Os gaúchos que perderam tudo pela segunda vezgratis free betseis meses: 'Vou embora, não tenho mais o que fazer aqui':gratis free bet

"De uns anos para cá as enchentes começaram a aumentar. Na vez passada bateu na parede, desta vez chegou ao teto. Não consegui tirar nada. Agora estava finalmente comprando as coisas que perdi na enchente passada, geladeira, impressora…", conta a moradora.

Embora a casa da corretora não seja na beira do rio, mas sim na região central da cidade, a família inteira está desabrigada.

"Meu filho foi resgatado na quarta-feira à tarde comgratis free betesposa e mais 2 cachorros por civis voluntários, estavam a noite toda no telhado".

Quando perguntado o que faria daqui para frente, Câmara afirma que vai embora da cidade, pois, alémgratis free betperder tudo, a corretora afirma que não há linhasgratis free betcrédito para financiamentogratis free betáreas alagadas e ninguém mais quer investir na cidade.

"Já não fui embora da última vez. Agora vou para Porto Alegre, não tenho mais o que fazer aqui".

Comunidadesgratis free betxeque

"Queria convencer as pessoas a ficarem no Vale do Caí, a não desistir", disse a comerciante Fabiana Sussenbach à BBC News Brasil.

Ela explica que muitas pessoas já deixaram a regiãogratis free betnovembro do ano passado e que seu pet shop – o qual construiugratis free bet2023 – foi destruído nas enchentes desta semana.

"Na vez passada foi 90cmgratis free betágua, agora, 2 metros. Não tenho nem noção do estrago porque não consigo chegar ao local", reflete ela.

Sussenbach comenta que a sensação é um mistogratis free bettristeza e indignação, pois "já são anosgratis free betenchente e nada foi feito, nós comerciantes não temos ajuda para nos reerguer. Vim para cá porque amo essa cidade, queria um lugar tranquilo para criar meu filho, ter meu comércio. Não sei se vou conseguir reabrir".

Assim comogratis free betSão Sebastião do Caí, o prefeitogratis free betMuçum, Mateus Trojan, afirma que é difícil a permanência da comunidade no município.

Isso porque a cidade já havia sido afetada três vezes durante 2023 – a primeiragratis free betjunho, que vitimou 16 pessoas no estado; gratis free betsetembro, quando 53 pessoas morreramgratis free betdecorrência da passagemgratis free betum ciclone extratropical; egratis free betnovembro, quando maisgratis free bet700 mil pessoas foram afetadas por chuvas torrenciais.

Porém, Trojan afirma que nunca viu nada igual ao que está acontecendo desta vez: além das fortes chuvas houve pontos nunca antes alagados e deslizamentosgratis free betterra no município, fazendo com que a cidade ficasse ilhadagratis free betmeio a tragédia.

Um trecho da RS 129, que liga Muçum a Vespasiano Corrêa, cedeu e bloqueia por completo o acesso ao município.“Situação caótica e se agravando”, define o prefeito.

Segundo dados do Serviço Geológico do Brasil, a medição do nível do Rio Taquari na cidade ultrapassou a marcagratis free bet24 metros por volta das 16h do dia 01gratis free betmaio. Foram 67 centímetros no intervalogratis free betuma hora. A cotagratis free betinundação na cidade égratis free bet18 metros

"Estamos quase incomunicáveis. Precisamgratis free betmantimentos, mas há muita dificuldadegratis free betauxílio externo", desabafa Trojan.

Nas redes sociais, o governador do estado, Eduardo Leite, chegou a comparar as chuvas no Estado a um cenáriogratis free betguerra. "Precisamos da participação efetiva e integral das Forças Armadas na coordenação deste momento, que é como ogratis free betuma guerra. Não temos um inimigo para ser combatido, mas temos muitos obstáculos", escreveugratis free betpublicação no X (antigo Twitter).

Leite também citou diferenças entre os temporaisgratis free betsetembro e novembrogratis free bet2023 e os que acontecem agora. Ele disse que nos eventos climáticos do ano passado foi possível viabilizar o usogratis free betaeronaves já no dia seguinte para providenciar os resgates.

Na casa do prefeito e da maioria dos residentesgratis free betMuçum não há água, luz e telefone. "Nossa gestão passa pelo quarto evento climáticogratis free betmenosgratis free betum ano. É difícil argumentar a permanência da população. As pessoas estavam finalmente se recuperando do desastregratis free betnovembrogratis free bet2023, reformando as casas, e aconteceu issogratis free betnovo", comenta.

População idosa corre mais risco

A corretora Zoraia Câmara tem maisgratis free bet60 anos, mas tanto ela comogratis free betmãe,gratis free bet90, estão abrigadas na casagratis free betparentes.

Com a situação das enchentes, a população mais vulnerável para riscogratis free bethipotermia são os idosos.

A queda da temperatura do corpo pode resultargratis free betgraves problemasgratis free betsaúde como um ataque cardíaco,gratis free betuma lesão hepática ou morte, segundo a Sociedade Brasileiragratis free betGeriatria e Gerontologia (SBGG).

Além disso, o estado do Rio Grande do Sul foi o que teve o maior aumento da populaçãogratis free betidosos nos últimos 10 anos,gratis free betacordo com o Censo 2022 do Instituto Brasileirogratis free betGeografia e Estatística (IBGE). A população total do estado égratis free bet10.882.965, sendo 14,1% acima dos 60 anos.

O boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul atualizado na manhã desta sexta-feira (03) confirmou 31 pessoas mortas, 56 feridas e 74 desaparecidasgratis free bettodo o estado.

Gilberto Laubim, ex-funcionário da defesa civil da região do Vale do Caí, diz ajudar os moradores como pode.

"Não acho, tenho certeza que essa chuva foi muito pior do que as do ano passado. Há muitos idosos sendo resgatados e tendo dificuldadegratis free betsair das suas casas", fala.

Hoje aposentado, Laubim precisou dormirgratis free betuma caminhonete no primeiro diagratis free betchuva, poisgratis free betcasa está com água até as janelas.

"Acredito que vamos embora. Já foi difícil se recuperar do ano passado, não quero ter que passar por issogratis free betvolta daqui a dois ou três meses".