Como reduzir limitebet com365 mobilevelocidade pode diminuir mortes no trânsito:bet com365 mobile
As investigações ainda devem apontar se o motorista, que trabalha com aplicativosbet com365 mobiletransportes, estava dirigindo acima da velocidade permitida na avenida, justamente 70 km/hora.
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Em publicação nas redes sociais, Eduardo Paes, que está no penúltimo anobet com365 mobileseu terceiro mandato como prefeito do Rio, classificou como um “absurdo” o limite máximobet com365 mobile70 km/horabet com365 mobileavenidas da orla da cidade.
“O atropelamento do ator Kayky Brito mostra bem que a velocidade permitidabet com365 mobilemuitas vias da cidade é excessiva. Imaginar que nossa Orla - um lugarbet com365 mobilecontemplação, lazer e paz - tem velocidade máximabet com365 mobile70 km é um absurdo”, escreveu Paes.
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O prefeito completou a publicação afirmando que vai pedir um estudo sobre o assunto:
“Independentementebet com365 mobileresponsabilidades no casobet com365 mobilequestão, não é admissível manter isso. Já determinei que a CET-Rio (Companhiabet com365 mobileEngenhariabet com365 mobileTráfego) me apresente ainda essa semana uma mudança no limite da Orla do Rio. E vamos avançar com essas mudançasbet com365 mobileoutras vias da cidade!”
No X, antigo Twitter, alguns cariocas criticaram a medida, afirmando principalmente que a diminuição pode piorar os congestionamentos na cidade.
“O trânsito no RJ tem milharesbet com365 mobileoutros problemas que poderiam ser resolvidos, mas tu quer mexer onde funciona”, escreveu um seguidor.
“Se o trânsito da orla já é péssimo a 70, imagina se essa velocidade cair com radares, etc”, escreveu outro.
Na verdade, a readequação dos limitesbet com365 mobilevelocidade é uma demanda antigabet com365 mobileespecialistasbet com365 mobilemobilidade, cicloativistas e médicos que atuam com vítimas da violência do trânsito no Brasil.
A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a velocidade máxima permitida deve ser igual ou inferior a 50 km/hbet com365 mobilevias urbanas.
Segundo o DataSus, que compila dados do Sistema Únicobet com365 mobileSaúde,bet com365 mobile2021 morreram 33.813 mil pessoasbet com365 mobileacidentesbet com365 mobiletrânsito, um crescimentobet com365 mobile3,5%bet com365 mobilerelação ao ano anterior.
Velocidade inadequada
Segundo relatório da OMS, existem dois tiposbet com365 mobilevelocidade no trânsito: a excessiva e a inadequada.
A velocidade excessiva ocorre quando o motorista está acima do limite permitido para a via. E infringir esse limite é considerado um “mau comportamento” no trânsito, passívelbet com365 mobilemulta e penalidades mais severas, como perda da Carteira Nacionalbet com365 mobileHabilitação (CNH).
“A inadequada é quando o motorista obedece a velocidade, mas o próprio limite estipulado não é adequado para o contexto daquela via”, explica Dante Rosado, coordenador do programabet com365 mobilesegurança viária da Vital Strategies (ONG internacional que promove a saúde pública).
Para Rosado, 70 km/h na orla do Riobet com365 mobileJaneiro é um limite “que colocabet com365 mobilerisco motoristas, pedestres e ciclistas que trafegam por essas movimentadas artérias da cidade.”
“A orla do Riobet com365 mobileJaneiro não é um exemplobet com365 mobileboa prática. É um absurdo que vias com grande interação tenham um limitebet com365 mobile70 km. A velocidade é o maior fatorbet com365 mobilerisco. Ou seja, quanto maior a velocidade, maior a chancebet com365 mobilese envolverbet com365 mobileum sinistro. E também maior a chancebet com365 mobiledanos e lesões graves”, diz.
Nos últimos anos, especialistasbet com365 mobiletráfego passaram a utilizar com mais frequência o termo “sinistro” para se referir a acidentes envolvendo veículos.
“A palavra acidente dá a entender que é algo que não poderia ter sido evitado, que tinhabet com365 mobileacontecer. Na verdade, a grande maioria poderia ser evitada, porque sempre envolve o erro humano: velocidade excessiva, abuso do álcool, atravessar fora da faixabet com365 mobilepedestre etc”, explica o médico Antonio Meira, presidente da Associação Brasileirabet com365 mobileMedicinabet com365 mobileTráfego (Abramet).
Tanto Meira como Dante Rosado citam uma escalabet com365 mobilevelocidade, produzida pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e utilizada internacionalmente, que é determinantebet com365 mobilecasosbet com365 mobileatropelamento.
Em um atropelamento a 60 km/h, a chancebet com365 mobilesobrevivência da vítima ébet com365 mobileapenas 2%, aponta o estudo.
“Acima disso, é praticamente um milagre a pessoa sobreviver”, diz Meira.
Se o carro estiver a 50 km/h, a chancebet com365 mobilesobrevivência aumenta para 15%. A 30 km/h, a vítima tem 90%bet com365 mobilechancebet com365 mobilesobreviver, segundo a publicação.
Dante Rosado explica outro fator: quando o motorista está a 70 km/h, o mesmo limite da via onde Kayky Brito foi atropelado,bet com365 mobilepercepção da pista e tempobet com365 mobilereação é muito menor do que se estivessebet com365 mobileuma velocidade mais baixa.
“Quanto maior a velocidade, menor a visão periférica do motorista sobre o que está acontecendo na via. E, mesmo que ele perceba, o tempo que ele tem para frear é muito menor. Quando se está a 50 km, é possível reduzir para 30 km rapidamente. Mas quando se está a 70 km;h, há pouco tempo para frear e chegar a 50 km;h, por exemplo, o que aumenta a chancebet com365 mobilemorte da vítima”, explica Rosado.
“É uma questão óbvia: quanto maior a velocidade, maiores serão o impacto, o dano e as lesões”, diz.
Tendência mundial
Diminuir os limitesbet com365 mobilevelocidade é uma medida recomendada pela OMS e é considerada uma tendência mundial.
No Brasil, há uma sériebet com365 mobileexemplosbet com365 mobilecidades que conseguiram reduzir o númerobet com365 mobilemortes no trânsito com a diminuição da velocidade máxima permitida, embora o país como um todo ainda estejabet com365 mobileum patamar muito altobet com365 mobileacidentes com vítimas.
A partirbet com365 mobile2010, a cidadebet com365 mobileSão Paulo passou a gradativamente diminuir a velocidadebet com365 mobilemuitas vias do município. Em casosbet com365 mobileruas com muito movimentobet com365 mobilepedestres, o limite caiu para 30 km/h. Em vias arteriais, como a avenida Radial Leste, o limite caiu para 50 km/h.
Segundo dados da prefeitura, 1.357 pessoas morreram no trânsito da cidadebet com365 mobile2010. Onze anos depois,bet com365 mobile2021, esse número diminuiu para 720, uma quedabet com365 mobile46%.
Porém, há alguns anos, a redução da velocidade virou uma grande polêmicabet com365 mobileSão Paulo e influenciou uma eleição para prefeito.
Em 2015, a gestão do então prefeito Fernando Haddad (PT) reduziu os limites do principal corredor expresso da metrópole, formado pelas marginais Pinheiros e Tietê. A velocidade passoubet com365 mobile90 km/h para 70 km/h nas pistas expressas,bet com365 mobile70 km/h para 60 km/h nas centrais; ebet com365 mobile60 km/h para 50 km/h nas pistas locais.
A medida, que chegou a zerar mortes no trânsito nas marginais, foi duramente criticada por parte da população e setores da imprensa, que argumentaram que os congestionamentos iriam piorar, algo que nunca ficou provado.
No ano seguinte, o principal adversáriobet com365 mobileHaddad na eleição para prefeito, o tucano João Doria, utilizou a redução para fazer campanha contra a gestão petista.
Doria usou o slogan “Acelera São Paulo”bet com365 mobilereferência à diminuição, e prometeu reverter a medida se ganhasse a eleição. O tucano venceu no primeiro turno e cumpriu a promessa nos primeiros diasbet com365 mobilemandato. Depois da velocidade voltar ao que era antes, o númerobet com365 mobilemortes nas vias também voltou a crescer.
Já Fortaleza também é apontada como exemplo positivo da redução da velocidade, processo que vem acontecendo gradativamente nos últimos anos. Segundo a prefeitura, a quantidadebet com365 mobileacidente com mortes diminuiu 70% nas vias onde o limite foi alterado.
Um estudo da Autarquia Municipalbet com365 mobileTrânsito e Cidadania (AMC)bet com365 mobileFortaleza, divulgado pelo jornal O Povo, apontou que a diminuição da velocidade máxima alteroubet com365 mobileapenas 6 segundos o tempo médiobet com365 mobiledeslocamento dos veículos da cidade.
Porém, um dos problemas apontados por especialistas e ativistas é que o próprio Código Brasileirobet com365 mobileTrânsito prevê que, para algumas vias e avenidas dentrobet com365 mobilecidades, o limite pode ser superior a 60 km/h.
Há alguns projetosbet com365 mobilelei no Congresso para mudar essa regra, mas eles ainda tramitam sem previsãobet com365 mobilevotação.
“O código fala que o poder público tem autonomia para determinar os limites. Então, muitos prefeitos preferem não mexer nisso. Há uma cultura da velocidade no Brasil, que é promovida pela indústria automotiva. Perceba como nos comerciaisbet com365 mobilecarro, os veículos sempre aparecembet com365 mobilealta velocidade trafegando por vias urbanas ou estradas totalmente livres”, diz Rosado.
33 mil mortes por ano
Para Ana Carboni, da Uniãobet com365 mobileCiclistas do Brasil (UCB), a mudança citada por Eduardo Paes deve ser comemorada.
“É impressionante o númerobet com365 mobilepessoas que transitam pelas avenidas da orla. Essa mudança é urgente. A velocidade dos carrosbet com365 mobileuma cidade precisa ser compatível com a vida”, diz Carboni, que ébet com365 mobileNiterói, mas por anos trabalhou e frequentou a orla do Riobet com365 mobileJaneiro.
Segundo ela, não basta apenas mudar a velocidade, mas também “conscientizar as pessoasbet com365 mobileque 33 mil mortes no trânsito todos os anos é algo inaceitável, e que diminuindo a velocidade elas não estão perdendo fluidez, e sim ganhando mais segurança para todos”.
Para o médico Antonio Meira, da Associação Brasileirabet com365 mobileMedicinabet com365 mobileTráfego (Abramet), campanhas educativas, fiscalização e intervenções nas vias, como sinalização e iluminação, também são importantes.
“Não é só diminuir a velocidade, e sim fazer a gestão da velocidade. Entender que ciclistas e pedestres são os mais vulneráveis no trânsito, mas que a segurança também é para os motoristas”, explica.