5 principais desafiosslot aviadorum ataque terrestreslot aviadorIsrael a Gaza:slot aviador

Veículos militares e soldados israelenses perto da fronteira com Gaza

Crédito, HANNIBAL HANSCHKE/EPA-EFE/REX/Shutterstock

Legenda da foto, Veículos militares e soldados israelenses perto da fronteira com Gaza

Como matar "todos os membros do Hamas", como prometeu Nethanyahu,slot aviadorum território que inclui um emaranhadoslot aviador500 kmslot aviadortúneis, segundo o grupo palestino, e cercaslot aviador200 reféns nas mãos do inimigo?

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E, mesmo que isso fosse possível, como garantir que novos integrantes não assumirão imediatamente o legado do grupo?

Além disso - qual pode ser a respostaslot aviadorpaíses vizinhos árabes ao crescente númeroslot aviadorvítimas, maisslot aviador4.000,slot aviadormeio à retaliação israelense ao bárbaro ataqueslot aviador7slot aviadoroutubro do Hamas, que resultouslot aviador1.400 israelenses mortos, comunidades destruídas e maisslot aviadoruma centena pessoas sequestradas, incluindo dezenasslot aviadormenoresslot aviadoridade e idosos, segundo Israel?

Ainda: como reagirão aliados, como EUA e Europa, enquanto Gaza se transformaslot aviadorum "buraco do inferno perto do colapso", nas palavras da agência da ONU para refugiados palestinos?

Por fim, o que dirão os próprios israelenses, diante da crescente impopularidadeslot aviadorNetanyahu e a perspectivaslot aviadormais mortosslot aviadorcombates?

A promessa israelenseslot aviador"eliminar o Hamas e destruir suas capacidades militares e políticas" é considerada gigantesca e difícilslot aviadorcumprir - e isso ajuda a entender o impasse sobre entrar por terraslot aviadorGaza, apesar das tropas e posiçãoslot aviadorataque.

Entenda, a seguir, os principais riscos.

1. As armadilhas escondidasslot aviadorum labirinto subterrâneo

A faixaslot aviadorGaza tem só 41 kmslot aviadorcomprimento e 10 kmslot aviadorlargura. Mas esse terreno cresce quando se levaslot aviadorconta lado obscuro do território.

É muito difícil avaliar o tamanho do “Metrôslot aviadorGaza”, como Israel chama a redeslot aviadortúneisslot aviadorconstante construção na região e sob domínio do Hamas.

Após combatesslot aviador2021, forças militares israelenses disseram ter destruído maisslot aviador100 kmslot aviadortúneisslot aviadorataques aéreos. O Hamas, no entanto, disse que os seus túneis se estendiam por 500 km e que apenas 5% haviam sido atingidos.

O maior metrô do Brasil,slot aviadorSão Paulo, tem pouco maisslot aviador100km, para efeitoslot aviadorcomparação.

Mapaslot aviadorGaza com marcaçõesslot aviadoronde seriam túneis
Fotoslot aviadorsatélite mostra pontos dos túneis que teriam sido identificados por Israel
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"O risco da redeslot aviadortúneis é que ela vai permitir que os defensores do Hamas se movam pelo camposlot aviadorbatalha enquanto estão escondidos e protegidosslot aviadorataques", explicou à BBC News Brasil David Betz, professorslot aviadorGuerra no Mundo Moderno na universidade Kings Collegeslot aviadorLondres.

"Assim, eles podem ser capazesslot aviadoratacar as forças israelensesslot aviadorsurpresa pelo flanco ou pela retaguarda e potencialmente desaparecer novamente."

O especialista explica que é difícil localizar as entradas e saídas dos túneis.

"Eles também são bastante difíceisslot aviadordestruir. Os explosivos têmslot aviadorser colocados numa parte considerável do seu comprimento para causar um grande colapso. Um pequeno colapso pode ser contornado pelo Hamas e o túnel voltar a ser utilizado", diz.

Além disso, como lembra a correspondente internacional-chefe da BBC, Lyse Doucet, "não está claro até que ponto os israelenses têm conhecimento sobre que os aguarda na Faixaslot aviadorGaza".

"A destreza militar do Hamas – incluindo seu conhecimento surpreendentemente preciso da segurança israelense, que permitiu ao grupo ludibriar as formidáveis defesas do país – impressionou Israel. O Hamas provavelmente vai demonstrar o mesmo nívelslot aviadorsofisticação quando enfrentar a reação israelense, que certamente será feroz", ela diz.

À BBC, Daphné Richemond-Barak, especialistaslot aviadorguerra subterrânea da Universidade Reichman,slot aviadorIsrael, explica que os túneis dentroslot aviadorGaza têm centrosslot aviadorcomando e controle, eletricidade, e permitem a permanênciaslot aviadorlongo prazoslot aviadorintegrantes do grupo.

"O Hamas poderia facilmente usar escudos humanos no contexto dos túneis e simplesmente colocar reféns israelenses, e outros dentro deles", diz.

2. Um 'futuro sombrio' para os reféns

Pessoas abraçadas, uma delas, um homem, segura fotoslot aviadorum refémslot aviadorfrente a grande mesa vazia

Crédito, REUTERS/Janis Laizans

Legenda da foto, Em manifestaçãoslot aviadorTel Aviv, famíliasslot aviadorisraelenses mantidos como reféns aparecem ao ladoslot aviadormesaslot aviadorjantar posta com cadeiras vazias que representam simbolicamente os sequestrados

A segurançaslot aviadormaisslot aviadoruma centenaslot aviadorreféns raptados pelo Hamas no ataqueslot aviador7slot aviadoroutubro contra Israel está no coração das estratégias desenhadas pelas forçasslot aviadorsegurança israelenses.

Nesta sexta-feira, o exército israelense divulgou novos detalhes sobre refénsslot aviadorGaza.

Duas reféns americanas que haviam sido sequestradas pelo Hamas foram liberadas, após um acordo mediado pelo governo do Catar.

Dos atualmente detidos na Faixaslot aviadorGaza, segundo Israel, maisslot aviador20 deles têm menosslot aviador18 anos - a mais jovem é um bebêslot aviador9 meses.

Entre 10 a 20 pessoas têm maisslot aviador60 anos, continua o comunicado, que aponta que "a maioria dos reféns está viva".

Os israelenses também afirmam que cadáveres foram “levados como reféns” para a Faixaslot aviadorGaza após os ataques do Hamas.

Mas o paradeiro da maior parte deles é um mistério.

"Enquanto faltarem informaçõesslot aviadorinteligência, os riscos para os reféns e para os soldados israelenses existirão", diz à BBC News Brasil o analista político-militar Bilal Y. Saab, do Programaslot aviadorOriente Médio e Norteslot aviadorÁfrica do think-tank britânico Chatham House.

"As Forçasslot aviadorDefesaslot aviadorIsrael, que têm como alvo o Hamas, podem acabar matando reféns com as suas próprias armas", alerta o professor Betz à reportagem.

Ele cita combatesslot aviadorMariupol, na Ucrânia, há um ano, quando forças ucranianas lutavam a partirslot aviadorandares altosslot aviadoredifíciosslot aviadorapartamentos, enquanto civisslot aviadororigem russa ficavam encurralados nos andares inferiores.

"Isso tornou os esforços russos para atingir os ucranianos muito difíceis e dolorosos", diz Betz.

"Da mesma forma, se pressionado, o Hamas pode matar ou ameaçar matar reféns para tentar influenciar as decisões dos comandantes israelenses. (...) Não vejo como o destino dos reféns israelenses possa ser outra coisa que não muito sombrio."

3. O preço das mortesslot aviadorcivis palestinos - eslot aviadorsoldados israelenses

Várias pessoas observam destroçosslot aviadorcarro e prédios

Crédito, MOHAMMED SABER/EPA-EFE/REX/Shutterstock

Legenda da foto, Destroçosslot aviadorigreja ortodoxa grega após um ataque aéreo noturnoslot aviadorGaza nesta sexta-feira (20); pelo menos 18 pessoas foram mortas,slot aviadoracordo com as autoridades palestinas

A ONU informou nesta sexta-feira que 16slot aviadorseus funcionários foram mortosslot aviadorGaza desde que a guerra começou.

Citando o Ministério da Saúdeslot aviadorGaza, as Nações Unidas falamslot aviadorpelo menos 853 crianças mortas pelos bombardeiosslot aviadorIsrael e pedem paralisação imediata dos bombardeios - vindoslot aviadorambos os lados.

O totalslot aviadorferidosslot aviadorGaza segundo o documento éslot aviador12.493, "incluindo 3.983 crianças e 3.300 mulheres". Maisslot aviadorum milhãoslot aviadorpessoas foram forçadas a se deslocarslot aviadorsuas casas com guerra.

Protestos contrários à respostaslot aviadorIsrael tem sido registrados nas principais capitais da Europa e do mundo árabe. Protestos pró-Israel também tem sido registradosslot aviadorvárias localidades.

Em visitas recentes a Israel, líderes ocidentais ressaltaram apoio irrestrito ao direitoslot aviadorIsraelslot aviadorse defender contra seus inimigos "desde que a legislação internacional seja respeitada".

Com o crescimentoslot aviadorcríticas ao impacto sobre civis da resposta israelense a agressão do Hamas, Israel tem "um problema mais político do que militar", na avaliação do analista Saab.

"Israel pode utilizar seu material bélico mais pesado, mas corre o riscoslot aviadoralienar os aliados ocidentais que pedem a Israel que respeite as regras da guerra", diz.

O correspondenteslot aviadorsegurança da BBC, Frank Gardner, concorda.

"À medida que o númeroslot aviadormortos entre os civis palestinos aumenta como resultado dos implacáveis ataques aéreos israelenses, grande parte da comoção global por Israel após as ações sanguinárias do Hamasslot aviador7slot aviadoroutubro foi substituída por um clamor crescente para que os bombardeios cessem e que os cidadãos comunsslot aviadorGaza sejam protegidos", ele afirma.

E, caso as forças terrestres israelenses entrem por terraslot aviadorGaza, o númeroslot aviadormortos vai definitivamente aumentar.

"É provável que, mais uma vez, seja a população civil a sofrer o peso do conflito", diz o especialista da BBC.

Na avaliação do jornalista britânico Jonathan Freedland, Israel pode "estar caminhando para uma ‘emboscada’ do Hamas”.

"(Em uma invasão por terra), Israel sofrerá pesadas baixas e irá infligi-las – e ambos os resultados agradarão perfeitamente ao Hamas", disse eleslot aviadorcoluna no jornal The Guardian, apontando que um aumento do númeroslot aviadormortos palestinos "seria uma vantagem na guerraslot aviadorpropaganda", enquanto as mortesslot aviadorsoldados israelenses fortaleceriam o Hamas entre os palestinos.

"Uma guerra longa e sangrenta é o que o Hamas e os seus apoiadores iranianos – desesperados para inviabilizar os recentes movimentos no sentido da ‘normalização’ das relações entre Israel e vários dos seus vizinhos, sobretudo a Arábia Saudita – anseiam", avalia Freedland no artigo.

Netanyahu, cujo governo vinha sendo alvoslot aviadorgrandes protestos nas ruasslot aviadorIsrael, vêslot aviadoroposição interna intensificada após as falhasslot aviadorinteligência que não previram e conseguiram evitar os ataques do Hamas.

Ainda assim, Netanyahu conseguiu um apoio da oposição para formar um novo governo unificado a instalaçãoslot aviadorum gabineteslot aviadorguerra, ante um consenso no qual a população parece não ver alternativas para além da "aniquilação do Hamas".

"A questão-chave para Israel será o clima interno, que, na minha opinião, neste momento se baseia numa percepção bastante friaslot aviadorque não há muita escolha", diz o professorslot aviadorguerra moderna do Kings College.

"Eles não podem se dar ao luxoslot aviadorser fracos, e a maioria das pessoas parece entender isso", diz.

4. Um segundo front contra inimigos bem mais poderosos

"Difícil acreditar que o Hezbollah vá ficar ali sentado vendo o seu parceiro palestino próximo ser potencialmente desarmado pelas forçasslot aviadorsegurançaslot aviadorIsrael", diz à BBC News Brasil o analista político-militar Bilal Y. Saab.

Diante da possibilidadeslot aviadoruma invasão contra Gaza por terra, o especialista, que trabalhou como conselheiro sênior do Departamentoslot aviadorDefesa dos EUA, diz que "a probabilidadeslot aviadoroutra frenteslot aviadorguerra ser aberta é muito real".

Seu foco mais provável é a fronteira norteslot aviadorIsrael com o Líbano, onde bombardeios mútuos entre militantes do Hezbollah e militares israelenses já resultaram na evacuaçãoslot aviadorcidades inteiras nos últimos dias.

Mapa do Oriente Médio

O Hezbollah é um partido político islâmico xiita e um grupo paramilitar que exerce grande poder na política libanesa. Assim como o Hamas, é apoiado pelo Irã.

A formalização desta nova frenteslot aviadorguerra significaria uma "escalada dramática" nos problemas enfrentados por Israel.

"O Hezbollah tem um arsenalslot aviadormísseis muito mais significativo que o do Hamas – muitas vezes maiorslot aviadornúmero, mas tambémslot aviadoralcance, precisão e poder explosivo", explica David Betz.

"Aeródromos, bases, infraestruturasslot aviadortransporte e comunicações, instalações portuárias e assim por dianteslot aviadorIsrael poderiam ser alvoslot aviadorataques", continua o professor, lembrando que uma segunda frente no Líbano pode sobrecarregar as forçasslot aviadordefesaslot aviadorIsrael.

"Qualquer operação no terrenoslot aviadorGaza exigirá muitas tropas, e um número ainda maior será necessário no norte", diz Betz à BBC News Brasil.

O Irã está no centro deste debate. O país vem emitindo duros avisosslot aviadorque o ataqueslot aviadorIsrael a Gaza não pode ficar sem resposta.

O país financia, treina, arma e controla várias milícias no Oriente Médio.

Nas palavras do correspondendeslot aviadorsegurança da BBC, Frank Gardner, "de longe, a mais potente delas é o Hezbollah no Líbano".

Israel e Líbano travaram uma dura guerraslot aviador2006. Enquanto o resultado foi inconclusivo, centenasslot aviadorsoldados foram mortos e modernos tanquesslot aviadorguerraslot aviadorIsrael foram destruídos por minas escondidas e emboscadas bem planejadas.

"A aberturaslot aviadorum novo front faria com que o conflitoslot aviador2006 pareça um passeio no parque", avalia Saab à BBC News Brasil.

O motivo é que, desde 2006, o Hezbollah se rearmou com ajuda iraniana.

Acredita-se que o grupo tenha hoje pertoslot aviador150 mil foguetes e mísseis, muitos dos quais sãoslot aviadorlongo alcance e guiados com precisão, o que torna seu poderio militar muito maior do queslot aviador2006.

5. A entradaslot aviadornovos paísesslot aviadoruma guerra bem maior

Para Bilal Y. Saab, uma guerra contra o Hezbollah torna o "riscoslot aviadoruma escalada bastante elevado".

Em outras palavras, cresce a possibilidadeslot aviadormais países se envolverem na guerra - algo que europeus e norte-americanos tentam, a todo custo, evitar.

Após uma rodada por diversos países árabesslot aviadorseu secretárioslot aviadorEstado, Antony Blinken, o presidente americano Joe Biden fez nesta semana uma viagem-relâmpago à região que previa encontros com chefesslot aviadorgoverno do Líbano, Jordânia, Egito e Autoridade Palestina - justamente para baixar os ânimos.

Biden só conseguiu, no entanto, visitar Israel.

Os encontros com líderes árabes, que aconteceriam na Jordânia, foram subitamente cancelados depois da explosãoslot aviadorum hospitalslot aviadorGaza, cujas causas viraram focoslot aviadornovas trocasslot aviadoracusações entre israelenses e palestinos.

Dias depois, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, também viajou para a região, onde esteve com líderes da Autoridade Palestina, da Arábia Saudita e do Egito, alémslot aviadorIsrael.

Duas mensagens principais foram repetidas por Blinken, Biden, Sunak e outros líderes ocidentais: "Apoiamos Israel e não podemos deixar que a guerra saia das fronteirasslot aviadorGaza".

Mas o que gera tanta preocupação?

"Se o Irã também se envolver diretamente,slot aviadorvezslot aviadorsimplesmente através do Hezbollah, seria então muito provável que outras potências sejam atraídas", explica o professor David Betz.

Isso incluiria os próprios EUA - que enviaram na semana passada dois porta-aviões, cercaslot aviador2.000 fuzileiros navais e naviosslot aviadorapoio para o Oriente Médio.

Sinais desta escalada já começam a aparecer, para além do Hamas e do Hezbollah.

Na quinta-feira (19/10), um navioslot aviadorguerra da Marinha dos EUA interceptou mísseis e drones lançados do Iêmen pelo movimento Houthi, alinhado ao Irã, segundo o Pentágono.

O governo americano disse que os mísseis foram lançados “potencialmente contra alvosslot aviadorIsrael”.

O Pentágono também disse que as tropas dos EUA no Iraque e na Síria foram atacadas várias vezes nos últimos dias.

Washington estáslot aviadoralerta para atividadesslot aviadorgrupos apoiados pelo Irã, enquanto Israel continua a atacar alvos do Hamasslot aviadorGaza.

"A situação é extremamente confusa e repletaslot aviadorpotencial significativoslot aviadorescalada", diz Betz à BBC News Brasil.