Como briga por fatiamelancia levou à primeira intervenção dos EUA no Panamá:
"Cuidado, aqui não estamos nos Estados Unidos", respondeu o panamenho ao insulto fácilOliver, que se recusou a pagar cerca5 centavosdólar pela fatiamelancia que comeu.
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Mas o que poderia ter sido um confrontorua irrelevante foi, na verdade, o reflexouma situação socialebulição.
"É preciso entender que o significado mais profundo do incidente da fatiamelancia é a manifestaçãoum primeiro movimento para dignificar um povo humilhado. Isso é o mais importante", explica à BBC News Mundo, o serviçoespanhol da BBC, Hermann Güendel, especialistaestudos latino-americanos da Universidade Nacional da Costa Rica e autoruma análise sobre o assunto.
A revolta desencadeada durou três dias, resultando na morte16 americanos e dois panamenhos, alémalgumas dezenasferidosambos os lados.
Mas daquele momentodiante, o chamado "incidente da fatiamelancia" foi capitalizado por Washington para iniciar uma ocupação da passagem estratégica entre o Pacífico e o Atlântico no futuro Canal do Panamá.
O que aconteceu antes do incidente?
Desde a década1840, os Estados Unidos tiveram uma presença estratégica no Istmo do Panamá, onde o rio Chagas era a passagem para atravessar do Pacífico ao Atlântico sem a necessidadecontornar todo o continente.
Os EUA assinaram o Tratado Mallarino-Bidlack com Nova Granada (que incluía Colômbia, Venezuela, Equador e Panamá)1846, garantindo a seus cidadãos e interesses econômicos um tratamento privilegiado ao passar pelo istmo.
"Em princípio, isso parecia à população panamenha naquela época uma oportunidadeouro para o crescimento econômico. Eles esperavam transporte, hospedagem, comida. Mas o fato foi que rapidamente tudo isso ficou nas mãos dos próprios americanos", explica Güendel.
A rotatrem da empresa Panama Canal Railway substituiu as viagensbarcos panamenhos. Os albergues e refeitórios que estavam abrindo nas cidadesColón e Cidade do Panamá também ficaram nas mãos dos americanos.
Além disso, os panamenhos começaram a notar atitudes arrogantes dos americanos, que se escondiam atrás do tratado1846 para agir com muitas liberdades.
"Nos EUA já se desenvolvia a filosofia do Destino Manifesto, pela qual eles são considerados os responsáveis por trazer a civilização para a América", diz Güendel.
"Quando os americanos chegam, eles trazem essa concepção do mundo, da América Latina, e isso os levou a um tratamento arrogante e debochado da população,suas leis e das autoridadesNova Granada", acrescenta.
Como ocorreu a briga?
Em 15abril1856, entre os viajantes americanos que chegaram ao Panamá estava Jack Oliver.
O homem estava acompanhado por outros flibusteiros. Era comum que alguns deles "aproveitassemcurta estada para satisfazer seus vícioscasasjogo e tabernas", como descreveu o historiador Juan Bautista Sosaseu livro Compêndio da história do Panamá (1911).
Em aparente estadoembriaguez, Oliver foi até a barracaJosé Manuel Luna e pegou um pedaçomelancia.
Depoiscomê-lo pela metade, jogou-o no chão e, ao tentar sair, o vendedor exigiu o pagamento. Mas Oliver recuou e ergueu a arma. Luna pegou uma facasua barraca, conta Sosa.
Um colegaOliver optou por pagar pela fatiamelancia, o que acabaria com o problema. Mas um homem, identificado como Miguel Abraham, aproveitou o momento para roubar a pistolaOliver, o que deu início a uma perseguição por parte dos americanos.
"Eles perseguiram o ladrão dando tiros", relata Sosa. Percebendo isso, os panamenhos próximos se envolveram na defesaAbraham e Luna e a briga virou generalizada. O confronto avançou na direção da estaçãotrem, onde Oliver se entrincheirou.
Coincidentemente, chegava um trem com mais900 passageiros, entre homens, mulheres e crianças.
A guarda panamenha entrouação por ordem do governador FranciscoFábrega. Eles abriram fogo para repelir os tiros vindos da estaçãotrem, que acabou sendo protegida. Mas a briga resultou na morte16 americanos e 2 panamenhos, alémferidosambos os lados.
Uma fatiaquase meio milhão
Washington não ficoubraços cruzados. O governo instruiu o diplomata e agente Amos B. Corwine a investigar o ocorrido.
Ele apresentou um relatório8julho1856, baseado"depoimentos coletadostestemunhas do ataque e outros documentosapoio", conforme registrado nos Arquivos Nacionais dos Estados Unidos.
Corwine, no entanto, não mencionou que a origem do incidente foi o delitoOliver. Pelo contrário, recomendou a ocupação militar dos pontos estratégicos na passagem do Istmo.
"Em seu relatório, ele aponta que tudo foi por causa da brutalidade dos negros, independentemente do que disseram os cônsules britânico, francês e equatoriano, que a culpa foi dos americanos", explica Güendel.
O pesquisador observa que nos EUA o incidente foi analisadoforma depreciativa, como na capa do jornal New York Illustrated, que relatou o ocorridoforma muito parcial.
"A ilustração mostra um gruposelvagens africanos, seminus, com facões, atacando cavalheiros americanos brancos, com suas famílias e filhos. Essa é a concepção, uma relação com os selvagens”, aponta.
Dois navios e 160 militares assumiram o controle do territórioNova Granada por três diassetembro1856, dando origem à primeirauma dezenaintervenções militares dos Estados Unidos no Panamá.
Para resolver as diferenças, os EUA e Nova Granada convocaram uma comissão mista para debater a situação. Um dos resultados foi o pagamentoUS$ 412.349ouro por Nova Granada, alémgarantias sobre os interesses americanos no Istmo.
"Isso obriga Nova Granada a declinar da autonomia do Panamá e Colónfavor dos americanos. E os cercaUS$ 400.000, cercaUS$ 2 bilhões agora, nunca chegaram às famílias dos americanos mortos. O grande vencedortudo isso foram os EUA graças à capacidadelidar com esta situação", diz Güendel.
No fundo, aponta o pesquisador, o acordo entre as partes não resolveu uma situaçãoopressão social que começou anos antes do incidente envolvendo a fatiamelancia.
"O incidente foi uma catarse para um povo que se sentia humilhado, maculado, como formase libertar daquele sentimento a que estava sendo submetido pela presença americana. Por isso o incidente foi uma causa nacional", afirma o acadêmico.
"E no final foi também uma justificativa para a ocupação militar que ao longo dos anos vai consolidar a presença dos EUA no canal e os 5 kmcada lado do canal que passaram a ser propriedade dos EUA", acrescenta.
O controle pelos americanos da passagem entre o Atlântico e o Pacífico duraria maisum século e meio, até o último dia1999, já quase um século após a inauguração do Canal do Panamá.