8novembro.

*Colaboraram Robert Plummer,Londres, e Brandon Drenon,Washington.