As várias vidas do monge brasileiro que desafiou duas ditaduras:betway roda premiada
Na primeira noite depois do golpe, Sato foi sequestrado à noite embetway roda premiadacasa, na capital chilena Santiago, por um grupo civilbetway roda premiadaextrema direita.
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Fim do Matérias recomendadas
Organizações como aquela vinham promovendo atentados para desestabilizar o governo Allende, alémbetway roda premiadaperseguir militantesbetway roda premiadaesquerda.
"Estavam me levando para os Andes", conta Satobetway roda premiadavoz pausada e com um sorriso que mantém até nos momentos mais dramáticos da entrevista, concedida à BBCbetway roda premiadaseu apartamento, num bairro arborizadobetway roda premiadaBrasília.
A cordilheira que margeia Santiago era um dos locaisbetway roda premiadadesovabetway roda premiadacorposbetway roda premiadaintelectuais, estudantes e operários que o novo regime via como inimigos. Mas, na saída da cidade, o carro foi paradobetway roda premiadauma blitz.
Como o Chile estava sob estadobetway roda premiadasítio e o grupo não tinha permissão para deixar a cidade, Sato foi entregue aos policiais. "Aí me jogaram numa delegacia", conta.
O brasileiro passou a noite juntobetway roda premiadavários outros militantes políticos recém-capturados. "As pessoas eram chamadas, ouvia-se um tiro fora, e a pessoa não voltava", ele diz.
Foi então que, encapuzado, Sato foi forçado a descer uma escada.
"Me tiram o capuz, e eu vejo um pelotãobetway roda premiadafuzilamento na minha frente", conta.
Eram cercabetway roda premiadadez homens com metralhadoras, ele diz.
Um militar se apresentou para interrogá-lo, e Sato perguntou por que havia sido detido.
"Porque você é o assessor chinês do Allende", respondeu o oficial. Acharam que Sato fosse um agente do governo comunista da China.
Por sorte, o brasileiro portava o passaporte diplomático com que entrara no Chile anos antes, como estagiário da Cepal, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, um dos órgãos regionais da ONU.
"Daqui a pouco, o oficial volta e começa a me chamarbetway roda premiadadoutor", ele diz. Ao conferir o passaporte, o militar reconheceu o erro e pediu desculpas ao brasileiro.
Ele não sabia que, embora Sato não fosse um comunista chinês, tinha sido um dos colaboradores estrangeiros mais próximos do governo Allende, encarregadobetway roda premiadacoordenar operáriosbetway roda premiadafábricas abandonadas por patrões.
Quando Sato foi liberado pelo oficial, fazia 72 horas que os militares haviam derrubado Allende - que, cercado no palácio presidencial La Moneda, matou-se com um tiro no rosto.
Desde então, o economista já havia ficado perto da morte duas vezes. Ele conta que ficaria mais duas nos dias seguintes, até finalmente conseguir fugir do Chile rumo ao Brasil.
"Em cinco dias, passei por quatro situaçõesbetway roda premiadamorte certa", diz.
A temporada no Chile - da proximidade com Allende à mirabetway roda premiadaum pelotãobetway roda premiadafuzilamento - representou um dos períodos mais marcantes na trajetória do brasileiro.
Em 82 anosbetway roda premiadavida, Sato testemunhou dois golpes militares, assessorou o movimento sindical que projetou Luiz Inácio Lula da Silva e participou do primeiro governo civil no Brasil após a redemocratização.
Também foi dirigente estudantil, acadêmico e membro da Juventude Universitária Católica.
Aos 56 anos, aposentado do serviço público e abalado por duas tragédias familiares, mergulhou no budismo e virou monge.
Hoje investiga se há valores que atravessem culturas e religiões - pesquisa que já o fez visitar aldeias indígenas no Acre, a experimentar ayahuasca e a visitar o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica.
Filho da Segunda Guerra
Sato nasceubetway roda premiadaSão Paulobetway roda premiadajaneirobetway roda premiada1942, meses após seus pais chegarembetway roda premiadanavio do Japão.
Sua mãe pertencia a uma família aristocrática decadente. Já o pai nascera no Brasil, mas, filhobetway roda premiadajaponeses, viajou ao Japão para servir no Exército Imperial Japonês.
O casal emigrou durante a Segunda Guerra Mundial, pouco antes do rompimento das relações diplomáticas entre o Brasil e os países do Eixo, incluindo o Japão.
"Eu me lembro muito bem que os meninos da vizinhança corriambetway roda premiadapedras e pau na mão gritando: ‘japinha, volte para casa, abetway roda premiadacasa é o Japão, o Japão perdeu a guerra'", diz Sato.
Os pais falavam poucobetway roda premiadapolíticabetway roda premiadacasa - ele diz que só se interessou pelo assunto ao entrar no cursobetway roda premiadaEconomia da Universidadebetway roda premiadaSão Paulo (USP), no início dos anos 1960.
Quando os militares tomaram o poderbetway roda premiada1964, Sato era um dos diretores da UNE, a União Nacional dos Estudantes.
Ele soube do golpe pelo rádio, quando estava na sede da UNEbetway roda premiadaSão Paulo. "Fiquei sereno", conta, "mas sabia que, dali para frente, talvez se iniciasse uma outra fase da história do Brasil".
Sato se formoubetway roda premiada1964 e virou professorbetway roda premiadaEconomia da USP no ano seguinte.
"Os alunos participavam muitobetway roda premiadamovimentações contra a ditadura. E,betway roda premiadarepente, um aluno sumia", ele diz.
Sato começou a visitar alunos presos no Dops (Departamentobetway roda premiadaOrdem Política e Social), um dos principais órgãosbetway roda premiadarepressão da ditadura.
"Passei a ser seguido, [queriam saber] quem era aquele professor jovem que visitava os alunos presos", lembra.
Algunsbetway roda premiadaseus colegas professores também haviam sido detidos - caso do sociólogo Florestan Fernandes, com quem Sato tivera aulas.
Sentindo-se ameaçado, o economista se inscreveu na seleção para uma vagabetway roda premiadaestagiário na Cepal, comissão da ONU sediada no Chile.
A organização vinha acolhendo vários intelectuais que fugiam da ditadura no Brasil. Um deles era o economista José Serra, que décadas depois se elegeria governadorbetway roda premiadaSão Paulo. Outro era o sociólogo - e futuro presidente - Fernando Henrique Cardoso.
Sato passou na vaga e se mudou para Santiagobetway roda premiadajaneirobetway roda premiada1970. Oito meses depois, o médico Salvador Allende, do Partido Socialista, ganhou as eleições presidenciais do Chile.
"Ele era um burguês, gostavabetway roda premiadatomar uísque,betway roda premiadatomar chá, mas tinha uma mentalidade socialista", diz Sato.
Os dois só se aproximaram no segundo ano do governo, depoisbetway roda premiadauma visita do líder socialista cubano Fidel Castro ao Chile.
Até então, Sato estava alinhado às diretrizes da Cepal - organização que, embora abrigasse esquerdistas, estava longebetway roda premiadaser revolucionária. Afinal, era um braço da ONU, criada sob influência dos EUA no pós-Segunda Guerra para promover a integração global.
Mas algo mudou quando Sato viu o cubano falar. Na sede da Cepal, diantebetway roda premiadaum auditório lotado, Fidel elogiou a comissão por realizar "um importante papel no campo das ideias e na divulgaçãobetway roda premiadarealidades".
Mas o cubano também criticou a organizaçãobetway roda premiadaumbetway roda premiadaseus pilares: "Com quem vamos nos integrar? Com um monopólio norte-americano? Com interesses particulares? Como é possível essa integração?", questionou.
Sato achou que Fidel tinha um ponto e resolveu se engajar na construção do socialismo, acercando-sebetway roda premiadaAllende.
O presidente chileno enfrentava graves problemas. No campo, enquanto milharesbetway roda premiadafazendas eram expropriadas para a reforma agrária, camponeses e fazendeiros se enfrentavam.
Nas cidades, empresários assustados com um programabetway roda premiadaestatizações abandonavam suas fábricas. Houve desabastecimento, e a inflação explodiu.
"Ficou uma quantidade enormebetway roda premiadatrabalhadores sem patrão", lembra Sato.
O brasileiro propôs a Allende implantar nas indústrias o planejamento participativo, um método inspirado na obra do educador Paulo Freire (1921-1997) na qual os próprios operários participam da gestão.
Ele diz que Allende concordou e lhe cedeu um jato para que visitasse as fábricas espalhadas pelo país. O presidente tinha pressa: as turbulências se agravavam, e grupos pró e contra o governo se combatiam nas ruas.
"Começou a dar certo, mas aí veio o golpe", diz Sato.
Em 11betway roda premiadasetembrobetway roda premiada1973, militares cercaram o palácio presidencial La Moneda e forçaram Allende a renunciar.
Quando Sato soube da movimentação das tropas, quis se juntar a Allende e váriosbetway roda premiadaseus ministros no palácio. Mas não conseguiu, pois o edifício estava cercado por militares.
Como Allende se recusava a deixar o palácio, um caça da Força Aérea Chilena passou a bombardear o edifício.
"Tivesse chegado cinco minutos antes, talvez os portões não estivessem bloqueados, e eu entrasse para não sair mais", diz.
Quando as tropas lideradas pelo general Augusto Pinochet tomaram o prédio, Allende foi encontrado morto. Segundo uma investigação concluídabetway roda premiada2011, o presidente se matou antes que os militares entrassem.
Ali começava o suplíciobetway roda premiadaSato: primeiro sequestrado por um grupo extremista, depois levado à prisãobetway roda premiadaque se deparou com um pelotãobetway roda premiadafuzilamento.
Após ser salvo graças ao passaporte da ONU, Sato ainda foi visitado por policiais militaresbetway roda premiadacasa, na noite seguinte. Ali ele guardava, atrásbetway roda premiadauma estante, documentos que detalhavambetway roda premiadacooperação com o governo Allende.
"O policial sobe na escadinha, espia lá dentro e diz: 'não tem nada aqui, não'", conta Sato. O brasileiro diz acreditar que o agente era simpático a Allende e se mantinha na corporação "para tentar livrar a cara dos companheiros".
Sato ainda passaria por um último apuro. No dia seguinte, quando foi buscar um vistobetway roda premiadasaída para voltar ao Brasil, ouviubetway roda premiadaum funcionário público que seu nome estava numa listabetway roda premiadapessoas impedidasbetway roda premiadadeixar o Chile.
O funcionário, diz Sato, ameaçou lhe enviar ao Estádio Nacional - arena que abrigou milharesbetway roda premiadapresos políticos depois do golpe no Chile, e onde vários deles foram torturados e executados.
Então Sato diz ter reconhecido um policial que passava pelo corredor - era o mesmo que, na noite anterior, examinara a estante embetway roda premiadacasa.
Chamado por Sato, o policial confirmou que a polícia visitara o brasileiro e não achara nada comprometedor. O visto foi emitido, e Sato voltou ao Brasil.
Sob Pinochet, o Chile viveria uma ditadura militar até 1990. Em 2011, uma comissão do governo chileno calculoubetway roda premiada40 mil as vítimas do regime.
Dessas, cercabetway roda premiada3 mil desapareceram ou foram mortas por agentes do Estado.
O retorno ao Brasil
Quando voltou ao Brasil, Sato resolveu morar na Bahia por achar que, ali, seria menos visado. O ano era 1974, e o Brasil também ainda estava sob uma ditadura.
Ele recebeu um convite para trabalhar na gestãobetway roda premiadaMário Kertész na prefeiturabetway roda premiadaSalvador, e ali ficou.
Sato viveu, então, duas tragédias na família num curto intervalo.
Primeiro, a mortebetway roda premiadaseu único irmão, na época com 30 anos, num acidentebetway roda premiadacarro. No ano seguinte, um dos filhosbetway roda premiadaSato, que iria completar 8 anos, morreu após sofrer um aneurisma cerebral.
"Entrei numa depressão profunda", ele recorda.
As perdas o estimularam a voltar a São Paulo para ficar perto do resto da família. Mas também havia outro motivo para a mudança.
Sato estava entusiasmado com o sindicalismo que ganhava força no ABC Paulista e via o movimento como capazbetway roda premiadaacelerar a queda da ditadura.
Ele conseguiu um emprego no Dieese (Departamento Intersindicalbetway roda premiadaEstatísticasbetway roda premiadaEstudos Econômicos), órgão que assessora os sindicatos, e conheceu o torneiro mecânico Luiz Inácio da Silva, o Lula.
Sato acompanhou o célebre discursobetway roda premiadaLula no estádio da Vila Euclides,betway roda premiadaSão Bernardo do Campo,betway roda premiada1979. Cercabetway roda premiada200 mil operáriosbetway roda premiadaindústrias da região haviam decidido entrarbetway roda premiadagrevebetway roda premiadabuscabetway roda premiadaum aumento salarial.
As atenções se voltavam para o metalúrgicobetway roda premiada33 anos que coordenava o movimento grevista. Sato diz que, naquele dia, Lula o procurou.
"Ele disse: 'Senta aqui, Sato, vamos conversar, estou nervoso. Estou acostumado com a vida sindical, mas me disseram que hoje vem a imprensa do mundo todo'", ele conta.
Começava ali uma longa amizade. Em 2018, Sato visitou Lula quando o petista estava presobetway roda premiadaCuritiba. Os dois se reviram pela última vez no ano passado, na cerimôniabetway roda premiadaposse presidencial.
Redemocratização
Em marçobetway roda premiada1985, a possebetway roda premiadaJosé Sarney na presidência marcou o fim da ditadura.
Sato se mudou para Brasília para trabalhar como assessorbetway roda premiadaum ex-aluno - o economista João Sayad, nomeado ministro do Planejamento do governo Sarney.
Depois o economista foi transferido para um órgão subordinado ao ministério, o Ipea (Institutobetway roda premiadaPesquisa Econômica Aplicada), onde trabalhou até se aposentar,betway roda premiada2006.
Mas, mesmo antesbetway roda premiadadeixar o serviço público, a vidabetway roda premiadaSato já tomava outros rumos -betway roda premiadaparte, por conta da perda do irmão e do filho anos antes.
Em 1994, ele entrou pela primeira vez no Templo Shin-Budista Terra Purabetway roda premiadaBrasília, uma imponente construçãobetway roda premiadaestilo tradicional japonês na Asa Sul.
Um monge japonês falava aos presentesbetway roda premiadajaponês.
"Ele dizia: 'Compaixão do Buda é como amorbetway roda premiadamãe, porque a mãe está sempre nos salvando. Você ia puxar a panela, ia se queimarbetway roda premiadaforma grave, quandobetway roda premiadamãe vem não sei da onde e te salva'. Poxa, isso me chamou a atenção.”
Sato sentiu que talvez o budismo pudesse ajudá-lo a lidar melhor com as perdas familiares.
Ele passou a estudar a religião e a se oferecer como intérprete do monge, que não falava português.
Sato conta que, até então, nada sabia sobre o budismo - apesar dos laços familiares com o Japão, onde a religião é bastante popular.
Antes, era cristão e chegou a integrar a Juventude Universitária Católica, um movimento católicobetway roda premiadaesquerda.
Os estudosbetway roda premiadaSato sobre o budismo incluíram uma temporada no Japão. Em 1998, foi diplomado como monge e,betway roda premiada2007, assumiu a regência do templobetway roda premiadaBrasília, posto que ocupou até 2022.
Mas Sato nunca deixoubetway roda premiadafalar sobre política e nunca viu a atividade como alheia ao universo religioso. Nas cerimônias que conduzia no templo, defendia a democracia e narrava com frequência os apuros que viveu no Chile.
"A democracia pode ser um sistema imperfeito, mas, enquanto não aparecer um sistema humano que seja mais perfeito, é a democracia que vale. Ditadura, nunca mais", afirma.
Hoje Sato segue difundindo o budismobetway roda premiadapalestras e nas redes sociais, mas não quer falar apenas a budistas - e nem só sobre religião.
"O mundo todo estábetway roda premiadadificuldade e chegando a um abismo. Está chegando a épocabetway roda premiadatranspormos as crenças religiosas e transpormos as barreiras culturais", defende.
Nos últimos anos, Sato passou a investigar se há valores comuns às diversas culturas e religiões existentes no Brasil.
Umabetway roda premiadasuas leituras mais recentes foi A queda do céu, livro escrito pelo xamã yanomami Davi Kopenawa e pelo antropólogo francês Bruce Albert.
Em 2020, Sato visitou aldeias do povo indígena Ashaninka, no Acre, e provou ayahuasca betway roda premiadauma cerimônia tradicional.
Por ter tomado uma dose pequena, diz que não sentiu muitos efeitos. "A ayahuasca tem a propriedadebetway roda premiadanão lhe fazer perder a essência da consciência, mas sim expandi-la. É isso o que todas as religiões buscam", afirma.
Outro ponto que o impressionou na viagem foi a convivência entre indígenas e animais. "Tinha um casalbetway roda premiadapacas e, toda vez que eu assistia ao cerimonial da ayahuasca, esse casal aparecia e ficava juntobetway roda premiadamim", lembra.
A relação com os bichos na aldeia o remeteu a um preceito budista - a noçãobetway roda premiadaque humanos podem reencarnar como outras espécies, e vice-versa.
Sato estende a possibilidade aos dois cães com que divide a casa, a lhasa Mei Mei e o shih-tzu Kyoshi. "Os bichinhos que estão aqui, que me amam, podem ser renascimentobetway roda premiadaoutros seres do passado. Como podem renascer no futuro como outros seres."
Em outra viagem,betway roda premiada2019, esteve nos arredoresbetway roda premiadaMontevidéu para visitar o ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica.
Para Sato, ainda que o ex-presidente uruguaio não tenha religião, "vive como se fosse um verdadeiro budista" e segue três princípios do budismo popular japonês: agradecimento à vida (arigatai), simplicidade (mottainai) e humildade (sumimasen).
Após deixar a regência do templo, Sato passou a ter mais tempo para os dois filhos e quatro netos. Recentemente, separou-se da segunda esposa - que, também monja, migrou para uma corrente budista que lhe exige o celibato.
Hoje ele mora sozinho com os dois cães.
Aos 82 anosbetway roda premiadaidade, Sato diz acreditar que pode "morrer a qualquer momento".
Tem medo da morte? "Não. As folhas das árvores envelhecem, caem e morrem, mas não morrem: elas servembetway roda premiadaalimento para o novo ciclobetway roda premiadavida", diz.
"Por ter passado por várias situaçõesbetway roda premiadamorte, eu até penso na auto-morte: por que que eu estou vivendo? Por que não aproveito a onda e desapareço?", questiona.
"O que me segura é que eu não tenho certeza se eu passei na plenitude essa minha vida aqui na Terra. Então, estou deixando que a vida continue."