Calor afeta mais pretos, pardos, idosos e mulheres no Brasil, aponta estudo:betano blackjack

Nascer do solbetano blackjackSão Paulo

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Legenda da foto, Estudo da UFRJ aponta 48 mil mortes por calor no Brasilbetano blackjackduas décadas; idosos, mulheres, pardos, pretos e populaçãobetano blackjackbaixa escolaridade são principais vítimas

"Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidadebetano blackjackregulação térmica e por apresentarem mais comorbidades", explica Renata Libonati, professora do Institutobetano blackjackGeociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

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A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

"Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursosbetano blackjackadaptação", comenta o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como partebetano blackjacksua pesquisa no Departamentobetano blackjackMeteorologia da Universidade Federal do Riobetano blackjackJaneiro (UFRJ).

"Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condiçõesbetano blackjackmoradia, sistemabetano blackjacksaúde e meiosbetano blackjackprevenção."

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

"Quando a sensação térmica ébetano blackjack45ºC na Zona Sul do Riobetano blackjackJaneiro [onde estão bairrosbetano blackjackfamílias mais ricas], aí ébetano blackjack58ºCbetano blackjackBangu, na Zona Oeste [área mais pobre]", exemplifica o pesquisador.

Moradorabetano blackjackfavela do Riobetano blackjackJaneiro lavando o rosto durante ondabetano blackjackcalor extremobetano blackjackdezembrobetano blackjack2023

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Legenda da foto, 'Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursosbetano blackjackadaptação', diz pesquisador da UFRJ

Para calcular as vítimas das ondasbetano blackjackcalor, os pesquisadores analisaram maisbetano blackjack9 milhõesbetano blackjackregistrosbetano blackjackóbitosbetano blackjackperíodosbetano blackjackque ocorreram esses fenômenos no Brasil.

"Seguimos uma sériebetano blackjackpadrõesbetano blackjacktratamentosbetano blackjackdados para evitar alterações nos resultados", afirma Libonati.

Os cálculos levaram à conclusãobetano blackjackquebetano blackjacktornobetano blackjack48 mil brasileiros morreram por consequênciabetano blackjackondasbetano blackjackcalor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

Ondasbetano blackjackcalor mais frequentes e prolongadas

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Para definir o que são ondasbetano blackjackcalor, usou-se um padrão conhecido como Fatorbetano blackjackExcessobetano blackjackCalor (EHF, na siglabetano blackjackinglês), que levabetano blackjackconsideração a intensidade, duração e frequênciabetano blackjackaumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

"Os eventosbetano blackjackondasbetano blackjackcalor aumentarambetano blackjackfrequência e intensidade", diz Monteiro dos Santos, da UFRJ.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um totalbetano blackjack74 milhõesbetano blackjackbrasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Riobetano blackjackJaneiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanasbetano blackjackGoiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Alémbetano blackjackaumentarembetano blackjackvolume, as ondasbetano blackjackcalor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadasbetano blackjack1970 e 1980, esses eventos adversos duravambetano blackjacktrês a cinco dias. Entre os anosbetano blackjack2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Institutobetano blackjackEstudos Avançados da Universidadebetano blackjackSão Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo têm sido evidenciados por pesquisas científicas.

"Já há dados globais que mostram que as ondasbetano blackjackcalor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo,betano blackjackenchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias", diz Nobre.

Membro da Academia Brasileirabetano blackjackCiências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campobetano blackjackestudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

Carlos Nobre

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Legenda da foto, 'Já há dados globais que mostram que as ondasbetano blackjackcalor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta', diz o climatologista Carlos Nobre

"A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondasbetano blackjackcalor tem efeitos no Brasil que já foram vistosbetano blackjackoutras regiões do planeta", opina o climatologista.

"Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feitabetano blackjacktornobetano blackjackcentros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilhabetano blackjackcalor [fenômeno caracterizado pela maior temperaturabetano blackjackcidades,betano blackjackrelação às áreas rurais]."

Nobre ressalta que, na cidadebetano blackjackSão Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do quebetano blackjackáreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondasbetano blackjackcalor, os efeitos são ainda mais drásticosbetano blackjackregiões urbanas.

"Já se tem ciênciabetano blackjackque populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema", complementa o pesquisador da USP.

"Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas."

Os autores da pesquisa avaliam que, apesarbetano blackjackter matado maisbetano blackjack48 mil brasileirosbetano blackjackduas décadas, as ondasbetano blackjackcalor tem menos visibilidade e recebem menos atençãobetano blackjackcomparação com outros eventos climáticos catastróficos.

"Mesmo com a alta mortalidade, as ondasbetano blackjackcalor são desastres negligenciados no Brasil", diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

"Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumentobetano blackjacktemperatura pode ser tido como invisível."

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeitobetano blackjackondasbetano blackjackcalor no Brasil do que por deslizamentosbetano blackjackterra, que costumam ocorrer por efeitobetano blackjacktempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Institutobetano blackjackPesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusãobetano blackjackque,betano blackjack1988 a 2022, houve cercabetano blackjack4,1 mil mortesbetano blackjackbrasileiros por deslizamentosbetano blackjack269 municípiosbetano blackjack16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondasbetano blackjackcalor.

"Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, comobetano blackjackenchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar."

Medidas urgentes

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondasbetano blackjackcalor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma ondabetano blackjackcalor atingiu a Europa,betano blackjackparticular a França, vitimando cercabetano blackjack70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, "a mega ondabetano blackjackcalor do verão europeubetano blackjack2003 foi estudada profundamente".

Túmulosbetano blackjackvítimas da ondabetano blackjackcalorbetano blackjack2003 na França

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Legenda da foto, Túmulosbetano blackjackvítimas da ondabetano blackjackcalorbetano blackjack2003 na França: corpos não reclamados por familiares foram enterrados sem identificação

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundialbetano blackjackSaúde (OMS) e da Organização Mundialbetano blackjackMeteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhõesbetano blackjackpessoas ao anobetano blackjacktodo o mundo.

"Após o traumabetano blackjack2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversaisbetano blackjackprevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemasbetano blackjacksaúde e esforçosbetano blackjackcomunicação, o que tem mostrado resultados positivos", diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacionalbetano blackjackMonitoramento e Alertasbetano blackjackDesastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementaçãobetano blackjacksistemasbetano blackjackalertasbetano blackjackondasbetano blackjackcalor.

"Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucessobetano blackjackforçasbetano blackjackprevenir e combater que o Brasil tem implementado, com maisbetano blackjack4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontosbetano blackjackmaior risco."

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalaçãobetano blackjacksistemas similares para alertar a população sobre a chegadabetano blackjackondasbetano blackjackcalor.

"Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano", conclui Nobre.