Os migrantes sequestrados e torturadosbetboo giriş linkiuma das rotas mais perigosas do mundo:betboo giriş linki

Grupobetboo giriş linkihomens com correntesbetboo giriş linkivolta do pescoço
Legenda da foto, Vídeosbetboo giriş linkimigrantes ​​eram enviados às famílias exigindo pagamentobetboo giriş linkiresgate

"A quem estiver vendo este vídeo: fui sequestrado ontem, eles estão exigindo US$ 4 mil (cercabetboo giriş linkiR$ 19,5 mil) para cada umbetboo giriş linkinós. Eles nos espancam dia e noite sem parar", diz um homem, com o lábio ensanguentado e o rosto cobertobetboo giriş linkipoeira.

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Founded
1929
Relegation to
Serie C
Current champions
Brescia (4th title)
Most championships
Genoa, Atalanta (6 titles each)
Website
//legab.it/
In the relegation zone, the three last-placed teams (18th, 19th and 20th) are automatically demoted to Serie C.

Fim do Matérias recomendadas

Outro vídeo mostra um grupobetboo giriş linkihomens completamente nus, rastejando na neve enquanto alguém os chicoteia por trás.

"Eu tenho família, não faça isso comigo; tenho mulher e filhos, tenha piedade, por favor", um homem chorabetboo giriş linkioutro vídeo, pouco antesbetboo giriş linkiser filmado sendo abusado sexualmente, enquanto era ameaçado com uma faca, por uma das gangues.

Murobetboo giriş linkiconcreto na fronteira ao longo da paisagem com céu azul acima
Legenda da foto, Um murobetboo giriş linkiconcreto foi erguidobetboo giriş linkiparte da fronteira da Turquia com o Irã

Esses vídeos perturbadores são evidênciasbetboo giriş linkiuma atividade criminosa que vem crescendo, no qual gangues do Irã sequestram migrantes afegãos que tentam chegar à Europa.

A rotabetboo giriş linkimigração do Afeganistão para o Irã, passando depois pela fronteira com a Turquia para chegar ao resto da Europa, é usada há décadas.

Na verdade, eu mesmo fiz parte desta jornada há 12 anos, quando fugi do Irã para o Reino Unido, onde recebi asilo.

Mas a rota agora está mais perigosa do que nunca.

Mapa mostra as rotas feitas por migrantes afegãos

Aqueles que tentam atravessar do Irã para a Turquia caminham por horasbetboo giriş linkium terreno montanhoso e seco, sem árvores ou qualquer outra sombra, o que torna mais difícil evitar as forçasbetboo giriş linkisegurança que patrulham a área.

Como centenasbetboo giriş linkimilharesbetboo giriş linkipessoas fugiram do Afeganistão desde que o Talebã retomou o poderbetboo giriş linkiagostobetboo giriş linki2021, as gangues viram uma oportunidadebetboo giriş linkilucrar com o grande aumento no númerobetboo giriş linkimigrantes que embarcam nesta jornada.

Muitas vezes com a colaboração dos contrabandistas, eles estão sequestrando pessoas no lado iraniano da fronteira, extorquindo dinheirobetboo giriş linkigrupos vulneráveis ​​que geralmente já pagaram grandes quantias para garantir uma passagem segura.

Militantes do Talebã com armas na traseirabetboo giriş linkiuma caminhonete

Crédito, AFP

Legenda da foto, Centenasbetboo giriş linkimilhares fugiram do Afeganistão desde que Talebã retomou poder

'Vamos matar suas filhas'

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Novo podcast investigativo: A Raposa

Uma toneladabetboo giriş linkicocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês

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Fim do Novo podcast investigativo: A Raposa

A equipe da BBC ouviu históriasbetboo giriş linkitortura vindasbetboo giriş linkipelo menos 10 vilarejos ao longo da fronteira.

Um ativista que vem documentando os abusos nos últimos três anos nos disse que recebia dois ou três vídeosbetboo giriş linkitortura por dia.

Em um apartamentobetboo giriş linkiIstambul, na Turquia, conhecemos Amina.

Ela tinha uma carreirabetboo giriş linkisucesso como policial no Afeganistão, mas fugiu do país quando percebeu que o Talebã ia retomar o poder, por ter recebido ameaças do grupo antes.

De fala mansa e usando um lenço roxo na cabeça, ela me contou sobrebetboo giriş linkiexperiência na fronteira, quando ela ebetboo giriş linkifamília foram feitas reféns por uma gangue.

"Tive muito medo, fiquei apavorada porque estava grávida e não tinha médico. Tínhamos medobetboo giriş linkiestupros."

O pai dela, Haji, nos contou que a gangue enviou um vídeo a ele mostrando a torturabetboo giriş linkium afegão desconhecido depois que eles haviam sequestrado Amina e outros membros dabetboo giriş linkifamília.

"Esta era a situaçãobetboo giriş linkique eu estava. Ao enviar esses vídeos, eles estavam me dando um aviso. Se você não pagar o resgate, vamos matar suas filhas e seu genro", diz ele.

Haji vendeubetboo giriş linkicasa no Afeganistão para pagar a gangue e libertarbetboo giriş linkifamília, que tentou novamente, desta vez com sucesso, entrar na Turquia.

Mas a provaçãobetboo giriş linkioito dias na fronteira foi demais para Amina. Ela perdeu o bebê.

Além das gangues, Amina e outros migrantes enfrentam outro grande obstáculo no caminho: o muro.

Cobrindo mais da metade da extensão da fronteira turco-iraniana, ele tem três metrosbetboo giriş linkialtura e é reforçado com arame farpado, sensores eletrônicos e torresbetboo giriş linkivigilância financiadas pela União Europeia.

A Turquia começou a construir o murobetboo giriş linki2017 para impedir que os migrantes entrassem no país, mas eles continuam chegando.

Amina e vários outros migrantes nos disseram que caíram nas mãosbetboo giriş linkigangues violentas no lado iraniano depois que as autoridades turcas os fizeram voltar pela fronteira durante a noite, acusações que também foram documentadas por gruposbetboo giriş linkidireitos humanos internacionais.

Mapa mostra muro na fronteira do Irã com a Turquia

Mahmut Kagan, um advogado turcobetboo giriş linkidireitos humanos que representa solicitantesbetboo giriş linkiasilo, insiste que esta prática, que é ilegal no âmbito do direito internacional, está ajudando as gangues a explorar as pessoas.

"Essas violações têm muito a ver com a atitudebetboo giriş linkiforçá-los a voltar, porque isso deixa um grupo frágil sujeito a todas as formasbetboo giriş linkiabuso", diz ele.

As autoridades turcas não responderam ao pedido da BBC para comentar essas acusações.

Diantebetboo giriş linkidenúncias semelhantesbetboo giriş linkigruposbetboo giriş linkidireitos humanos, o governo negou enviar os migrantesbetboo giriş linkivolta, dizendo que quaisquer atividades para impedir a entrada ilegal na Turquia são realizadas no âmbito da gestãobetboo giriş linkifronteiras.

Antes da construção do muro, muitos moradores locais ganhavam a vida contrabandeando mercadorias pela fronteira.

Mas esse comércio praticamente desapareceu agora, o que significa que alguns passaram a sequestrar ou traficar migrantes.

Em Van, a cidade turca mais próxima da fronteira iraniana que é um centrobetboo giriş linkitráficobetboo giriş linkimigrantes, encontramos Ahmed, um rapaz afegão,betboo giriş linkium estábulo, agora usado como esconderijo, enquanto negociava a próxima etapabetboo giriş linkisua jornada com contrabandistas.

O irmãobetboo giriş linkiAhmed foi sequestrado no lado iraniano da fronteira combetboo giriş linkifamília quando eles tentaram fugir do Talebã no ano passado.

Foi Ahmed, que na época ainda estava no Afeganistão, quem recebeu as ligações da gangue exigindo pagamentobetboo giriş linkiresgate.

"Eu disse que não tínhamos dinheiro, o sequestrador estava batendo no meu irmão. A gente conseguia ouvir pelo telefone", diz ele.

Ahmed vendeu os pertences da família para pagarbetboo giriş linkilibertação. Mas a experiência não o impediubetboo giriş linkitentar a mesma jornada seis meses depois, desesperado para ganhar a vida após a crise econômica que se seguiu à retomada do Talebã.

Photo of Man with a bloody nose and beard only visible from nose down
Legenda da foto, Ahmed embarcou nesta jornada seis meses depoisbetboo giriş linkia própria família ser sequestrada

'Sei que serei forte'

Na capital afegã, Cabul, conhecemos Said, que estavabetboo giriş linkivolta ao pontobetboo giriş linkipartida depoisbetboo giriş linkiseis tentativas fracassadasbetboo giriş linkiescapar do Afeganistão e chegar à Turquia.

Haviam prometido a ele um documento falso que permitiria atravessar para a Turquia.

Em vez disso, ele diz que foi traído por seu contato e entregue a uma gangue, que o torturou e exigiu um resgatebetboo giriş linkiUS$ 10 mil (cercabetboo giriş linkiR$ 49 mil).

"Eu estava com muito medo. Eles poderiam fazer qualquer coisa comigo. Tirar meus olhos, meus rins, meu coração", afirmou.

Mas ele nos disse que erabetboo giriş linkidignidade que ele mais temia perder, depois que ouviu a gangue discutindo sobre como poderiam estuprá-lo e enviar o vídeo parabetboo giriş linkifamília.

No fim das contas, ele escapou depoisbetboo giriş linkipagar US$ 500 (aproximadamente R$ 2,4 mil).

Perguntamos ao governo iraniano o que estava sendo feito para reprimir as atividades das gangues ao longo da fronteira, mas não recebemos resposta.

A BBC está proibidabetboo giriş linkifazer reportagens dentro do Irã, então não fomos capazesbetboo giriş linkicruzar a fronteira para investigar mais a fundo.

Semanas depois da nossa entrevista, Said entroubetboo giriş linkicontato para nos dizer que estava fazendo mais uma tentativa e havia chegado a Teerã novamente. Isso foi há oito meses — e não ouvimos falar dele desde então.

Outros migrantes que conhecemos, como Amina, que conseguiu chegar à Turquia, estão tentando olhar para o futuro, apesar do trauma pelo qual passaram.

"Mesmo tendo abortado, sei que serei mãe. Sei que serei forte", diz ela.

*Mudamos os nomesbetboo giriş linkialguns entrevistados nesta reportagem parabetboo giriş linkisegurança.