"Ela nunca leu meu 'eu te amo'": a amizadea galera betanzosinfância interrompida pelo câncer que viralizou no TikTok:a galera betanzos

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Carol e Maysa se conheceram ainda na infância e mantiveram amizade ao longo da vida

“Sou muito grata por ter tido a Carol na minha vida. Aprendi muito com ela, amadurecemos juntas”, diz Maysa à BBC News Brasil.

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A história das duas amigasa galera betanzosinfância que passaram juntas por diferentes fases da vida e tiveram que se despedir precocemente sensibilizou muitas pessoas.

"Que amizade bacana. Carol foi feliz!", escreveu um rapaz.

"Eu sinto muito. Tenho certezaa galera betanzosque a Carol está muito orgulhosaa galera betanzosvocê", comentou outra pessoa.

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Legenda da foto, Maysa tinha quatro anos e Carol tinha três quando se conheceram

O início da amizade

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As amigas se conheceram quando Maysa tinha 4 anos e Carol, 3. Elas eram vizinhasa galera betanzosValinhos, no interiora galera betanzosSão Paulo.

Enquanto cresciam, compartilhavam segredos e descobertas. “Elas tinham uma amizade muito verdadeira, com carinho e respeito”, diz a professora Ana Paula Sartorato, mãea galera betanzosCarol.

As duas tinham uma relaçãoa galera betanzosirmãs. “A gente tinha o mesmo jeitoa galera betanzosser e falar”, diz Maysa.

Essa ligação foi fundamentala galera betanzos2019, quando Carol foi diagnosticada com osteossarcoma na região do joelho.

O osteossarcoma é o tipo mais comuma galera betanzoscâncer que se desenvolve nos ossos e é mais frequente na infância e adolescência.

O tumor provoca dor no local e alterações ósseas, segundo o Instituto Nacionala galera betanzosCâncer (Inca).

Uma das principais queixas é o impacto que isso tem na formaa galera betanzosandar, porque a doença é mais comum nas pernas.

O principal sintoma que Carol teve e a levou a descobrir a doença foi uma dor forte e constante no joelho esquerdo.

A princípio, ela ea galera betanzosfamília pensaram que se tratavaa galera betanzosuma consequência da fasea galera betanzoscrescimento, porque a jovem tinha 16 anos na época.

Ela só procurou atendimento médico quando participoua galera betanzosum congresso e precisou caminhar muito, o que deixou seu joelho inchado.

Em fevereiroa galera betanzos2020, ela fez vários exames e recebeu o diagnóstico.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Amigas cresceram juntas e compartilharam diversas descobertas sobre a vida

Maysa foi uma das primeiras pessoas para quem Carol contou sobre a doença.

“Lembro que ela já tinha comentado sobre o joelho inchado e a dor, mas não imaginava que fosse câncer", diz Maysa.

"Ela me contou com naturalidade, mas fiquei muito preocupada.”

Carol estava otimista e confiantea galera betanzosque logo se recuperaria, e seus familiares e amigos acreditavam que ela logo se recuperaria.

O tratamento contra a doença

Carol passou por sessõesa galera betanzosquimioterapia e também fez uma cirurgia para a retiradaa galera betanzosum pequeno pedaço do fêmur, onde o tumor estava localizado. Era o início da pandemiaa galera betanzoscovid-19, e ela teve pouco contato com amigos nessa época.

“Ela sofreu muito com o tratamento, porque era uma quimioterapia muito agressiva. Perdeu muito peso e ficou muito fraca”, diz Maysa.

“Desde o começo, sempre tentei tratar a Carol da mesma forma, ela não queria que fosse diferente ou que tivessem pena dela."

Maysa visitou Carol algumas vezes no inícioa galera betanzostratamento. “Sempre ia com máscara, porque ela estava muito fraca, e ficavaa galera betanzoslonge. Largava as coisas da minha faculdade para ficar um pouco perto dela”, diz.

A quimioterapia foi encerrada quando os médicos não encontraram mais sinais do tumor.

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Legenda da foto, No tratamento contra o câncer, apoioa galera betanzosMaysa foi fundamental para a amiga

“A gente acreditava que tinha dado tudo certo. O cabelo dela voltou a crescer, e ela estava muito feliz”, diz Maysa.

Meses depois, Carol voltou a sentir dores, e os médicos encontraram novos sinaisa galera betanzoscâncer.

“Ela estava com o mesmo tumor, na mesma perna, e começou um novo tratamentoa galera betanzosagosto daquele ano”, diz a mãea galera betanzosCarol.

A jovem passou por um novo tipoa galera betanzosquimioterapia, com outros medicamentos, e a princípio respondeu bem ao tratamento.

Mas precisou passar por transfusõesa galera betanzossangue para que pudesse continuar se tratando.

“Ela teve um problema na medula por causa desse tratamento, que era mais pesado, e recebeu sangue para ver se conseguia estar apta para continuar o tratamento”, diz Ana Paula.

"Mas a medula não chegava ao ideal para o novo tratamento, e o tumor começou a crescer novamente."

A solução dos médicos foi amputar a perna esquerdaa galera betanzosCarol. Mas exames apontaram que a doença havia se agravado e se espalhado mesmo assim.

Isso abalou a confiançaa galera betanzosCarol no tratamento. “Toda vez que ela voltava do hospital, falava que as coisas não estavam dando certo. Ela já esperava o pior e falava: 'acho que vou morrer logo'”, diz Maysa.

“Ela dizia: 'por que comigo?'. Ela sempre foi uma pessoa muito inocente, nunca fez mal para ninguém e ela não entendia o que tinha feito para merecer isso.”

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Legenda da foto, As duas passaram juntas a virada do anoa galera betanzos2020 para 2021

Apesara galera betanzostodas as dificuldades, Maysa diz que ainda tentava manter as esperançasa galera betanzosque a amiga pudesse se recuperar.

Na última veza galera betanzosque se viram, Carol estava muito fragilizada. “Ela me mandou mensagem me chamando para dormir na casa dela", diz Maysa.

"Passamos produtos para a pele porque a Carol gostava muitoa galera betanzosse cuidar, assistimos a um filme e conversamos até cair a língua.”

Na manhã seguinte, Maysa, que é estudantea galera betanzosOdontologia, foi para a faculdade. Naquele dia, Carol começou a sentir fortes doresa galera betanzoscabeça e foi internada.

“Mandei mensagem pra ela: ‘oi, amiga, te amo, me responde quando puder porque você vai ficar bem’. Ela nunca leu essa mensagem, porque ficou sedada no hospital”, conta Maysa.

Carol morreu no dia seguinte,a galera betanzos20a galera betanzosoutubroa galera betanzos2021, aos 18 anos.

“Eu entreia galera betanzosnegação um pouco após a morte dela, não aceitei, mas os dias foram passando”, diz Maysa.

"Aos poucos, fui lidando com isso da melhor maneira que pude."

A homenagem no TikTok

No inícioa galera betanzosoutubro, Maysa decidiu homenagear Carol com um vídeo no TikToka galera betanzosque reuniu fotosa galera betanzosmomentos importantes que viveram juntas.

Ela mostrou a alegria antes do diagnósticoa galera betanzosCarol e também os momentos após a descoberta do câncer, como o réveillona galera betanzos2020 para 2021a galera betanzosque passaram só as duas e a mãea galera betanzosCarol por causa da pandemia.

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Legenda da foto, Maysa durante visita a túmulo da amiga,a galera betanzosfoto enviada para a mãea galera betanzosCarol para confirmar que havia localizado o lugara galera betanzosque a amiga havia sido enterrada

Outro momento foi o diaa galera betanzosque as duas ficaram bêbadas juntas.

“A gente decidiu fazer isso no diaa galera betanzosque a Carol soube que iria precisar retomar o tratamento", diz Maysa.

"A gente sabia que naquele período ela não poderia mais beber.”

A mãea galera betanzosCarol se emocionou com o vídeo. “A Carol foi uma amiga muito especial com todas que a conheceram e conseguiram sentir a pureza e a verdadeira alma amiga que ela era”, diz Ana Paula.

A enorme repercussão surpreendeu Maysa, que não esperava que a homenagem tivesse milhõesa galera betanzosvisualizações.

“Muitas pessoas acabaram se solidarizando com a nossa história”, conta ela.

“Acho que a Carol ficaria muito feliza galera betanzossaber que nosso vídeo foi assistido por tantas pessoas.”